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segunda-feira, 17 de junho de 2013

SAL Entrevista

Emerson Lopes é brasileiro; nascido, criado e residente em São Gonçalo; artista plástico, ilustrador, animador e também roteirista. Atualmente, alterna os seus trabalhos artísticos paralelos com as produções e publicações de suas tiras em blog próprio e nas redes sociais.
1- Obrigado pela oportunidade cedida, Emerson. Onde você nasceu e onde mora atualmente?
Eu que agradeço, Leo. É sempre um prazer falar de meu trabalho e é mais uma oportunidade para que outras pessoas o conheçam. Sou nascido, criado e atualmente morando aqui em São Gonçalo.

2- Qual sua formação, Emerson?
Cheguei a cursar um ano do curso de graduação em Pintura da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), mas tive de trancar a matrícula justamente para poder trabalhar com animação. Também fiz cursos de ilustração, pintura e roteiro com a intenção de aprimorar minha formação na área. Mas, apesar disso, no que se refere a minha profissão, posso dizer que aprendi a maior parte do que utilizo hoje em dia na prática e com colegas mais experientes com quem tive o prazer de trabalhar.

3- Como surgiu o gosto pelo desenho?
Ele não surgiu, nasceu comigo! Desenho desde que me entendo por gente eu praticamente não me lembro de um momento em que a arte não estivesse de alguma forma presente em minha vida.

4- Quem são os seus ídolos (autores) no desenho?
São muitos, mesmo. Mas alguns foram cruciais para minha formação como desenhista.
Nomes como John Byrne, Ron Frenz, John Buscema, Simon Bisley, entre outros, até hoje tem alguma influência no meu trabalho. Mas hoje em dia tenho tendência a gostar de artistas com o traço mais estilizado, que ousam mais nas formas. Admiro e me influencio com o trabalho de artistas como Mike Mignola, John Romita Jr, os irmãos Bá e Moon, Shane Glines, Cheeks, Arthur de Pins, Bruce Timm, Ziraldo e, se eu puder destacar um que pra mim é um ídolo por tudo o que realizou e conquistou como autor, esse é sem dúvida o Maurício de Sousa.

5- Como foi a sua infância? Do que mais gostava de brincar?
Eu era uma criança tranqüila e minha infância foi da mesma forma. Brincava de pipa, pião, bola-de-gude, jogava bola com os amigos da rua, via desenhos na TV, e lia gibis. Muitos gibis! Eu também desenhava muito e, de vez em quando, ilustrava as minhas próprias revistinhas, grampeava, e secretamente esperava publicá-las no futuro...rs.
Bons tempos!

6- Quem eram os seus personagens e heróis preferidos?
Ah, eu era mega-fã do Spectreman! Adorava desenhar os monstros da série. Também adorava as séries do Ultraman, Robô Gigante, os desenhos do Superman, Herculóides, Transformers, Thundercats, Superamigos, Zillion, Patrulha Estelar, etc.

7- Qual fábula infantil mais se identifica?
Acho que com o Sítio do Pica-Pau Amarelo, que eu via na TV quando criança. Havia essa identificação por ser algo nitidamente brasileiro. Era fácil reconhecer nas histórias de Pedrinho, Narizinho e cia. elementos tão presentes na minha família e na minha infância.

8- Fale um pouco pra gente sobre Alfredo e também sobre os coadjuvantes Bro e Joana.
O Alfredo inicialmente surgiu como uma idéia simples. Um cara sem noção, que não se dava bem com as mulheres, mas é um otimista por natureza que nunca desiste de tentar. Mas eu queria que ele tivesse um elemento inusitado, e me veio a idéia dele ser um vampiro. Não um desses “modernos”, mas um vampiro clássico, com capa preta e tudo, vivendo no mundo atual.  Ele veio para o Brasil para mudar de ares e fazer amigos, já que na Transilvânia todos tinham medo dele. E por acaso ficou sabendo que as mulheres daqui eram lindas!
Já o Bro, o melhor amigo do Alfredo, é levemente baseado num amigo meu (que provavelmente nunca saberá disso...rs.). Ele é um cara descolado, metido a galanteador, e que às vezes tenta ensinar pro Alfredo as suas “táticas”, que nem sempre dão certo. Já Joana é uma menina doce, que adora coisas ligadas à astrologia e esoterismo e acha o máximo ter um amigo vampiro.

