O escritor e teólogo Leo Vieira (secretário da SAL) foi outorgado com o diploma e a medalha de Honra ao Mérito Teológico, pelo Instituto Teológico Adonai (ITEAD), em Minas Gerais, com reconhecimento da Ordem dos Ministros Evangélicos Nacional (OMEN). A outorga é pelo reconhecimento do trabalho em prol de um mundo melhor e em agradecimento ao apoio e contribuição a causa do ensino teológico no Brasil.
Leo Vieira também é professor, capelão, evangelista, patrono na Academia Brasileira de Ministros Evangélicos e Teólogos (ABMET) e colaborador nos blogs "Pensamento Cristão", "Universo Teísta", "Apologética Cristã", "Cai a Máscara", "Menina dos Olhos de Deus" e "O Evangelho Puro". Todas as atividades são prestadas de forma voluntária.
Para o próximo ano, Leo Vieira prepara o lançamento de um jornal mensal (e virtual) com seções de temática cristã; a publicação de livros religiosos (já prontos) e o registro de uma instituição missionária. Todas esses projetos continuarão a ser realizados sem fins lucrativos.
Sociedade civil de artistas e literatos de São Gonçalo
sábado, 23 de novembro de 2013
terça-feira, 19 de novembro de 2013
Desenvolvendo uma Biblioteca Comunitária
A
principal meta de um escritor é se tornar reconhecido como escritor.
O
principal argumento que possa alegar o ofício do escritor são os seus livros
publicados.
Para
que um escritor tenha muitos livros publicados, é conveniente que ele tenha
livros vendidos.
Para
que um escritor venda muitos livros, é necessário que ele seja um escritor
militante.
Para
ser militante, um escritor precisa escrever muito.
Para
escrever muito, nem sempre um escritor precisa apenas escrever livros.
Se
um escritor não tem como publicar muita coisa, ele pode publicar em blogs.
Se
um escritor publica muita coisa em blogs, ele pode conquistar leitores.
Os
leitores conquistados vão acompanhar o que ele tiver publicado.
Com
as vendas de suas publicações, o escritor pode publicar mais livros.
Com
mais livros publicados, o escritor pode vender mais e poder investir mais.
Se
ainda assim, o escritor achar cansativo e quiser andar mais devagar, vamos
focar então na meta de despesa menor de investimento.
O
escritor precisa se tornar conhecido, mas também precisa fazer boas ações
literárias.
Vou
ensinar a fazer "Heroísmo Literário".
Um
empresário quando se envolve em filantropia, precisa fazer algo pela sociedade
a qual obteve sustento por meio dela. Isso é uma forma de gratidão, além de
abatimento de impostos.
No
caso de nós, escritores, precisamos defender e proteger o nosso espaço
literário,
desenvolvendo os leitores de amanhã (literalmente, porque eles se
interessarão
mais por suas obras).
Uma
das alternativas é preparando a "trincheira" que receberão as nossas
"armas" (livros). Esse arsenal precisa estar bem preparado e nada
melhor que o próprio capitão para fazer essa tarefa tão nobre e digna de
admiração.
Tópico
1: Local
Defina
o espaço que receberá a sua obra e motive os soldados a cuidarem do acervo.
Existem escolas em lugares carentes, condomínios e instituições que não possuem
biblioteca organizada. Se ofereça para desenvolver a atividade, designando
tarefas para professores, funcionários e alunos.
Material:
uma sala com prateleiras, mesa e cadeiras, um fichário e, se possível, um
computador para controle dos livros e dos usuários.
Tópico
2: Organização
Verifique
os livros que estão no local e separe por classificação. Você também pode
designar os funcionários para conseguir doações entre eles. Se a instituição
tiver verba, negocie com as editoras com compra especial com desconto. Se a
instituição for filantrópica, desenvolva a carta timbrada na prefeitura para
que consiga doação.
