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segunda-feira, 16 de setembro de 2019

A Escola Eleática

A Escola Eleática




Os primeiros metafísicos entre os gregos foram os da escola Eleática. Eles foram os primeiros a duvidar da realidade da matéria e sentirem a dificuldade de distinguir entre conhecimento e ser, pensamento e existência. Os jônicos evidentemente assumiram a realidade do fenomenal. Os pitagóricos tomaram a realidade da mente ou do pensamento como a substância da matéria. Os eleáticos eliminaram a dualidade, concernindo a identidade do pensamento e da existência.  A transição de Pitágoras para a Escola Eleática foi fácil. A realidade do fenomenal é, em algum senso, admitida, mas estamos sem um certo critério de conhecimento da sua existência. A razão nos mostra o Um e isso deve ser absoluto e eterno. Xenophanes, o fundador do eleaticismo não nega, a escassamente talvez duvidada, realidade da matéria. Ele viu a contradição entre o veredicto da razão e os ensinamentos da experiência. O Um resolve toda a existência em uma unidade – uma essência eterna, impenetrável e imutável – enquanto os sentidos proclamaram a existência do agregado. A realidade de ambos, ele admite, não seria nem entendido e nem explicado através do modo da reconciliação. “Levantando seus olhos até a imensidade do céu” diz Aristóteles, “Xenophanes declarou que o Um é Deus.” Mas ele perguntou se o Um é Deus, o que dizer dos deuses de Homer e Hesiod? Se Deus é um ser infinito, qual a base para descrever a ele as ações tolas dos homens; o quão idiota é, supor que ele é como eles mesmos, que tem a sua voz, a sua forma e a sua figura. Se uma ovelha ou um leão estão ligados a Deus, eles estão ligados a ele como eles mesmos. Se ele tem mãos e dedos como os nossos, eles darão a ele uma imagem e uma forma como a dele próprio. Mas isso é Deus apenas finitamente considerado, Deus descrito como foi criado pela mente. Ele que é Deus deve ser um ser não criado por nós. Ele não é nada finito. Ele é o infinito; não o infinito como uma abstração, por isso, seria como o finito podendo ser apenas uma forma das nossas mentes. Ele é o ser infinito, independente de todos os nossos pensamentos e de todas asnossas concepções de finito ou infinitude. Diferente dos homens em forma exterior; diferente também, em mente e pensamento. Ele é sem partes ou órgãos, mas ele é todo sinal, todo ouvidos e todo inteligência. Ele é pré-eminentemente ser e o único ser verdadeiro. O que quer que realmente exista, ele é ele mesmo e ele é tudo o que existe de imutável e eterno. Nada pode vir do nada. O que quer que seja deve vir dele. O produzido é, então, idêntico com o que ele produz. Se não, alguma coisa veio surgindo que não está na causa que surgiu. Isso é absurdo e além domais, diz Xenophanes, tudo o que é realmente o ser é Deus. Ele é um etodas as coisas. Parmenides não tira os olhos da imensidade do céu paraver o Um. Ele não acredita nas representações dos sentidos. Tudo oque é meramente aparência, ilusão, tornar-se, fica a parte, ser e não-ser, mudança de lugar e vicissitude de circunstância – tudo o que os homens geralmente põe como realidade, são meros nomes. O que quer que seja, não pode ser nada produzido. Ele não pode estar em partes e em partes produzido. Se há um ser uma vez ou ainda há de ser, então não é. Uma existência que venha a ser ou que se torna, que implica uma pré-existência de não-existência leva embora toda a ideia de ser, então, esse ser deve ter existido sempre ou nunca. Os sentidos revelam o agregado, mas isso é só decepção. Através do puro ser em nós, estaremos idênticos a esse ser. Isso é o oposto do agregado e do mutável que, inclusive não existe e, além do mais, não pode ser objeto do pensamento. Todas as coisas que realmente existem são um e essa existência é sem mudanças. Ela pervarde todo o espaço. Esse um não é o agregado coletado como revelado pelos sentidos, mas o substrato que é a fundação e a realidade de toda aparente existência. Parmenides não chama isso de Deus. Sua filosofia é uma ciência do ser e do saber. Ele rejeita a existência do muitos: enquanto ele é compelido a considerar como existente de algum modo. Existe na representação sensualística. Todos os homens percebem como existente. Parmenides deve, de qualquer modo, fazer um esforço para explicar como o mundo do fenomenal tem sua aparente existência. Ser e não-ser colocam-se como estivessem um contra o outro a despeito do filósofo. Ele nega que o último seja alguma coisa e ele tem que tratá-lo como se fosse alguma coisa. Deve haver um primeiro Um na multitude dos seres. Todas as coisas que participam subsistem em outras que participam nele. Então, há um progresso entre ser do qual não pode ser participado. Isso é a mais profunda unidade ou simplesmente o ser é um ou muitos; mas na ordem dos seres essa multitude é oculta e caracterizada pela natureza do Um. Desde que ocorre uma mônada primeira em todo lugar da multitude, nós temos que pôr em suspenso todos os seres vindos da própria mônada. Nas almas, a mônada das almas é estabelecida numa ordem mais antiga do que a multitude das almas e sobre isso, todas elas são como um centro, convergindo, almas divinas em primeiro lugar, seus atendentes depois e, após, seus co-atendentes como diz Sócrates no Phaedrus. Além disso,a mônada de todos os seres é primeira a todos os seres e Parmênides chama-a de o Um.
Zeno e Melissus anularam essa ligeira dualidade entre o Um e o agregado. Eles o fizeram, mostrando que nenhum conhecimento poderia ser derivado dos sentidos; que a própria concepção de ser do agregado não poderia existir e, além disso, a crença na sua existência foi contraditória e absurda. Zeno manteve a não-existência do fenomenal. Seu argumento foi que, dividindo a matéria, nós temos que pensar num estágio em que a divisibilidade seja possível, onde o sujeito da divisão torna-se um ponto matemático, que não tem existência real e todas as experiências encontradas sejam contraditórias, onde nenhuma realidade objetiva possa ser deduzida daquilo. O único modo decerteza no conhecimento é estabelecer as conclusões da razão pura e explicar o fenomenal como uma mera ilusão dos sentidos.
“Nós não podemos” diz Melissus “determinar a quantidade do que quer que seja sem tomar como garantida a sua existência.” “Mas isso que é real, não pode ser finito, tem que ser infinito, não em espaço mas em tempo.” Isso acontece todo o tempo e sempre será assim. A multiplicidade das coisas mutáveis que os sentidos revelam, pode ser apenas uma decepção. A aparência está em nós: a realidade está em nenhum lugar. Se as coisas aparentes realmente existem, elas não podem mudar. Um o quê ainda se mantém, o que na realidade do ser que quer que seja representado aos nossos sentidos ou o que quer que as condições subjetivas e circunstâncias da representação sejam.