9- Emerson, você sempre gostou de histórias de vampiros? Qual o seu vampiro preferido? Em quem se inspirou?
Sempre curti histórias de terror. Vampiros, Lobisomens e monstros em geral sempre despertaram a minha imaginação. Meu vampiro favorito, claro, é o maior de todos: O Conde Drácula! Já minha inspiração maior, dentre outras, para o universo do Alfredo veio de um antigo desenho japonês chamado Dom Drácula. Era uma das minhas animações favoritas na infância e é fácil encontrar adultos na casa dos trinta que ainda se lembram dela com saudades.

10- Emerson, você tinha ou já teve pesadelos com vampiros?
Raramente tenho pesadelos, ainda mais com vampiros. No mundo de hoje esses monstros clássicos nos amedrontam apenas na ficção. O que me mete medo mesmo são coisas bem mais reais, e infelizmente cada vez mais freqüentes nos dias de hoje como a violência, a intolerância, etc.

11- Apesar de já existirem outros vampiros humorísticos (Beto Carneiro [Chico Anysio], Ernest [animação francesa de um vampiro com pesadelos, de François Bruel], Zé Vampir [Maurício de Souza], Dracky [Turma do Arrepio, de Cesar Sandoval]), e também românticos (Edward [Crepúsculo, de Stephenie Meyer] e outras séries), você acha que ainda existe leitores com preconceito aos autores vampirescos que não sejam sombrios?
As histórias de vampiros fascinam as pessoas há séculos e acredito que sua figura já tenha uma bagagem histórica e uma diversidade tão grande que qualquer interpretação do mito é válida. Preconceito mesmo, se é que se pode chamar assim, só vi com a série Crepúsculo. Mas eu acho isso bobagem, já que é algo voltado a um público específico, mais jovem, e nunca se propôs a ser uma história de terror. Além do que, uma série de livros que faz os jovens lerem mais não pode ser de todo ruim, mesmo com vampiros que brilham sob o sol...rs.

12- Por que o nome Alfredo?  Há alguma característica nele em que você se identifica? 
A idéia inicial era ele ter um nome “antigo”, mas sem a pompa que um típico nome de vampiro tradicional costuma ter. Acabei fazendo uma homenagem ao meu avô e batizando-o com seu nome. Ele tem muito de mim, sim, como o eterno otimismo e a ingenuidade com que ele vê certas coisas da vida. Acredito que essa identificação com o autor passe mais verdade ao personagem.

13- O que você acha do quadrinho nacional?
Compro quadrinhos nacionais há muito tempo. Desde as antigas histórias de terror, até os materiais que hoje saem nas livrarias. Apesar dos pesares do nosso mercado editorial, acredito estarmos vivendo um bom momento, com muita coisa boa sendo lançada numa freqüência que há poucos anos era impensável. Temos grandes talentos nacionais mostrando o seu trabalho aqui e lá fora, e acredito que esse quadro tende a se ampliar ainda mais com o avanço da tecnologia e a facilidade que a internet nos dá de mostrarmos a nossa produção ao público.

14- As tiras de "Alfredo, o Vampiro" são publicadas e divulgadas virtualmente. Há algum novo projeto para inserção dos seus personagens no mercado de quadrinhos?
Sim, há. No início cheguei a entrar em contato com alguns jornais e revistas, sem sucesso. Porém, no decorrer da produção das tirinhas obtive mais visibilidade e já recebi propostas de duas editoras. Há ainda outros projetos do tipo com este personagem e outros, aguardem!