Tópico
3: Catálogo
Com
as obras reunidas, faça catalogação das mesmas, organizadas por temas nas
prateleiras (ficção, infantil, técnico, enciclopédia, etc)
Cada
aluno deverá fazer uma ficha, a qual ficará registrada virtualmente, ou por
fichário
(nome, RG, CPF, endereço, e-mail e telefone). A retirada dos livros não
terá
custo, mas esboce uma taxa simbólica de multa, caso não seja devolvido no
prazo. A multa não tem intenção de punir o leitor, somente para ressaltar a
responsabilidade.
Fazendo
isso, você terá até o mérito de ter a biblioteca batizada com o seu nome (!).
Depois, visite regularmente e acompanhe as novidades. Crie circuitos
literários, rodas de leitura, palestras, leitura para crianças, entre outras
atividades na biblioteca.
Essa
tarefa é muito nobre e conveniente para cada escritor. O resultado são
reconhecimento, prestígio, respeito e divulgação cultural literária.
Leo Vieira
terça-feira, 12 de novembro de 2013
Mantendo a Ordem na Biblioteca
Lembro-me
muito bem de minha infância, onde a estante era racionada com brinquedos e
livros. Vários livrinhos coloridos foram ganhando espaço a ponto dos brinquedos
serem "despejados" e ganharem um novo lar no baú de madeira. Depois
foram gibis, mais livros e depois comecei a não ter mais espaço para
organizá-los. Minha mãe sugeriu que os que eu não consultava muito ficassem em
uma caixa.
Algum
tempo depois, quando me deu vontade de reler, decidi revisá-los e pra meu
desgosto, alguns deles estavam consumidos de traças. Tratei de providenciar
outra prateleira e lá foram eles de volta para de onde nunca deviam ter saído.
Atualmente,
tenho algumas estantes e prateleiras com muitos livros e uma pequena pilha de
gibis.
É
muito importante desde cedo aprender a cuidar de seu acervo pessoal. Todos nós
devemos ter o espaço pessoal para armazenar nossos livros. O ideal seria um
cômodo próprio para as estantes, com uma poltrona ou puff (para as várias horas
de leitura) e uma escrivaninha (para o caso das anotações). Mantenha o local
bem arejado e iluminado. É importante que a biblioteca também fique sempre
limpa e organizada.
Mas
caso você não dispõe de espaço, faça então com que a sua sala ou o seu quarto
fique organizado para a permanência de suas estantes e prateleiras, assim
também com a sua constante manutenção.
- Organize
os livros de ficção em uma ala própria;
- Livros
de arte, Atlas, dicionários e outros livros volumosos e grandes devem ficar no
alto;
- Não
coloque livros deitados empilhados porque o peso os deformarão com o tempo;
- Somente
revistas e jornais que devem ficar deitados e empilhados e por ordem de
lançamento, com as edições mais recentes por cima;
- Não
deixe os livros no fundo da estante porque acumula poeira, tira a beleza do
acervo e pode dar mau hábito para acomodar e pendurar coisas inúteis;
- Porta-retratos
ficam melhor na escrivaninha. Evite por qualquer outra coisa na
estante;
- Quando
for tirar o pó das estantes e prateleiras, observe se não há alguns livros e
revista de que não precisará mais. Doe-os à uma biblioteca ou instituição.
Bibliotecas,
assim como uma lar e um veículo, também necessitam de manutenção. Saiba dar
atenção, limpeza e atualização de seu acervo sempre que necessário.
Leo Vieira
terça-feira, 5 de novembro de 2013
Dando Potência na Escrita
É
muito comum o "vácuo nas ideias" surgir em algum momento, seja com
quem for. O escritor ficava horas encarando o papel vazio na máquina de
escrever e hoje continua assim, encarando a tela branca do Word. Vamos falar um
pouco sobre prática.
O
aspirante a desenhista começa a encarar o seu maior desafio ao analisar o
desenho complexo permeado de sombras, texturas e detalhes. Ele imediatamente
pensa no tempo e dedicação que gastará para detalhar tudo aquilo. O desenhista
precisa aprender que não se aprende a construir um desenho da forma mais
complexa. Desenho são formas geométricas aplicadas com alguns detalhes. Ele
desenha o "esqueleto" de sua ideia e daí o desenho vai ganhando
forma.
