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quarta-feira, 13 de maio de 2020

Efeito do envelhecimento


Academia Virtual de Letras Antônio Aleixo
Patrono: Frei José de Santa Rita Durão
Acadêmico: Mauricio Duarte
Cadeira: 39
Acadêmico Vitalício



Efeito do envelhecimento

Envelhece cedo quem se deixa morrer por dentro,
sem descobrir suas próprias razões e raízes em si,
vivendo por viver, fora de toda dignidade...

Envelhece cedo quem quer, faz tudo para si
vendo sua pele se esticar, como borracha gasta,
logo arrebenta e deixa no lugar fragmentação...

Envelhece cedo quem não quer saber de consciência,
extrapola sem saber por uma experiência própria,
apenas calcula e, por calcular, só sobrevive...

Envelhece cedo quem não traz a tal descoberta,
esta experimentação humana no coração,
criando uma casca grossa em torno da ignorância...

Envelhece cedo quem não tem a vivacidade
de perguntar o porquê do que o rodeia, uma infinita
predisposição para o novo homem, nova vida...

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)

quinta-feira, 23 de abril de 2020

Fantasmas




Academia Virtual de Letras António Aleixo
Patrono: Frei José de Santa Rita Durão
Acadêmico: Mauricio Duarte
Cadeira: 39
Membro Vitalício


Fantasmas

Monólogo dos fantasmas:
à meia noite sempre vém;
me atormentam todos eles,
como que rindo de mim...

Velhos conhecidos de outros,
outros tempos, quando eu era,
eu era, eu era imortal, não era?
A era era imortal, não era, ãnh...?

Fantasmas, sim, zombeteiros,
com suas vozes estridentes
a troçar da desventura
minha e deste mundo inteiro...

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)

quinta-feira, 2 de abril de 2020

Quarentena


Academia Virtual de Letras António Aleixo
Patrono: Paulo Coelho
Acadêmico: Mauricio Duarte
Cadeira: 39



Quarentena


Ponto de partida:
Casa
O Destino final:
Casa.

Daqueles que me
avisaram só,
apenas um só,
ficou, sim, em casa....
Outros desvairados,
saíram para passear.

Ponto de partida:
Casa
O Destino final:
Casa.

Daqueles que me
alertaram só,
apenas um só,
usou o tal álcool gel...
Outros desvairados,
saíram sem se lavar.

Ponto de partida:
Casa
O Destino final:
Casa.

Daqueles que me
cutucaram só,
apenas um só,
manteve distância...
Outros desvairados,
saíram dando as mãos.

Ponto de partida:
Casa
O Destino final:
Casa.

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

O que é o amor?

Minha participação, Mauricio Duarte, no Caderno Literário no. 81, na página 16, da Editora Pragmatha:



O que é o amor?
Quem, quem saberá o que é o amor?
Defini-lo é difícil
sabê-lo é ainda mais,
amar é este mistério...
A tal arte do encontro,
o desejo, vontade,
necessidade voraz,
sabe, quem saberá?
O amor não se consome.
O amor sempre é e será.
Daí eu estou aqui para aprender,
ver o ABC do amor...
Todos estamos aqui
para aprender o que é,
o que não é o amor, e, sim.
que pode vir a ser...
Mauricio Duarte
São Gonçalo / RJ

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

Linha, ponto e plano

Academia Virtual de Letras
Patrono: Paulo Coelho
Acadêmico: Mauricio Duarte
Cadeira: 39



Linha, ponto e plano

Linha: delimitação no espaço,
conjugando pontos bem juntos,
ao redor do branco da folha,
solidão só desse tracejar.

Ponto: um marco estabelecido
para iniciar ou para terminar,
neste centro de onde converge
o tudo e o nada, desvanecendo.

Plano: criação do que está à frente
ou do que está naquele fundo,
ilusão do bidimensional,
a nos trair hoje, sempre e sempre.

Linha, ponto e plano traçados,
o artista vislumbra o infinito,
margeando uma dor pela angústia,
criando tachismos ao bel prazer...

