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domingo, 13 de maio de 2018

Mãe: nossa alma feminina


Minha participação especial na Revista Divulga Escritor em sua 34a. edição com o texto em homenagem às Mães, Mãe: Nossa Alma Feminina, de minha autoria, Mauricio Duarte.


Mãe: nossa alma feminina

Se fosse possível representar o conceito de Mãe com um dos elementos constitutivos da nossa existência, ou da nossa essência, a Mãe seria a nossa alma. Não seria o nosso corpo, repleto de necessidades físicas, nem o nosso espírito, repleto de diretrizes puras.  Seria a nossa alma... A alma é que cuida dos detalhes da nossa vida.  Embora não tenha um centro, ela procura as virtudes modestas e protetoras, ela cuida da totalidade da vida, trazendo o local adequado, que é central e limitado.  Ela é emoção total, concedendo gosto, contato e habitação ao espírito.  O espírito poderia ser o Pai, seguindo essa trajetória de “brincadeira na representação”. E por sua vez, o espírito torna a alma mais leve, capaz de desfrutar o mundo sem ser ferida pelo mesmo mundo de forma séria.  No final das contas, precisamos dos dois, alma e espírito, para que o corpo – “homem” ou “mulher” e não “Pai” ou “Mãe” – possa tornar-se um indivíduo, crescendo com seu caráter e integridade.
As mães, nossas almas, nos mostram os afazeres domésticos, como lavar pratos e varrer a casa e as pausas, para tomar café e para ouvir os passarinhos no quintal, como elementos necessários, não só emotivos, não só carinhosos, mas fundamentais para a vida de todos e de cada um.  A alma se funde com a jardinagem, com a leitura, com a brincadeira, ela é emoção.  A Mãe nossa que sempre olha e protege todos nós.
Para o Pai – o espírito – está certo ler o jornal e cuidar do mundo, dos negócios, do turbilhão da existência.  Mas para a Mãe – a alma – isto é demais.  A Mãe anseia ver o cotidiano, o aqui e o agora, ela tem raízes, ela é nossa Terra, Mãe Terra.
A Terra lembra-nos que não somos perfeitos – quantas vezes sua mãe apontou o que você deveria ter feito e não fez? – mas podemos ser completos – quantas vezes você teve que recorrer ao colinho de mamãe nas dificuldades da vida? – e, em última instância, nós somos a Terra.  O grito do vendedor de laranjas lá fora na rua, somos nós; o zumbido do besouro que passa perto, somos nós; a música de fundo no rádio esquecido ligado, somos nós; as pedras, sonolentas pedras, sempre pedras, somos nós...A Mãe é esse cabedal de inteireza e completude que nos invade suavemente quando permitimos ver a vida com deslumbramento.
O contrário também poderia ser, nessa “brincadeira da representação”, mas deixemos a Mãe sendo nossa alma por ora...  Dar à luz e cuidar da cria, das crianças, é gerar e nutrir, apoiar e proteger.  Olhemos mais detidamente e mais amorosamente para nossas Almas-Mães.  Elas certamente gostarão e nos retribuirão com todo o seu amor.  Paz e luz.

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)


Referências bibliográficas:

A luz dentro da escuridão . Zen, alma e vida espiritual . John Tarrant .Rocco . Rio de Janeiro . 2002

Sexo . Em busca da plenitude .Osho .Cultrix . São Paulo . 2002


Leia mais: https://issuu.com/smc5/docs/34_divulga_escritor_revista_liter_r/96

sábado, 12 de maio de 2018

Mãe: nossa alma feminina


Mãe: nossa alma feminina

Se fosse possível representar o conceito de Mãe com um dos elementos constitutivos da nossa existência, ou da nossa essência, a Mãe seria a nossa alma. Não seria o nosso corpo, repleto de necessidades físicas, nem o nosso espírito, repleto de diretrizes puras.  Seria a nossa alma... A alma é que cuida dos detalhes da nossa vida.  Embora não tenha um centro, ela procura as virtudes modestas e protetoras, ela cuida da totalidade da vida, trazendo o local adequado, que é central e limitado.  Ela é emoção total, concedendo gosto, contato e habitação ao espírito.  O espírito poderia ser o Pai, seguindo essa trajetória de “brincadeira na representação”. E por sua vez, o espírito torna a alma mais leve, capaz de desfrutar o mundo sem ser ferida pelo mesmo mundo de forma séria.  No final das contas, precisamos dos dois, alma e espírito, para que o corpo – “homem” ou “mulher” e não “Pai” ou “Mãe” – possa tornar-se um indivíduo, crescendo com seu caráter e integridade.
As mães, nossas almas, nos mostram os afazeres domésticos, como lavar pratos e varrer a casa e as pausas, para tomar café e para ouvir os passarinhos no quintal, como elementos necessários, não só emotivos, não só carinhosos, mas fundamentais para a vida de todos e de cada um.  A alma se funde com a jardinagem, com a leitura, com a brincadeira, ela é emoção.  A Mãe nossa que sempre olha e protege todos nós.
Para o Pai – o espírito – está certo ler o jornal e cuidar do mundo, dos negócios, do turbilhão da existência.  Mas para a Mãe – a alma – isto é demais.  A Mãe anseia ver o cotidiano, o aqui e o agora, ela tem raízes, ela é nossa Terra, Mãe Terra.
A Terra lembra-nos que não somos perfeitos – quantas vezes sua mãe apontou o que você deveria ter feito e não fez? – mas podemos ser completos – quantas vezes você teve que recorrer ao colinho de mamãe nas dificuldades da vida? – e, em última instância, nós somos a Terra.  O grito do vendedor de laranjas lá fora na rua, somos nós; o zumbido do besouro que passa perto, somos nós; a música de fundo no rádio esquecido ligado, somos nós; as pedras, sonolentas pedras, sempre pedras, somos nós...A Mãe é esse cabedal de inteireza e completude que nos invade suavemente quando permitimos ver a vida com deslumbramento.
O contrário também poderia ser, nessa “brincadeira da representação”, mas deixemos a Mãe sendo nossa alma por ora...  Dar à luz e cuidar da cria, das crianças, é gerar e nutrir, apoiar e proteger.  Olhemos mais detidamente e mais amorosamente para nossas Almas-Mães.  Elas certamente gostarão e nos retribuirão com todo o seu amor.  Paz e luz.