Organize
o tamanho e proporção de sua arte, com linhas horizontais e verticais. Você
agora já sabe o espaço que deverá respeitar ao apresentar o seu desenho.
Depois, esboce as formas geométricas que se assemelharão com o seu desenho,
seja ele um vaso, um carro, um prédio ou um personagem. Círculos, quadrados,
retângulos e cilindros serão desenhados antes de formar o desenho. Em seguida,
comece a desenhar por cima esses detalhes. O seu desenho está ganhando
identidade e vida. A sua arte nasce finalmente.
Não
é tão fácil assim. O bom desenhista é aquele que pratica muito. Repita a
operação e verá que não será tão difícil quanto da última vez. Quando você faz
uma história em quadrinhos, repete tanto o procedimento de desenhar o mesmo
personagem que ele acaba fluindo automaticamente. Charles Schulz
(Peanuts/Charlie Brown) revelou ter desenhado a cabeça redonda do personagem
mais de 50 mil vezes. O que diria os animadores então, sendo que cada segundo
de desenho animado tem em média 24 desenhos por segundo?
Agora,
vamos focar na questão da literatura. Assim como as formas geométricas giram ao
redor de tudo e estão camufladas por todos os cenários no campo visual, as
histórias e personagens também estão disponíveis ao escritor, como se fosse um
gigantesco pomar onírico, só esperando a sua colheita e que você use os
ingredientes para você por a mão na massa na construção e ornamentação de sua
obra.
Se você não tiver ideia alguma do
que começará a escrever, faça um pequeno exercício, como se fosse um hábito.
Comece narrando o dia, como se fosse um diário, mas sob a perspectiva de um
personagem:
"Hoje
acordei com preguiça e sem vontade de fazer nada. Abri a cortina e olhei para a
janela e o dia estava bonito, mas não estava o meu estado de espírito. Fui
tomar café e me arrumei às pressas para mais um dia rotineiro..."
Preencha
tudo isso em uma lauda, focando e mesclando conflitos pessoais com coisas boas,
como se fosse um ritmo. A escrita deve caminhar em um compasso, com surpresas
boas e ruins.
-Apresentação;
-Saindo
na rua;
-Primeiro
conflito;
-Dúvida
e desafio brotando;
-Voltando
para casa;
-Pensativo
sobre o conflito;
-Encontro
com o coadjuvante;
-Problema
paralelo;
-Ápice
do problema e conflitos unidos;
-Solução
do enígma;
-Desfecho.
Esses
tópicos preenchem um conto de 20 ou 25 páginas em formato A5, narrado em
primeira pessoa, na qual é mais difícil, por não poder expandir tanto nos
demais personagens. No caso de uma obra em terceira pessoa, a obra pode ficar
muito maior, porque o autor pode narrar e apresentar outros personagens, em
várias perspectivas e até recheá-la com histórias paralelas. Primeiro faça
teste com crônicas menores. Depois passe para contos deste exemplo. Quando se
sentir mais seguro, desenhe as "formas geométricas" de sua obra e com
o "esqueleto" pronto (esboço do início, meio e fim) determine os
personagens que participarão e siga em frente com a escrita. Nunca escreva sem
rumo e sem conceito do que quer passar e para onde vai chegar. Não se comporte
como um viajante sem rumo. Tenha em mãos o "mapa" de sua obra.
Boa
sorte e boa viagem!
