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sábado, 17 de maio de 2014

Chiclete, a Animação Gonçalense que Chegou pra Grudar.

Chiclete é um cãozinho de pelúcia mágico que ganha habilidades especiais quando está junto de crianças que tenham imaginação. O personagens e seus amiguinhos foram publicados pela primeira vez em 2009 pelo gonçalense Edson D'Car e ganhou muita popularidade na internet e nas escolas. Os personagens já ilustraram tiras, jornais e até revistas em quadrinhos, sendo uma delas para campanha contra o mosquito da dengue.
Sempre visionário e fazendo um trabalho persistente e incansável, o seu criador, Edson D'Car agora investe em uma produção animada. A série segue com produção totalmente gonçalense, onde é desenhada, animada e gravada na cidade de São Gonçalo, no Estúdio João Caetano.
O desenho também conta com elenco da região, onde terão crianças de verdade nas vozes dos personagens infantis, para garantir mais naturalidade e identificação com o público infantil.



As Aventuras de Chiclete
Autor, produtor e diretor: Edson D'Car
Técnico de som: Ricardo Fortuna
Elenco:
Leo Vieira: Chiclete
João Victor Sanches: Dudu
Amanda Sanches: Duda
Paulo Martare: vozes adicionais
Aline Sanches: Narração, Mãe e Vendedora.




Leo Vieira



segunda-feira, 10 de março de 2014

Breve História da cidade de São Gonçalo



Alexandre Martins*


Em 1502 foi descoberta a Baía de Guanabara e, em decorrência, suas regiões. A chamada Banda D'Além tinha uma sesmaria, a de São Gonçalo, parte da Capitania de São Vicente.
Foi o viajante francês Jean Lery quem, em 1557, fez a primeira referência escrita que se conhece, às terras do hoje município de São Gonçalo. Em seu livro “Viagem às terras do Brasil” ele comenta que encontrou aldeias indígenas Tupis em torno da baía que nós hoje chamamos de Guanabara e localizada a Ilha de Itaoca, como o ponto de uma delas. 1
A Sesmaria de São Gonçalo compreendia o espaço o que hoje seria da Praia de Icaraí à Praia da Luz. Seu desbravamento se deu pelos Jesuítas, que construíram portos e fazendas. À época existiam poucos habitantes nativos, como os índios
É, pois, em abril de 1579 que se tem o início da história de São Gonçalo. A paróquia data dee 10 de fevereiro de 1646, bem como a transformação da sesmaria em Frequesia.
Gonçalo Gonçalves, “O Velho” é considerado o primeiro donatário da Sesmaria que deu origem à atual cidade, cuja carta de doação data de 6 de abril de 1579 de terras “com mil braças de largo e 1500 de comprido, em Suassunhã do Porto de Birapitanga”. Fidalgo natural de Amarante, região do Minho, em Portugal, morava no Rio de Janeiro. De posse da terra, erigiu a igreja de São Gonçalo do Amarante, às márgens do Rio Imboaçu, aonde hoje está a igreja matriz. O povoado surge em seguida, onde hoje é o bairro do Zé Garoto.
Revolta da Cachaça é o nome pelo qual passou à História do Brasil o episódio ocorrido entre final de 1660 e começo do ano seguinte, no Rio de Janeiro, motivado pelo aumento de impostos excessivamente cobrados aos fabricantes de aguardente. Também é chamada de Revolta do Barbalho ou Bernarda. Governava o Rio de Janeiro, Salvador Correia de Sá e Benevides, no início de 1660. Produtores da região norte da Baía da Guanabara, então Freguesia de São Gonçalo do Amarante (atuais municípios de São Gonçalo e Niterói) rebelaram-se contra a taxa.
Durante seis meses houve reuniões na fazenda de Jerônimo Barbalho Menezes de Bezerra, na Ponta do Bravo (atual bairro do Gradim, em São Gonçalo).
Na madrugada de 8 de novembro de 1660, liderados pelo fazendeiro, os revoltosos atravessam a baía, convocando o povo da cidade pelo toque de sinos a reunir-se diante do prédio da Câmara. Totalizavam 112 senhores de engenho, 10 de São Gonçalo, que exigiam o fim da cobrança das taxas, bem como a devolução daquilo já arrecadado. Tomé de Sousa Alvarenga, tio do governador e em exercício durante sua ausência. Alvarenga foi enviado para Portugal junto a uma lista de acusações contra sua família, então poderosa. Salvador de Sá organizou uma tropa de paulistas. O Rio de Janeiro foi atacado de surpresa, na madrugada de 6 de abril. As tropas baianas vieram pela praia, enquanto Salvador de Sá invadia com os seus pelo interior. Apanhados de surpresa, os revoltosos não opuseram resistência.
Aprisionados os líderes, foi montada uma corte marcial que condenou os rebeldes à prisão. Jerônimo Barbalho, único condenado à morte, foi decapitado e sua cabeça afixada no pelourinho.
O Conselho Ultramarino, porém, deu razão aos rebelados. Salvador de Sá foi afastado de suas funções e teve de responder em Portugal por seus excessos. A família Sá, descendente do ex-governador-geral Mem de Sá e do fundador da cidade do Rio de Janeiro, Estácio de Sá, perdeu prestígio e a grande influência que até então conseguira manter. Os rebeldes condenados foram libertados.
Em 1749 foi criada a Estrada Real (atual rua Moreira César) ligando Niterói a Alcântara. À época o trajeto era feito por embarcações do Porto de Niterói para os portos de São Gonçalo (Ponte, Luz, Neves, Bandeira e Lira) e a ligação com o Rio de Janeiro se dava tembém por esses portos.
Com a criação, em 21 de junho de 1769, da Freguesia de Paquetá, esta é anexada a São Gonçalo, sendo anexada finalmente pelo Rio de Janeiro somente em 1833.
Em 1779, São Gonçalo contava com 23 engenhos de açúcar, com 952 escravos numa população de mais de seis mil habitantes.
Em 1780 recebeu as primeiras mudas de café, oriundas de Belém, no Pará.De São Gonçalo, expandiu-se para todo o Estado do Rio e para o Vale do Paraíba.
Em 1819 é criada a Vila Real de Praia Grande e São Gonçalo é anexada junto com outras freguesias. Em 1834 é denominada Cidade de Niterói e, em 1835, é elevada a capital do Estado do Rio de Janeiro.
Em 1847, o Imperador D. Pedro II visita São Gonçalo pela primeira vez, hospedando-se na sede da Fazenda do Jacaré (atual bairro do Patronato).
Em 1860, possuía São Gonçalo 30 engenhos de cana e 10 fornos de cerâmica, exportando seus produtos pelos portos de Gradim, da Pedra, Maruí, Neves, Guaxindiba, da Madama, da Ponte, da Luz, do Rosa e Boa Vista.
Em 1890, foi São Gonçalo a sede da primeira Região Policial do Estado do Rio, conseguindo ainda, aos 22 de outubro, seu desmembramento de Niterói. Em 1899 é inaugurado o primeiro prédio da Prefeitura, no mesmo local atual, embora seu primeiro prefeito, Cel. Ernesto Francisco Ribeiro, tenha somente sido nomeado em 1904. Em 1922, São Gonçalo é reconhecida oficialmente como cidade.
Em 1943, o distrito de Itaipú é cedido para o município de Niterói e São Gonçalo deixa de ter sua ligação com a Costa brasileira.
Não somente o Imperador e a Princesa Isabel, mas Presidentes do Brasil visitaram São Gonçalo, como Getúlio Vargas em 1943 e Juscelino Kubitschek em 1956.
Os primeiros bairros de São Gonçalo tiveram origem das fazendas de cana de açúcar que foram loteadas no início do século XX, daí muitos terem seus nomes, como Trindade, Itaúna, Colubandê, etc. Outros, pelos portos que existiam no local, como Porto Novo, Porto da Madama e outros.
Muitos brasileiros importantes nasceram em São Gonçalo, como o Conde Baurepaire Rohan, construtor do primeiro Plano Diretor da cidade do Rio de Janeiro; Orlando Rangel, introdutor da Indústria Farmacêutica no Brasil; dentre outros.