Livre Tradução do escritor e artista visual Mauricio Duarte (Divyam Anuragi) do livro Pantheism and Christianity . John Hunt . 1884 . Religião Grega . A Escola Eleática

Visite o site Panteísmo e Cristandade com todos os textos traduzidos:


Leia mais: https://www.divulgaescritor.com/products/a-escola-eleatica-por-mauricio-duarte/

sexta-feira, 27 de julho de 2018

Arte-enlevo




Arte-enlevo

A arte-enlevo considera que toda peça de arte que possui temática, meios, estilo e/ou composição que facilite, exponha, expresse e/ou leve à catarse espiritual ou contemplativa ao observador, espectador é arte-enlevo.  A catarse é o primeiro passo para o ato meditativo.  O homem e a mulher contemporâneos não se sentam para meditar e o conseguem sem catarse, sem expressar e botar fora toda loucura, todo o stress, toda a ansiedade do mundo atual.          
                 Também leva em conta que o autor, o criador se resguarde e tenha consciência (konspiro de konscienco – conspiração da consciência) de algum modo, em algum momento, se for da compreensão estética do artista, que existe o estado de satori, que é falso, alcançado muito facilmente por quem cria arte, porque para num primeiro plano.  A catarse, em si mesmo, não é de modo algum prejudicial ou negativa.  A catarse é uma etapa para o ato de meditar, nada mais e nada menos.  O espectador não sofre nenhum risco ou perigo.  Mas o artista que se dedica de corpo e alma a sua arte precisa tomar cuidado com o satori, que é um lampejo da iluminação e que é falso.  A iluminação verdadeira só é alcançada em todos os planos e envolve a Kundalini, o enlevo da Kundalini.
                A rigor, qualquer atividade humana, ”profissionalmente” levada a sério, pode possibilitar o satori se for realizada de corpo e alma por um indivíduo, mas os artistas têm maior propensão a que isto ocorra justamente por conta da dedicação exclusiva em todo grau, nível e dimensão que a sua arte configura na vida do pintor, escultor, gravador, escritor, poeta, entre outros.