Leo Vieira
Membro e Secretário da SAL
segunda-feira, 4 de novembro de 2013
Espécie marinha exótica é reencontrada na Baía de Guanabara após 17 anos
Débora Motta
Divulgação |
|
Ciona intestinalis costuma competir com outras espécies marinhas por espaço, comida e oxigênio |
A introdução de espécies marinhas exóticas em um novo ecossistema pode trazer efeitos negativos. De acordo com Skinner, dois casos que ilustram os prejuízos causados pela introdução dessas espécies em novos habitats são o mexilhão-zebra, nos Estados Unidos, e o mexilhão dourado, na Bacia do Prata: "A introdução do pequeno bivalve (mexilhão), conhecido como mexilhão-zebra, na região dos Grandes Lagos dos Estados Unidos trouxe impactos econômicos da ordem de um bilhão de dólares anual para o seu controle. A invasão do mexilhão dourado, outro molusco, também traz grandes prejuízos na Bacia do Prata. Esses animais se proliferam e entopem dutos de transporte de água e de escoamento da rede de esgoto, além de reduzirem a passagem da água nas usinas hidrelétricas."
No caso da Ciona intestinalis, o biólogo ainda não observou danos ao ecossistema marinho da baía, mas não descarta a possibilidade de efeitos negativos. "Embora não represente nenhum problema aparente para o ecossistema da Baía de Guanabara, em muitos locais do mundo, como na Austrália, a Ciona é conhecida por competir por espaço, alimento e até por oxigênio com outras espécies nativas, impedindo seu crescimento e até mesmo reduzindo a biodiversidade. Ela pode inclusive levar à morte espécies de interesse comercial, como mexilhões e ostras, principalmente em cultivos", alerta.
Divulgação |
|
Armadilha colocada no mar isola a espécie exótica dos peixes, predadores naturais |
Além de avaliar a espécie exótica, a pesquisa – enviada para análise do periódico britânico Journal of Marine Biology Association of United Kingdom – tem como objeto de estudo outros animais da fauna marinha. "O estudo, que tem prazo previsto até o fim do próximo ano, também propõe ampliar os conhecimentos sobre a diversidade da fauna marinha em diversos pontos da Baía de Guanabara, para conhecer melhor o ecossistema e relacioná-lo com os impactos da poluição orgânica e industrial", diz Skinner. Ele adianta que outras espécies marítimas exóticas devem ser registradas no local durante a pesquisa.
© FAPERJ – Todas as matérias poderão ser reproduzidas, desde que citada a fonte.
terça-feira, 29 de outubro de 2013
Como ser eficiente na escrita?
Ando
apresentando diversas dicas úteis sobre como organizar melhor suas construções
literárias. Como em qualquer outro trabalho, é comum surgir um momento de
cansaço, indisposição, desatenção, entre outro empecilhos. Neste caso, seguem
dicas importantes para desenvolver melhor suas atividades.
No
teatro e na academia, ficamos um tempo de aquecimento. Da mesma forma, na escrita
precisamos de tempo para preparação. Alternar atividades paralelas atrasam
muito e despreparam a mente. Portanto, cuide de um texto de cada vez.
Assim
como as máquinas que esquentam, nossa mente também sobrecarga e o nível de
atenção diminui, provocando perda de concentração (aquele "branco"
nas ideias e vácuo na escrita). Beba água, café e vá para a janela. Permita um
intervalo de 5 minutos a cada hora.
Mesa
com muitos papeis e objetos também não ajudam no momento de escrita. Mantenha
tudo limpo, organizado e acessível. Procure digitar sem nenhum navegador
aberto, nem que seja para habitual pesquisa.
Coloque
em prática as ideias e verá como será produtivo seu tempo e quão notável ficará
a qualidade de suas obras.
Leo Vieira
Membro e secretário da SAL
Dia Nacional do Livro
No dia 29 de outubro é comemorado o dia nacional do livro.
Para a primeira biblioteca do Brasil, Portugal disponibilizou um acervo bibliográfico muito rico, vindos da Real Biblioteca Portuguesa, com mais de sessenta mil objetos. O acervo era composto por medalhas, moedas, livros, manuscritos, mapas, etc.
As primeiras acomodações da Biblioteca foram em salas do Hospital da Ordem Terceira do Carmo, na cidade do Rio de Janeiro.
