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quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

Paulo Caldas


Paulo Caldas

Até que ponto o real é real mesmo ou é apenas um espelho de sonho no qual a verdade é um ponto de vista?  A ambiguidade dos nossos anseios nos trazem inquietações filosóficas e espirituais porque são dúplices e tríplices ou as inquietações filosóficas e espirituais nos trazem anseios ambíguos porque são dúplices e tríplices?  Paulo Caldas, exímio artesão das artes plásticas, propõe uma “flecha mensagem” que nos atinge no peito, no coração...
Como em René Magritte, para quem as ambiguidades de um quadro seu “vêm da sua natureza profundamente introspectiva e são a resposta de um pensativo observador para a vida superficial ao redor de si”, nas palavras de Edmond Swinglehurst, Paulo Caldas pensa o mundo filosófica e espiritualmente, tanto quanto ideológica e socialmente.  Suas influências, segundo suas próprias palavras, vêm mais do que leu e do que ouviu do que propriamente do que viu.  As leituras de Richard Bach (Fernão Capelo Gaivota, Longe é um lugar que não existe), Khalil Gibran (O Profeta), Hermann Hesse (Sidarta, O Lobo da Estepe), Jiddu Krishnamurti (Sobre a liberdade), Lobsang Rampa (A Terceira Visão) e Manoel de Barros (O livro das ignorãças) alimentaram e alimentam sua arte surrealista ao lado de Pink Floyd, Vangelis, Tom Jobim e Chico Buarque, na música.
Profundo conhecedor do desenho e das suas possibilidades, o artista leva o observador de suas obras às indagações e conjecturas sérias a respeito da sua existência com jogos extremamente elaborados de figura e fundo. Também se utiliza de formas que se transformam e se metamorfoseiam numa verdadeira dança imagética onde as cores têm o papel fundamental de atrair o espectador.
A viagem que M. C. Escher – um irmão e mestre para Caldas – realizou à Granada, na qual foi fortemente impactado pelos azulejos mouros, de onde surgiram nele as inspirações para os padrões geométricos, transfigurados ao serem repetidos, formando novos desenhos, Paulo Caldas explorou nos recônditos da sua própria psique, da sua alma.  Suas pinturas são verdadeiras viagens fantásticas que estruturam realidades oníricas em concomitância com imaginações concretas, feitas no real palpável do pictórico e do gráfico.
Do modo de Iberê Camargo, o artista segue a linha do “não nasci para fazer berloques, enfeitar o mundo... eu pinto por que a vida dói.” Paulo conhece como poucos a arte de instigar e provocar, sendo um virtuoso desenhista que constrói pontes entre a imaginação e a realidade sem fazer falsas concessões aos modismos de qualquer natureza midiática.
Salvador Dalí, em sua grande voracidade surrealista, inspirou também fortemente Paulo Caldas, que soube extrair da arte delirante, alucinada, deliciosamente cativante e magnífica do catalão, seu substrato para uma criação autônoma e original que nada deve a nenhum dos pintores surrealistas de todos os tempos.
A situação atual do país o inquieta muito e o pintor deixa uma mensagem para todos os brasileiros e brasileiras: “Ser bom é mais barato.  Quando somos bons, economizamos energia positiva para o nosso país.  Vejam o que está sendo desperdiçado em decorrência da ação dos maus que infestam nosso Brasil.”
Mauricio Duarte

Referências:
A Arte dos Surrealistas . Edmund Swinglehurst . Ediouro . Rio de Janeiro . 1997
M. C. Escher . Artista gráfico holandês . https://www.ebiografia.com/m_c_escher/ . visitado em 16-10-2017
M. C. Escher . O artista das construções impossíveis .
M. C. Escher . Wikipédia . https://pt.wikipeida.org/wiki/Mauritis_Cornelis_Escher / visitado em 16-10-2017

Contatos com o artista:
Telefone: 82 999552464
E-mail: cordao-nordeste@hotmail.com
Facebook: https://www.facebook.com/paulo.caldas.125
Endereço: Rua Marco Aurélio, 146 - Jd. Petrópolis II - Tabuleiro dos Martins, Maceió . AL