15- Emerson, você também é animador. Em quais produções já trabalhou? O que você acha do mercado de animação no Brasil? Há projeto para o seu personagem animado?
 Sou animador 2d e ilustrador há pelo menos 16 anos e de lá pra cá tive o prazer de participar de algumas produções famosas, como os longas Xuxinha e Guto contra os monstros do espaço, Turma da Mônica-Uma aventura no tempo, e as séries animadas Cinegibi 4 e Peixonauta. Entre outras produções para TV e internet.
 O mercado de animação brasileiro tem crescido muito nos últimos tempos, devido às novas tecnologias que barateiam a produção, o surgimento de novos estúdios e a maior formação de mão-de-obra especializada. A demanda tem crescido e muita coisa boa tem sido produzida. E creio que veremos muito mais nos próximos anos.
Quanto ao Alfredo animado, tenho sim planos para isso. Estou aos poucos produzindo algumas animações-teste do personagem e espero ter novidades sobre isso futuramente.

16- Você pretende ver seus personagens em produtos licenciados, assim como a Disney e Turma da Mônica?
Sim. No caso do Alfredo, o plano sempre foi que o personagem se tornasse uma franquia, se expandindo para outras mídias e produtos. É um processo lento, mas aos poucos a gente chega lá.

17- Você tem algum ritual para se inspirar? Segue alguma disciplina para cumprir seus projetos pessoais artísticos?
Nenhum ritual em especial. Procuro me inspirar consumindo material dos autores que gosto, além de filmes, livros, jogos e músicas. E procuro coisas novas sempre que posso.
Fora a inspiração natural que vem da própria vida. Uma boa idéia pode vir de qualquer lugar, até de um diálogo entre estranhos que por acaso se ouve na rua. Já aconteceu...rs.
Como disciplina, tento acordar cedo e terminar o dia com a certeza de que o mesmo foi produtivo.

18- Você já teve algum momento de "vazio"? Como faz para superar?
Acontece com todo mundo que trabalha com criação, acho. Nesse momento, o melhor a fazer é se desligar um pouco do trabalho, dar uma volta, ler um gibi, relaxar a cabeça até a mesma voltar a funcionar.

19- Há alguma novidade que possa compartilhar sobre o Alfredo?
Há vários planos e projetos para o vampirinho. Espero vê-lo publicado em formato livro ainda neste ano ou no próximo, e talvez ainda em 2013 libere as animações-teste na internet. Ainda há planos para brinquedos, graphic novels e outras mídias e produtos, que espero realizar num futuro próximo.


20- Emerson, qual conselho você daria para um ilustrador que pretende seguir na mesma carreira artística?
Além de treinar muito, aconselho aos iniciantes pesquisarem o máximo que puderem sobre o mercado, a forma como o mesmo funciona, suas demandas. E saber usar os recursos da internet e as redes sociais para buscar conselhos de profissionais mais experientes, trocarem idéias, fazer contatos. Uma boa rede de contatos, aliás, pode fazer toda a diferença na carreira de um ilustrador. E a internet é uma poderosa ferramenta nesse sentido.




Quer conhecer mais sobre o trabalho artístico de Emerson Lopes? Entre em contato com ele:

emerson.desenho@gmail.com

Facebook: Alfredo, o vampiro

Blog: alfredovampiro.blogspot.com

terça-feira, 11 de junho de 2013

SAL Entrevista

Alexandre Martins, é brasileiro, nascido em São Gonçalo, estado do Rio de Janeiro.
Graduado pela Escola de Belas Artes da UFRJ, é, desde 1992, proprietário do Estúdio Alexandre Martins, produzindo desenhos-animados para o Brasil e Exterior.
Animador, escritor, designer, especialista em Arte Sacra, programador visual, consultor de Leis de Incentivo, webdesigner (Joomla), cineclubista e quadrinista.
Membro da ASIFA – Associação Internacional de Cineastas de Animação.
Fundador e presidente da SAL – Sociedade de Artes e Letras de São Gonçalo.
1- Obrigado pela oportunidade cedida, Alexandre. Onde você nasceu e onde mora atualmente?
Agradeço a você, Leo, a oportunidade de mostrar um pouco de minha vida para nossos amigos e fãs de nosso trabalho. Nasci e ainda moro na mesma casa, em São Gonçalo, RJ. Sou "gonçalense da gema"!