A escolha da data foi em razão da transferência da mesma para outro local, no dia 29 de outubro de 1810, fundando-se assim a Biblioteca Nacional do Livro, pela coroa portuguesa.
Da data da fundação até por volta de 1914, para se fazer consultas aos materiais da biblioteca era necessária uma autorização prévia.
Os livros são um conjunto de folhas impressas, onde o escritor coloca suas ideias, a fim de deixá-las registradas ou para que outras pessoas possam tomar conhecimento das mesmas. Eles podem variar no gênero dos textos apresentados, sendo documentário, romance, suspense, ficção, autoajuda, bíblico, religioso, poema e poesia, disciplinas escolares, profissões e uma infinidade de áreas.
Para se publicar um livro, o autor deve procurar uma editora a fim de apresentar seu material, que deverá estar devidamente registrado em cartório, para garantir os direitos autorais.
A editora se encarrega de fazer a correção do texto, de acordo com as normas cultas da língua, além de sugerir algumas melhoras ao mesmo. Após a edição do texto, a editora cuida do título da obra, que deve servir como atrativo ao público, passando então para o preparo da capa, através da ilustração, impressão da quantidade de volumes e montagem dos exemplares.
A editora também é responsável pela divulgação do material, pois é de seu interesse vender o produto.
Após a criação da prensa tipográfica, por Johannes Gutenberg (1398-1468), deu-se a publicação do primeiro livro em série, que ficou conhecido como a Bíblia de Gutenberg. A obra foi apresentada em 642 páginas e a primeira tiragem foi de duzentos exemplares. Essa invenção marcou a passagem da era medieval para a era moderna.
O primeiro livro publicado no Brasil foi Marília de Dirceu, escrito por Tomás Antônio Gonzaga. Na época, o imperador do país fazia uma leitura prévia dos mesmos, a fim de liberar ou não o seu conteúdo, funcionando como censura.
Em 1925, Monteiro Lobato, escritor e editor, autor do Jeca Tatu e do Sítio do Picapau Amarelo, fundou a Companhia Editora Nacional, trazendo grandes possibilidades de crescimento editorial para o Brasil.
Jussara de Barros
Pedagoga -Brasil Escola
quarta-feira, 16 de outubro de 2013
Quando a mente trava
É
muito comum o "vácuo nas ideias" surgir em algum momento, seja com
quem for. O escritor ficava horas encarando o papel vazio na máquina de
escrever e hoje continua assim, encarando a tela branca do Word. Vamos falar um
pouco sobre prática.
O
aspirante a desenhista começa a encarar o seu maior desafio ao analisar o
desenho complexo permeado de sombras, texturas e detalhes. Ele imediatamente
pensa no tempo e dedicação que gastará para detalhar tudo aquilo. O desenhista
precisa aprender que não se aprende a construir um desenho da forma mais
complexa. Desenho são formas geométricas aplicadas com alguns detalhes. Ele
desenha o "esqueleto" de sua ideia e daí o desenho vai ganhando
forma.
Organize
o tamanho e proporção de sua arte, com linhas horizontais e verticais. Você
agora já sabe o espaço que deverá respeitar ao apresentar o seu desenho.
Depois, esboce as formas geométricas que se assemelharão com o seu desenho,
seja ele um vaso, um carro, um prédio ou um personagem. Círculos, quadrados,
retângulos e cilindros serão desenhados antes de formar o desenho. Em seguida,
comece a desenhar por cima esses detalhes. O seu desenho está ganhando
identidade e vida. A sua arte nasce finalmente.
Não
é tão fácil assim. O bom desenhista é aquele que pratica muito. Repita a
operação e verá que não será tão difícil quanto da última vez. Quando você faz
uma história em quadrinhos, repete tanto o procedimento de desenhar o mesmo
personagem que ele acaba fluindo automaticamente. Charles Schulz
(Peanuts/Charlie Brown) revelou ter desenhado a cabeça redonda do personagem
mais de 50 mil vezes. O que diria os animadores então, sendo que cada segundo
de desenho animado tem em média 24 desenhos por segundo?
