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Por que o Brasil não ganha o Nobel de Literatura

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Todo ano quando é anunciado o Nobel de literatura, duas palavras pipocam: nunca li. Quando vou me informar sobre o vencedor, outras duas se repetem com incrível frequência: nunca lerei. Os vencedores de 2013 e 2014, Alice Munro e Patrick Modiano, bem, parei em um estágio anterior, e, admito, muito comum: nunca ouvi falar. Imperdoável? Jornalista tem esse cacoete de posar de sabichão. A gente pode nunca ter lido, assistido, ido ou vivido, mas tem que fazer de conta que sabe de tudo. Pior que nosso vício privado virou virtude das massas. Com a internet, somos todos pseudo-especialistas instantâneos em tudo, com direito a opinião sobre tudo, e acalorada e radical sempre faz mais sucesso. O prêmio é entregue desde 1901. Li 29 dos vencedores - li alguma coisa dos 29, para ser preciso, não "a" obra. Para pegar uma amostrinha recente, no século 21 os vencedores foram: 2017 - Kazuo Ishiguro 2016 - Bob Dylan (nunca li mas ouvi bastante) 2015 - Svetlana Alexievi

Lançamento: portal e-cêntrica . 25 de outubro .

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Lançamento: portal e-cêntrica . 25 de outubro . Sobre nós A circulação da produção gráfica e literária independente é um dos maiores desafios para autores/autoras, coletivos criativos e pequenas editoras, em todo o mundo. Quando escolhemos trabalhar de maneira alternativa, deixamos de apoiar práticas do mercado formal, optamos pelos caminhos da inovação. Não existe uma fórmula de sucesso, um modelo de reinvenção sistêmica, no entanto, referências diversas e ferramentas já estão disponíveis. De forma geral, elas se orientam pelo conceito de rede para traçar estratégias de ação. A e-cêntrica é uma dessas iniciativas. Sob a coordenação da Casa da Cultura Digital (GO) e com o apoio da Lei Goyazes, a e-cêntrica propõe a conexão entre agentes estratégicos (autores/autoras, coletivos criativos e pequenas editoras), em todo o Brasil, para a construção coletiva de alternativas para a difusão e comercialização da produção gráfica e literária de todas as regiões do País. Ao mesmo tempo

Paulo Caldas

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Paulo Caldas Até que ponto o real é real mesmo ou é apenas um espelho de sonho no qual a verdade é um ponto de vista?  A ambiguidade dos nossos anseios nos trazem inquietações filosóficas e espirituais porque são dúplices e tríplices ou as inquietações filosóficas e espirituais nos trazem anseios ambíguos porque são dúplices e tríplices?  Paulo Caldas, exímio artesão das artes plásticas, propõe uma “flecha mensagem” que nos atinge no peito, no coração... Como em René Magritte, para quem as ambiguidades de um quadro seu “vêm da sua natureza profundamente introspectiva e são a resposta de um pensativo observador para a vida superficial ao redor de si”, nas palavras de Edmond Swinglehurst, Paulo Caldas pensa o mundo filosófica e espiritualmente, tanto quanto ideológica e socialmente.  Suas influências, segundo suas próprias palavras, vêm mais do que leu e do que ouviu do que propriamente do que viu.  As leituras de Richard Bach (Fernão Capelo Gaivota, Longe é um lugar que não

Portinari

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Portinari Candido Torquato Portinari nasceu numa fazenda de café, próximo de Brodowski, interior de São Paulo, em 1903. Tendo pouco estudo e não completando nem o ensino primário, aos 14 anos de idade foi recrutado como ajudante por uma trupe de pintores e escultores italianos que realizavam restauração de igrejas e que passavam pela região de Brodowski.  Aos 15, deixa São Paulo e parte para o Rio de Janeiro para estudar na Escola Nacional de Belas Artes.  Recebe vários elogios de professores e da própria imprensa e aos 20 anos de idade já participa de muitas exposições, sendo destaque em vários jornais.  Interessa-se pelo modernismo e a partir da vitória da medalha de ouro no Salão da ENBA, com uma tela deliberadamente acadêmica e tradicional, parte para Paris e tem contato com artistas como Van Dongen e Othon Freisz, além de conhecer Maria Martinelli, com quem passaria toda a sua vida. De volta ao Brasil, em 1931, muda completamente a estética da sua obra, valorizando as cor

Livro no Brasil não é caro coisa nenhuma

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Uma longa resposta para a pergunta que não quer calar por Carol Chiovatto A ideia de que livro é caro no Brasil é repetida à exaustão, até por pessoas que não costumam comprar livros. Desde sempre ouço gente dizer: livro é caro aqui . Da hora. Então, por que defendo que livro no Brasil não é caro? Já adianto que a resposta para isso é imensa. E vou enumerar cada um dos motivos pelos quais tenho plena convicção de que, não só para mim como para qualquer pessoa razoável, o preço do livro no Brasil é bastante justo. Em primeiro lugar, muitas pessoas acham o livro caro por causa do valor que atribuem a ele — e aqui falo de valor agregado, valor psicológico, e não monetário. Explico. O preço médio de uma promoção BigMac no McDonald’s é vinte reais. É raro ouvir uma pessoa questionar o valor do lanche. Até pode acontecer de dizerem que é caro em relação a outras comidas; raramente, em relação ao seu preço no exterior. De todo modo, por que falei disso? Porque o valor do Bi

Arte, nudez e um debate distorcido

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Uma intelectualidade que considera inaceitável ou retrógrado que a sociedade se mobilize em defesa de suas crianças perdeu completamente o bom senso A opinião pública brasileira se mobilizou nas últimas semanas para questionar duas manifestações artísticas que envolveram a presença ou a participação de crianças e adolescentes. No primeiro caso, o da exposição Queermuseu, realizada pelo Santander Cultural, em Porto Alegre, obras com conteúdo sexual explícito contavam com a visitação do público infantil, inclusive com excursões de escolas ao espaço cultural. No segundo, a performance La Bête tinha a participação do bailarino e coreógrafo Wagner Schwartz, que ficava nu em uma área delimitada, sendo que o público poderia “manipulá-lo”. Em São Paulo, no Museu de Arte Moderna (MAM), uma criança aparentando não mais de 5 anos interagiu com o artista – com a repercussão do fato, surgiram fotos mostrando situação semelhante durante a execução da mesma performance, anteriormente, em S

XVII Concurso Nacional PoeArt de Literatura – 2017

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Fui selecionado para participar do livro Vozes de Aço (XIX Antologia Poética de Diversos Autores) Homenagem (ACEITA E AUTORIZADA) ao escritor/Acadêmico Geraldo Carneiro no XVII Concurso Nacional PoeArt de Literatura – 2017. Poemas, de minha autoria, que estão no livro: Movimento cósmico Universos colidem... e se amalgamam em grandes e inúmeras galáxias... rodopiam, rodeadas por imensos quasares... energia em suas fronteiras de luz que nunca terminam... Mundos se formam... se desformam, num átimo. Tudo que era, deixa de ser... também tudo que não era passa a ser... num balanço de grande monta que não para, sem começo nem fim... Mauricio Duarte Gratidão pela vida Pedras n´água do rio são como falsos desvios; trazem alguns caminhos, mas não impedem, assim, o fluxo do tal rio... Também esses que perdem gratidão pela vida; trazem deles caminhos, mas não impedem, assim, o fluxo maior da vida... Mauricio Duarte