Mauricio Antonio Veloso Duarte (Sw. Divyam Anuragi)

quinta-feira, 5 de julho de 2018

Sintonia com o divino



Leia o texto "Sintonia com o divino" de minha autoria, Mauricio Duarte, na Revista Divulga Escritor no. 35 . Revista Literária da Lusofonia . Uma revista maravilhosa tanto em conteúdo quanto em design .

https://issuu.com/smc5/docs/35_divulga_escritor_revista_literar/105

quarta-feira, 18 de abril de 2018

A vida interior


A vida interior

A vida interior de cada um tem luz, tem trevas, tem mistérios, sombras e espectros, tem verdades, compaixão e anjos.  É povoado de vários habitantes...  E em que o conhecimento ou o autoconhecimento pode nos auxiliar nesse sentido?  Em que conhecer a própria vida interior pode nos ajudar?
Ter uma rotina atribulada, ter planos urgentes, ter metas irrevogáveis é, a longo prazo, distanciar-se de sua própria vida interior.  Por que?  Porque demorar-se num ritmo de tempo íntimo consigo mesmo e amparar sua alma e espírito em uma casa que possa ser chamada de lar, é necessário.  Esse lar, que é tanto a sua mente quanto o seu corpo, o homem entendido integralmente e holisticamente como um todo, nos mostra o caminho para fazer de si próprio o seu guia interior.   O guia interior emerge desse modo, quando damos a ele um espaço de tempo para que possa existir.  Pessoas intelectuais teriam mais facilidade para contatar seu mundo interior?  Talvez.  Se você consegue demorar-se no seu interior ao menos algum tempo diariamente, este guia interior virá, seja você intelectual ou não, extrovertido ou introvertido, calado ou falante, calmo ou nervoso...
Desacelerar é criar tempo para a completude que vem da imperfeição, não da perfeição.  Reverenciar o que é ainda não perfeito é saber que perfeição absoluta não existe.  Nossas vidas foram, são e sempre serão um ciclo de mudanças, nunca perfeitamente completas, mas sempre em andamento.  Ou não estaríamos vivos.  Assim, conhecer e refletir sobre si mesmo pode trazer insights novos e que nunca teríamos se continuássemos na rotina acelerada com objetivos e metas a serem alcançadas num turbilhão; cuja obtenção – das metas – não irão nos satisfazer completamente em nenhum tempo futuro, como não o fizeram no passado e nem o fazem hoje.
Por isto, repito, é necessário conhecer o próprio mundo interior.  A atividade interior precisa ser percebida atentamente... Por que tenho tais e tais suscetibilidades?  Por que tenho tais e tais orgulhos?  O que será uma verdade para mim ou o que é apenas viagem do ego?
Estabelecer o autoconhecimento e saber quem é você e quem é a sua mente ou a sua alma é trazer para a sua vida uma nova dimensão de clareza.  Uma clareza que pode gerar compaixão consigo e com o outro, numa acolhida integral ao nosso real direcionamento, seja ele qual for.  Paz e luz.

Mauricio Duarte (DivyamAnuragi)

Bibliografia consultada:

A luz dentro da escuridão . Zen, alma e vida espiritual . John Tarrant . Tradução: Claudia Martinelli Gama . Editora Rocco . Rio de Janeiro, 2002

Intimidade . Como Confiar em Si Mesmo e nos Outros .Osho . Tradução: Henrique Amat Rêgo Monteiro . Editora Cultrix . São Paulo . 2001



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sábado, 14 de abril de 2018

Vida cotidiana e vida espiritual




Vida cotidiana e vida espiritual

As pessoas estão se desconectando de Deus, da religião, da espiritualidade ou da fé, para trabalhar, para conviver socialmente ou para se divertir.  O mundo como conhecemos é cético e pragmático ao máximo...  Ou é complacente e tolerante ao máximo...
Mas isto, a médio e longo prazo, só exacerba um fosso, uma separação artificial, um distanciamento que é falso.  Espiritualidade e vida social, Deus e trabalho, religião e profissionalismo, fé e diversão, não são opostos.  São, na verdade, polos da mesma esfera, faces da mesma moeda.  Se estão em diferenciação é porque simplesmente não são a mesma coisa, porém estão na mesma dimensão.  Viver ludicamente é possível?  Não só é possível, como necessário.  Trabalhar prazerosamente é possível?  Não só é possível, como necessário. Rezar contemplativamente é possível?  Não só é possível, como necessário.
Nesse sentido, o cotidiano requer suavidade, leniência, que só pode ser alcançada com o acoplamento, com a fusão, com a junção da vida do dia-a-dia com a vida espiritual.  Estabelecer a vontade, a força e a virtude como elementos cujas demandas nos trazem a chave para um viver saudável, tanto materialmente quanto espiritualmente.