Leia mais: https://www.divulgaescritor.com/products/paulo-caldas-por-mauricio-duarte/

quarta-feira, 27 de setembro de 2017

José A. Kuesta



José A. Kuesta

Toda a herança mágica, mística, mitológica e histórica do Egito Antigo fascinam nosso artista mestre José A. Kuesta.  Mais do que isto, todo esse legado egípcio antigo é representado, transformado e reconfigurado.  Numa releitura de seus símbolos em criação totalmente original e afinada com o zeitgeist, esse nosso caldo cultural diversificado e abrangente contemporâneo, José A. Kuesta nos mostra o que de mistério, expressividade e criatividade pode advir desta abordagem.
O abstracionismo do artista é de uma singularidade sem igual e é realizado de forma completamente atual, como já disse.  Isto se dá, a partir de cores e manchas, colagens, grafismos, traços, carimbos, num amálgama de elementos gráfico-visuais e pictóricos, cuja influência pode ser encontrada em vários lugares.  Paul Klee, o expressionismo abstrato e a própria história do Egito Antigo são algumas destas influências que também ganham maior corpo quando da sua aproximação com a tendência da arte abstrata dentro da arte informal, chamada pintura matérica.  A pintura matérica é uma vertente pictórica que surgiu após a Segunda Guerra Mundial, desenvolvida primeiramente na França, com os trabalhos dos artistas Fautrier e Dubuffet.  Suas composições utilizam, na pintura, conjuntos de cortes, furos ou rasgos.  Também são utilizados nesse tipo de arte, materiais diferentes tradicionais, incluindo: quadro, areia, sucata, trapos, madeira, serragem, vidro ou gesso. A arte de Dubuffet, por exemplo, ficou conhecida como Arte Brut.
José A. Kuesta demonstra total maestria nessas composições, de um estilo inconfundível, que se assemelham a documentos antigos, sendo repaginados e reformulados para o nosso tempo.  De um modo inteiramente novo e sem falsas concessões a um ou outro determinado conceito estético da moda, o artista faz com que nos deparemos com o inevitável do abstracionismo: a pintura é tinta e papel, bem como outros materiais.  Mas além, disto, a pintura é sonho, é divagação, é força e é infinidade de muitos modos diferentes. Aliás, a própria escolha do Egito Antigo como base inspiradora, é, a um só tempo, reveladora de seu conhecimento das chaves esotéricas, únicas em todo o planeta Terra – só comparáveis às chaves esotéricas da Índia e da antiga Pérsia, atual Irã, porque efetivamente nenhuma outra tradição, além destas três, as possui – e de suas consequências, principalmente estéticas.  Não é à toa que quando perguntado sobre que frase poderia representar sua visão artística, José A. Kuesta respondera: “A arte é uma forma de religião”.

Mauricio Duarte

Contatos com o artista:
Galeria de Arte Saatchi: www.saatchiart.com/joanku

segunda-feira, 10 de abril de 2017

Spiga



Spiga

Uma explosão de cores! Força, dinamismo, originalidade... Em uma palavra... audácia!  Assim é a pintura de Spiga.  Criação que nos remete às vicissitudes e agruras da vida, às dificuldades, mas sobretudo ao gesto transversal da vida,  a vida levada aos extremos, engolida aos grandes pedaços; com uma garra inquebrantável...
Pigmentos sobre pigmentos.  A mancha do “deformismo” – palavra criada pelo próprio artista – que enlaça e desenlaça ao mesmo tempo... Criatura e criador num só universo; interagindo como numa dança que pode ser tanto o balé clássico como uma festa do congado, passando pelo frevo pernambucano ou pelo samba de uma escola de samba carioca.  A composição é fluída, é sempre fluída, sempre nos leva de uma ponta a outra da tela, em expressividade fora do comum.
A cor é o próprio tema de muitas composições do artista, como em Paul Klee e em Miró.  E são cores intensas, como em Kandinsky.  Mas que não se engane quem vislumbra suas peças: Spiga é original, não há nem nunca houve igual... Autodidata por natureza, vocação e escolha própria, o pintor não se inspira em nenhum outro.  “Sou adepto de minhas criações”, dispara certeiro quando perguntado sobre alguma influência.  Para ele, “a arte não tem restrição.” E tudo pode ser testado, experimentado, questionado e... deformado.  “Quero encontrar um ponto entre o abstrato e o deformismo”, conclui mais longamente sobre obras atuais.
Spiga tem uma trajetória muito rica de 45 anos na pintura!  Sua maestria das formas, cores e linhas transpassa cada pincelada, cada mirada ao longo da criação... E nada escapa ao seu olhar...
Juazeiro do Norte, cidade dos romeiros de Nossa Senhora das Candeias, possui uma nova/antiga luz, a luz de Spiga, filho querido do Ceará, que ilumina e engrandece o olhar de quem se detém em suas criações... Longa vida ao nosso experimentador/artista/pintor do alto de sua maturidade artística!

