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Mostrando postagens de março 8, 2015

Ferreira Gullar falando de arte

Ferreira Gullar, um dos mais importantes críticos de arte da atualidade, além de poeta, concedeu esta entrevista abaixo em 2007 ao Jornal de Brasília, que transcrevo, pela sua atualidade e importantes observações sobre o mundo das artes plásticas hoje. É importante lembrar que Ferreira Gullar e Hélio Oiticica, artista plástico brasileiro, participaram juntos da criação do Neoconcretismo, no final dos anos 50. Em 1959, Gullar escreveu o Manifesto Neoconcreto, que influenciou decisivamente o desenvolvimento da obra de Oiticica. Em seguida, Gullar formulou sua Teoria do Não-objeto, a partir da observação do processo criativo de Lygia Clark. Depois, ele fez autocrítica dessas posições anteriores. Jornal de Brasília - No que consiste e o que induziu a esta situação de mistificação no território das artes? Ferreira Gullar - A questão é que as tendências mais radicais da arte contemporânea levaram a uma destruição das linguagens artísticas. Por falta de co

A arte contemporânea segundo Ferreira Gullar

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 por Marcelo Vinicius Interessante matéria do jornalista Ivan Cláudio na "Isto É", que toma como pretexto exposições para levantar questões sobre os rumos da arte contemporânea. Onde discute a dominação cultural e a alienação das vanguardas. Ultimamente o poeta Ferreira Gullar andou despertando polêmicas. Uma das suas obras, "A arte contemporânea brasileira" aborda o problema da crise da Arte, relacionando-o com a sempre complicada relação entre Arte e Mercado. Como houve dois posts sobre Arte Conceitual e similares, exponho aqui uma outra observação sobre a Arte Conceitual e a Contemporânea em geral, agora na visão de Ferreira Gullar. Há tempos, revista Isto É publicou uma matéria do repórter Ivan Claudio sobre duas exposições, na qual ele ouvia as artistas e o crítico Ferreira Gullar. Esta entrevista foi complementada também pelo jornalista Fábio Palácio. Segue a entrevista com o Gullar: O senhor diz que a arte tem que emocionar, caso co

O uso da gravura de temática religiosa na formação do artista na Academia Imperial das Belas Artes *

Reginaldo da Rocha Leite Este texto tem por objetivo central abordar a relevância da gravura artística de temática religiosa no ensino acadêmico brasileiro, tendo a Academia Imperial das Belas Artes como estudo de caso. É notório o papel fundamental dos livros de gravuras europeias utilizados durante o período colonial, alicerçando a realização de trabalhos pictóricos em tetos de igrejas brasileiras. No entanto, a contribuição da gravura não se restringe ao Brasil-colônia sendo, também, material didático nas aulas ministradas na Academia Imperial. Durante o Oitocentos, no Brasil, a ausência de Museus implicou na busca por uma alternativa palpável para a consulta dos alunos a obras de grandes mestres europeus.  Adquirir pinturas originais ou cópias de telas estrangeiras nem sempre era possível; portanto, a saída para o impasse foi recorrer à gravura de reprodução. Várias coleções de gravuras foram compradas pela Academia Imperial das Belas Artes respeitando determinados crit

Exposição virtual interativa Artistas do Catálogo 2014

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" A exposição virtual interativa Artistas do Catálogo 2014 reúne 28 talentos que participaram do Catálogo Online de Arte da Nossa Galeria de Arte em 2014.  Com mais de 500 obras de arte, o Catálogo Online da Nossa Galeria de Arte conta com representantes de vários estados brasileiros, traduzindo-se num importante instrumento de divulgação na web, aberto a diferentes gerações, vivências, saberes, trajetórias, criatividades, tendências, estilos e técnicas, uma ambiência que possibilita o diálogo entre múltiplas linguagens, promovendo o conhecimento e reconhecimento dos nossos valores artísticos.  Em tempo em que o mundo privilegia a expansão de novas fronteiras em várias áreas e níveis, o Catálogo Online da Nossa Galeria de Arte oferece uma aproximação diferenciada com o espectador, contribuindo para o deslocamento da referência comum a centros culturais, galerias e museus, como chave de acesso à Arte.  A exposição virtual interativa Artistas do Catálogo 2014 apresenta um pain