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)

terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

Pensamentos: a energia sutil

Pensamentos: a energia sutil


Pensamentos podem influenciar o mundo físico?  Não indiretamente, a partir de imaginação, pesquisa e projetos, mas de forma direta, simples e determinada?  Muitos esforços científicos são realizados hoje em dia que mostram essas possibilidades... Tais pesquisas são tão necessárias quanto perigosas.  É preciso estar atento ao que se está produzindo em estudo da mente, de moro rigoroso.
Na Rússia chegou-se a conclusão que a telepatia pode ser real.Fayadev, cientista daquele país conseguiu transmitir pensamentos a uma pessoa a mais de mil quilômetros de distância, sem emprego de equipamento nenhum.  Estando o receptor aberto é possível.  Se a mente de um (transmissor) e de outro (receptor) estiverem esperando uma mensagem, a comunicação é possível, como se fosse um rádio.  Ondas de pensamento podem ser captadas de pessoa para pessoa não importando a distância entre elas?
Resultados de jogos de dados em Monte Carlo poderiam ser considerados adulterações físicas dos dados; porém não é esse o caso.  Porque muitas pessoas em Monte Carlo não podem ser derrotadas em jogos de dados.  Elas sempre sabem o número do resultado...  Descobriu-se que a sugestão mental de um número poderia gerar aquele resultado.  E por mais que se trocassem os dados sempre ocorria o resultado certo para aquelas pessoas, mesmo que elas estivessem com os olhos vendados.  Ondas de pensamento podem alterar um resultado físico?
A verdade é que pensamentos são energia, energia sutil, mas energia.  E como tal, são físicos também. Uma forma muito sutil de fisicalidade, de matéria.  A ciência tem avançado com relação às pesquisas do quarto corpo.  São sete corpos existentes e a mente pertence ao quarto corpo.  A mente, as ondas mentais, no futuro, poderão ser utilizadas até para mover montanhas...  Tudo pode ser real, nesse sentido, porque é só uma questão de proporção. Se um pensamento pode viajar mil quilômetros ou alterar o resultado de um jogo de dados, pode fazer qualquer coisa...
A física quântica descobriu que nossos corpos físicos não são tão físicos assim.  São apenas energia se movendo em alta velocidade, falando de modo grosseiro.  Desse modo, quando um ventilador está rodando não podemos ver suas lâminas separadamente, vemos um círculo girando.  A mesma coisa se dá com um corpo, com uma parede, com uma árvore, com qualquer coisa física, ou com o que aos nossos olhos é uma coisa física.  Quando energia gira em alta velocidade ela se assemelha a matéria.
Ondas de pensamento podem criar mundos ilimitados, infinitos com o auxílio da realidade virtual, por exemplo.  As pesquisas e experimentos que avançam nesse campo precisam ser monitoradas e avaliadas continuamente para que não se tenha a formação de monstros da antiética e da imoralidade, do cientificismo louco que pode produzir distopias totalitárias de exclusão, exploração e/ou escravidão do ser humano.  Paz e luz.

Referências:
Desvendando mistérios . Chacras, Kundalini, os Sete Corpos e outros temas esotéricos . Osho . Editora Alaúde . São Paulo . 2006

