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terça-feira, 2 de julho de 2019

AVL em revista no. 2

 
 


AVL em revista no. 2 - IV Ano - julho de 2019


A nossa AVL em Revista chega a sua segunda edição. Está recheada de muito conteúdo literário e, claro, poético. São artigos e poemas em 43 páginas de puro deleite dos Acadêmicos da nossa AVL (Academia Virtual de Letras António Aleixo). Confira.

https://issuu.com/academiavirtualdeletrasavl/docs/revista_avl_2_-_julho_de_2019

quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Relevância Histórica da Gestalpedagogia: Estudo Qualitativo das Influências Teóricas da Gestalpedagogia em Aprendizagem no Ensino Superior Brasileiro



Publicado o artigo científico de minha autoria, Mauricio Duarte, na Revista Acadêmica . Relevância Histórica da Gestalpedagogia: Estudo Qualitativo das Influências Teóricas da Gestalpedagogia em Aprendizagem no Ensino Superior Brasileiro

A Revista Acadêmica Online, com prazer, apresenta o trabalho intitulado "Relevância Histórica da Gestalpedagogia: Estudo Qualitativo das Influências Teóricas da Gestalpedagogia em Aprendizagem no Ensino Superior Brasileiro", de lavra dos pesquisadores Maurício Antonio Veloso Duarte, Pós-Graduado, na modalidade Lato Sensu, em Docência no Ensino Superior pelo convênio UCDB/Portal Educação; e Tânia Rocha Nascimento, Professora e Mestre da Universidade Católica Dom Bosco, Orientadora de Trabalho de Conclusão de Curso no programa de Pós-Graduação, Lato Sensu, da UCDB/Portal Educação.
O objetivo principal da pesquisa foi estabelecer a relevância histórica da Gestaltpedagogia no ensino/aprendizagem brasileiro no que se refere aos seus aspectos teóricos.  Os estudos e as publicações na área da pedagogia a respeito da Gestalt aplicadas à abordagens teóricas conhecidas, utilizadas e/ou registradas em publicações foram analisadas com o intuito de elaborar trabalho bibliográfico e qualitativo, fundamentado em fontes secundárias, sendo este, um primeiro passo da investigação.  Aponta-se ainda, as resoluções e os caminhos abertos por essa vertente em educação do ensino superior e em áreas correlatas como artes, cultura, percepção visual e espiritualidade/religião.  Também, pretendeu-se relacionar os pontos de contato entre a Gestaltpedagogia e os trabalhos de Carl Rogers em Humanismo e Paulo Freire em Pedagogia do Oprimido.


Leia mais: https://www.revistaacademicaonline.com/products/relevancia-historica-da-gestalpedagogia-estudo-qualitativo-das-influencias-teoricas-da-gestalpedagofia-em-aprendizagem-no-ensino-superior-brasileiro/

quinta-feira, 5 de julho de 2018

Sintonia com o divino



Leia o texto "Sintonia com o divino" de minha autoria, Mauricio Duarte, na Revista Divulga Escritor no. 35 . Revista Literária da Lusofonia . Uma revista maravilhosa tanto em conteúdo quanto em design .

https://issuu.com/smc5/docs/35_divulga_escritor_revista_literar/105

domingo, 13 de maio de 2018

Mãe: nossa alma feminina


Minha participação especial na Revista Divulga Escritor em sua 34a. edição com o texto em homenagem às Mães, Mãe: Nossa Alma Feminina, de minha autoria, Mauricio Duarte.