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)

quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

Nada e nada mesmo



Minha participação no Caderno Literário com os poemas preferidos de 2019 da Editora Pragmatha. Agradeço muito à amiga Sandra Veroneze.
Nada e nada mesmo
Nada do rico serve para o pobre não...
Nada.
Nada do pobre serve para o rico não...
Nada mesmo.
Há um abismo incomensurável e nada aí...
Nada.
Ao mesmo tempo um tudo e também um nada, é...
Nada mesmo.
Nada pode haver entre quem tem tudo e...
Nada.
Entre quem tem nada, o tudo é muito e o nada, é...
Nada mesmo.
Entre quem tem tudo, o nada é pouco, e quase é...
Nada.
Enfim, o tudo e o nada são dois lados desse...
Nada mesmo.
Mauricio Duarte
São Gonçalo / RJ
Poema publicado no Caderno Literário 79 da Editora Pragmatha. https://www.facebook.com/cadernoliterariopragmatha/

sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

O vazio existencial do novo


Academia Virtual de Letras
Patrono: Paulo Coelho
Acadêmico: Mauricio Duarte
Cadeira: 39



O vazio existencial do novo

Os pictogramas chineses,
esdruxulamente só sãos,
pululam na minha mente, assim,
cuja ânsia pelo novo vê:
só o que é esdrúxulo, novidade,
que logo deixa de ser, porque
velho, carcomido, antigo...

O novo, o velho, tudo isto é igual.
Nada original sobrevive
ao seu imenso repositório
imagético: nossa mente
tudo vê, tudo guarda, consome,
tudo absorve e regurgita;
o vazio existencial do novo...

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)

segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

Livro Vociferar em silêncio Poesia




Livro
Vociferar em silêncio
Poesia

Por: Mauricio Duarte

Vociferar em silêncio é uma viagem poética pelos universos de silêncios e de falas ao pé do ouvido. Falas que não são ouvidas em qualquer lugar a qualquer tempo, mas que são como que presságios de tempos trevosos que se aproximam ou de tempos de indiferença que já nos alcançam. 66 poemas com a liberdade do gesto que fazem calar ou gritar.
Categorias: História Alternativa, Fantasia, Aventura, Poesia, Literatura Nacional, Ficção

Palavras-chave: alma, corpo, espírito, místico, poema, poesia, silêncio, vociferar

Número de páginas: 80
Edição: 1(2018)
Formato: A4 (210x297)
Coloração: Preto e branco
Tipo de papel: Offset 75g

Estou vendendo a R$ 45,00 + FRETE dos correios

quinta-feira, 9 de janeiro de 2020

“Falavam-me de amor”



“Falavam-me de amor”

“Quando um ramo de doze badaladas
se espalhava nos móveis e tu vinhas
solstício de mel pelas escadas
de um sentimento com nozes e com pinhas,
menino eras de lenha e crepitavas
porque do fogo o nome antigo tinhas
e em sua eternidade colocavas
o que a infância pedia às andorinhas.

“Depois nas folhas secas te envolvias
de trezentos e muitos lerdos dias
e eras um sol na sombra flagelado.

“O fel que por nós bebes te liberta
e no manso natal que te conserta
só tu ficaste a ti acostumado.”

Natália Correia

(Natália Correia, em "O dilúvio e a pomba". 1979)

Visite a página da escritora Bartira Mendes . RESPIRANDO POESIA . https://www.facebook.com/bartiramendesrespirandopoesia/

quinta-feira, 14 de novembro de 2019

Miserável inferno na Terra


Academia Virtual de Letras
Patrono: Paulo Coelho
Acadêmico: Mauricio Duarte
Cadeira: 39



Miserável inferno na Terra

Se não fosse, não existiria
tanto mendigo e sem teto,
em pouco espaço das cities
de todo mundo e de todo
lugar... terra miserável.

Se não fosse, não existiria
tanta injustiça, tristeza,
morte, avidez e ódio,
de todo mundo e de todo
lugar... terra miserável.

