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quinta-feira, 24 de julho de 2014

‘Até a maçã não teremos mais, não pode personagem na embalagem’


Em entrevista, Mônica de Sousa pede um debate mais racional sobre publicidade dirigida a crianças

por
Monica de Sousa, filha do cartunista Mauricio de Sousa, que inspirou a personagem dos quadrinhos. Com ela, seus ‘amigos’ Cascão e Magali - Marcos Alves


SÃO PAULO - A resolução do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente que considera abusiva publicidade infantil é alvo de elogios de alguns e críticas de outros, entre estes a filha de Mauricio de Sousa.

O GLOBO: Qual é a relação da Turma da Mônica com a questão da infância?

MÔNICA DE SOUSA: Nossa meta sempre foi trabalhar para o bem-estar da criança. Passamos valores como amizade, respeito aos pais, aos mais velhos, uma sociedade mais ou menos equiparada, onde todo mundo tenha pai e mãe cuidando com carinho.

No que a resolução impacta o negócio de vocês?

A resolução quer, de alguma maneira, sumir com todos os personagens infantis. Estende-se a embalagens, que não podem ser coloridas, bonecos, que não podem ter som... É muito radical. Podemos trabalhar em conjunto com as instituições para chegar a um denominador comum. A sociedade está consumindo mais, a doença do século é a obesidade, mas isso tem que ser trabalhado com educação, não proibição.

Proibir não é o melhor para proteger a criança?

Se você proíbe uma criança de ver alguma coisa, a está deixando mais alienada. Ela tem que crescer e saber discernir entre certo e errado. A família tem que passar isso. É simplista proibir comerciais de televisão e personagens. Isso vem de uma sociedade que está com problema emocional. Pais e mães estão substituindo o convívio por dar presentes. Isso não é culpa da publicidade, e sim dessa sociedade, que está carente dessa relação.

A resolução ajuda a lidar com o consumismo exagerado?

Empresas deixaram de anunciar para crianças. Qual foi a consequência? Deixou de existir o espaço infantil nas TVs abertas. quando se proíbe uma publicidade dirigida à criança, esta não deixará de ver televisão e vitrines, vai começar a consumir um produto que não é para ela, mas para um adulto. Produtos voltados para crianças são mais bem preparados para elas. Tiraram todo horário infantil da criança da TV, agora os canais passam receitas.

É a publicidade infantil que garante programas infantis na TV?

Sim. Refrigerante não anuncia mais para criança. Mas os comerciais dele são vistos por elas. Esse tipo de resolução é tapar o sol com a peneira. Não vai melhorar o que está acontecendo, o fato, que é a obesidade. Três fatores fazem a criança comer demais: genético, emocional e exemplo da família. Colocar o governo para proibir qualquer publicidade é muito fácil. Educar é que é mais difícil.

As regras que já existem vão no caminho da resolução?

Existem alguns abusos. Merchandising em programa infantil é absurdo. De alguma maneira, você está colocando um ídolo ali dizendo que usa aquele produto. Mas a Maurício de Sousa tem suas regras. A gente não tem licenciamento de refrigerante e bala, porque mudou a sociedade. Faz 16 anos que trabalhamos com frutas no licenciamento. De alguma maneira, estamos fazendo com que a mãe tenha a força do personagem para incentivar a criança a experimentar frutas e verduras.

A resolução inviabiliza isso?

Tudo. Até a maçã não teremos mais, não pode ter personagem na embalagem.

Algo que promove a boa alimentação não estaria preservado?

Não, porque não pode estar associado ao produto. Miram em uma caixa de marimbondo e pegam todos os passarinhos em volta. Que empresa vai licenciar produto para crianças, se vai ter que se defender o tempo inteiro?

Qual é hoje a ética interna da Mauricio de Sousa Produções?

Os personagens ilustram a embalagem, mas não testemunham sobre o produto. A Mônica não fala “essa minha força vem em função disso!”, nunca fizemos isso.

Por quê?

O Maurício proíbe falta de ética, de maneira que desqualifique a criança. Meu pai, por exemplo, não aceita nem ser júri de desenhos, porque não consegue dizer para uma criança que o desenho dela não está bom. Meu pai é um artista. E quer que a arte dele sobreviva a tudo isso.

Quando um personagem aparece em uma embalagem, ele apoia a compra do produto?