Mãe: nossa alma feminina

Se fosse possível representar o conceito de Mãe com um dos elementos constitutivos da nossa existência, ou da nossa essência, a Mãe seria a nossa alma. Não seria o nosso corpo, repleto de necessidades físicas, nem o nosso espírito, repleto de diretrizes puras.  Seria a nossa alma... A alma é que cuida dos detalhes da nossa vida.  Embora não tenha um centro, ela procura as virtudes modestas e protetoras, ela cuida da totalidade da vida, trazendo o local adequado, que é central e limitado.  Ela é emoção total, concedendo gosto, contato e habitação ao espírito.  O espírito poderia ser o Pai, seguindo essa trajetória de “brincadeira na representação”. E por sua vez, o espírito torna a alma mais leve, capaz de desfrutar o mundo sem ser ferida pelo mesmo mundo de forma séria.  No final das contas, precisamos dos dois, alma e espírito, para que o corpo – “homem” ou “mulher” e não “Pai” ou “Mãe” – possa tornar-se um indivíduo, crescendo com seu caráter e integridade.
As mães, nossas almas, nos mostram os afazeres domésticos, como lavar pratos e varrer a casa e as pausas, para tomar café e para ouvir os passarinhos no quintal, como elementos necessários, não só emotivos, não só carinhosos, mas fundamentais para a vida de todos e de cada um.  A alma se funde com a jardinagem, com a leitura, com a brincadeira, ela é emoção.  A Mãe nossa que sempre olha e protege todos nós.
Para o Pai – o espírito – está certo ler o jornal e cuidar do mundo, dos negócios, do turbilhão da existência.  Mas para a Mãe – a alma – isto é demais.  A Mãe anseia ver o cotidiano, o aqui e o agora, ela tem raízes, ela é nossa Terra, Mãe Terra.
A Terra lembra-nos que não somos perfeitos – quantas vezes sua mãe apontou o que você deveria ter feito e não fez? – mas podemos ser completos – quantas vezes você teve que recorrer ao colinho de mamãe nas dificuldades da vida? – e, em última instância, nós somos a Terra.  O grito do vendedor de laranjas lá fora na rua, somos nós; o zumbido do besouro que passa perto, somos nós; a música de fundo no rádio esquecido ligado, somos nós; as pedras, sonolentas pedras, sempre pedras, somos nós...A Mãe é esse cabedal de inteireza e completude que nos invade suavemente quando permitimos ver a vida com deslumbramento.
O contrário também poderia ser, nessa “brincadeira da representação”, mas deixemos a Mãe sendo nossa alma por ora...  Dar à luz e cuidar da cria, das crianças, é gerar e nutrir, apoiar e proteger.  Olhemos mais detidamente e mais amorosamente para nossas Almas-Mães.  Elas certamente gostarão e nos retribuirão com todo o seu amor.  Paz e luz.

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)


Referências bibliográficas:

A luz dentro da escuridão . Zen, alma e vida espiritual . John Tarrant .Rocco . Rio de Janeiro . 2002

Sexo . Em busca da plenitude .Osho .Cultrix . São Paulo . 2002


Leia mais: https://issuu.com/smc5/docs/34_divulga_escritor_revista_liter_r/96

quarta-feira, 14 de março de 2018

Revista AVL em Revista

Revista AVL em Revista - A revista digital da Academia Virtual de Letras António Aleixo.




A Revista AVL em Revista Ano III, nessa edição de número 1, vem trazendo textos, artigos, crônicas, contos, entrevistas e poemas dos seus acadêmicos num formato compacto de 30 páginas. Leiam e apreciem!!! Um por todos e todos pela poesia!!!

Link para acessar a revista: 

sábado, 9 de dezembro de 2017

Participação especial na Revista Divulga Escritor no. 31 . A arte de comunicar e a necessidade de referências

Leia o novo texto de minha autoria como participação especial na Revista Divulga Escritor no. 31 .