Programação do Salão Municipal do Livro de SG

  10/03/2015 15h – Abertura - Palavras do Prefeito, Secretário Municipal de Educação e Secretário Municipal de Cultura (palco) 15h30min – Kiara Terra "OBAX - A coragem de inventar suas próprias histórias" (palco) 16h30min – Thalita Rebouças (palco) 17h30min às 18h – Thalita Rebouças - autógrafos/fotos - distribuição de senhas (Espaço Affonso Romano de SantAnna) 18h às 21h - Oficina - "Como nasce um narrador" - Kiara Terra (30 vagas) - (Espaço Zuenir Ventura) 18h – Contação de Histórias - Maria Clara Cavalcanti (Canto de Contos 1) 18h30min às 21h - Oficina de Contação de Histórias – Maria Clara Cavalcanti (30 vagas) (Espaço Affonso Romano de SantAnna) 18h30min - Oficina "A nova poesia gonçalense – Uma Noite na Taverna e Coletivo Ágora Urbana" - Rodrigo Santos, Romulo Narducci, Matheus Goudar, Carlos Eduardo Vitorino e outros (Canto de Contos 2) 18h30min – "A Família Salada" e "O S

A Vantagem da Produção Editorial Independente

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A produção independente é uma alternativa muito sábia para quem quer apresentar o seu potencial para as grandes editoras. Muitos livros estrangeiros e também nacionais começaram desta forma. As vendas e a popularidade foram tantas que abriram os olhos das editoras e distribuidoras. Inclusive, existem editoras com departamento especial somente para observar as tendências no momento de escritores independentes. Após observar a popularidade em blogs e comprovar a alta venda (comparada na proporção de um livreiro autônomo) surge então a proposta formal para cuidar da impressão e distribuição, sob o selo editorial da marca. Enfim, um contrato e a oportunidade de divulgação maior de sua obra. Mas, o conselho fica para se planejar e andar um passo de cada vez. A sua oportunidade virá naturalmente se seguir a trilha com responsabilidade e disciplina. Quando você escreve e tem o seu pequeno público nas redes sociais, isso passa a ser o seu pequeno passo seguro. Um pequeno público em poten

A fonte tipográfica que levou um homem à loucura e deu origem a um mistério de 100 anos - Gizmodo Brasil

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Por: Kelsey Campbell-Dollaghan Ninguém parecia notá-lo ali: um homem sombrio que costumava repousar à beira da ponte Hammersmith (acima), nas noites de 1916, em Londres. E ninguém parecia notar que, durante essas visitas, ele estava jogando algo no rio Tâmisa. Algo pesado. Ao longo de mais de cem viagens noturnas ilícitas, este homem cometia um crime: contra o seu parceiro, dono de metade do que era arremessado ao Rio Tâmisa; e contra ele mesmo, que motivou a criação daquilo que ele resolveu jogar fora. Este indivíduo venerável, fundador da lendária editora Doves Press  e a mente por trás da fonte Doves, era um homem chamado T.J. Cobden Sanderson. E ele estava jogando dentro do rio as fontes de metal cuja criação ele supervisionou meticulosamente. Sendo uma presença importante no movimento Arts and Crafts da Inglaterra, Codben Sanderson defendeu o trabalho manual contra a industrialização. Ele era brilhante e criativo, e de algumas maneiras,

Tropicália

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Tropicália A designação de Tropicália para o movimento que mudou os rumos da cultura brasileira em meados e fim dos anos 1960 foi dada por Hélio Oiticica. O artista que, segundo suas próprias palavras, “não podia imaginar toda a sua extensão”, queria sim, apesar disso, dizer implicitamente, que ele “definia um novo sentimento no panorama cultural geral.” A tropicália com suas novas propostas em cinema, teatro, música popular e nas artes plásticas foi uma síntese desse novo pensamento que nas suas manifestações inter-relacionava as metas específicas de cada uma delas. Mas mesmo quando se pensa de forma ampla e globalizadora a respeito do tropicalismo, subjaz a ideia de que não havia um direcionamento único capaz de dizer-se “o caminho” da tropicália.  A ponto de existirem opiniões como a de José Celso Martinez Corrêa que em 1977 apontava: “O tropicalismo nunca existiu. O que existiram foram rupturas em várias frentes.” Rupturas que foram se processando e desenvolvendo sem co