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)


Referências bibliográficas:

A luz dentro da escuridão . Zen, alma e vida espiritual . John Tarrant .Rocco . Rio de Janeiro . 2002

Sexo . Em busca da plenitude .Osho .Cultrix . São Paulo . 2002


Leia mais: https://www.divulgaescritor.com/products/mae-nossa-alma-feminina-por-mauricio-duarte/

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Questões múltiplas das artes

 

 

Questões múltiplas das artes


Nas artes visuais, artes gráficas e artes plásticas existem questões que se entrelaçam.  Dentre elas, a criação ou processo criativo e a independência do artista como criador.  Kandinsky, em sua busca pelo transcendente no abstrato, já abordava problemas semelhantes em 1929 quando afirmava sua visão sobre a relação entre razão e sensibilidade como um projeto em dois tempos na compreensão da própria arte: “Enquanto trabalho, a minha ‘cabeça’ silencia completamente.  Mas além do trabalho pictórico ‘prático’, dedico-me com muito prazer à teoria (...) Aquilo a que se refere teoricamente e que com o tempo se compreende e do qual se apodera vem naturalmente aplicado (de forma inconsciente) nos trabalhos futuros.”
Mas em que medida teoria e prática podem concorrer para um único norte?  Ou melhor, quanto mais distante do Academicismo, mais próximo de uma evolução artística?  Existe evolução artística cronológica na história da arte?
O Academicismo, hoje em dia, ainda é, e foi até mesmo durante o século XX, fundamental e permanente na atuação artística. Podemos verificar isso ao ver que a ideia de que a instrução na teoria da arte na formação de um artista continua sendo utilizada e, talvez, supere as ideias antigas a esse respeito. O currículo universitário moderno oferece aos estudantes uma vasta gama de recursos teóricos e os prepara especificamente para o manejo da palavra e da ideia para articulação, justificação e divulgação do seu trabalho prático, incluindo uma série de disciplinas que os primeiros acadêmicos jamais imaginariam incluir ou sequer vir a existir, como a psicologia, sociologia, antropologia, semiótica e computação.  Além disso e contra o argumento de que a vida estudantil é uma e a vida de carreira profissional é outra, toda a vasta produção textual sobre arte enfatiza a necessidade de preparo intelectual do praticante.  Também nenhum crítico de arte sério, hoje em dia, nega a importância do exemplo de uma dinastia recente de modelos consagrados como Picasso, De Kooning, Warhol e Beuys que serviram e servem de inspiração para muitos outros artistas.
É claro que a influência das Academias de arte e do aprendizado formal diminuiu muito e podemos ver, com frequência, um grande número de artistas auto-didatas com papel de destaque nas artes e com a liberdade e a originalidade como vertentes próprias das suas práticas, oriundas justamente de sua formação fora dos cânones ou fora da guia de professores de arte, de acordo com as próprias palavras desses mesmos artistas.
Historicamente, no Brasil, a estreita ligação da arte acadêmica com o poder constituído trouxe o academicismo nacional a um parâmetro de ato político, como um laboratório para a formulação de importantes símbolos da identidade nacional e uma vitrine para a sua divulgação.  Essa arte, além de patentear a ilustração das elites e auxiliar na educação do povo, funcionava como um instrumento ideológico e um cartão de visitas para a inserção do Brasil numa ordem capitalista internacional.  Pouco ou nada isso mudou ao longo do tempo, sendo que a ascensão do modernismo jogou na obscuridade os praticantes do antigo academicismo por volta de 1950, mas o caráter reacionário e elitista, perdura em muitos níveis, até os nossos dias.
A independência da arte e do artista seriam conseguidos quando a obra artística se distancia da propaganda?  Alcançar significância social e desenvolver o componente estético podem coexistir na obra de arte?  De que modo o artista realmente independente deve se portar com relação a subsídios governamentais e com a mídia em geral para que seu papel seja relevante enquanto figura pública e enquanto artista que deixa uma obra para a posteridade?
Essas questões fazem parte de um todo e só podem ser analisadas e respondidas – se é que existem respostas – se considerarmos a multiplicidade, a organicidade e a amplitude das artes contemporâneas que se caracterizam também por uma sintonia fina com a imaginação criadora, os movimentos sociais e a cultura e o conhecimento transdisciplinar.

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)