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)

Contatos com o artista:
Telefone : (88) 988072953
Atelier: Rua Pio X 937 – Centro – Juazeiro do Norte, Ceará


domingo, 11 de outubro de 2015

Hildebrando de Castro

Leia o novo texto da minha Coluna no Divulga Escritor:


Hildebrando de Castro


Hildebrando de Castro nasceu em Olinda em 1957. Como toda criança, desenhava, rabiscava em bloco, em qualquer papel.  Autodidata, trabalhou como artista gráfico.  Alcançou um nível de excelência na pintura em pastel, técnica não muito usual atualmente, mas em que  Hildebrando tornou-se mestre. Visto que sua visão da história da arte não é cronológica nem progressista e que, fazer arte para ele está muito ligado ao prazer, o artista foi aperfeiçoando a técnica, explorando questões internas do seu próprio trabalho.  No final de 1999 e começo de 2000 voltou-se para a pintura à óleo, mas sem os resultados do pastel.  Até que em 2001 encontrou-se com o óleo, alcançando a mesma magnitude do trabalho com a técnica antiga. Posteriormente, passou da pintura para a produção de objetos.
O artista pinta o que o interessa e quando vê o tema esgotado, passa para outro assunto.  Sua obra é essencialmente narrativa, mas as histórias que conta não são do domínio da realidade, são antes, um mundo paralelo que Hildebrando enxerga colado ao real.
Na série Histórias Insólitas, o grande mestre retrata acidentes que desencadeiam histórias, como o tornado do Mágico de Oz, o incêndio na floresta de Bambi, um tsunami que empurra um transatlântico.  Pintadas à óleo, as peças, em dimensões mínimas, são reunidas como histórias em quadrinhos.
Em outra série, Arquitetura da Luz, o artista aborda os jogos de luz e sombra criados nos brise-solei dos prédios da cidade de Brasília.  A beleza das imagens resulta em peças de arte quase concretistas que desafiam o olhar.
Entes humanos é uma série composta por trabalhos com seres fantásticos criados pelo artista a partir de pessoas reais retratadas em cores quentes e cenários oníricos.
Em Inquieto Coração, Hildebrando enfoca vísceras cruas como se fossem símbolos; fazendo corações pulsarem, dando movimento à imagem estática.
Corpos Fragmentados evocam a nossa condição animal, sempre esquecida e negada, com braços e  pernas exangues, cortados como postas de açougue.
Já na série Infância Perversa, o artista retrata o universo infantil com humor negro, colocando a crueldade e a falsa ingenuidade dos brinquedos, grande parte, cada vez mais erotizados.
Segundo Marcus de Lontra Costa: “Hildebrando de Castro é um repórter da visualidade, um atento observador das formas e cores do mundo.  A sua capacidade técnica inegável está sempre a serviço de uma precisa e contundente análise sobre a vida e seus paradoxos, sobre os limites delicados entre o fantástico e o real; fiel ao espírito da contemporaneidade ele é um artista das frestas, das passagens, das coisas do mundo que sugerem leituras diferenciadas, verdades várias, vagas, vastas em seus mistérios, variadas interpretações (...)”
Num abrir e fechar de olhos (ou janelas?), Hildebrando de Castro nos propõe a vida entre uma euforia e uma ressaca; uma consciência de que o decadente pensamento moderno está em seu crepúsculo.  A sensação de que estamos todos sozinhos, de inquietação e do silêncio vazio está presente em sua obra e o artista reflete nosso tempo de um modo que só um criador de arte magnífico e genial poderia fazê-lo.

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)

Pesquisas eletrônicas e bibliográficas:
Para entender a obra de Hildebrando de Castro . Entrevista do artista a Maria Alice Milliet . (São Paulo, dezembro de 2004) http://www.hildebrandodecastro.com.br/Textos_MA.html
Ilusões do Real . Hildebrando de Castro . Catálogo da exposição . Caixa Cultural Rio de Janeiro . 14 de janeiro a 03 de março de 2013