* * *


(*) empresário cultural, Presidente-fundador da SAL.


1- O termo tamoios se refere a uma aliança de povos indígenas do tronco lingüístico tupi que habitavam a costa dos atuais estados de São Paulo (litoral norte) e Rio de Janeiro (Vale do Paraíba fluminense). Esta aliança, liderada pela nação tupinambá, congregava também os guaianazes e aimorés. Portanto "tamoio" não se trata de um etnônimo, ou seja, de uma tribo ou nação indígena específica. O termo "tamoio" vem "tamuya" que em língua tupi significa "os anciãos". A aliança de tribos, conhecida como Confederação dos Tamoios, foi motivada pelos ataques dos portugueses e mestiços que procuravam capturar escravos entre os indígenas para trabalhar nas primeiras plantações de cana-de-açúcar. Por décadas, os Tamoios foram a única resistência organizada contra a colonização portuguesa.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Invasões Britânicas na Educação e Cultura Gonçalenses




Zeca Pinheiro
 
Muito depois do futebol se tornar o esporte mais popular do mundo e a língua inglesa a mais falada no planeta, bem depois das teorias de Newton e Charles Darwin e pouco depois da televisão, do telefone, da penicilina, do motor elétrico, da locomotiva a vapor e do trem invadirem nosso dia a dia, mudando radicalmente nossos hábitos e costumes.
Tornou-se comum a invasão de escolas de origem estrangeiras no final do século XIX e inicio do século XX em todo o território brasileiro Certamente devido à enxurrada de imigrantes de diversas nacionalidades em nosso país, São Gonçalo não podia ficar imune a esta presença, a primeira invasão no bom sentido é claro foi em 1908, na Chácara Paraiso numa área de 150.000 (cento e cinquenta mil metros quadrados) localizado na Venda da Cruz, onde há pouco tempo funcionou o 3º BI, foi instalado uma sucursal do Gymnasio Anglo-Brazileiro ou The Anglo-Brazilian School uma vez que a matriz havia sido criada em 1899 em São Paulo em plena Avenida Paulista. 

 
D.O.U. Com as diretrizes da nova escola


Seu fundador Charles W. Armstrong oriundo de Nottingham - Inglaterra era adepto da celebre citação em Latim do poeta grego Juvenal: Men Sana, incorpore Sano (somente um corpo são pode produzir ou sustentar uma mente sã. Seu uso mais generalizado expressa o conceito de um equilíbrio saudável no modo de vida de uma pessoa). Gostava de trabalhar tanto o lado intelectual do aluno, como também o corpo através de exercícios, as belas instalações da Chácara Paraiso proporcionava as condições ideais para tal, amplas acomodações, salas de aula, dormitórios, local para recreação e principalmente muito verde, jardins arborizados, diversos tipos de árvores inclusive frutíferas e espaço para os exercícios da petizada, caminhadas, corridas e recreações diversas.

 
A foto lateral do prédio dava para ver o conforto e toda a arborização do local



Convidou para Vice-Diretor e seu braço direito o Mr. Alfred Robinson Aldridge devido a sua larga experiência na direção de grandes colégios estrangeiros desde 1898 aqui no Brasil, em São Paulo.
O colégio funcionava como internato e semi-internato, sua grade curricular era bem rica e diversificada, havia prova classificatória para entrar para o ginásio, como também cursos preparatório para crianças de 2 a 4 anos, funcionava com regime de internato para crianças a partir tenra idade, a escola era essencialmente masculina, tipo clube do bolinha, menina não entrava. A intenção que os estudantes saíssem dali direto para uma faculdade, mais também tivessem uma educação com moral e civismo.

 
grade curricular do Aldridge


 
Professor fazendo explicação in loco, na sala de aula


O colégio funcionou na Chácara Paraiso até 1911 sendo transferido para Chácara Vidigal no caminho Niemeyer - Rio de Janeiro – numa área deslumbrante, veja a descrição no livro Impressões do Brazil no Século Vinte, editado na Inglaterra em 1913, assim descreve o local: “Magnificamente situado, 300 pés acima do nível do mar, o edifício tem uma soberba vista sobre o oceano. O cenário é grandioso, havendo aos lados a floresta virgem e atrás a majestosa montanha dos Dois Irmãos”. Onde permaneceu ate 1937.

