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Mãe: nossa alma feminina

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Mãe: nossa alma feminina Se fosse possível representar o conceito de Mãe com um dos elementos constitutivos da nossa existência, ou da nossa essência, a Mãe seria a nossa alma. Não seria o nosso corpo, repleto de necessidades físicas, nem o nosso espírito, repleto de diretrizes puras.  Seria a nossa alma... A alma é que cuida dos detalhes da nossa vida.  Embora não tenha um centro, ela procura as virtudes modestas e protetoras, ela cuida da totalidade da vida, trazendo o local adequado, que é central e limitado.  Ela é emoção total, concedendo gosto, contato e habitação ao espírito.  O espírito poderia ser o Pai, seguindo essa trajetória de “brincadeira na representação”. E por sua vez, o espírito torna a alma mais leve, capaz de desfrutar o mundo sem ser ferida pelo mesmo mundo de forma séria.  No final das contas, precisamos dos dois, alma e espírito, para que o corpo – “homem” ou “mulher” e não “Pai” ou “Mãe” – possa tornar-se um indivíduo, crescendo com seu caráter e integr

08 de maio - Dia do Artista Plástico

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A aridez como verdade

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A aridez como verdade Em Graciliano Ramos sempre o menos é mais. Nos livros Angústia, Vidas Secas e São Bernardo o mínimo de metáforas e evocação de imagens transmite o máximo de sensações e emoções. O ascetismo do estilo revela o jeito rude do sertanejo, ou a insofismável crença no lucro do fazendeiro, ou o ódio e o rancor do homem do interior que se adapta à vida na cidade. Fabiano, de Vidas Secas, é, a um só tempo, bicho e homem. O narrador de São Bernardo não tem valores morais, é egoísta e materialista. Luís da Silva, de Angústia, é empurrado do interior para o movimento da cidade, deprimido e frustrado. “Nunca pude sair de mim mesmo”, diz o autor em entrevista. Existem obras – literárias ou artísticas – que explicam o homem. No caso de Graciliano é o contrário que ocorre. O que de mistério poderia existir no homem, ficou reservado para seus romances. Homem que se retira para a cólera, solitário, fugidio. Nele se estabelece que na obra artística ou literária, só o ódio cri

A vida interior

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A vida interior A vida interior de cada um tem luz, tem trevas, tem mistérios, sombras e espectros, tem verdades, compaixão e anjos.  É povoado de vários habitantes...  E em que o conhecimento ou o autoconhecimento pode nos auxiliar nesse sentido?  Em que conhecer a própria vida interior pode nos ajudar? Ter uma rotina atribulada, ter planos urgentes, ter metas irrevogáveis é, a longo prazo, distanciar-se de sua própria vida interior.  Por que?  Porque demorar-se num ritmo de tempo íntimo consigo mesmo e amparar sua alma e espírito em uma casa que possa ser chamada de lar, é necessário.  Esse lar, que é tanto a sua mente quanto o seu corpo, o homem entendido integralmente e holisticamente como um todo, nos mostra o caminho para fazer de si próprio o seu guia interior.   O guia interior emerge desse modo, quando damos a ele um espaço de tempo para que possa existir.  Pessoas intelectuais teriam mais facilidade para contatar seu mundo interior?  Talvez.  Se você consegue demorar

Vida cotidiana e vida espiritual

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Vida cotidiana e vida espiritual As pessoas estão se desconectando de Deus, da religião, da espiritualidade ou da fé, para trabalhar, para conviver socialmente ou para se divertir.   O mundo como conhecemos é cético e pragmático ao máximo...   Ou é complacente e tolerante ao máximo... Mas isto, a médio e longo prazo, só exacerba um fosso, uma separação artificial, um distanciamento que é falso.   Espiritualidade e vida social, Deus e trabalho, religião e profissionalismo, fé e diversão, não são opostos.   São, na verdade, polos da mesma esfera, faces da mesma moeda.   Se estão em diferenciação é porque simplesmente não são a mesma coisa, porém estão na mesma dimensão.   Viver ludicamente é possível?   Não só é possível, como necessário.   Trabalhar prazerosamente é possível?   Não só é possível, como necessário. Rezar contemplativamente é possível?   Não só é possível, como necessário. Nesse sentido, o cotidiano requer suavidade, leniência, que só pode ser alcançada com

Loucura mundana e loucura divina

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Loucura mundana e loucura divina A ciência atual não faz diferença entre loucura mundana e loucura divina.  Loucura é loucura, dizem os médicos especialistas, psiquiatras, psicólogos, psicanalistas e psicoterapeutas em geral.  Mas haverá diferença entre esses dois estados? Na Índia há muitas pessoas que trabalharam muito arduamente seu lado espiritual e que quase experimentaram a iluminação.  Por não terem um mestre – um mestre verdadeiro, um guru verdadeiro, não um charlatão – para orientá-las ficaram num estado de limbo, nem compreendendo o mundo material, objetivo, nem compreendendo o mundo espiritual, subjetivo.  Essas pessoas precisariam apenas de um “pequeno empurrão” e tornar-se-iam iluminadas.  Mas para a ciência estão apenas loucas...  Segundo o padre Divino Antônio Lopes: “Os santos são chamados pelos mundanos de loucos e fanáticos aqui nesse mundo, mas eles serão tomados de surpresa no dia do julgamento, quando virem os loucos num trono de glória.” Indo mais alé

Sintonia com o divino

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Sintonia com o divino A sintonia com Deus depende de uma rotina ascética, cheia de orações, jejuns e/ou pagamentos de promessas em forma de suplícios?  Na verdade, uma rotina de orações, meditações e mantras é necessária para qualquer pessoa, mas o ascetismo em espiritualidade não leva ao aprofundamento dessa espiritualidade.  Antes leva a um extremo de atividades que podem trazer hipocrisia e farisaísmo onde se dá valor somente às aparências. Não se trata de leviandade ou negligência, nem de flexibilização exacerbada – própria dos partidários dos sistemas liberalizantes – o famoso “enforquem-se com a corda da liberdade” – mas de saber que quando as cordas de um instrumento musical estão muito retesadas, podem não tocar a música corretamente (um extremo) e quando as cordas desse mesmo instrumento musical estão nem um pouco retesadas, também não conseguiram tocar a música corretamente (outro extremo). Não é possível para o ser humano trilhar o caminho do meio sem a benção d