sábado, 30 de setembro de 2017

Como a transgressão se tornou um cliché da arte contemporânea

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Surgiu
ao redor dos modernistas uma classe de críticos e empresários prontos
para explicar por que não é uma perda de tempo admirar uma pilha de
tijolos, ou sentar calmamente para ouvir dez minutos de um som
excruciante, ou para estudar um crucifixo conservado em urina.


Para
convencer si próprios que eram os verdadeiros progressistas, que andam
na vanguarda da história, os novos empresários se cercaram de outros
da sua laia, promovendo-os a todos os comitês que eram relevantes para
seu status, e esperando para serem promovidos em troca. Assim surgiu o
establishment modernista – um círculo isolado de críticos que formam a
espinha dorsal das nossas instituições culturais.


“Originalidade”,
“transgressão” e “trilhando novos rumos”. Esses são termos de rotina
emitidos por burocratas dos conselhos de arte e pelo establishment dos
museus sempre que eles querem gastar dinheiro público em alguma coisa
que jamais sonhariam em ter na sala de casa. Mas esses termos são
clichês, assim como as coisas que eles costumam elogiar. Portanto a
luta contra o clichê acaba em clichê, e a tentativa de ser genuíno
resulta em falsidade.


Para quem lê em inglês, o original deste belo ensaio está aqui













 fonte: Politicamente Incorreto

quarta-feira, 27 de setembro de 2017

José A. Kuesta



José A. Kuesta

Toda a herança mágica, mística, mitológica e histórica do Egito Antigo fascinam nosso artista mestre José A. Kuesta.  Mais do que isto, todo esse legado egípcio antigo é representado, transformado e reconfigurado.  Numa releitura de seus símbolos em criação totalmente original e afinada com o zeitgeist, esse nosso caldo cultural diversificado e abrangente contemporâneo, José A. Kuesta nos mostra o que de mistério, expressividade e criatividade pode advir desta abordagem.
O abstracionismo do artista é de uma singularidade sem igual e é realizado de forma completamente atual, como já disse.  Isto se dá, a partir de cores e manchas, colagens, grafismos, traços, carimbos, num amálgama de elementos gráfico-visuais e pictóricos, cuja influência pode ser encontrada em vários lugares.  Paul Klee, o expressionismo abstrato e a própria história do Egito Antigo são algumas destas influências que também ganham maior corpo quando da sua aproximação com a tendência da arte abstrata dentro da arte informal, chamada pintura matérica.  A pintura matérica é uma vertente pictórica que surgiu após a Segunda Guerra Mundial, desenvolvida primeiramente na França, com os trabalhos dos artistas Fautrier e Dubuffet.  Suas composições utilizam, na pintura, conjuntos de cortes, furos ou rasgos.  Também são utilizados nesse tipo de arte, materiais diferentes tradicionais, incluindo: quadro, areia, sucata, trapos, madeira, serragem, vidro ou gesso. A arte de Dubuffet, por exemplo, ficou conhecida como Arte Brut.
José A. Kuesta demonstra total maestria nessas composições, de um estilo inconfundível, que se assemelham a documentos antigos, sendo repaginados e reformulados para o nosso tempo.  De um modo inteiramente novo e sem falsas concessões a um ou outro determinado conceito estético da moda, o artista faz com que nos deparemos com o inevitável do abstracionismo: a pintura é tinta e papel, bem como outros materiais.  Mas além, disto, a pintura é sonho, é divagação, é força e é infinidade de muitos modos diferentes. Aliás, a própria escolha do Egito Antigo como base inspiradora, é, a um só tempo, reveladora de seu conhecimento das chaves esotéricas, únicas em todo o planeta Terra – só comparáveis às chaves esotéricas da Índia e da antiga Pérsia, atual Irã, porque efetivamente nenhuma outra tradição, além destas três, as possui – e de suas consequências, principalmente estéticas.  Não é à toa que quando perguntado sobre que frase poderia representar sua visão artística, José A. Kuesta respondera: “A arte é uma forma de religião”.

Mauricio Duarte

Contatos com o artista:
Galeria de Arte Saatchi: www.saatchiart.com/joanku