2- Qual sua formação, Alexandre?
Leo, sou bacharel em Artes pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Meu curso, de Gravura, foi criado por decreto do Rei D. João VI no século XIX. É o mais antigo curso de Nível Superior do Brasil, junto com Pintura e Escultura. Além disso, tenho alguns Cursos de Extensão Acadêmica e participei de vários outros para aprimorar e atualizar minha formação. Fui ainda frequentador das aulas de Mestrado em Artes Visuais na minha Escola.

3- Como surgiu o gosto pelo desenho?
Quando nasci (risos). Minha mãe dizia que eu já rabiscava as paredes de casa quando usava fraldas! Só sei que era o melhor da minha turma nas aulas de desenho artístico na escola, aos 4 anos de idade...

4- Quem são os seus ídolos (autores) no desenho?
Ih! São vários! Mas posso elencar alguns, como Frank Frazetta, Alphonse Mucha, John Buscema, Moebius... Nos quadrinhos há Carl Barks que desenhou o Pato Donald por vários anos (os Anos de Ouro), sou fã de carteirinha do Super-Pato...

5- Como foi a sua infância? Do que mais gostava de brincar?
Desenho, claro! Não era uma criança reclusa, mas preferia desenhar a tarde toda a jogar bola todo o dia (a mesa de mármore ficava manchada de tinta). Além disso, o conteúdo da televisão da época era muito melhor do que temos hoje e os filmes eram muitas vezes inspiração para meus personagens e suas histórias. 

6- Quem eram os seus personagens e heróis preferidos?
O Topo Gigio (famoso nos anos 1960 e 1970) o Super-Pato (alter-ego do Pato Donald), as séries animadas de Herculóides, Johnny Quest, Space Ghost... Havia os seriados de ficção científica "Espaço 1999" (que revi atualmente) e os programas do Capitão Aza, bem como o programa Clube do Mickey (uma das poucas vezes que viamos os desenhos clássicos da Disney no Brasil). Até hoje sou fã do Pelezinho, do Maurício de Souza...

7- Qual fábula infantil mais se identifica?
Para quem, como eu, leu toda a obra do "Sítio do Picapau Amarelo" de Monteiro Lobato, essa é uma pergunta difícil. Monteiro Lobato me mostrou um Brasil sertanejo bem de acordo com minha infância em São Gonçalo. A identificação foi imediata. Não sei para as crianças que moram em apartamentos, mas para minha infância Lobato falava a nossa língua. Quando foi transmitida a série pela televisão nos anos 1970 foi ótimo para todos nós. A partir de Lobato comecei a ler toda a literatura fantástica brasileira, os contos, lendas, mitos, etc. Sugiro isso para todos: deixem as telas e procurem os livros.

8- Fale um pouco pra gente sobre o Samuca e também sobre os coadjuvantes Samuela, Saíra, Guiga e professor Tibaldo.
Mas não é Samuela, é Samira! (risos) É a amiga-namorada-vizinha do Samuca. Eles vivem em Brejo Alegre e são praticamente vizinhos de todos. As semelhanças entre os dois são tantas que dizem que parecem irmãos. O Saíra é um pássaro brasileiro, com vocação de esportista-marombador-radical. Esporte é com ele. O Guiga é um gorila tranquilão, pacato, que se torna bom amigo quando precisamos de uma força. o Professor Tibaldo é outro pássaro (um "papa-mosca real") que é formado em várias áreas do conhecimento. Dizem que ele coleciona diplomas. Mas é o cérebro da cidade. Vocação nata para o ensino e pedagogia.