Ele não está fazendo com que (a criança) consuma, mas com que escolha aquele produto entre outros.

Isso não é usar uma relação que ela estabeleceu com o personagem em outro lugar, fora do mercado, para sugerir uma compra?

Não é só isso. Tem o aval do Mauricio, que toma cuidado com quem fabrica o produto dele. A gente se pergunta: você daria esse produto para seu filho? Todo mundo quer licenciar, negamos a maioria. E com propostas boas financeiramente.

O uso de personagens infantis em produtos para adultos é uma forma de se aproveitar da influência da criança na família?

A criança já manda na família, está com força fenomenal. Eu não concordo com isso, no meu tempo quem decidia eram a mãe e o pai. Não tem a ver com o personagem, é o poder que a criança está tendo.

Anunciante se aproveita da vulnerabilidade da criança?

É o contrário, a criança está percebendo a vulnerabilidade dos pais, sabe o que quer vestir ou com o que quer brincar. Não vai deixar de consumir, pois a família está consumindo.

O bombardeio mercadológico não contribui para este problema?

Com certeza.

Mas não é contra isso que a resolução quer atuar?

Nas classes A e B há diminuição de obesidade e de consumo, porque se tem mais informação. Por que não se faz a mesma coisa com o personagem? O personagem promovendo educação familiar, educação de consumo, isso é interessante. Vamos pegar essa força para isso também. Não destruindo os personagens.