https://issuu.com/smc5/docs/31_divulga_escritor_revista_liter__/114




A arte de comunicar e a necessidade de referências

Comunicar é o que mais se faz hoje em dia. Nunca tantos estiveram tão conectados a outros tantos como atualmente.  A facilidade da comunicação hodierna rompeu todas as barreiras geográficas, econômicas, sociais e políticas.  Até certo ponto estas frases anteriores podem ser verdadeiras...  Mas na realidade a comunicação digital, online, ligada à computação e todas as outras mídias relacionadas não trouxeram para todos o entendimento que poderia ter sido alcançado. Nem a globalização, nem as mudanças no comportamento ou qualquer outra novidade trouxeram este entendimento tão ansiosamente esperado.
Comunicar é o que menos se faz.  Ou o que se faz raramente.  Porque fazer circular conhecimentos e inovações tem que ser realizado de forma proveitosa.  O que não é o caso.  O conhecimento e as inovações são divulgadas, mas sem inteligência, sem critério e... sem proveito.  A conexão de todos com todos é reduzida a grupelhos de interesses – pessoais e/ou coletivos – que atomizam a atuação ou a compreensão de todos. O resultado é que “a praça” está morrendo, se é que já não morreu.  A “praça pública”, o jornal – compartilhado – a revista – digital ou impressa – o rádio, a TV, todos os veículos de comunicação são segmentados em n grupos a escolha do usuário hoje em dia. Se isto é bom por um lado, por outro é desastroso.  É raro o conhecimento compartilhado que existia há algum tempo atrás.  Fecham-se todos em seus próprios interesses... As barreiras geográficas, econômicas, sociais e políticas nunca se tornaram tão fortes quanto nesses tempos de terrorismo, muros de Donald Trump e violência generalizada.  Eu poderia enumerar outros argumentos, mas acredito que não é necessário.  O leitor pode entender perfeitamente onde eu quero chegar.
Tudo está perdido? Não, longe disso.  Mas é preciso entender que quantidade não é qualidade, que informação não é conhecimento e que as pausas – ou silêncios – fazem parte da comunicação verdadeira.  Preencher todos os espaços de informação – o capitalismo é mestre nisso – não é garantia de que esta informação irá ser entendida, compreendida e quem dirá, aceita e/ou utilizada, transformada.  Para que se tenha uma reflexão crítica do que se quer comunicar – e que essa reflexão seja recebida, decodificada e modificada de acordo com cada pensamento – faz-se mister que haja uma referência, um ponto de referência cultural, social, econômico e/ou político, cuja consideração não esteja limitada à toda relativização, todo o tempo, como se faz atualmente em todas as esferas.  Para mim, essa referência é Deus, a espiritualidade ou o sagrado.  Cada um deve encontrar sua própria referência... Afinal, a comunicação se dá por comparação ou contraste. Nesse sentido, saber o seu lugar no universo depende sobretudo de referências. 
Portanto, é importante tornar claro que as mídias digitais – e outras novidades tecnológicas – estão aí para nos ajudar e nos tornar mais livres; bem como as mudanças sociais, na maior parte do tempo – ou assim deveria ser – porém não é o que vem acontecendo. Mudar essa sina de subutilização da comunicação é compreender profundamente que nossa humanidade, nosso lado humano deve ser lembrado sempre e que comunicar é uma arte.  Que tenhamos a comunicação adequada implementada em nossos veículos midiáticos e outros, com sabedoria e oportuno proveito para todos.  Paz e luz.


Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)

segunda-feira, 10 de abril de 2017

Spiga



Spiga

Uma explosão de cores! Força, dinamismo, originalidade... Em uma palavra... audácia!  Assim é a pintura de Spiga.  Criação que nos remete às vicissitudes e agruras da vida, às dificuldades, mas sobretudo ao gesto transversal da vida,  a vida levada aos extremos, engolida aos grandes pedaços; com uma garra inquebrantável...
Pigmentos sobre pigmentos.  A mancha do “deformismo” – palavra criada pelo próprio artista – que enlaça e desenlaça ao mesmo tempo... Criatura e criador num só universo; interagindo como numa dança que pode ser tanto o balé clássico como uma festa do congado, passando pelo frevo pernambucano ou pelo samba de uma escola de samba carioca.  A composição é fluída, é sempre fluída, sempre nos leva de uma ponta a outra da tela, em expressividade fora do comum.
A cor é o próprio tema de muitas composições do artista, como em Paul Klee e em Miró.  E são cores intensas, como em Kandinsky.  Mas que não se engane quem vislumbra suas peças: Spiga é original, não há nem nunca houve igual... Autodidata por natureza, vocação e escolha própria, o pintor não se inspira em nenhum outro.  “Sou adepto de minhas criações”, dispara certeiro quando perguntado sobre alguma influência.  Para ele, “a arte não tem restrição.” E tudo pode ser testado, experimentado, questionado e... deformado.  “Quero encontrar um ponto entre o abstrato e o deformismo”, conclui mais longamente sobre obras atuais.
Spiga tem uma trajetória muito rica de 45 anos na pintura!  Sua maestria das formas, cores e linhas transpassa cada pincelada, cada mirada ao longo da criação... E nada escapa ao seu olhar...
Juazeiro do Norte, cidade dos romeiros de Nossa Senhora das Candeias, possui uma nova/antiga luz, a luz de Spiga, filho querido do Ceará, que ilumina e engrandece o olhar de quem se detém em suas criações... Longa vida ao nosso experimentador/artista/pintor do alto de sua maturidade artística!