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)

sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

A descoberta da espiritualidade

A descoberta da espiritualidade



Para mim, até os 13 anos de idade, mais ou menos, a espiritualidade, a verdadeira espiritualidade tinha a ver com os super-heróis das revistas de histórias em quadrinhos. O heroísmo, a abnegação e a determinação dos personagens principais, os super-heróis, era algo impressionante.  Na minha cabeça os santos da igreja e tudo que se relacionava à igreja era triste, enfadonho e sem brilho.  Tanto que numa de minhas leituras infantis do Apocalipse na Bíblia, lembrei imediatamente das figuras fantásticas das revistas e quando vislumbrei os dez chifres na Fera escarlate, os anjos, o Dragão, a Primitiva Serpentee tudo o mais do relato bíblico, me interessei mais pelas Escrituras.  Mas só pelo Apocalipse.  E durante pouco tempo.
Porém, a verdade é que a real espiritualidade tem pouca relação com as cenas espetaculares, os dramas fantásticos e as peripécias aventurosas próprias dos super-heróis de HQ.  A espiritualidade é feita de pequenas coisas, pequenos gestos, pequenas atitudes e com perseverança, com dignidade e com sinceridade.  Jesus Cristo tem menos a ver com seus milagres do que com sua compaixão, sua diligência e sua sabedoria divinas.  Viver uma vida espiritualmente rica é descobri-la – e será muito melhor descobrir na juventude – em seu coração e guardar esse tesouro no seu coração para a vida inteira.  É saber que “o pouco com Deus é muito, mas o muito sem Deus é nada.”Portanto, fazer pouco, mas fazer sempre, todos os dias é o segredo para andar nos caminhos do Pai Celeste.
Crer que a bem-aventurança pode fazer a diferença na vida é ter a certeza de que a fé cura e cura totalmente se nossa fé for total, apesar de pequena.  Afinal, como a semente de mostarda que é tão minúscula e dá origem a uma árvore tão grande e majestosa, também o mesmo ocorre quando o novo homem surge em nós; nossa vida muda completamente,estamos em Deus e somos renovados em harmonia com o Universo.
Humanamente, é preciso estabelecer relações com Deus. Ele é um amigo que nunca nos abandona.  Para uma criança, ele se parece com... um super-herói... Sim, é verdade.  Com a diferença que Ele existe, embora a mídia, o governo e o sistema todo, enfim,pareçam estar realmente esforçando-se para que ninguém se lembre disto.
Desse modo, não vejo mal nenhum em ter super-heróis como ídolos.  São muito bons exemplos até certo ponto.  Mas, é preciso saber que a nobreza de espírito ou a santidade são superiores ao heroísmo ou ao sacrifício por ideais.  Embora nem todo herói seja santo, todo santo é um herói, a seu modo.  Todo iluminado também tem um pouco de mártir e se sacrifica por motivos corretos, espiritualmente falando.  Que possamos reconhecer a verdadeira aventura de descobrir a espiritualidade em nossas vidas.  E saibamos cultivá-la e compartilhá-la a cada dia.  Paz e luz.
Mauricio Duarte (DivyamAnuragi)


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sábado, 2 de dezembro de 2017

Entusiasmo


Entusiasmo

O ânimo ou o entusiasmo vêm em horas inadequadas? O “tesão”, o excitamento sexual ocorre quando não era para ocorrer?  Prova de saúde, de boa saúde e de vitalidade... Muitos não têm a motivação nem nas horas certas... De qualquer modo, seja o entusiasmo para o trabalho, o estudo ou o apetite sexual que não andam bem, é correto dizer que sem o ânimo não é possível realizar as atividades.
A alimentação é ponto fundamental para alcançar uma nutrição adequada e que permita equilibrar a consciência com vontade de realizar sempre.  De acordo com a ayurveda, as pessoas podem se dividir em 3 naturezas psicofísicas; variando com relação à preponderância desses três humores biológicos: Vata, Pitta, Kapha.  Existem três tipos combinados: Vata-Kapha, Pitta-Kapha ou Vata-Pitta.  Cada tipo possui um conjunto de constituição física e, por conseguinte, sentem-se à vontade com determinados tipos de alimentos.  Um tipo Vata,ar, por exemplo, tem um tipo de predisposição que é diferente do tipo Pitta, fogo e que, por sua vez, é diferente da do tipo Kapha, água.  O gosto doce compõe-se dos elementos da terra e da água, o gosto amargo compõe-se dos elementos ar e éter, o gosto picante compõe-se dos elementos fogo e ar, o gosto salgado compõe-se dos elementos da água e do fogo, o gosto ácido compõe-se da terra e do fogo e o gosto adstringente compõe-se de terra e ar.  Tais paladares coadunam-se com regimes alimentares. Regimes alimentares sáttvicos (vida saudável), regimes alimentares rajásicos (vida perturbada) e tamásicos (vida entorpecida).
Sabemos que nem metade da população dispõe de tempo ou recursos financeiros para projetar sua alimentação de forma qualitativa e como prevenção de doenças, como promotor de saúde ao longo prazo.  Seja qual for a possiblidade de cada um para viver um cotidiano saudável, conhecer a si mesmo é, sempre foi e sempre será um dado fundamental para entender toda a extensão do nosso ser: mente, corpo, alma e espírito.
Harmonizar a psique e levar um dia-a-dia com calma e serenidade é uma grande meta, porque o autoconhecimento é uma essencial forma de encontrar motivação, vontade ou ânimo de viver bem e com qualidade sempre.  Paz e luz.