9- Alexandre, você já teve alguma experiência pessoal com sapos? Em quem se inspirou? Qual o seu personagem sapo preferido?
O Samuca foi inspirado não num sapo real mas num sapo de pano e areia. Ninguém sabia disso até agora, mas era um sapinho que eu tinha quando criança que seria utilizado como peso-de-papel mas se tornou meu mascote. Os personagens-sapos que gosto são os da antiga série animada "Cobra Azul" dos Estúdios Depatie-Freleng. O Sapo Kako do antigo programa "Vila Sésamo" ("Sesame Street", nos EUA) era muito legal também. Dos sapos atuais prefiro o Samuca! (risos)

10- Por que o nome Samuel/Samuca? Há alguma característica nele em que você se identifica?
Inicialmente chamava-se Samuel, mas por sugestão de Dona Lourdes (fundadora da Intercontinental Press - representante do Garfield e do Snoopy no Brasil) ficou Samuca. Até ficou melhor, pois muitos perguntavam se ele era judeu, pelo nome. Sabe, gosto do seu tino por aventura: ele topa tudo, não tem medo de nada. Não quer dizer que não se dê mal, mas ele "dá a volta por cima" e acho isso uma lição para todos.

11- Mesmo existindo outros personagens sapos (Caco/Kermit [Muppets, de Jim Henson], Froggy (games), Naveen (A Princesa e o Sapo [Disney]), Sapo Xulé [Tec Toy], além dos casais sapos de pelúcia, também muito carismáticos, você acha que sempre vai existir repulsa aos sapos pelas mulheres?
Acho que as mulheres hoje em dia nem sabem o que é um sapo! (risos) Vejo a sociedade de hoje muito urbana. Se entrar um sapo em uma casa, acho que elas colocam num vidro e tentam admirá-lo, pois não veem natureza por perto...(risos) Mas nada disso: a arte é fazer de um animal um bichinho fofo que possamos te-lo como mascote, como amigo. É fantasia.

12- O que você acha do quadrinho nacional?
Vejo o pessoal de minha idade um tanto atônito com as novas tecnologias (nem tão novas assim, pois nem se usam mais disquetes) e ainda procurando um local entre o clássico, o papel-e-lápis e as "nuvens de informação e dados". Quanto aos novos desenhistas nada sabem do clássico e querem fazer uma pichação na Internet. É como os pichadores que sujam os muros porque não sabem grafitar mas querem fazer presença. Se os jovens aprendessem as técnicas clássicas do desenho e fizessem divulgação na "nuvem" seria ótimo para todos. Mas há grandes desenhistas que entenderam isso, "coroas" e "guris", que fazem do quadrinho nacional uma arte mundial.

13- As tiras do Samuca são publicadas e divulgadas virtualmente e ele também já estrelou algumas de suas produções autorais. Há algum novo projeto para inserção dos seus personagens no mercado de quadrinhos?
Pensamos em livros ilustrados com histórias do Samuca para deleite dos seus fãs. Já houve pedidos nesse sentido. Dependendo da história será ou uma história com ilustrações ou quadrinhos mesmo. Este ano ainda teremos novidades do Sapo.

14- Alexandre, sabemos que você também é animador. Quantos curtas metragens autorais já produziu? Quais os que mais gostou de participar?
Ih, deixei de contar! Mas nossos fãs merecem uma retrospectiva. Está em nossos planos para breve um DVD com a produção do Estúdio Martins nestes últimos anos. Gostei muito de um trabalho que fizemos para uma campanha do Canal Futura (canal 18, UHF, são Gonçalo e região) que se entitulava "São Gonçalo Pra Frente". Consistia de animações de curta duração dando lições de cidadania tendo ao fundo cenários de nossa cidade. Foi a primeira produção audiovisual da região a usar cenários gonçalenses. Foi bem divertido.

15- Você faz alguma pesquisa para compor os movimentos e trejeitos de seus personagens?
Leo, o verdadeiro artista é na verdade um grande observador. Os atores observam o mundo e as pessoas a sua volta e guardam em suas memórias. Daí para fazer uma caracterização de personagem é um pulo. O animador é o mesmo: em todo seu personagem tem algo que ele viu ou vivenciou em sua vida cotidiana. Não precisa fazer pesquisa: a nossa vida já é um grande referencial. Quem não viu alguém correndo atrasado para o ônibus e pensou que fosse uma gazela? (risos)