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)

Contatos com o artista:
Telefone : (88) 988072953
Atelier: Rua Pio X 937 – Centro – Juazeiro do Norte, Ceará


sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Coluna Visuális - Revista Sinestesia

Visite a Revista Sinestesia e leia a minha Coluna Visuális que está estreando: 




Isabela - Aquarela da Artista Maria Cecilia Camargo
que tem o trabalho artístico enfocado na Coluna.

domingo, 8 de janeiro de 2017

quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

O início e o fim

Leia a minha participação na 24a. edição da Revista Divulga Escritor, Revista Literária da Lusofonia. Com o texto O início e o fim. Página 46.

https://issuu.com/smc5/docs/divulga_escritor_revista_literaria__d2e995d3b5622b/46



O início e o fim

Não existe fim nem começo na cosmogênese do universo.  Só há a continuidade eterna.  No ápice do início está, em semente, o germe do fim e no fundo do poço do final está guardada a pequenina luz de um novo amanhecer.
Tudo se move em ciclos cósmicos e são necessários vários ciclos cósmicos, verdadeiros milhões de kalpas, para que uma nova ronda de civilização tenha lugar em algum plano de existência.  A nossa civilização não é a primeira e nem será a última a florescer nessa realidade planetária.  Desse modo, podemos dizer, sob certo ponto de vista, que a evolução espiritual das nossas consciências é o nosso objetivo e que essa evolução não tem começo nem fim; é um devir que se quer eterno.  Grandes avatares, como Shakyamuni, o Buda, decidiram por esperar a evolução da humanidade inteira para só depois entrar no reino dos Céus.
Buracos negros, quasares, nebulosas, pulsares e supernovas demonstram o quanto é vasto e infinitamente perfeito o nosso universo.  Tal dança cósmica do eterno é uma prova de que não é possível a imobilidade.  Tudo está em constante mudança e o movimento é o único fator constante nessa alquimia universal; a própria mudança.  Por esse motivo, talvez, devêssemos lembrar que nossos problemas são, no máximo, preocupações passageiras e que nada, nada mesmo, irá continuar o mesmo para sempre.  Aliás, há um ditado que diz: “É preciso mudar muito para permanecer o mesmo.” Essa dicotomia da frase anterior corrobora com a nossa breve digressão sobre o início e o fim, haja vista que, é fato: as mudanças e os movimentos da nossa realidade natural levam a um estado geral de coisas harmônico e, embora multifacetada, multitudinária e pluridimensional, exibe em sua constante evolução uma dinâmica uma e sempre bela, boa e verdadeira.  Portanto, em suas grandes modificações, o universo permanece, num certo sentido, sempre no mesmo ritmo.  Quero dizer com isso que, saltos existem na natureza, mas a dinâmica geral, mesmo desses saltos, percorre uma trajetória já determinada, ainda que não sendo gradual.  Trocando em miúdos, tanto a iluminação pelo Yoga de Patanjali – gradual – quanto a iluminação pelo Tantra de Tilopa – em saltos – ocorrem e ambos obedecem a um ciclo natural de consciência ampliada.
Sendo assim, tenhamos pressa indo devagar e percorramos sinuosamente nosso caminho reto para sermos plenamente libertos de Maya.  O nosso lugar de direito no cosmos estará sempre nos aguardando, demore o tempo que demorar para nos lembrarmos dessa verdade.  Paz e luz.


Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)


quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Definições de ideologia

Texto acadêmico de minha autoria na Revista Acadêmica





Curso de Pós-Graduação em: Docência do Ensino Superior
Nome da disciplina: Fundamentos Históricos e Filosóficos do Ensino Superior
Nome do Aluno: Mauricio Antonio Veloso Duarte
Data: 26/07/2016

Enunciado:
A definição de ideologia é equivoca, dado que o termo registra uma conotação dupla e oposta, isto é, uma conotação negativa e outra positiva. No entanto, tanto a conotação positiva como a negativa tem a vinculação do termo com a noção de conhecimento, de ciência. Trata-se, nesse sentido, de uma questão de adequação à realidade ou de sua deformação, de um problema de verdade/não verdade. Ainda que o conceito ideologia tenha recebido vários sentidos, tais como: conjunto de ideias, pensamento de um autor, organização sistemática dos conhecimentos orientados à prática efetiva, o texto enfatizou a conotação negativa do conceito, vinculando-o à crítica da tradição marxista. Nesse sentido, responda:
a)           Defina ideologia.
b)           De que maneira ela é produzida?
Qual a sua função nas relações humanas e sociais?