fonte: O Globo

segunda-feira, 10 de março de 2014

Breve História da cidade de São Gonçalo



Alexandre Martins*


Em 1502 foi descoberta a Baía de Guanabara e, em decorrência, suas regiões. A chamada Banda D'Além tinha uma sesmaria, a de São Gonçalo, parte da Capitania de São Vicente.
Foi o viajante francês Jean Lery quem, em 1557, fez a primeira referência escrita que se conhece, às terras do hoje município de São Gonçalo. Em seu livro “Viagem às terras do Brasil” ele comenta que encontrou aldeias indígenas Tupis em torno da baía que nós hoje chamamos de Guanabara e localizada a Ilha de Itaoca, como o ponto de uma delas. 1
A Sesmaria de São Gonçalo compreendia o espaço o que hoje seria da Praia de Icaraí à Praia da Luz. Seu desbravamento se deu pelos Jesuítas, que construíram portos e fazendas. À época existiam poucos habitantes nativos, como os índios
É, pois, em abril de 1579 que se tem o início da história de São Gonçalo. A paróquia data dee 10 de fevereiro de 1646, bem como a transformação da sesmaria em Frequesia.
Gonçalo Gonçalves, “O Velho” é considerado o primeiro donatário da Sesmaria que deu origem à atual cidade, cuja carta de doação data de 6 de abril de 1579 de terras “com mil braças de largo e 1500 de comprido, em Suassunhã do Porto de Birapitanga”. Fidalgo natural de Amarante, região do Minho, em Portugal, morava no Rio de Janeiro. De posse da terra, erigiu a igreja de São Gonçalo do Amarante, às márgens do Rio Imboaçu, aonde hoje está a igreja matriz. O povoado surge em seguida, onde hoje é o bairro do Zé Garoto.
Revolta da Cachaça é o nome pelo qual passou à História do Brasil o episódio ocorrido entre final de 1660 e começo do ano seguinte, no Rio de Janeiro, motivado pelo aumento de impostos excessivamente cobrados aos fabricantes de aguardente. Também é chamada de Revolta do Barbalho ou Bernarda. Governava o Rio de Janeiro, Salvador Correia de Sá e Benevides, no início de 1660. Produtores da região norte da Baía da Guanabara, então Freguesia de São Gonçalo do Amarante (atuais municípios de São Gonçalo e Niterói) rebelaram-se contra a taxa.
Durante seis meses houve reuniões na fazenda de Jerônimo Barbalho Menezes de Bezerra, na Ponta do Bravo (atual bairro do Gradim, em São Gonçalo).
Na madrugada de 8 de novembro de 1660, liderados pelo fazendeiro, os revoltosos atravessam a baía, convocando o povo da cidade pelo toque de sinos a reunir-se diante do prédio da Câmara. Totalizavam 112 senhores de engenho, 10 de São Gonçalo, que exigiam o fim da cobrança das taxas, bem como a devolução daquilo já arrecadado. Tomé de Sousa Alvarenga, tio do governador e em exercício durante sua ausência. Alvarenga foi enviado para Portugal junto a uma lista de acusações contra sua família, então poderosa. Salvador de Sá organizou uma tropa de paulistas. O Rio de Janeiro foi atacado de surpresa, na madrugada de 6 de abril. As tropas baianas vieram pela praia, enquanto Salvador de Sá invadia com os seus pelo interior. Apanhados de surpresa, os revoltosos não opuseram resistência.
Aprisionados os líderes, foi montada uma corte marcial que condenou os rebeldes à prisão. Jerônimo Barbalho, único condenado à morte, foi decapitado e sua cabeça afixada no pelourinho.
O Conselho Ultramarino, porém, deu razão aos rebelados. Salvador de Sá foi afastado de suas funções e teve de responder em Portugal por seus excessos. A família Sá, descendente do ex-governador-geral Mem de Sá e do fundador da cidade do Rio de Janeiro, Estácio de Sá, perdeu prestígio e a grande influência que até então conseguira manter. Os rebeldes condenados foram libertados.
Em 1749 foi criada a Estrada Real (atual rua Moreira César) ligando Niterói a Alcântara. À época o trajeto era feito por embarcações do Porto de Niterói para os portos de São Gonçalo (Ponte, Luz, Neves, Bandeira e Lira) e a ligação com o Rio de Janeiro se dava tembém por esses portos.
Com a criação, em 21 de junho de 1769, da Freguesia de Paquetá, esta é anexada a São Gonçalo, sendo anexada finalmente pelo Rio de Janeiro somente em 1833.
Em 1779, São Gonçalo contava com 23 engenhos de açúcar, com 952 escravos numa população de mais de seis mil habitantes.
Em 1780 recebeu as primeiras mudas de café, oriundas de Belém, no Pará.De São Gonçalo, expandiu-se para todo o Estado do Rio e para o Vale do Paraíba.
Em 1819 é criada a Vila Real de Praia Grande e São Gonçalo é anexada junto com outras freguesias. Em 1834 é denominada Cidade de Niterói e, em 1835, é elevada a capital do Estado do Rio de Janeiro.
Em 1847, o Imperador D. Pedro II visita São Gonçalo pela primeira vez, hospedando-se na sede da Fazenda do Jacaré (atual bairro do Patronato).
Em 1860, possuía São Gonçalo 30 engenhos de cana e 10 fornos de cerâmica, exportando seus produtos pelos portos de Gradim, da Pedra, Maruí, Neves, Guaxindiba, da Madama, da Ponte, da Luz, do Rosa e Boa Vista.
Em 1890, foi São Gonçalo a sede da primeira Região Policial do Estado do Rio, conseguindo ainda, aos 22 de outubro, seu desmembramento de Niterói. Em 1899 é inaugurado o primeiro prédio da Prefeitura, no mesmo local atual, embora seu primeiro prefeito, Cel. Ernesto Francisco Ribeiro, tenha somente sido nomeado em 1904. Em 1922, São Gonçalo é reconhecida oficialmente como cidade.
Em 1943, o distrito de Itaipú é cedido para o município de Niterói e São Gonçalo deixa de ter sua ligação com a Costa brasileira.
Não somente o Imperador e a Princesa Isabel, mas Presidentes do Brasil visitaram São Gonçalo, como Getúlio Vargas em 1943 e Juscelino Kubitschek em 1956.
Os primeiros bairros de São Gonçalo tiveram origem das fazendas de cana de açúcar que foram loteadas no início do século XX, daí muitos terem seus nomes, como Trindade, Itaúna, Colubandê, etc. Outros, pelos portos que existiam no local, como Porto Novo, Porto da Madama e outros.
Muitos brasileiros importantes nasceram em São Gonçalo, como o Conde Baurepaire Rohan, construtor do primeiro Plano Diretor da cidade do Rio de Janeiro; Orlando Rangel, introdutor da Indústria Farmacêutica no Brasil; dentre outros.


* * *


(*) empresário cultural, Presidente-fundador da SAL.