16- O que você acha do mercado de animação no Brasil? Você pensa em uma série animada para o Samuca?
O mercado brasileiro é imenso. É do tamanho de nosso Brasil: continental. Com a transmissão via rede, mais e mais pessoas buscam conteúdo. Hoje temos uma grande falta de conteúdo. Mas conteúdo "com conteúdo", perdoe-me a redundância. Sei de muitos humoristas que "fugiram" para a Internet pois não tinham espaço nas redes de TV. Há canais populares no Youtube de humoristas brasileiros que tem mais visualizações que muitos programas da televisão, aberta ou fechada. E tudo ao alcance até de celulares. O problema está na falta de mão-de-obra qualificada. Imagine isso: antigamente o problema era falta de dinheiro e excesso de profissionais e e hoje em dia há dinheiro mas falta gente. Um paradoxo. O Samuca por enquanto tem somente filmes autorais, mas a diversidade de canais de mídia em locais de visualização como o Youtube, Vimeo e outros facilita a produção de pequenos esquetes. Assinem o canal do Estúdio no Youtube e fiquem antenados!

17- Você pretende ver seus personagens em produtos licenciados, assim como a Disney e Turma da Mônica?
Licenciar seu personagem é o sonho de todo animador ou desenhista desde que Walt Disney fez Mickeys de pelúcia nos anos 1930. Maurício de Souza construiu seu império a partir do licenciamento do elefante Jotalhão para uma massa de tomate. Nossos personagens estão disponíveis para um licenciamento. Nada há de mal nisso. A arte é feita para embelezar ainda mais o Mundo.

18- Você tem algum ritual para se inspirar? Segue alguma disciplina para cumprir seus projetos pessoais artísticos?
Minha inspiração vem até dormindo! (risos) Faz-me falta um caderno de desenho ao lado todo o tempo. Anoto tudo e desenho tudo que posso e penso. Já levei para casa toalhas de papel de restaurante com desenhos de idéias minhas que fiz enquanto jantava. A minha disciplina é a máxima "nem um dia sem uma linha", frase do escritor romano Plínio, que por sua vez dizia que era a disciplina do pintor Apeles.

19- Você já teve algum momento de "vazio"? Como faz para superar?
Já, sim. Foi nos primeiros tempos do Estúdio. Nenhuma idéia vinha! Nada mesmo! Superei com a ajuda de Deus mesmo. Foi uma graça divina: de repente voltei a desenhar qualquer coisa, as imagens vinham, as idéias começaram a brotar de todo o lado e continua até hoje, graças a Deus.

20- Há alguma novidade que possa compartilhar sobre o Samuca?
Uai! Já falei tantas! (risos) mas recomendo que acompanhem nosso Twitter, nossas páginas (no Facebook e nossa oficial) e assinem nosso boletim, o "Casa de Sapo". Assim não tem como não estar atento à novidades...

21- Alexandre, você também é professor de desenho e também já discipulou muitos animadores em suas produções animadas. Qual conselho você daria para um ilustrador que pretende seguir na mesma carreira artística?
Humildade e trabalho. Humildade para saber que sempre há os que sabem mais do que ele e outros que tem mais experiência. Devemos sempre aprender, mesmo com os erros dos outros. Humildade significa saber quem somos e qual nosso lugar no mundo. Trabalho porque, segundo o inventor Tomas Edison, "um gênio se faz com 1% de inspiração e 99% de transpiração". Obrigado, Leo, pela oportunidade de falar com todos os amantes do desenho e da arte. O Sapo Samuca manda um abraço!