Se não fosse, não existiria
tanto criminoso, tanto
desamor e destruição,
de todo mundo e de todo
lugar... terra miserável.

Se não fosse, não existiria
tanto corrupto, tanta
gente má, uns distorcidos,
de todo mundo e de todo
lugar... terra miserável.

Esse inferno na Terra é aqui?
Talvez sim, talvez não, mas
se não fosse, não existiria
tanta verdade nos versos
desse poema... miserável.

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)

sábado, 2 de novembro de 2019

Os antropófagos

Academia Virtual de Letras
Patrono: Paulo Coelho
Acadêmico: Mauricio Duarte
Cadeira: 39



Os antropófagos

Milhares de estilos
numa só bocarra
que engole tudo e
todos; Macunaíma
dos nossos mass medias,
cuja potência é
menos do que seria
se fosse de valor...

Turbilhão dos grandes
e vorazes ateus,
vagando sem ir
e vir nessa taba
galática num
apito estridente
que o metrô simula,
queria mas não tem...

Camadas de creme
no chantilly dos
fast food em
festa das abelhas;
zangões do tráfico
de drogas ou de
milk shake, tanto
faz ou tanto fez...

Os antropófagos
que vislumbram esta
mixórdia não têm
esperança, só anseiam
sorveter na estrela
cruzeiro do sul,
a lamentar o
destino aos trópicos...

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)


segunda-feira, 28 de outubro de 2019

Dançando entre o fogo




Dançando entre o fogo


Vislumbra as labaredas,
o quanto são altas e
envolventes, crepitar
das chamas fanáticas...

Deslumbram toda a massa
ignorante que
idolatra o fascismo,
a tecnocracia e o
tecnicismo ao redor
desse fogo atávico...

Vislumbra as labaredas,
o quanto são altas e
envolventes, crepitar
das chamas fanáticas...

Primordial porque vem
da parte animal da
nossa centelha, uma ânsia
pela destruição, pela
morte; os olhos brilhando,
guerra, fascinação...

Vislumbra as labaredas,
o quanto são altas e
envolventes, crepitar
das chamas fanáticas...

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)


sábado, 12 de outubro de 2019

Criança

Academia Virtual de Letras
Patrono: Paulo Coelho
Acadêmico: Mauricio Duarte
Cadeira: 39
Poema em homenagem ao Dia das Crianças



Criança
Minha é a tua sinceridade
porque nunca é tarde para
criar laços de compreensão.
Minha é a tua ternura
porque estar em paz
é caminhar com suavidade.
Minha é a tua grandeza,
porque o menino é o pai
do homem, já disseram.
Minha é a tua inocência
porque amar é para quem sabe
de gestos delicados e nobres.
Minha é a tua vida
porque viver é, antes de tudo,
maravilhar-se com a realidade.
Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)
Poema em homenagem ao Dia das Crianças

quarta-feira, 9 de outubro de 2019

Artificialismos


Academia Virtual de Letras
Patrono: Paulo Coelho
Acadêmico: Mauricio Duarte
Cadeira: 39



Artificialismos

Que o horizonte fosse cinza,
que as flores fossem de plástico,
nunca se daria maior triunfo em
ser vontade do homem de
domar a natureza ao seu
conforto, luxo, prazer e
tudo, tudo que pode, quer...

Que as raízes fossem, sim, de metal,
que o próprio ar fosse de concreto,
nunca se daria maior triunfo em
domar a natureza ao seu
interesse, força, ganância,
tudo, tudo que pode, quer...

Que os oceanos fossem esgoto,
que as montanhas fossem de lixo,
nunca se daria maior triunfo em
ser vontade do homem de
domar a natureza ao seu
poder, avidez, danação,
tudo, tudo que pode, quer...

Que os animais fossem andróides,
que a vida fosse artificial,
nunca se daria maior triunfo em
ser vontade do homem de
domar a natureza ao seu
ódio, crime, especulação,
tudo, tudo que pode, quer...