Mauricio Duarte (Swami Divyam Anuragi)


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domingo, 26 de novembro de 2017

Transcendência

Transcendência




A potencialidade infinita é nosso real Ser, nossa alma, nosso Eu Superior.  A alma de cada pessoa não é uma coisa. Ao contrário, é pura potencialidade.  E além disto, sua alma não pertence a você mais do que pertence a todos.  A alma é universal.  É o ponto que toca Deus.  É através da alma que se rasga o véu da matéria e se descobre o divino.
Viver a possibilidade o tempo todo é o que indivíduos da aristocracia ou do high society fazem.  E eles o fazem porque podem, mas não só por isto.  Eles o fazem porque têm a firme decisão de viver amplamente as possibilidades infinitas de suas existências.  Gurus, místicos e iluminados também o fazem por ter esta decisão.  Apenas o foco – religioso ou material – muda.  Em essência, a decisão é a mesma.A corrupçãoé, a um só tempo, a degeneração e a eliminação dessa decisão.  Quando o corrompido ou o corruptor se vendem ou compram alguém, tomam a decisão de fechar todas as portas da legalidade e escolhem abrir todas as portas da criminalidade.  A alma cria, tanto para o bem, quanto para o mal.
A alma, sendo a fonte da consciência – e de todas as coisas – nos mostra que somos co-criadores do universo, do cosmos, da realidade, junto com Deus.  Isto é tão verdadeiro que a partir do pensamento de que nossas existências são extensões do universo total, podemos inferir – ou concluir, dependendo da disposição do nosso ser – que se algo estivesse ocorrido minimamente diferente do que ocorreu no passado, não existiríamos como nos conhecemos hoje. “O passado não pode estar errado.” A frase pode parecer reacionária, direitista ou até fascista, especialmente em países como o nosso Brasil, onde vivemos uma ditadura, num período de tempo não tão longínquo, mas expressa uma verdade.  Só somos o que somos agora porque o passado foi o que foi e o passado só foi o que foi, porque somos o que somos agora. É interdependente. Portanto, nunca pode estar errado.  O filme “De Volta para o Futuro”, trilogia de Robert Zemeckis, expressa este conteúdo de forma brilhante, apesar de aparentemente expressar o contrário. Quando BiffTannen torna-se o cidadão número 1 dos EUA, ao fazer uso de um presente do seu eu do futuro, parece que tudo está errado no presente, 1985.  E quando o cientista Doc Brown e MartyMcFly chegam nesse desvio espaço-tempo, Doc Brown explica ao jovem que não podem ir para o futuro para consertar isto e impedir que o eu do futuro de Biff faça o que fez a partir daquela linha temporal.  Porque tudo que vem dali, “dará errado irremediavelmente” (o passado não pode estar errado).  Eles precisam voltar ao passado e encaminhar o presente para “a linha temporal correta”, impedindo que o Biff do passado receba o presente do seu eu do futuro.
Mas passado e futuro são abstrações.  Só o que existe mesmo é o presente.  E o nosso presente é realmente difícil.  O mundo de hoje é um caos – e muitos dirão que é o próprio inferno – mas reconhecer que somos parte desse caos e que somos senhores desse caos, é tarefa do homem e da mulher transcendentes.  Compreender que a fragmentação contemporânea é ilusória.  O ser inteiro, pleno é o que é real.
Arrebatamento, noite escura da alma, nirvana, consciência cósmica, insight, todas essas designações guardam uma relação intrínseca com a experiência de transcender.  E tenhamos fé ou não num Deus que nos guia, é preciso entender que nada no universo é por acaso, e perceber que há um maestro regendo a sinfonia cósmica. Que sejamos capazes de nos sintonizar com esse grande Mestre do fluxo de energia do Todo é condição fundamental para a transcendência.  Paz e luz.