A segunda invasão foi de forma mais tranquila, pois o Vice-Diretor Mr. Alfred Robinson Aldridge, usando toda sua experiência adquirida na direção do Mackenzie College e Hydecroft College, ambos em São Paulo, como também Anglo-Brazileiro aqui em nossa cidade, resolve fundar o seu próprio colégio em 1912, intitulando-o de Aldridge College, aproveitando o nome de família, utilizando seu filho Walter Leonard Aldridge como parceiro de direção e revezando nas salas de aulas com a outra filha Mrs. Doris e a esposa de Walter Leonard e mais alguns professores. Os preceitos continuavam os mesmos, sendo o nível de educação de excelência, muito mais que preparar os alunos apenas para uma vida acadêmica em alguma faculdade qualquer, preparava-os para a vida, ensinando-os preceitos de moralidade, responsabilidade, disciplina, e trabalho, eu lema era: "Labore Et Honore" - Com trabalho e dignidade - A educação no Aldridge era comparada com os melhores colégios do Brasil.




Vista do prédio principal, alunos cumprimentam o corpo docente e Mr. A. R. Aldridge na sacada do segundo andar.
Mr. Alfred Robinson não precisou fazer grandes investimento uma vez que aproveitou toda a estrutura deixada pelo Anglo, como também alguns alunos do semi-internato que ficaram no meio do curso e não foram transferidos para o Rio.
No seu livro, Luiz Simões Lopes que estudou no Aldridge College, na pagina 46 - Primeiros Estudos destaca:
...em 1913, portanto aos 9 para 10 anos, fui matriculado no Aldridge College, com meu irmão Fonsequinha. Era um excelente entro educacional e lá aprendi enormemente, sob todos os pontos de vista, Seu Fundador Alfred Aldridge, trazia grande experiência da Inglaterra. Era homem de boa cultura de elevada moral e espirito de justiça. Enérgico, a ponto de dar vara nos meninos, a moda inglesa, era boníssima e gozava de raro prestigio entre seus alunos.
O Aldridge College - cuja divisa era Labore et Honore - era situado numa bela chácara - a Chácara do Paraiso - Em São Gonçalo, Niteroi¹, com árvores frondosas, algumas frutas tropicais, como mangas, jacas e muitas outras. La vivia nosso diretor Alfred Aldridge com sua bonita filha, Miss Doris - minha primeira professora de primeiras letras em inglês -, e seu filho Leonard, vice-diretor, com sua simpática e excelente senhora para nos Mme Aldridge (Elvira Bertha Duchen)".


Naquela altura o colégio estava indo de vento em polpa os anúncios nas revistas e jornais de circulação nacional surtiam efeito e a escola seguia com sua capacidade máxima de matriculas, ajudado por um sistema de transporte eficiente os alunos e familiares não encontravam dificuldade em chegar a seu destino dispondo de transporte de barcas do Rio a Niterói e de bondes do centro ate a Chácara Paraiso. Os bondes elétricos foram implantados em 1910.


(da esq.) Mr. Alfred Robinson Aldridge, Walter Leonard Aldridge e sua esposa Elvira Bertha Duchen.


Um acidente fatal com as barcas na travessia da Baia de Guanabara muda radicalmente os planos e metas do Mr. Alfred Aldridge, que sofreu um grande impacto com o acontecido, levando-o a transferir o Aldridge College de São Gonçalo para Botafogo no Rio de Janeiro em 1917, já naquela época o bairro de Botafogo era promissor concentrando a maioria da elite educacional carioca, ostentava uma beleza natural e recebia bons investimentos em infra-estrutura da prefeitura, tendo como consequência moradores de ótimo nível cultural e financeiro. A nova edificação pertencera ao barão de Alegre Praia de Botafogo, 374. Era um prédio imponente e muito belo de arquitetura sem igual. A mudança para o Rio trouxe novos ares e a direção resolveu aceitar também meninas em suas acomodações, passando então as turmas a serem mistas.
A Revista Ilustração Brasileira, de 1925, dizia: "muito há do que se ufanar, tais os louros colhidos por seus alunos, (...) se impôs a todos pela retidão, pela disciplina e pela moralidade observada nesta casa de educação, sob a direção dos professores ingleses Alfred R. Aldridge e Walter Leonard Aldridge".


O Aldridge funciona neste endereço ate 1927, porem uma tristeza abate os mestres e alunos, seu fundador Mr. Alfred Aldridge falece em 1925, aos 71 anos de idade, tendo nascido na Inglaterra em 1854 por mais de meio século dedicou-se ao sacerdócio de educador com rara competência, merecia um mínimo de homenagem das autoridades conchalenses, como uma placa singela em uma escola pela sua brilhante trajetória usando seus princípios éticos e morais na educação da juventude brasileira.
O Aldridge College continua sob a direção do filho mais velho Walter Leonard Aldridge, mudando novamente de endereço, mais desta vez para uma sede própria na Praia de Botafogo, 184. Ampliando posteriormente suas instalações com a compra dos terrenos e prédios de nº 186, 188, 190 e 192 - esta área é hoje da Fundação Getúlio Vargas, vendida em 1945, quando o Aldridge College deixou de existir devido a Nacionalização do ensino promovido por Getúlio Vargas.








