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A aridez como verdade
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A aridez como verdade Em Graciliano Ramos sempre o menos é mais. Nos livros Angústia, Vidas Secas e São Bernardo o mínimo de metáforas e evocação de imagens transmite o máximo de sensações e emoções. O ascetismo do estilo revela o jeito rude do sertanejo, ou a insofismável crença no lucro do fazendeiro, ou o ódio e o rancor do homem do interior que se adapta à vida na cidade. Fabiano, de Vidas Secas, é, a um só tempo, bicho e homem. O narrador de São Bernardo não tem valores morais, é egoísta e materialista. Luís da Silva, de Angústia, é empurrado do interior para o movimento da cidade, deprimido e frustrado. “Nunca pude sair de mim mesmo”, diz o autor em entrevista. Existem obras – literárias ou artísticas – que explicam o homem. No caso de Graciliano é o contrário que ocorre. O que de mistério poderia existir no homem, ficou reservado para seus romances. Homem que se retira para a cólera, solitário, fugidio. Nele se estabelece que na obra artística ou literária, só o ódio cri
A vida interior
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A vida interior A vida interior de cada um tem luz, tem trevas, tem mistérios, sombras e espectros, tem verdades, compaixão e anjos. É povoado de vários habitantes... E em que o conhecimento ou o autoconhecimento pode nos auxiliar nesse sentido? Em que conhecer a própria vida interior pode nos ajudar? Ter uma rotina atribulada, ter planos urgentes, ter metas irrevogáveis é, a longo prazo, distanciar-se de sua própria vida interior. Por que? Porque demorar-se num ritmo de tempo íntimo consigo mesmo e amparar sua alma e espírito em uma casa que possa ser chamada de lar, é necessário. Esse lar, que é tanto a sua mente quanto o seu corpo, o homem entendido integralmente e holisticamente como um todo, nos mostra o caminho para fazer de si próprio o seu guia interior. O guia interior emerge desse modo, quando damos a ele um espaço de tempo para que possa existir. Pessoas intelectuais teriam mais facilidade para contatar seu mundo interior? Talvez. Se você consegue demorar
Vida cotidiana e vida espiritual
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Vida cotidiana e vida espiritual As pessoas estão se desconectando de Deus, da religião, da espiritualidade ou da fé, para trabalhar, para conviver socialmente ou para se divertir. O mundo como conhecemos é cético e pragmático ao máximo... Ou é complacente e tolerante ao máximo... Mas isto, a médio e longo prazo, só exacerba um fosso, uma separação artificial, um distanciamento que é falso. Espiritualidade e vida social, Deus e trabalho, religião e profissionalismo, fé e diversão, não são opostos. São, na verdade, polos da mesma esfera, faces da mesma moeda. Se estão em diferenciação é porque simplesmente não são a mesma coisa, porém estão na mesma dimensão. Viver ludicamente é possível? Não só é possível, como necessário. Trabalhar prazerosamente é possível? Não só é possível, como necessário. Rezar contemplativamente é possível? Não só é possível, como necessário. Nesse sentido, o cotidiano requer suavidade, leniência, que só pode ser alcançada com
Loucura mundana e loucura divina
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Loucura mundana e loucura divina A ciência atual não faz diferença entre loucura mundana e loucura divina. Loucura é loucura, dizem os médicos especialistas, psiquiatras, psicólogos, psicanalistas e psicoterapeutas em geral. Mas haverá diferença entre esses dois estados? Na Índia há muitas pessoas que trabalharam muito arduamente seu lado espiritual e que quase experimentaram a iluminação. Por não terem um mestre – um mestre verdadeiro, um guru verdadeiro, não um charlatão – para orientá-las ficaram num estado de limbo, nem compreendendo o mundo material, objetivo, nem compreendendo o mundo espiritual, subjetivo. Essas pessoas precisariam apenas de um “pequeno empurrão” e tornar-se-iam iluminadas. Mas para a ciência estão apenas loucas... Segundo o padre Divino Antônio Lopes: “Os santos são chamados pelos mundanos de loucos e fanáticos aqui nesse mundo, mas eles serão tomados de surpresa no dia do julgamento, quando virem os loucos num trono de glória.” Indo mais alé
Sintonia com o divino
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Sintonia com o divino A sintonia com Deus depende de uma rotina ascética, cheia de orações, jejuns e/ou pagamentos de promessas em forma de suplícios? Na verdade, uma rotina de orações, meditações e mantras é necessária para qualquer pessoa, mas o ascetismo em espiritualidade não leva ao aprofundamento dessa espiritualidade. Antes leva a um extremo de atividades que podem trazer hipocrisia e farisaísmo onde se dá valor somente às aparências. Não se trata de leviandade ou negligência, nem de flexibilização exacerbada – própria dos partidários dos sistemas liberalizantes – o famoso “enforquem-se com a corda da liberdade” – mas de saber que quando as cordas de um instrumento musical estão muito retesadas, podem não tocar a música corretamente (um extremo) e quando as cordas desse mesmo instrumento musical estão nem um pouco retesadas, também não conseguiram tocar a música corretamente (outro extremo). Não é possível para o ser humano trilhar o caminho do meio sem a benção d
Revista AVL em Revista
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Revista AVL em Revista - A revista digital da Academia Virtual de Letras António Aleixo. A Revista AVL em Revista Ano III, nessa edição de número 1, vem trazendo textos, artigos, crônicas, contos, entrevistas e poemas dos seus acadêmicos num formato compacto de 30 páginas. Leiam e apreciem!!! Um por todos e todos pela poesia!!! Link para acessar a revista: https://www.recantodasletras.com.br/e-livros/6278788