Quer conhecer mais sobre o trabalho artístico de Alexandre Martins? Entre em contato com ele:



Facebook: Estúdio Alexandre Martins


                                                                                                                        Entrevista por Leo Vieira

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Animação brasileira cresce, mas ainda precisa de incentivo do governo

Mercado ganhou fôlego nos últimos anos e exige profissionais qualificados

Felipe Tavares Associação Brasileira de Cinema de Animação (ABCA) (Foto: Divulgação)Felipe Tavares, presidente da Associação
Brasileira de Cinema de Animação, traça
panorama do mercado (Foto: Divulgação)
Há tempos ver desenho deixou de ser uma atração apenas para as crianças. A animação se transformou em uma indústria e hoje atrai milhares de profissionais, que sonham em dar vida para suas histórias. Só a última edição do festival Anima Mundi contou com 421 filmes de 44 países. O Brasil compareceu com 77 produções. A trajetória de sucesso de animadores brasileiros como Carlos Saldanha, que conquistou o público nacional e internacional com a animação "Rio", é um incentivo para os jovens desenhistas, que podem escolher entre uma gama variada de opções de trabalho.

“O mercado está explodindo. Basta dar uma olhada nas grades de programação da TV. Existe também uma demanda grande na área de jogos, além de criação de projetos para dispositivos móveis, sites e softwares interativos. Algumas escolas já estão adotando os tablets. O MEC tem o projeto de um computador por aluno, o UCA. Isso tudo é ótimo para quem trabalha com animação”, explica o professor Francisco Marinho, do Departamento de Fotografia, Teatro e Cinema da Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A universidade criou em 2009 o primeiro curso de graduação em Animação do Brasil, onde os alunos aprendem diversas técnicas como 2D, 3D e Stop Motion, e podem escolher entre a habilitação em Animação ou em Artes Digitais.

Segundo Felipe Tavares, presidente da Associação Brasileira de Cinema de Animação (ABCA), a demanda é grande, porém, ainda faltam profissionais especializados e mais escolas. “Se queremos ter uma indústria brasileira de animação, precisamos qualificar os profissionais. Existem alguns cursos, como na UFMG; na Universidade Veiga de Almeida, no Rio; na Universidade de Pelotas, no Sul, mas ainda é pouco. Um bom animador ganha em média entre R$ 2,5 mil e R$ 3 mil, mas isso depende do projeto. Antes de tudo, ele tem que saber desenhar e construir as expressões, combinar cores, entender o conceito. Só depois disso é que pega nos softwares de animação. Engana-se quem acredita que animação é só no computador”, explica Tavares.

Nos últimos três anos o mercado da animação ganhou mais fôlego, por conta das coproduções com o exterior e do apoio (incipiente) do governo brasileiro. “A coprodução foi a maneira encontrada pelos animadores para viabilizar os projetos. Em 2008, a criação do Anima TV, programa de incentivo do governo para o setor de animação, foi uma ótima iniciativa. Dos 257 projetos inscritos, foram selecionados 17, que receberam R$ 110 mil para fazer uma animação de 11 minutos. Após a exibição dos pilotos na programação da TV Cultura de 25 a 30 de janeiro de 2010, dois projetos foram selecionados para a assinatura de um novo contrato no valor de R$ 950 mil, que prevê a produção de mais 12 episódios. Os produtores e autores também participaram de oficinas com consultores nas áreas de Narrativa, Arte, Produção e Comercialização”, conta Tavares.

Com a troca de governo, porém, o processo de incentivo para a animação brasileira parou, lamenta o presidente da ABCA. “O retorno que temos no momento é que está havendo uma reestruturação. Ainda é muito caro fazer animação. Uma série para TV custa cerca de 6 ou 7 milhões de dólares. E o cinema ainda é mais caro do que isso. Ainda precisamos do governo para consolidar nossa indústria, até conseguirmos a independência. O curta-metragem é a janela de exibição do conteúdo brasileiro, esse processo não pode parar. Estamos torcendo para que os apoios voltem a acontecer o mais rápido possível”, completa.
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CRIA





O CRIA- Centro de Referência, Iniciação e Aperfeiçoamento em Animação e Artes Aplicadas, é uma divisão do estúdio de animação 2DLab focada na capacitação artística e técnica para as diversas atividades ligadas ao cinema de animação e às artes em geral, através de palestras, cursos livres e workshops. Interessado em promover e incrementar a qualificação criativa e a capacidade produtiva dos talentos brasileiros, o CRIA pretende preparar seus estudantes para atender às (cada vez mais) exigentes demandas do mercado, e se tornar referência na formação de profissionais da animação e artes afins.