Vejamos o que diz a dona da foto acima ex-aluna do Aldridge com 84 anos hoje, sobre sua experiência nesta nova instalação:

"- Eu entrei para o Aldridge em 1940, no antigo admissão, que era o preparatório para o ginásio. Fui recebida pelo Sr. Felix, um idoso bedel (era assim que se chamavam os inspetores de disciplina) Meu irmão Luiz Osório de Brito Aghina (que se tornou um importante engenheiro nuclear conhecido mais fora do Brasil do que na sua terra) era 2 anos mais moço que eu, fomos, os dois apavorados, saindo de um coleginho pequeno na Urca para aquele eeennnooorrnnmmee prédio na Praia de Botafogo, onde hoje é a Fundação Getúlio Vargas. Eram 2 prédios, um bem antigo, com escadarias de Ferro, um pátio muito grande onde ficávamos em forma, esperando a subida para as salas de aula. No outro prédio, mais moderno, subíamos em escadas de mármore. O chão era de cerâmica vermelha São Caetano e no último andar um grande salão para o recreio. das meninas. O dos meninos era no térreo. Nós almoçávamos lá e como bom diretor inglês, Mr. Leonard Aldridge, cuja esposa era , Mme. Bertha Duchen, o almoço era todo falado em inglês e francês., Até as orações antes das refeições eram, uma semana em inglês e outra em francês. Eu me lembro que uma das filhas do Mr. Aldridge se chamava Violeta e dava aulas de taquigrafia. Era um dos poucos colégios mistos, por isso  meu pai nos colocou lá, eu e meu irmão". - Depoimento por e-mail de Cely Brito Canetti - Aluna do Aldridge College em Botafogo.


O Aldridge funcionou neste endereço até que um decreto na Lei nacionalista de Getúlio Vargas, proibindo que as instituições de ensino ficassem na mão de estrangeiros, ou seja, que fossem donos ou dirigentes de qualquer escola no Brasil, Walter Leonard Aldridge ficou perplexo com tal atitude inclusive os filhos do Presidente estudara naquela escola, não aceitou as imposições ditatórias do presidente preferiu fechar o colégio em 1945 a repassar para um brasileiro, no mesmo ano vendeu os prédios para a Fundação Getúlio Vargas, para nada mais nada menos do que Luiz Simões Lopes aluno do colégio aqui em São Gonçalo que apos vários cargos no governo federal, dentre eles o de presidente do DASP, foi o idealizador e criador da Fundação Getúlio Vargas. 
 
 
Luiz Simões Lopes e Arthur Bernardes Filho destaques do Aldridge College
Vários alunos do Aldridge College tiveram destaque na vida publica e privada, aqui em São Gonçalo consegui descobrir dois deles o próprio Luiz Simões Lopes e o Arthur Bernardes Filho, Já no Rio de Janeiro foram diversos, vários deles são citados no depoimento da Cely Canetti cujo link se encontra abaixo.
Houve com o decorrer dos anos, novas invasões britânicas que também mudaram hábitos e comportamentos em todo o mundo, novamente não ficamos imunes a tais influências culturais, desde o chá das cinco da tarde, o Horário rígido britânico que é uma marca deste povo, a cabine telefônica única, o ônibus de dois andares, e na música a maior de todas: O surgimento dos meninos de Liverpool, Lennon, Paul, Harrison e Ringo que provocaram uma histeria coletiva sem fim em todo o planeta. Os Beatles foram sem dúvida a maior das invasões que contagiou, encantou e fez dançar multidões mundo afora ao som frenético do rock and. roll, e outros vieram na onde The Rolling Stones, Led Zeppelin, Pink Floyd, Sex Pistols, Genesis, Supertramp, Yes, Duran Duran, , Eurythmics, Culture Club, Spandau Balle, Tears for Fears, Pet Shop Boys, The Cure, The Police, Soft Cell, The Pretenders, Oasis. Coldplay, Space Girls, James Blunt, Robbie Williams e McFLY, Adele, Amy Winehouse entre outros, mais para a história da nossa cidade o melhor das invasões britânicas, sem dúvida esta na existência destas duas escolas no meu ponto de vista, Claro!










Leia na integra:
Depoimento emocionante da Aluna: Cely Canetti - Aldridge College Botafogo.Link: http://issuu.com/zecapinheiro/docs/depoimento_d._cely_canetti
Luiz Simões Lopes - "Primeiros Estudos" (trecho do livro Fragmentos de Memoria)
Link: http://issuu.com/zecapinheiro/docs/capitulo_do_livro_fraguimentos_de_m
Educação à Antiga - Antiga – Reportagem da Revista dos Municípios
Link: http://issuu.com/zecapinheiro/docs/educa____o____antiga_-_revista_dos_
Livreto propaganda "Aldridge College - Chácara do Paraíso" publicado pela Leuzinger em 1913 - Link: http://issuu.com/zecapinheiro/docs/livreto_propaganda_leuzinger_-_ano_
Galeria de fotos :
https://www.facebook.com/media/set/?set=oa.687756787934856&type=1


Sobre o Autor
Zeca Pinheiro - Turismólogo, pesquisador amador, responsável pelo Grupo São Gonçalo Memoria Viva - https://www.facebook.com/groups/Saogoncalodasantigas/ - e a pagina Redescobrindo São Gonçalo: https://www.facebook.com/pages/Redescobrindo-S%C3%A3o-Gon%C3%A7alo/136682933104250


BIBLIOGRAFIA
Diário Oficial da União: http://www.jusbrasil.com.br/diarios/
Acervo da Fundação Getúlio Vargas - http://cpdoc.fgv.br/
Pagina: Foi um Rio que Passou - http://www.rioquepassou.com.br/
Biblioteca Nacional - http://memoria.bn.br/
Acervo particular Cely Brito Canetti - https://www.facebook.com/cely.canetti
Acervo particular da família Aldridge
Revista Municípios do Brasil - Setembro/89- J.E.F. Editora Cultural Ltda.
Livro Fragmentos de Memória – Luiz Simões Lopes (ex-aluno do Aldridge College).




segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Morando em São Gonçalo você sabe como é

 
 Matheus Graciano 
(em 14/1/ 2014)
Sim São Gonçalo

Há dois anos atrás, a agência de propaganda DM9 aportou no Rio. Para se lançar, traduziu e aplicou uma campanha que já acontecia em outros lugares do mundo: “Sim, eu sou.” Uma sentença afirmativa e poderosa pela sua simplicidade. No caso, as frases eram sobre o estilo de vida “carioca zona sul”. Traduzida para “Sim, eu sou carioca”, a campanha estourou no Facebook. Dias depois, uma usuária lançou o “Sim, eu sou niteroiense”, que também impactou os moradores da ex-capital fluminense. Olhando as duas páginas, não foi muito difícil chegar à conclusão óbvia: e por que não, São Gonçalo?