Resposta:

 

Definições de ideologia


A ideologia é um fenômeno social que se encarna em cada indivíduo particular, modelando, amoldando e/ou formulando a sua subjetividade.  Essa subjetividade constrói-se na exterioridade, buscando fora de si, no mundo, as significações da sua estrutura.  Sendo uma estrutura concreta, indissociável do corpo, a subjetividade existe como ação e relação entre o homem e o mundo, mediada pela corporeidade.
No sistema capitalista, as relações das pessoas com os meios de produção estabelecem suas classes sociais e a estrutura dessas relações sociais determina as representações ideológicas.
As representações do real, elaboradas pela classe dominante, legitimam o sistema social.  Nesse contexto, a ideologia atua como subjugadora das representações contrárias a essa visão de mundo, difundindo e cooptando a unidade ideológica dentro desse mesmo sistema.
A ideologia, portanto, é uma concepção do mundo, um sistema de opiniões que leva o homem a pensar, sentir e agir de uma maneira conveniente ao sistema do status quo.  Logicamente, esse sistema também pode ser representado por “agentes” da contra ideologia que denunciam a imposição ideológica da classe hegemônica.  A ideologia é um agenciamento pleno de significações construído pela máquina de produção.  A ideologia é a lógica de funcionamento da máquina social.
A partir da educação e da escola, bem como de outros “aparelhos ideológicos do Estado”, o indivíduo consome a ideologia ou é consumido por ela e a torna subjetividade, sendo interiorizada pela grande massa da sociedade como algo natural ou normal, aceito como norma por toda a população ou a maior parte dessa população.
A escola, nesse sentido, é a instituição que transmite a ideologia dominante a partir de conceitos, valores e conhecimento.  Para Althusser e Gramsci a coesão do todo social depende desse processo de elaboração, sistematização e disseminação do papel ideológico do Estado.
Todo discurso pedagógico é necessariamente um discurso ideológico, inclusive quando se tem um discurso contra ideológico, atuando no sentido da transformação da realidade social.  Forças contraditórias são trabalhadas pela educação, uma vez que ela está inserida na totalidade social.  Dessa forma, a educação pode atuar na ruptura dos processos de reprodução social por meio de pensamento crítico, reflexão e conscientização dos processos de reprodução social, das relações de poder e das difusões do saber.
No entanto, essa prática é muito árdua no contexto da nossa realidade.  Segundo Silvio Gallo, “a função da ideologia é não permitir a emergência destas ‘subjetividades desterritorializadas’, garantindo a territorialização no âmbito daquela lógica social. É, pois, um dos instrumentos de dominação e de manutenção do sistema.” O ser em liberdade, o indivíduo alçado à sua condição de cidadão pleno, não é moeda corrente na atualidade, sendo a alienação, esta sim, aquela que abarca grandes montes da massa populacional. 
No processo de singularização (construção autônoma de subjetividade), oposto ao processo de subjetivação (construção heterônoma da subjetividade – ideologia), o indivíduo constrói seu próprio ser, atuando como verdadeiro homem na sociedade.  Esse pressuposto, no entanto, é dificílimo, porque a ideologia engole cada indivíduo para dentro dela, de modo que não haja oposição possível. 
Sendo assim, a função ideológica da escola é muito mais no âmbito das metodologias de ensino do que no dos conteúdos de ensino. Não importa o que é ensinado, importa como esse assunto ou outro qualquer, é passado para os alunos.  Essa função ideológica, portanto, não é inerente à escola, sendo ela um suporte, mais um aparelho ideológico do Estado.
“Sem a função social da ideologia nenhum ato de trabalho seria sequer imaginável”, segundo Sérgio Lessa, porque a ideologia possibilita as prévias ideações indispensáveis aos atos de trabalho.  Para isso, os complexos valorativos (moral, ética, costumes, religião, direito) devem estar num polo, assim como o conhecimento científico deve estar no outro polo. 
Uma das tendências contemporâneas na evolução do trabalho é exigir que o trabalhador compareça à sua estação no expediente não apenas com seu corpo, mas também com seu espírito.  Isso se torna cada vez mais próximo da realidade na medida em que o operário se transforma no próprio patrão no home-office ou na micro e pequena empresa, não existindo, nesse caso, as greves, por exemplo; sendo a extração da mais-valia da força de trabalho que explora, a sua própria.
Superar as alienações do capitalismo só é possível quando buscamos uma sociabilidade numa crítica revolucionária que nos transforme em cidadãos plenos e participantes da sociedade como um todo.  É necessário, assim, tornar universal a educação, a fim de difundir uma consciência profunda do ser humano e da comunidade social.