Agora,
vamos focar na questão da literatura. Assim como as formas geométricas giram ao
redor de tudo e estão camufladas por todos os cenários no campo visual, as
histórias e personagens também estão disponíveis ao escritor, como se fosse um
gigantesco pomar onírico, só esperando a sua colheita e que você use os
ingredientes para você por a mão na massa na construção e ornamentação de sua
obra.
Se você não tiver ideia alguma do
que começará a escrever, faça um pequeno exercício, como se fosse um hábito.
Comece narrando o dia, como se fosse um diário, mas sob a perspectiva de um
personagem:
"Hoje
acordei com preguiça e sem vontade de fazer nada. Abri a cortina e olhei para a
janela e o dia estava bonito, mas não estava o meu estado de espírito. Fui
tomar café e me arrumei às pressas para mais um dia rotineiro..."
Preencha
tudo isso em uma lauda, focando e mesclando conflitos pessoais com coisas boas,
como se fosse um ritmo. A escrita deve caminhar em um compasso, com surpresas
boas e ruins.
-Apresentação;
-Saindo
na rua;
-Primeiro
conflito;
-Dúvida
e desafio brotando;
-Voltando
para casa;
-Pensativo
sobre o conflito;
-Encontro
com o coadjuvante;
-Problema
paralelo;
-Ápice
do problema e conflitos unidos;
-Solução
do enígma;
-Desfecho.
Esses
tópicos preenchem um conto de 20 ou 25 páginas em formato A5, narrado em
primeira pessoa, na qual é mais difícil, por não poder expandir tanto nos
demais personagens. No caso de uma obra em terceira pessoa, a obra pode ficar
muito maior, porque o autor pode narrar e apresentar outros personagens, em
várias perspectivas e até recheá-la com histórias paralelas. Primeiro faça
teste com crônicas menores. Depois passe para contos deste exemplo. Quando se
sentir mais seguro, desenhe as "formas geométricas" de sua obra e com
o "esqueleto" pronto (esboço do início, meio e fim) determine os
personagens que participarão e siga em frente com a escrita. Nunca escreva sem
rumo e sem conceito do que quer passar e para onde vai chegar. Não se comporte
como um viajante sem rumo. Tenha em mãos o "mapa" de sua obra.
Boa
sorte e boa viagem!
Leo Vieira
Escritor
Secretário da SAL
quarta-feira, 9 de outubro de 2013
Recriando Literatura Fantástica
Ultimamente, na Literatura e nos cinemas (onde é muito
mais evidente) a literatura fantástica está tomando espaço no reinvento de
remake de muitos enredos do passado.
Isso está cada vez mais comum em um mercado onde a
criatividade parece estar um tanto quanto saturada e o público busca mais uma
novidade mais visual. Infelizmente, nos livros se tem visto isso também, cujo
títulos embarcam na onda de outros livros mais populares. Até mesmo o "50
Tons de Cinza", de E.L. James, ganhou versões semelhantes no mesmo gênero
e enredo. A série Crepúsculo, de Stephenie Meyer, também deu uma cria imensa,
com direito a prateleira própria reservada para temas vampirescos em diversas
livrarias.
No cinema, a aposta para aproveitar um tema com mais
criatividade é apelar para a literatura fantástica. Um exemplo muito claro é
"Avatar", de James Cameron. Ao analisar o roteiro, vemos que não tem
nada de original. É a mesma história de "O Último dos Moicanos",
"Dança com Lobos" e "O Último Samurai". Um personagem se
infiltra com uma tribo inimiga e acaba se voltando contra os seus compatriotas.
No caso do "Avatar" apenas incrementaram com uma vasta tecnologia e
surrealidade, transformando a ideia original (tribo indígena), por uma tribo
alienígena em um planeta distante.