Se você mora na cidade do Rio, sabe que nos últimos anos ficou muito mais fácil ser (ou dizer que é) carioca. As olimpíadas deram um gás nesse sentimento que vinha perecendo desde a inauguração de Brasília. Niterói também não ficou para trás. Depois do bom trabalho de marketing dos últimos governos, somado à sua inserção nas 10 cidades com melhor IDH do Brasil, teve reascendido seu orgulho, ferido desde 1975, com a transferência da capital fluminense para a cidade do Rio.
Já falei sobre o tal “Cinturão Fluminense” num outro post. Um “Rio paralelo” que existe dentro do estado, mas sem aquele status que gera algum tipo de orgulho. Tirando o bordão “Uhul, Nova Iguaçu”, popularizado pela participante Fani no longínquo Big Brother 2007, qual o outro momento que você viu alguma cidade da região metropolitana festejada dessa forma? Talvez nunca. Salvo na boca de um ou outro político.

Quando pensei em fazer a página, já imaginava todas as piadas prontas. Conheço meu povo. Muitas com razão. Sempre achei a palavra “gonçalense” sonoramente estranha. Coisa minha? Sei lá. No passado, por conta da qualidade dos hospitais, muita gente, como eu, nasceu em Niterói. Fato que não ajuda na hora de falar “sou gonçalense”. A música do Seu Jorge popularizou o apelido “São Gonça”, apesar de não ser comum falar assim na cidade. Com tantos vieses, a frase da campanha foi “Sim, eu sou de São Gonçalo”. Deu certo. Em uma semana, alguns mil já participavam da página.
Sim São Gonçalo
De lá pra cá, o SIM foi, parou, serviu de inspiração para outras páginas, voltou e aos poucos encontrou a sua real função. Hoje, a página tornou-se um bom caminho para os estudos do que se pode chamar de “marketing de cidade”, realçando o laço entre cidade e cidadão. Com a ajuda da população, já fizemos pesquisas de comportamento; construímos o Alagamaps, um mapa com os alagamentos georreferenciados; fizemos ações de valorização dos bairros, com marcas conhecidas trocadas pelos nomes dos bairros; informativos sobre o que acontece no território; e um Instagram, com os melhores filtros e ângulos que deixam a cidade com outro olhar. Tudo isso de forma colaborativa, como todos os livrinhos de marketing sempre dizem que dá certo. Por fim, no último mês de 2013,  lançamos o site simsaogoncalo.com.br, que pretende ser um meio de propor soluções para a cidade. E quantos reais custou? Quase nada, comparado à motivação e disposição empregada.
Sem cartões postais, nem pontos turísticos, ficou claro que o importante na 16ª maior cidade do Brasil é aquilo que ela tem pra mais de 1 milhão: gente. E nesses dois anos, foi essa gente que me ajudou a descobrir a real vocação da cidade: o entretenimento, fruto da alegria das pessoas.
Curiosamente, diante de tantas dificuldades, é a mesma alegria que permeia as favelas, a baixada, entre outros vários pontos desse território cortado pelo Paraíba do Sul. O objetivo é transformar o “Sim São Gonçalo” num piloto que resgate a boa vontade e a participação do cidadão nas cidades fluminenses e, porquê não, nos “bairros-cidade” como Campo Grande, Méier, Santa Cruz e Santíssimo. Afinal, o cliente precisa estar satisfeito até mesmo quando o pagamento é compulsório, como são os impostos.

Estou longe de ser um apaixonado pela cidade. Não tenho aquele sentimento de pertencimento forte nem por Niterói, minha cidade natal, nem por São Gonçalo, minha morada, e nem pelo Rio, ambiente de estudos e trabalho. Na verdade, tenho aversão ao bairrismo que assola o ser humano. Meu coração bate mesmo é pelo estado do Rio de Janeiro, pois sei que as cidades são completamente dependentes entre si.

Contrariando as aspas da matéria, minha intenção está longe de atrair turistas. Entretanto, deixar a cidade atraente é especialidade da casa. Se esse processo vai dar certo ou não, eu não sei. Só sei que a cada ano tem mais gente com um celular na mão. E assim está ficando difícil contar historinha feliz em cima do palanque. Aliás, não esqueça: esse ano é ano par.

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Prorrogação do Salão de Desenho

Novas datas prorrogadas do Salão Gonçalense de Desenho:

  1. Inscrição e envio: 12 de junho a 7 de setembro.
  2. Classificação para o Salão: 15 de setembro
  3. Adaptação para a Exposição (colocação de molduras): 16 a 19 de setembro
  4. Premiação: 21 de setembro
  5. Exposição: Setembro e Outubro
     
envie seu trabalho e concorra a Exposição e troféu personalizado.


 leia aqui o Regulamento do Salão.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Gonçalense com Trabalho Internacional


Irineu Mayerhofer é artista plástico autodidata e tem mais de 60 anos de carreira. Desde criança, ele já pintava e ilustrava, sempre se ambientando em temas regionais e ciganos. O artista nasceu em Campos e vive em São Gonçalo. Suas obras já foram vendidas para vários estrangeiros. Atualmente, você pode encontrá-lo e conhecer muito de suas pinturas e seus conhecimentos no Campo de São Bento, em Niterói.

Contato do artista: (21)3707-8967 e (21) 8419-4837.

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Dia do Escritor

No Dia do Escritor, a Sociedade de Artes e Letras de São Gonçalo quer parabenizar a todos os autores e que Deus continue dando luz, discernimento e sabedoria nessa caminhada tão gratificante.