Mauricio Duarte (DivyamAnuragi)

Referências:
As 7 leis espirituais dos Super-Heróis . Deepak Chopra – com Gotham Chopra . Editora Lafonte . Tradução: Alexandre Martins . São Paulo . 2012



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domingo, 16 de abril de 2017

Estudo, trabalho e espiritualidade



Estudo, trabalho e espiritualidade

 
Esforçar-se é louvável, digno e honrado em quaisquer circunstâncias dos estudos e do trabalho.  A rigor, quem aprende, quem estuda para aprender, tem, de acordo com o próprio tempo destinado, a colheita em forma de conhecimento elevado ou superficial, conforme tenha se aprofundado ou não.  A rigor, também, quem trabalha, quem faz o serviço de alguma atividade profissional, também colhe frutos em matéria da recompensa, o salário ou o pró-labore e, muito mais, aos efeitos do seu trabalho como contribuição à sociedade em amplidão ou em reduzido efeito, conforme tenhamos nos dedicado mais ou menos e a depender da equipe que pertencemos e da situação laboral que enfrentamos.
A colheita do estudo e do trabalho sempre há, porque nenhum esforço é vão.  Quando plantamos no estudo e no trabalho aguardamos que essa colheita seja positiva, mas nem sempre ocorre isto.  Por vezes, o efeito é contrário, nos atrapalhamos e nos confundimos e o efeito positivo só será sentido muito tempo depois, talvez, até, depois da nossa morte.  E, como toda atividade, o estudo e o trabalho também guardam relação com Deus.  No entanto, quando nossa prática profissional se alicerça no tempo de Deus, seus frutos se estabelecem plenamente e se realizam um sem número de boas colheitas com naturalidade e sem nenhum obstáculo. Muitos esquecem disso... E querem apenas produzir sem a devida reflexão, no sentido espiritual, no sentido sagrado, sobre quais frutos aquele estudo e aquele trabalho irão ter no futuro, que bases do passado tiveram e como chegaram ao nosso presente.  Muito existe, nesse sentido, no mundo, hoje em dia... mas, não se pode querer resultados sem se considerar o processo.  Os fins não justificam os meios.  O meio pelo qual se faz é tão importante quanto o que se faz, bem como o tempo em que se faz.
Que a nossa vida possa refletir tanto o esforço e a diligência no estudo e no trabalho, quanto à observância dos desígnios cósmicos e incomensuráveis de Deus na nossa própria existência e na dos outros, dos nossos semelhantes.  Jesus disse: “(...)Sede perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito.”  Ter em mente tão elevado critério, é, a um só tempo, esforçar-se e deixar Deus ser Deus na nossa vida, ao mesmo tempo.  Paz e luz.

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)


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quinta-feira, 2 de março de 2017

Informação, conhecimento e espiritualidade



Informação, conhecimento e espiritualidade

 
A Biblioteca Nacional no Rio de Janeiro contava em 1996 com 8 milhões de volumes, mais ou menos, e mantinha o posto de a 8ª. Biblioteca do mundo em importância. Por mais vasto que fosse ou que seja hoje o seu acervo não chega nem perto da infinidade de material disponível na web para todos, de uma forma ou de outra, gratuitamente, ou com acesso relativamente barato.  Como essa amplidão se reflete, em termos de espiritualidade, no homem contemporâneo?
Primeiro é preciso pensar que tamanha informação disponível descortinou um sem número de questões filosóficas, místicas, espirituais, morais, éticas, humanas e de toda ordem, número, gênero e grau, em qualidade e quantidade, nunca vistas na história da humanidade.  Toda essa informação, devidamente apreendida por Universidades, pode vir a ser transformado em conhecimento.  Além disso, é fato que a descentralização do saber ocorre em passos largos não só pela informatização e pela rede mundial de computadores, mas pela própria globalização que, embora ameaçada por terrorismos, catástrofes naturais, acidentes vários e outras “vicissitudes contemporâneas”, não parou e nem dá sinais de que vai parar.  Porque impulsionada pela ampliação do capital, que ocupa todos os espaços possíveis e imaginários, a globalização almeja transformar o mercado em mercado global o quanto antes em áreas inacessíveis ou longínquas  do mesmo modo que faz com os grandes centros urbanos e suas periferias e subúrbios...
Nesse contexto, a espiritualidade ou religiosidade tem pouco espaço de manobra.  Reduz-se, muitas vezes, ao ambiente do lar e da intimidade pessoal, quando muito, haja vista que, a mente do homem atual não para de pensar num só segundo.  Esvaziar a mente ou experimentar um minuto de silêncio não é fácil.  A mídia usa de um marketing que visa preencher todos os espaços, e, claro, o imaginário coletivo e pessoal é um espaço disputado – e muito disputado – tanto pelos grandes conglomerados empresariais quanto por comércios locais e pequenos negócios.
Gerir a informação adequadamente e proveitosamente é tarefa hercúlea para nós, pessoas do nosso tempo.  Mas quanto mais tarefas diárias tivermos e quanto maior for o caos informacional a que somos submetidos no nosso tempo interior, maior é a necessidade de meditação.  Querer escapar dessa necessidade é, a um só tempo, criar mais confusão e mais caos e/ou correr o risco de estafa emocional, psíquica ou de desordens de saúde física e espirituais também.  Porque o “lixo mercadológico” da sociedade de consumo que é jogado todos os dias com Facebooks, Whatsapps, Twitters, TV, rádio, revistas, jornais, entre outras mídias, precisa ser digerido pela nossa mente de algum modo.  Por isto, é necessariamente fundamental possuir centramento e discernimento, bem como consciência corporal, mental e da alma elevados e estimulados sempre.  O que só é conseguido por meio de meditação.
Que um exercício espiritual, conforme nossas crenças, visões de mundo e concepções filosóficas e/ou espirituais possa fazer parte da nossa rotina diária.  Só assim será possível viver plenamente e com qualidade.  Paz e luz.