1- O termo tamoios se refere a uma aliança de povos indígenas do tronco lingüístico tupi que habitavam a costa dos atuais estados de São Paulo (litoral norte) e Rio de Janeiro (Vale do Paraíba fluminense). Esta aliança, liderada pela nação tupinambá, congregava também os guaianazes e aimorés. Portanto "tamoio" não se trata de um etnônimo, ou seja, de uma tribo ou nação indígena específica. O termo "tamoio" vem "tamuya" que em língua tupi significa "os anciãos". A aliança de tribos, conhecida como Confederação dos Tamoios, foi motivada pelos ataques dos portugueses e mestiços que procuravam capturar escravos entre os indígenas para trabalhar nas primeiras plantações de cana-de-açúcar. Por décadas, os Tamoios foram a única resistência organizada contra a colonização portuguesa.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Gonçalense é finalista do Ídolos

Quem vê Julia Tavares não imagina a força que ela tem na voz. A menina gonçalense, de 11 anos, é pequena, linda e tem voz forte, grossa e estonteante. Ela é uma das finalistas do programa Ídolos Kids, da Tv Record, que vai ao ar, às 19h30, amanhã. Com uma potência vocal surpreendente, Julia agradou os jurados Kelly Key, Afonso Nigro e João Gordo e a plateia com toda a sua potência vocal....



Foto: Reprodução/ Rede Record -Ídolos Kids

Desde que apareceu nas audições do Ídolos Kids Julia Tavares tinha um objetivo em mente: chegar até o final do reality musical. E a pequena conseguiu! Ela é mais uma finalista que vai mostrar todo o seu talento nos parques da Disney. Em conversa com o R7, Ju contou detalhes sobre ela mesma. A cor que ela mais gosta é roxo! Leia mais nas legendas das imagens a seguir...


Clique aqui e assista ao vídeo da apresentação que garantiu a vaga de Julia Tavares na final!

Veja os melhores momentos de Julia Tavares no programa

terça-feira, 11 de junho de 2013

SAL Entrevista

Alexandre Martins, é brasileiro, nascido em São Gonçalo, estado do Rio de Janeiro.
Graduado pela Escola de Belas Artes da UFRJ, é, desde 1992, proprietário do Estúdio Alexandre Martins, produzindo desenhos-animados para o Brasil e Exterior.
Animador, escritor, designer, especialista em Arte Sacra, programador visual, consultor de Leis de Incentivo, webdesigner (Joomla), cineclubista e quadrinista.
Membro da ASIFA – Associação Internacional de Cineastas de Animação.
Fundador e presidente da SAL – Sociedade de Artes e Letras de São Gonçalo.
1- Obrigado pela oportunidade cedida, Alexandre. Onde você nasceu e onde mora atualmente?
Agradeço a você, Leo, a oportunidade de mostrar um pouco de minha vida para nossos amigos e fãs de nosso trabalho. Nasci e ainda moro na mesma casa, em São Gonçalo, RJ. Sou "gonçalense da gema"!

2- Qual sua formação, Alexandre?
Leo, sou bacharel em Artes pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Meu curso, de Gravura, foi criado por decreto do Rei D. João VI no século XIX. É o mais antigo curso de Nível Superior do Brasil, junto com Pintura e Escultura. Além disso, tenho alguns Cursos de Extensão Acadêmica e participei de vários outros para aprimorar e atualizar minha formação. Fui ainda frequentador das aulas de Mestrado em Artes Visuais na minha Escola.

3- Como surgiu o gosto pelo desenho?
Quando nasci (risos). Minha mãe dizia que eu já rabiscava as paredes de casa quando usava fraldas! Só sei que era o melhor da minha turma nas aulas de desenho artístico na escola, aos 4 anos de idade...

4- Quem são os seus ídolos (autores) no desenho?
Ih! São vários! Mas posso elencar alguns, como Frank Frazetta, Alphonse Mucha, John Buscema, Moebius... Nos quadrinhos há Carl Barks que desenhou o Pato Donald por vários anos (os Anos de Ouro), sou fã de carteirinha do Super-Pato...

5- Como foi a sua infância? Do que mais gostava de brincar?
Desenho, claro! Não era uma criança reclusa, mas preferia desenhar a tarde toda a jogar bola todo o dia (a mesa de mármore ficava manchada de tinta). Além disso, o conteúdo da televisão da época era muito melhor do que temos hoje e os filmes eram muitas vezes inspiração para meus personagens e suas histórias. 