Bibliografia:

Gallo, Silvio. Educação, ideologia e a construção do sujeito. PERSPECTIVA. Florianópolis, v.17, n. 32, p. 189-207, jul./dez. 1999. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/perspectiva/article/viewFile/10530/10076] Acesso em: 20/07/2016

Lessa, Sérgio. História e ontologia: a questão do trabalho. Revista Crítica Marxista. Vol. 20, 2005. Disponível em: [http://www.ifch.unicamp.br/criticamarxista/arquivos_biblioteca/artigo112critica20-A-lessa.pdf]  Acesso em: 20/07/2016


Leia mais: http://www.revistaacademicaonline.com/products/definicoes-de-ideologia-por-mauricio-duarte/

domingo, 7 de fevereiro de 2016

Projetos e mercados literários

Leia a Revista Divulga Escritor no. 18 e a minha participação especial com o texto Projetos e mercados literários.



Projetos e mercados literários

Quando em meados dos anos 1970, chegou-se à conclusão de que a interpretação do leitor era realmente importante no contexto da obra literária, a ponto de que “ser lido” completaria o livro e a atividade literária, isso foi uma verdadeira mudança.  Precisaríamos de uma mudança desse porte quando se fala de mercado literário, vendas de livros, editoras e livrarias.
Por que digo isso?  Porque o cenário literário de vendas tem se sustentado ultimamente com best-sellers e séries estrangeiras.  Se não for assim, pelo menos é o que parece, porque esses títulos sempre despontam com destaque nas prateleiras das megastores.  As livrarias menores seguem a mesma linha das megastores, investindo em títulos de grandes nomes internacionais, medalhões que sempre vendem.  Os novos escritores e as promessas tem que se contentar com posições subalternas dos seus livros que, muitas vezes, apenas compõem as estantes, mas não estão ali para serem vendidos realmente.
Para que essa realidade mudasse seria preciso que mudasse a cultura livreira e editorial no nosso país e no mundo.  Segundo Otto Maria Carpeux, “cultura é tudo aquilo que fica quando uma pessoa já esqueceu tudo o que aprendera.”  Se é verdade, podemos dizer que cultura é inerente ao nosso ser, que está além da simples acumulação de conhecimento.  E, desse modo, seria a atitude de perceber que o projeto editorial de democratização da literatura, de investimento na qualidade gráfica das obras, de focar num segmento e fazê-lo o mais expressivo possível do ponto de vista da variedade desse segmento, de estímulo à leitura de e-books ou de concentração nas boas traduções de estrangeiros e de aposta nos nomes brasileiros novos, poderão apontar caminhos para uma luz no fim do túnel.
Certamente nenhuma dessas mudanças podem ser implementadas se não houver um devido apoio governamental para os editores e livreiros e se tais fatores não forem pensados a longo prazo.  Também não será efetivo esse plano se não existir um fomento à formação de leitores novos com ajuda à criação de clubes de leitura e literários, à bibliotecas e centros culturais.
Recentemente a editora Cosac Naif entrou em falência, bem como a livraria Leonardo Da Vinci já havia entrado.  Sinais dos tempos?  Pode ser que tais malogros abram os olhos de quem forma opinião e de quem é responsável por políticas públicas relativas ao mercado editorial e livreiro no nosso país.  Esperemos que tempos melhores venham e nos façam esquecer essas perdas, cujas lacunas só podem ser preenchidas com projetos – editoriais e livreiros – de envergaduras semelhantes.


Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)

sábado, 5 de setembro de 2015