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)


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quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

O início e o fim

Leia a minha participação na 24a. edição da Revista Divulga Escritor, Revista Literária da Lusofonia. Com o texto O início e o fim. Página 46.

https://issuu.com/smc5/docs/divulga_escritor_revista_literaria__d2e995d3b5622b/46



O início e o fim

Não existe fim nem começo na cosmogênese do universo.  Só há a continuidade eterna.  No ápice do início está, em semente, o germe do fim e no fundo do poço do final está guardada a pequenina luz de um novo amanhecer.
Tudo se move em ciclos cósmicos e são necessários vários ciclos cósmicos, verdadeiros milhões de kalpas, para que uma nova ronda de civilização tenha lugar em algum plano de existência.  A nossa civilização não é a primeira e nem será a última a florescer nessa realidade planetária.  Desse modo, podemos dizer, sob certo ponto de vista, que a evolução espiritual das nossas consciências é o nosso objetivo e que essa evolução não tem começo nem fim; é um devir que se quer eterno.  Grandes avatares, como Shakyamuni, o Buda, decidiram por esperar a evolução da humanidade inteira para só depois entrar no reino dos Céus.
Buracos negros, quasares, nebulosas, pulsares e supernovas demonstram o quanto é vasto e infinitamente perfeito o nosso universo.  Tal dança cósmica do eterno é uma prova de que não é possível a imobilidade.  Tudo está em constante mudança e o movimento é o único fator constante nessa alquimia universal; a própria mudança.  Por esse motivo, talvez, devêssemos lembrar que nossos problemas são, no máximo, preocupações passageiras e que nada, nada mesmo, irá continuar o mesmo para sempre.  Aliás, há um ditado que diz: “É preciso mudar muito para permanecer o mesmo.” Essa dicotomia da frase anterior corrobora com a nossa breve digressão sobre o início e o fim, haja vista que, é fato: as mudanças e os movimentos da nossa realidade natural levam a um estado geral de coisas harmônico e, embora multifacetada, multitudinária e pluridimensional, exibe em sua constante evolução uma dinâmica uma e sempre bela, boa e verdadeira.  Portanto, em suas grandes modificações, o universo permanece, num certo sentido, sempre no mesmo ritmo.  Quero dizer com isso que, saltos existem na natureza, mas a dinâmica geral, mesmo desses saltos, percorre uma trajetória já determinada, ainda que não sendo gradual.  Trocando em miúdos, tanto a iluminação pelo Yoga de Patanjali – gradual – quanto a iluminação pelo Tantra de Tilopa – em saltos – ocorrem e ambos obedecem a um ciclo natural de consciência ampliada.
Sendo assim, tenhamos pressa indo devagar e percorramos sinuosamente nosso caminho reto para sermos plenamente libertos de Maya.  O nosso lugar de direito no cosmos estará sempre nos aguardando, demore o tempo que demorar para nos lembrarmos dessa verdade.  Paz e luz.


Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)