6- Quem eram os seus personagens e heróis preferidos?
O Topo Gigio (famoso nos anos 1960 e 1970) o Super-Pato (alter-ego do Pato Donald), as séries animadas de Herculóides, Johnny Quest, Space Ghost... Havia os seriados de ficção científica "Espaço 1999" (que revi atualmente) e os programas do Capitão Aza, bem como o programa Clube do Mickey (uma das poucas vezes que viamos os desenhos clássicos da Disney no Brasil). Até hoje sou fã do Pelezinho, do Maurício de Souza...

7- Qual fábula infantil mais se identifica?
Para quem, como eu, leu toda a obra do "Sítio do Picapau Amarelo" de Monteiro Lobato, essa é uma pergunta difícil. Monteiro Lobato me mostrou um Brasil sertanejo bem de acordo com minha infância em São Gonçalo. A identificação foi imediata. Não sei para as crianças que moram em apartamentos, mas para minha infância Lobato falava a nossa língua. Quando foi transmitida a série pela televisão nos anos 1970 foi ótimo para todos nós. A partir de Lobato comecei a ler toda a literatura fantástica brasileira, os contos, lendas, mitos, etc. Sugiro isso para todos: deixem as telas e procurem os livros.

8- Fale um pouco pra gente sobre o Samuca e também sobre os coadjuvantes Samuela, Saíra, Guiga e professor Tibaldo.
Mas não é Samuela, é Samira! (risos) É a amiga-namorada-vizinha do Samuca. Eles vivem em Brejo Alegre e são praticamente vizinhos de todos. As semelhanças entre os dois são tantas que dizem que parecem irmãos. O Saíra é um pássaro brasileiro, com vocação de esportista-marombador-radical. Esporte é com ele. O Guiga é um gorila tranquilão, pacato, que se torna bom amigo quando precisamos de uma força. o Professor Tibaldo é outro pássaro (um "papa-mosca real") que é formado em várias áreas do conhecimento. Dizem que ele coleciona diplomas. Mas é o cérebro da cidade. Vocação nata para o ensino e pedagogia.

9- Alexandre, você já teve alguma experiência pessoal com sapos? Em quem se inspirou? Qual o seu personagem sapo preferido?
O Samuca foi inspirado não num sapo real mas num sapo de pano e areia. Ninguém sabia disso até agora, mas era um sapinho que eu tinha quando criança que seria utilizado como peso-de-papel mas se tornou meu mascote. Os personagens-sapos que gosto são os da antiga série animada "Cobra Azul" dos Estúdios Depatie-Freleng. O Sapo Kako do antigo programa "Vila Sésamo" ("Sesame Street", nos EUA) era muito legal também. Dos sapos atuais prefiro o Samuca! (risos)

10- Por que o nome Samuel/Samuca? Há alguma característica nele em que você se identifica?
Inicialmente chamava-se Samuel, mas por sugestão de Dona Lourdes (fundadora da Intercontinental Press - representante do Garfield e do Snoopy no Brasil) ficou Samuca. Até ficou melhor, pois muitos perguntavam se ele era judeu, pelo nome. Sabe, gosto do seu tino por aventura: ele topa tudo, não tem medo de nada. Não quer dizer que não se dê mal, mas ele "dá a volta por cima" e acho isso uma lição para todos.

11- Mesmo existindo outros personagens sapos (Caco/Kermit [Muppets, de Jim Henson], Froggy (games), Naveen (A Princesa e o Sapo [Disney]), Sapo Xulé [Tec Toy], além dos casais sapos de pelúcia, também muito carismáticos, você acha que sempre vai existir repulsa aos sapos pelas mulheres?
Acho que as mulheres hoje em dia nem sabem o que é um sapo! (risos) Vejo a sociedade de hoje muito urbana. Se entrar um sapo em uma casa, acho que elas colocam num vidro e tentam admirá-lo, pois não veem natureza por perto...(risos) Mas nada disso: a arte é fazer de um animal um bichinho fofo que possamos te-lo como mascote, como amigo. É fantasia.