Star Wars é uma história de faroeste no espaço, Star Trek
é uma história de expedição também com o espaço como cenário. O esqueleto é o
mesmo, porém a inserção de vísceras para
sustentar o corpo da história é diferente. Mas no aspecto comparativo são todos
iguais. A criatividade do autor que vai diferenciar.
Compare os detetives da literatura. Existem vários. Mas
também parece que todos são muito diferentes. Isso porque cada autor procura se
atentar às semelhanças literárias e focar o seu estilo na construção das obras.
O americano Robert Langdon (de Dan Brown) e o português Tomás Noronha (de José
Rodrigues dos Santos) são personagens extremamente parecidos. Ambos são
professores universitários e sempre são convidados para solucionar enigmas, que
acabam tomando proporções no nível de Indiana Jones. Porém a grande diferença
deles estão no estilo literário. Enquanto Robert Langdon é narrado por diversos
labirintos e um desfile de curiosidades durante o decorrer das páginas, Tomás
Noronha atravessa a aventura em uma narrativa mais verossímil, com aspecto de
texto de reportagem jornalística, fazendo o leitor até mesmo acreditar em
certos pontos da ficção.
Ao aproveitar uma ideia já conhecida, estude e pesquise
muito. A receita do bolo é a mesma, porém a sua habilidade que tornará o
quitute mais especial. Tenha boa dosagem ao confeitar a escrita para garantir
bom apetite na leitura!
quarta-feira, 2 de outubro de 2013
Feira de Livros
Estamos tendo em alguns Estados a Bienal do Livro, que é um circuito literário
onde muitas editoras e escritores aproveitam para se promoverem. O evento conta
com a ajuda e apoio do governo e de grandes empresas.
A
Bienal também é uma ótima oportunidade de conhecer as novidades literárias,
além de escritores famosos (e até tirar fotos com eles), adquirir bons livros
acessíveis (até mesmo autografados na hora!) e passar ótimos momentos em
confraternização com outros amantes da leitura e da literatura.
Infelizmente,
evento desses tipos não são para todos. Com o tempo a Bienal foi ficando mais
tomada por burocracias e os custos para aluguel de stands têm se tornado alto
demais e para quem ainda não têm uma editora para apoio, acaba se tornando mais
caro.
Seria
muito bom que as prefeituras se mobilizassem para as feiras literárias
populares, onde pudessem cuidar e coordenar espaço e instalações, apoiando
escritores iniciantes, que cuidariam em providenciar apenas os seus lotes de
livros. Eu tenho feito isso, coordenando dois projetos literários em minha
cidade, mas seria melhor se outros escritores também abraçassem essa nobre
causa.
DICAS:
-
Participe de eventos culturais e literários em sua cidade. Não adianta querer
criar algo, estando por fora do que acontece por perto;
-
Pesquise como são organizadas as Bienais e outras feiras de livros em outras
cidades (várias fontes na internet e nas prefeituras). Leia os releases,
organogramas, e outras fontes de informação, porque irá "fermentar" as
suas ideias;
-
Faça um bom curso de elaboração de projetos e captação de recursos. Existem até
cursos gratuitos promovidos pela prefeitura de sua cidade. Isso é bom porque
além do aprendizado, lhe ajudará a conhecer mais pessoas também com a mente
interessada em desenvolver ideias;
-
Participe das reuniões abertas ao público na Secretaria de Cultura e Educação.
Formule ideias, projetos e faça acontecer. Se algo não for concretizado, você
pode vir a ser convidado a participar de algum outro projeto cultural;
- Se
você acha que não aprendeu o suficiente a formular e desenvolver projetos,
contrate então o serviço profissional. Além do reconhecimento, coordenar
projetos profissionais se torna algo nobre e biográfico para a sua carreira
literária.
E
por fim, não tenha medo. Pense, planeje e haja! Existe um caminho muito
estreito e acidentado (um pouco espinhoso também) que somente poucos se atrevem
a percorrê-lo. É o caminho da realização que o levará ao posto da conquista.
Leo Vieira é autor do livro
"Alecognição", pela Editora Lexia.