Na foto: os escritores e membros da SAL (esquerda pra direita) Décio Machado, Alexandre Martins e Leo Vieira.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Gonçalense ganha premiação em Festival de Contos.

Saiu hoje (15/7) matéria no Jornal São Gonçalo sobre a premiação que o escritor e poeta Rogério Araújo (Rofa) recebeu no Festival de Contos do Rio de Janeiro com o 3º lugar com o conto "Belezas do Brasil X Violência na Sociedade".




sábado, 6 de julho de 2013

SAL na 5ª Conferência das Cidades


A Sociedade de Artes e Letras de São Gonçalo esteve presente na 5ª Conferência das Cidades  - Etapa Municipal / São Gonçalo, na posição de Sociedade Civil.

Na ocasião jovens de movimentos sociais pela preservação da cultura e memória gonçalense fizeram contato conosco e estableceram parcerias para trabalhos futuros.


terça-feira, 11 de junho de 2013

SAL Entrevista

Alexandre Martins, é brasileiro, nascido em São Gonçalo, estado do Rio de Janeiro.
Graduado pela Escola de Belas Artes da UFRJ, é, desde 1992, proprietário do Estúdio Alexandre Martins, produzindo desenhos-animados para o Brasil e Exterior.
Animador, escritor, designer, especialista em Arte Sacra, programador visual, consultor de Leis de Incentivo, webdesigner (Joomla), cineclubista e quadrinista.
Membro da ASIFA – Associação Internacional de Cineastas de Animação.
Fundador e presidente da SAL – Sociedade de Artes e Letras de São Gonçalo.
1- Obrigado pela oportunidade cedida, Alexandre. Onde você nasceu e onde mora atualmente?
Agradeço a você, Leo, a oportunidade de mostrar um pouco de minha vida para nossos amigos e fãs de nosso trabalho. Nasci e ainda moro na mesma casa, em São Gonçalo, RJ. Sou "gonçalense da gema"!

2- Qual sua formação, Alexandre?
Leo, sou bacharel em Artes pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Meu curso, de Gravura, foi criado por decreto do Rei D. João VI no século XIX. É o mais antigo curso de Nível Superior do Brasil, junto com Pintura e Escultura. Além disso, tenho alguns Cursos de Extensão Acadêmica e participei de vários outros para aprimorar e atualizar minha formação. Fui ainda frequentador das aulas de Mestrado em Artes Visuais na minha Escola.

3- Como surgiu o gosto pelo desenho?
Quando nasci (risos). Minha mãe dizia que eu já rabiscava as paredes de casa quando usava fraldas! Só sei que era o melhor da minha turma nas aulas de desenho artístico na escola, aos 4 anos de idade...

4- Quem são os seus ídolos (autores) no desenho?
Ih! São vários! Mas posso elencar alguns, como Frank Frazetta, Alphonse Mucha, John Buscema, Moebius... Nos quadrinhos há Carl Barks que desenhou o Pato Donald por vários anos (os Anos de Ouro), sou fã de carteirinha do Super-Pato...

5- Como foi a sua infância? Do que mais gostava de brincar?
Desenho, claro! Não era uma criança reclusa, mas preferia desenhar a tarde toda a jogar bola todo o dia (a mesa de mármore ficava manchada de tinta). Além disso, o conteúdo da televisão da época era muito melhor do que temos hoje e os filmes eram muitas vezes inspiração para meus personagens e suas histórias. 

6- Quem eram os seus personagens e heróis preferidos?
O Topo Gigio (famoso nos anos 1960 e 1970) o Super-Pato (alter-ego do Pato Donald), as séries animadas de Herculóides, Johnny Quest, Space Ghost... Havia os seriados de ficção científica "Espaço 1999" (que revi atualmente) e os programas do Capitão Aza, bem como o programa Clube do Mickey (uma das poucas vezes que viamos os desenhos clássicos da Disney no Brasil). Até hoje sou fã do Pelezinho, do Maurício de Souza...

7- Qual fábula infantil mais se identifica?
Para quem, como eu, leu toda a obra do "Sítio do Picapau Amarelo" de Monteiro Lobato, essa é uma pergunta difícil. Monteiro Lobato me mostrou um Brasil sertanejo bem de acordo com minha infância em São Gonçalo. A identificação foi imediata. Não sei para as crianças que moram em apartamentos, mas para minha infância Lobato falava a nossa língua. Quando foi transmitida a série pela televisão nos anos 1970 foi ótimo para todos nós. A partir de Lobato comecei a ler toda a literatura fantástica brasileira, os contos, lendas, mitos, etc. Sugiro isso para todos: deixem as telas e procurem os livros.

8- Fale um pouco pra gente sobre o Samuca e também sobre os coadjuvantes Samuela, Saíra, Guiga e professor Tibaldo.
Mas não é Samuela, é Samira! (risos) É a amiga-namorada-vizinha do Samuca. Eles vivem em Brejo Alegre e são praticamente vizinhos de todos. As semelhanças entre os dois são tantas que dizem que parecem irmãos. O Saíra é um pássaro brasileiro, com vocação de esportista-marombador-radical. Esporte é com ele. O Guiga é um gorila tranquilão, pacato, que se torna bom amigo quando precisamos de uma força. o Professor Tibaldo é outro pássaro (um "papa-mosca real") que é formado em várias áreas do conhecimento. Dizem que ele coleciona diplomas. Mas é o cérebro da cidade. Vocação nata para o ensino e pedagogia.

9- Alexandre, você já teve alguma experiência pessoal com sapos? Em quem se inspirou? Qual o seu personagem sapo preferido?
O Samuca foi inspirado não num sapo real mas num sapo de pano e areia. Ninguém sabia disso até agora, mas era um sapinho que eu tinha quando criança que seria utilizado como peso-de-papel mas se tornou meu mascote. Os personagens-sapos que gosto são os da antiga série animada "Cobra Azul" dos Estúdios Depatie-Freleng. O Sapo Kako do antigo programa "Vila Sésamo" ("Sesame Street", nos EUA) era muito legal também. Dos sapos atuais prefiro o Samuca! (risos)

10- Por que o nome Samuel/Samuca? Há alguma característica nele em que você se identifica?
Inicialmente chamava-se Samuel, mas por sugestão de Dona Lourdes (fundadora da Intercontinental Press - representante do Garfield e do Snoopy no Brasil) ficou Samuca. Até ficou melhor, pois muitos perguntavam se ele era judeu, pelo nome. Sabe, gosto do seu tino por aventura: ele topa tudo, não tem medo de nada. Não quer dizer que não se dê mal, mas ele "dá a volta por cima" e acho isso uma lição para todos.