Se por um lado, nos trabalhos individuais precisamos desenvolver e explorar nosso próprio repertório criativo, por outro, em grandes projetos colaborativos, precisamos exercitar o diálogo criativo, a integração e convergência de múltiplos talentos, e a construção de novos processos a partir dos nossos processos individuais. Precisamos direcionar nossas habilidades para poder contribuir e valorizar uma mesma essência original. Na base comum dessas duas formas de realização complementares, está o domínio dos nossos próprios processos técnicos e artísticos. Acreditamos que para atingir esse domínio, é fundamental conhecer e praticar muito cada disciplina: é preciso se especializar.

O CRIA é um berço que acomoda diferentes programas de especialização. Os Pilares do CRIA priorizam o desenvolvimento de uma sensibilidade artística e de um olhar crítico, fundamentais para qualquer formação artística. Dedicando a maior parte da carga horária para exercícios práticos orientados, prioritariamente em técnicas básicas e tradicionais, evitamos ao máximo as distrações técnicas e tecnológicas, focando na construção natural dos fundamentos e na autonomia criativa. O número reduzido de participantes por turma visa a orientação individual e adequada ao ritmo de cada participante.

Os programas oferecidos pelo CRIA aliam o que consideramos ser as demandas de formação mais urgentes do mercado com o perfil de preparação e disponibilidade dos instrutores. No desejo de dar conta das inúmeras disciplinas artísticas na área que se propõe, o CRIA tem interesse em encontrar novos parcerias, sejam novos instrutores, com novos programas, visitantes e palestrantes, empresas ou instituições públicas ou privadas vindos de qualquer lugar do Brasil ou de fora.

Se você ficou interessado em conhecer um pouco mais, entenda como o CRIA funciona.

Boa sorte e esperamos vê-lo em breve!

Andrés Lieban
Idealizador e diretor geral do CRIA

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Festival Anima-São 2011

palestrantes e a produção do Festival

algumas fotos do  
Festival Internacional de Animação de São Gonçalo
apoiado pela SAL.


Mesa de Debates - "Criação"


Sessão  Infantil

Platéia da primeira Mesa de Debates

Sessão Papagoiaba






fotos: Cláudio Roberto e Produção do Festival


segunda-feira, 13 de junho de 2011

Festival Anima-São 2011

Anima-São - Festival Internacional de Animação de São Gonçalo


Em sua edição 2011, o Anima-São é o Festival de Cinema de Animação da cidade de São Gonçalo. Vários
artistas exibirão seus trabalhos nos dois dias de exibições: 17 e 18 de junho.

Em parceria com a Universo, Secretaria de Cultura e Turismo de São Gonçalo, com o Canal Futura
e patrocínio do Sistema Elite de Ensino, o Estúdio Alexandre Martins é o realizador do maior Festival da
região.

No dia 17, no Campus São Gonçalo da Universidade Salgado de Oliveira - Universo - serão
exibidos filmes inéditos e também filmes premiados em várias Sessões. Os gonçalenses terão uma sessão somente de produções da cidade, a Sessão Papagoiaba.

Nas palestras, nomes como Marão (ganhador do Festival AnimaMundi 2010), Levi Luz (da série
Dogmons) e Stil (criador dos personagens do Xou da Xuxa).

O dia será também de oficinas para que se aprenda as técnicas de Animação em papel, Pixilation e
Storyboard.

O dia 17 começará às 9 horas e as oficinas às 11 horas, com encerramento ás 17 horas.

No dia 18 será na Lona Cultural do Jardim Catarina, aonde serão exibidos filmes especiais e premiados, além de uma palestra do cartunista gonçalense Ikenga, que dará autógrafos para todos, a partir das 17 horas.

Todo o evento tem entrada franca.

twitter do Anima-São: @AnimaSaoFest

blog do Anima-São: animasaofestival.blogspot.com


Informações e contato sobre o Festival:
Estúdio Alexandre Martins - 26055250 / 27122000
contato@estudiomartins.com.br