Membro e secretário da Sociedade de Artes e Letras (SAL) de São Gonçalo e patrono na Academia Gonçalense de Letras, Artes e Ciências (AGLAC)
Membro e secretário da Sociedade de Artes e Letras (SAL) de São Gonçalo e patrono na Academia Gonçalense de Letras, Artes e Ciências (AGLAC)
Escritor acadêmico em várias Academias e
Associações literárias; ator; professor; Comendador; Delegado Cultural em São
Gonçalo e Doutor em Teologia e Literatura.
terça-feira, 24 de setembro de 2013
Aprendendo com os Gênios Literários
Esse
é um ponto delicado que espero que abra os olhos e dê uma "sacudida"
em alguns escritores iniciantes. Com que frequência e/ou intensidade que um
escritor precisa escrever e publicar suas obras?
Esse
artigo também pode ser aplicado para todas as classes em geral, porque a arte
caminha junta e serve de modelo da mesma forma. Um artista precisa aparecer
(não estou falando somente de publicidade, até porque uma insistente campanha
já conhecida pode se tornar chata), porém com novidades.
Antes
de tudo, o artista precisa ter foco. Se ele não souber aonde quer chegar, se
perderá no caminho, ficará estacionado nas ideias e voltará, abandonando o
desafio.
Walt
Disney passou por muitos desafios e impasses, até finalmente produzir o seu
primeiro longa metragem de animação, em 1937;
Maurício
de Sousa ficou mais de uma década produzindo tiras de quadrinhos do seu próprio
bolso, até finalmente produzir sua primeira revista em quadrinhos em cores, em
1970;
Roberto
Bolaños (Chespirito) escreveu e produziu muitas esquetes e vídeos com baixo
orçamento até conseguir propagação mundial.
É
claro que existem muitos outros gênios artísticos que poderiam entrar na lista,
mas resolvi selecionar os mais contemporâneos para empregar o exemplo em comum.
Os três, além de também serem escritores, eram insistentes e sabiam muito bem
aonde queriam chegar. Além de tudo, eles têm uma família de personagens para
comercializar através de produtos licenciados. É só ver como a Disney, a Turma
da Mônica e agora a versão cartoon do Chaves é tão divulgada através de
produtos e brinquedos.
Agora
vamos usar outros artistas que não quiseram ir tão adiante no mercado de
licenciamento: Daniel Azulay, que chegou a ter mais de 150 produtos licenciados
com a "Turma do Lambe Lambe" na década de 1970, preferiu ir no
seguimento das oficinas de desenho e das artes plásticas; e o Ziraldo, que teve
muito espaço nos quadrinhos, com a "Turma do Pererê" e o "Menino
Maluquinho", continua com seus trabalhos nas colunas e ilustrações. Um
detalhe é que os dois citados são da mesma época do Maurício de Sousa, que
publica no mínimo 30 gibis por mês.
O
foco no projeto é muito importante. Assim como o Maurício de Sousa escreveu,
desenhou e publicou muito (com equipe), o escritor que quer ter um volume de
trabalhos agregados em sua biografia precisa também ter publicação,
independente do rumo de suas vendas. Cada artista vai tomando o seu rumo com o
passar do tempo, mas todo escritor
precisa fazer o mesmo; escrever sempre!
Livros,
crônicas, colunas, resenhas, blogs e o que mais a internet permitir. Não tenha
preguiça e não resmungue se por acaso alguém for ler ou não o seu artigo.
Quando alguém finalmente gostar do que você escrever (como este artigo, por
exemplo), a primeira coisa que fará será pesquisar mais sobre o autor, e com
isso, encontrará uma biografia e uma lista de outras coisas. É o primeiro passo
nesta grande caminhada.
Não
desanime.
Leo Vieira é autor do livro "Alecognição", pela Editora Lexia.
Escritor acadêmico em várias Academias e Associações literárias; ator; professor; Comendador; Delegado Cultural em São Gonçalo e Doutor em Teologia e Literatura.
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