12- O que você acha do quadrinho nacional?
Vejo o pessoal de minha idade um tanto atônito com as novas tecnologias (nem tão novas assim, pois nem se usam mais disquetes) e ainda procurando um local entre o clássico, o papel-e-lápis e as "nuvens de informação e dados". Quanto aos novos desenhistas nada sabem do clássico e querem fazer uma pichação na Internet. É como os pichadores que sujam os muros porque não sabem grafitar mas querem fazer presença. Se os jovens aprendessem as técnicas clássicas do desenho e fizessem divulgação na "nuvem" seria ótimo para todos. Mas há grandes desenhistas que entenderam isso, "coroas" e "guris", que fazem do quadrinho nacional uma arte mundial.

13- As tiras do Samuca são publicadas e divulgadas virtualmente e ele também já estrelou algumas de suas produções autorais. Há algum novo projeto para inserção dos seus personagens no mercado de quadrinhos?
Pensamos em livros ilustrados com histórias do Samuca para deleite dos seus fãs. Já houve pedidos nesse sentido. Dependendo da história será ou uma história com ilustrações ou quadrinhos mesmo. Este ano ainda teremos novidades do Sapo.

14- Alexandre, sabemos que você também é animador. Quantos curtas metragens autorais já produziu? Quais os que mais gostou de participar?
Ih, deixei de contar! Mas nossos fãs merecem uma retrospectiva. Está em nossos planos para breve um DVD com a produção do Estúdio Martins nestes últimos anos. Gostei muito de um trabalho que fizemos para uma campanha do Canal Futura (canal 18, UHF, são Gonçalo e região) que se entitulava "São Gonçalo Pra Frente". Consistia de animações de curta duração dando lições de cidadania tendo ao fundo cenários de nossa cidade. Foi a primeira produção audiovisual da região a usar cenários gonçalenses. Foi bem divertido.

15- Você faz alguma pesquisa para compor os movimentos e trejeitos de seus personagens?
Leo, o verdadeiro artista é na verdade um grande observador. Os atores observam o mundo e as pessoas a sua volta e guardam em suas memórias. Daí para fazer uma caracterização de personagem é um pulo. O animador é o mesmo: em todo seu personagem tem algo que ele viu ou vivenciou em sua vida cotidiana. Não precisa fazer pesquisa: a nossa vida já é um grande referencial. Quem não viu alguém correndo atrasado para o ônibus e pensou que fosse uma gazela? (risos)

16- O que você acha do mercado de animação no Brasil? Você pensa em uma série animada para o Samuca?
O mercado brasileiro é imenso. É do tamanho de nosso Brasil: continental. Com a transmissão via rede, mais e mais pessoas buscam conteúdo. Hoje temos uma grande falta de conteúdo. Mas conteúdo "com conteúdo", perdoe-me a redundância. Sei de muitos humoristas que "fugiram" para a Internet pois não tinham espaço nas redes de TV. Há canais populares no Youtube de humoristas brasileiros que tem mais visualizações que muitos programas da televisão, aberta ou fechada. E tudo ao alcance até de celulares. O problema está na falta de mão-de-obra qualificada. Imagine isso: antigamente o problema era falta de dinheiro e excesso de profissionais e e hoje em dia há dinheiro mas falta gente. Um paradoxo. O Samuca por enquanto tem somente filmes autorais, mas a diversidade de canais de mídia em locais de visualização como o Youtube, Vimeo e outros facilita a produção de pequenos esquetes. Assinem o canal do Estúdio no Youtube e fiquem antenados!

17- Você pretende ver seus personagens em produtos licenciados, assim como a Disney e Turma da Mônica?
Licenciar seu personagem é o sonho de todo animador ou desenhista desde que Walt Disney fez Mickeys de pelúcia nos anos 1930. Maurício de Souza construiu seu império a partir do licenciamento do elefante Jotalhão para uma massa de tomate. Nossos personagens estão disponíveis para um licenciamento. Nada há de mal nisso. A arte é feita para embelezar ainda mais o Mundo.

18- Você tem algum ritual para se inspirar? Segue alguma disciplina para cumprir seus projetos pessoais artísticos?
Minha inspiração vem até dormindo! (risos) Faz-me falta um caderno de desenho ao lado todo o tempo. Anoto tudo e desenho tudo que posso e penso. Já levei para casa toalhas de papel de restaurante com desenhos de idéias minhas que fiz enquanto jantava. A minha disciplina é a máxima "nem um dia sem uma linha", frase do escritor romano Plínio, que por sua vez dizia que era a disciplina do pintor Apeles.