Que os poetas fossem mecânicos,
que a arte fosse só falsidade,
nunca se daria maior triunfo em
ser vontade do homem de
domar a si mesmo, vítima
do próprio orgulho, falta de
tudo, tudo que pode, quer...

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)

sábado, 7 de setembro de 2019

Isso é muito Brasil, mané

Homenagem ao 7 de setembro
Academia Virtual de Letras
Patrono: Paulo Coelho
Acadêmico: Mauricio Duarte
Cadeira: 39
Homenagem ao 7 de setembro



Isso é muito Brasil, mané
Candomblé em ritmo de jazz,
pra gringo ouvir, dar um rolé,
se estafar na comunidade,
ocupação dos sem teto, é...
Isso é muito Brasil, mané.
Pajelança e índios, o rapé
dos desfigurados místicos,
em torno do cacique rapper;
cheirando cola bem no sinal...
Isso é muito Brasil, mané.
Direita coxinha rezando,
a pedir pelo agronegócio,
bebendo no narcotráfico,
uma Taurus de narguilé...
Isso é muito Brasil, mané.
Mar aberto com som de funk;
na praia dos analfa funcionais,
dançando ao redor da fogueira,
tá junto e misturado, né?...
Isso é muito Brasil, mané.
Caviar, mont blanc e ferrari,
na porta da mansão de coca,
fé e vida das autoridades,
que, bem, nem avançam, nem recuam...
Isso é muito Brasil, mané.
Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)

quinta-feira, 29 de agosto de 2019

esse universo fictício em metal

O poema Esse universo fictício em metal, de minha autoria, Mauricio Duarte, participando do Caderno Literário Pragmatha no. 75.

esse universo fictício em metal

boca inox enferrujada de piercings,
se destroem um a um, em uníssono
em um quadrilátero ferroviário,
cheios dum aço fundido, ao redor, sim,
da taba com pajés de cocar fixos
na parede do quadro, simulacro
das vias de caborno catorze num
mundo em alamedas metalizadas...

arranha-céus que se condoem ao ver
hordas de demônios ferruginosos,
cantando e dançando no fundo gasto
e retorcido, metal que não acaba
enquanto não vem o tempo da vinda
do Messias Salvador em ferro gusa,
gozo dos deuses que arrebentam essas
cloacas de concreto armado no fogo...


Mauricio Duarte

sexta-feira, 26 de julho de 2019

Labuta do escritor

Academia Virtual de Letras
Patrono: Paulo Coelho
Acadêmico: Mauricio Duarte
Cadeira: 39

Homenagem ao Dia do Escritor



Labuta do escritor

Tenho três livros para ler,
um café esfriando,
um cachorro faminto esperando a ração
e a minha cabeça pronta para explodir.

Porque não chega logo a sexta-feira?
Estipulei uma conta plausível com meu despertador:
Ele toca às 6 da manhã
e eu me acordo às 11 horas.

Carrego comigo toda dor de anos a fio escrevendo.
Pulsando o tempo passado,
como que reiterando a derrota diária
de transcrever o passado pela escrita.

É isso que fazem os escritores, não é?
Arrastam a sua dolorida
mão pelo passado para que ele
não nos tome de assalto.

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)

quarta-feira, 10 de julho de 2019

Bruma de Cabo Verde - Minha participação no Caderno Literário Pragmatha no. 74

Minha participação no Caderno Literário Pragmatha no. 74.





Bruma de Cabo Verde

Cantando e caminhando,
vivendo e acariciando
o que restou da luz.

Mas a bruma não se dissipa...

Observando e clamando,
xingando e especulando
o que restou da sorte.

Mas a bruma não se dissipa...

Movendo e antecipando,
planejando e temendo
o que restou da paz.

Mas a bruma não se dissipa...

Determinando e lendo,
amando e procedendo
o que restou da lida.

Mas a bruma não se dissipa...

Lamentando e calando,
meditando e rezando
o que restou da fé.

Mas a bruma não se dissipa...

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)

(Extraído do Caderno Literário Pragmatha no. 74 . página 97)