11- Mesmo existindo outros personagens sapos (Caco/Kermit [Muppets, de Jim Henson], Froggy (games), Naveen (A Princesa e o Sapo [Disney]), Sapo Xulé [Tec Toy], além dos casais sapos de pelúcia, também muito carismáticos, você acha que sempre vai existir repulsa aos sapos pelas mulheres?
Acho que as mulheres hoje em dia nem sabem o que é um sapo! (risos) Vejo a sociedade de hoje muito urbana. Se entrar um sapo em uma casa, acho que elas colocam num vidro e tentam admirá-lo, pois não veem natureza por perto...(risos) Mas nada disso: a arte é fazer de um animal um bichinho fofo que possamos te-lo como mascote, como amigo. É fantasia.

12- O que você acha do quadrinho nacional?
Vejo o pessoal de minha idade um tanto atônito com as novas tecnologias (nem tão novas assim, pois nem se usam mais disquetes) e ainda procurando um local entre o clássico, o papel-e-lápis e as "nuvens de informação e dados". Quanto aos novos desenhistas nada sabem do clássico e querem fazer uma pichação na Internet. É como os pichadores que sujam os muros porque não sabem grafitar mas querem fazer presença. Se os jovens aprendessem as técnicas clássicas do desenho e fizessem divulgação na "nuvem" seria ótimo para todos. Mas há grandes desenhistas que entenderam isso, "coroas" e "guris", que fazem do quadrinho nacional uma arte mundial.

13- As tiras do Samuca são publicadas e divulgadas virtualmente e ele também já estrelou algumas de suas produções autorais. Há algum novo projeto para inserção dos seus personagens no mercado de quadrinhos?
Pensamos em livros ilustrados com histórias do Samuca para deleite dos seus fãs. Já houve pedidos nesse sentido. Dependendo da história será ou uma história com ilustrações ou quadrinhos mesmo. Este ano ainda teremos novidades do Sapo.

14- Alexandre, sabemos que você também é animador. Quantos curtas metragens autorais já produziu? Quais os que mais gostou de participar?
Ih, deixei de contar! Mas nossos fãs merecem uma retrospectiva. Está em nossos planos para breve um DVD com a produção do Estúdio Martins nestes últimos anos. Gostei muito de um trabalho que fizemos para uma campanha do Canal Futura (canal 18, UHF, são Gonçalo e região) que se entitulava "São Gonçalo Pra Frente". Consistia de animações de curta duração dando lições de cidadania tendo ao fundo cenários de nossa cidade. Foi a primeira produção audiovisual da região a usar cenários gonçalenses. Foi bem divertido.

15- Você faz alguma pesquisa para compor os movimentos e trejeitos de seus personagens?
Leo, o verdadeiro artista é na verdade um grande observador. Os atores observam o mundo e as pessoas a sua volta e guardam em suas memórias. Daí para fazer uma caracterização de personagem é um pulo. O animador é o mesmo: em todo seu personagem tem algo que ele viu ou vivenciou em sua vida cotidiana. Não precisa fazer pesquisa: a nossa vida já é um grande referencial. Quem não viu alguém correndo atrasado para o ônibus e pensou que fosse uma gazela? (risos)

16- O que você acha do mercado de animação no Brasil? Você pensa em uma série animada para o Samuca?
O mercado brasileiro é imenso. É do tamanho de nosso Brasil: continental. Com a transmissão via rede, mais e mais pessoas buscam conteúdo. Hoje temos uma grande falta de conteúdo. Mas conteúdo "com conteúdo", perdoe-me a redundância. Sei de muitos humoristas que "fugiram" para a Internet pois não tinham espaço nas redes de TV. Há canais populares no Youtube de humoristas brasileiros que tem mais visualizações que muitos programas da televisão, aberta ou fechada. E tudo ao alcance até de celulares. O problema está na falta de mão-de-obra qualificada. Imagine isso: antigamente o problema era falta de dinheiro e excesso de profissionais e e hoje em dia há dinheiro mas falta gente. Um paradoxo. O Samuca por enquanto tem somente filmes autorais, mas a diversidade de canais de mídia em locais de visualização como o Youtube, Vimeo e outros facilita a produção de pequenos esquetes. Assinem o canal do Estúdio no Youtube e fiquem antenados!

17- Você pretende ver seus personagens em produtos licenciados, assim como a Disney e Turma da Mônica?
Licenciar seu personagem é o sonho de todo animador ou desenhista desde que Walt Disney fez Mickeys de pelúcia nos anos 1930. Maurício de Souza construiu seu império a partir do licenciamento do elefante Jotalhão para uma massa de tomate. Nossos personagens estão disponíveis para um licenciamento. Nada há de mal nisso. A arte é feita para embelezar ainda mais o Mundo.

18- Você tem algum ritual para se inspirar? Segue alguma disciplina para cumprir seus projetos pessoais artísticos?
Minha inspiração vem até dormindo! (risos) Faz-me falta um caderno de desenho ao lado todo o tempo. Anoto tudo e desenho tudo que posso e penso. Já levei para casa toalhas de papel de restaurante com desenhos de idéias minhas que fiz enquanto jantava. A minha disciplina é a máxima "nem um dia sem uma linha", frase do escritor romano Plínio, que por sua vez dizia que era a disciplina do pintor Apeles.

19- Você já teve algum momento de "vazio"? Como faz para superar?
Já, sim. Foi nos primeiros tempos do Estúdio. Nenhuma idéia vinha! Nada mesmo! Superei com a ajuda de Deus mesmo. Foi uma graça divina: de repente voltei a desenhar qualquer coisa, as imagens vinham, as idéias começaram a brotar de todo o lado e continua até hoje, graças a Deus.

20- Há alguma novidade que possa compartilhar sobre o Samuca?
Uai! Já falei tantas! (risos) mas recomendo que acompanhem nosso Twitter, nossas páginas (no Facebook e nossa oficial) e assinem nosso boletim, o "Casa de Sapo". Assim não tem como não estar atento à novidades...

21- Alexandre, você também é professor de desenho e também já discipulou muitos animadores em suas produções animadas. Qual conselho você daria para um ilustrador que pretende seguir na mesma carreira artística?
Humildade e trabalho. Humildade para saber que sempre há os que sabem mais do que ele e outros que tem mais experiência. Devemos sempre aprender, mesmo com os erros dos outros. Humildade significa saber quem somos e qual nosso lugar no mundo. Trabalho porque, segundo o inventor Tomas Edison, "um gênio se faz com 1% de inspiração e 99% de transpiração". Obrigado, Leo, pela oportunidade de falar com todos os amantes do desenho e da arte. O Sapo Samuca manda um abraço!



Quer conhecer mais sobre o trabalho artístico de Alexandre Martins? Entre em contato com ele:



Facebook: Estúdio Alexandre Martins


                                                                                                                        Entrevista por Leo Vieira

terça-feira, 4 de junho de 2013

Um Gonçalense em Harvard


 
Uma das instituições mais importantes do mundo, a Universidade de Harvard (EUA) admite número recorde de brasileiros para os cursos de graduação no mesmo ano.

Seis estudantes de diferentes partes do país foram aceitos para as turmas que iniciam as aulas em agosto deste ano e terminam em 2017.
 
Entre os que receberam a notícia da admissão recentemente estão: Larissa Maranhão, de 18 anos, de Maceió (AL); Taciana Pereira, 18, de Curitiba (PR); Renan Ferreirinha Carneiro, 19, de São Gonçalo (RJ) e Victória Jalowitzki de Quadros, de Porto Alegre (RS), os dois últimos alunos de colégios militares. Gabriel Guimarães, 19, de Vitória (ES), e Ivan Tadeu Ferreira Antunes Filho, 17, de Lins (SP) já tiveram a resposta positiva anunciada anteriormente. Os admitidos precisam se matricular até o dia 1º de maio.

Para garantir uma cadeira em Harvard é preciso muito mais do que ser bom aluno. Nos Estados Unidos não existe vestibular, o processo ("application") reúne provas, cartas de recomendação, entrevista, redações e avaliação das atividades extracurriculares. Neste último quesito não faltou aos brasileiros boas histórias para contar e agradar o comitê de admissão.

Neste ano a Universidade de Harvard admitiu 2.029 estudantes de todo o mundo, o equivalente a 5,8% dos candidatos, ou seja, 35.023. Mais de 27% pretendem seguir na área de ciências sociais, 23% nas ciências biológicas, quase 18% nas humanidades, 15% em engenharia e ciência da computação, 9% nas ciências físicas, 7% em matemática, e o restante está indeciso, segundo a instituição.

A admissão não significa que os alunos estarão isentos das mensalidades. Por ano, o custo chega a ser de US$ 60 mil, cerca de R$ 120 mil. Paralelo ao processo de disputa da vaga, os candidatos precisam solicitar bolsas de estudo que podem até ser de 100%, mas é concedida segundo a condição socieconômica da família, e não por mérito do aluno. Harvard estima que cerca de 60% dos novos estudantes necessitem de alguma ajuda financeira para manter os estudos.

 
Renan Ferreirinha foi eleito coronel-aluno do
Colégio Militar do Rio de Janeiro (Foto:Arquivo pessoal)
 
Liderança no colégio

Renan Ferreirinha Carneiro nasceu em São Gonçalo e estudou por sete anos no Colégio Militar do Rio de Janeiro. Lá, quando concluiu o ensino médio no ano passado, assumiu o posto de coronel-aluno cuja missão era de comandar o batalhão escolar composto por 2.000 estudantes. O cargo foi resultado de um histórico escolar impecável, entre outros critérios.

Renan não é filho de militares, a mãe é professora de matemática da rede municipal de São Gonçalo e o pai contador, mas entrou na escola em 2006 após ser aprovado em um concurso que fez incentivado por um tio que é militar. Para o estudante, as atividades de liderança no colégio o ajudaram a conquistar a tão sonhada vaga em Harvard. Ele também foi aceito em outras sete universidades importantes, como Brown, Columbia, Princeton e Yale.
Estudei sete anos em uma escola de ponta, me sinto na obrigação de retribuir isso para outros jovens para que tenham oportunidades similares ou até melhores"
Renan Ferreirinha, de 19 anos
“Me tornar coronel-aluno foi de grande importância, sempre que tinha uma atividade oficial representava o colégio. Também fui vice-presidente do prêmio e monitor. O colégio militar te oferece muitas oportunidades de atividades extracurriculares, une diversos fatores como ensino forte, espaço físico enorme, entre outros.”
Outro ponto positivo da candidatura de Renan foi o trabalho voluntário no Complexo Lins, Zona Norte do Rio. Na comunidade, ainda não pacificada, ele, o primo e uma amiga canadense dão aulas gratuitas de inglês para as crianças todos os sábados. A atividade está ligada ao grupo Solidariedade em Marcha (Somar) onde atua há mais de dois anos.

No futuro, Renan quer trabalhar com gestão pública e educação no Brasil. Para isso pretende estudar economia e ciências políticas. “Estudei sete anos em uma escola de ponta, me sinto na obrigação de retribuir isso para outros jovens para que tenham oportunidades similares ou até melhores. Acredito muito na minha geração,  gosto de uma frase que diz ‘nada deve parecer impossível de mudar’”.


 fonte: http://g1.globo.com/educacao/noticia/2013/04/harvard-admite-numero-recorde-de-estudantes-brasileiros-para-graduacao.html