19- Você já teve algum momento de "vazio"? Como faz para superar?
Já, sim. Foi nos primeiros tempos do Estúdio. Nenhuma idéia vinha! Nada mesmo! Superei com a ajuda de Deus mesmo. Foi uma graça divina: de repente voltei a desenhar qualquer coisa, as imagens vinham, as idéias começaram a brotar de todo o lado e continua até hoje, graças a Deus.

20- Há alguma novidade que possa compartilhar sobre o Samuca?
Uai! Já falei tantas! (risos) mas recomendo que acompanhem nosso Twitter, nossas páginas (no Facebook e nossa oficial) e assinem nosso boletim, o "Casa de Sapo". Assim não tem como não estar atento à novidades...

21- Alexandre, você também é professor de desenho e também já discipulou muitos animadores em suas produções animadas. Qual conselho você daria para um ilustrador que pretende seguir na mesma carreira artística?
Humildade e trabalho. Humildade para saber que sempre há os que sabem mais do que ele e outros que tem mais experiência. Devemos sempre aprender, mesmo com os erros dos outros. Humildade significa saber quem somos e qual nosso lugar no mundo. Trabalho porque, segundo o inventor Tomas Edison, "um gênio se faz com 1% de inspiração e 99% de transpiração". Obrigado, Leo, pela oportunidade de falar com todos os amantes do desenho e da arte. O Sapo Samuca manda um abraço!



Quer conhecer mais sobre o trabalho artístico de Alexandre Martins? Entre em contato com ele:



Facebook: Estúdio Alexandre Martins


                                                                                                                        Entrevista por Leo Vieira

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Prefeito Joaquim Lavoura


Alexandre Martins

Joaquim de Almeida Lavoura nasceu no bairro Caju, no Rio de Janeiro, em 4 de abril de 1913, filho de José Marques de Almeida e de Maria Cândida de Almeida.
Aos sete anos ficou órfão de mãe e seu pai decidiu se mudar com toda família para São Gonçalo, no bairro Gradim. Apenas com a Quarta Série do Ensino Fundamental, cursados em uma escola estadual, sempre ajudou economicamente sua família. De início como pescador, depois como catador de lenha e ainda como trabalhador em uma fábrica de conserva de peixes.
Lavoura optou por alterar seu sobrenome aos 21 anos de idade. “Foi uma particularidade porque o nome dele era Joaquim Marques de Almeida, mas requereu ao juiz a mudança para Joaquim da Almeida Lavoura, adquirindo o nome da avó paterna”, segundo o jornalista Rujany Martins.
Na idade adulta, passou a trabalhar no comércio, no bairro Porto Velho. Foi aí que ingressou na política, apoiado por um grupo de estudantes. Com seu carisma, conseguiu alcançar muitas pessoas e se tornou uma liderança de bairro logo cedo. Através da defesa forte e segura dos pescadores do Gradim e da população humilde do Quarto Distrito da cidade (Neves) estreou na Câmara de Vereadores, em 1947 (mandato 1947-1950) e novamente no mandato 1951-1954.
Em 1950, Joaquim Lavoura começou a preparar as bases para a realização do seu maior sonho, que era ser prefeito.
Mesmo não contando com o apoio das elites que estavam no comando, Lavoura mais uma vez surpreendeu, concorrendo à prefeitura em 1954 pelo PTN (Partido Trabalhista Nacional) e sendo eleito (mandato 1955-1959). Fez uma campanha onde se apresentava em cima de um trator rodeado de trabalhadores portando pás e picaretas. Seu slogan era: ‘Com trabalho há progresso’. Já no primeiro governo promoveu uma verdadeira revolução administrativa no município, marcando de vez seu nome na história da cidade. “Foi a partir dele que o município começou a crescer. Ele abriu escolas, hospitais e iniciou o sentimento de cidade com futuro”, destacou o jornalista Pereira da Silva, integrante da Comissão.
Lavoura, ao se eleger prefeito, retirou as linhas de bondes, alargou as passagens e promoveu os calçamentos do Porto Velho e Sete Pontes, vias principais de ligação de São Gonçalo com o município vizinho de Niterói. Era comum encontrá-lo, na direção de tratores e escavadeiras e utilizando pás.
Passou a controlar a frota de veículos da municipalidade. Comprou máquinas pesadas, retroescavadeiras, máquinas patrol e viaturas de transporte. Comprou e instalou a Usina de Asfalto e a Fábrica de Artefatos de Cimentos (manilhas e meio-fios). Construiu estradas e pontes, visando o escoamento das produções agrícola, pecuária, comercial e industrial.
Modernizou o Hospital Luiz Palmier e construiu o Pronto Socorro Infantil "Darcy Vargas". Instalou e equipou centros cirúrgicos e os laboratórios, adquirindo modernas ambulâncias.
Seus seguidores1, chamados “Grupo Lavoura”, fizeram também grandes atuações na cidade, como na Educação, construindo o Colégio Municipal Presidente Castelo Branco (em 31 de março de 1970, na gestão do prefeito Osmar Leitão Rosa); o Colégio Municipal Ernani Faria (Lavoura/Zeyr Porto), e o Centro Cultural Joaquim Lavoura (Governo Hairson Monteiro).
Sendo novamente prefeito em 1962 (mandato 1963-1967), foi Superintendente do Serviço de Transportes-RJ, em 1967, nomeado pelo então governador Geremias de Mattos Fontes.
Chegou até a Assembléia Legislativa do Estado, sendo deputado estadual em 1970 (mandato 1971-1973).
Joaquim de Almeida Lavoura ocupou posição central no cenário político gonçalense de 1955 a 1975. Consolidou-se como principal liderança política municipal da segunda metade do século XX. Sua bem sucedida trajetória engendrou um processo de mitificação do nome Lavoura e de sua prática política, o “Lavourismo”.
O nome Lavoura permite a compreensão de um universo político complexo na São Gonçalo da segunda metade do século XX, que vem sendo apresentado nos depoimentos dos seus antigos colaboradores. Neste contexto, esta liderança deve ser entendida como o político profissional, que constrói sua prática política e imagem pública com grande habilidade. Deste modo, em muitos aspectos, a compreensão do que o município de São Gonçalo é hoje remete às transformações engendradas neste período e, logicamente, remetem a Joaquim Lavoura.
O seu terceiro mandato de prefeito veio em 1973, durando até sua morte em 1975, assumindo em seu lugar o vice-prefeito Zeyr de Souza Porto. “Ele não admitia área de conforto à base de sustentação governista. Sempre conseguia maioria na Câmara Municipal, porém, com pouca diferença e sem pulverizar a oposição. Isso para, justamente, fazer os parlamentares de apoio se articularem mais” segundo o ex-prefeito de São Gonçalo (1967-71) Osmar Leitão Rosa.
O estilo político de Joaquim Lavoura o consolidou como uma liderança no Estado. “Houve uma eleição que dois deputados federais e cinco estaduais do grupo dele foram conduzidos à vitória. Até hoje, não me lembro de algo parecido”, segundo Josias Ávila, ex-deputado estadual.
Conheci Lavoura em 1963, quando trabalhava em um jornal carioca e me mandaram entrevistá-lo. Eu o encontrei em cima de uma reto-escavadeira no bairro Patronato, retirando lama das ruas. Surgiu uma boa amizade e depois terminei por fazer o cerimonial de sua morte, quando milhares de pessoas o acompanharam a pé, até a sua derradeira morada, no Cemitério de São Gonçalo, em seu mausoléu.
Uma boa lembrança que tenho de Lavoura, é a de quando tomávamos cafezinho na madrugada, em um bar na esquina da entrada do bairro Covanca. Depois, ele mandava seu motorista levar-me em casa”. - relata o jornalista Assueres Barbosa

Vítima de complicações pulmonares, faleceu no dia 12 de novembro de 1975, aos 62 anos. Mais de 10 000 pessoas assistiram ao seu funeral no Cemitério de São Gonçalo, onde está seu mausoléu.
O deputado José Luiz Nanci discursou2 na ALERJ sobre Lavoura:
Boa tarde senhor presidente, deputados e deputadas
Ocupo hoje esta tribuna para falar do ex-prefeito de São Gonçalo Joaquim de Almeida Lavoura, que se estivesse vivo completaria 100 anos no próximo dia 4 de abril. Homem de origem simples, ele fixou raízes em meu querido município e se destacou nas atividades políticas e humanitárias.
Para celebrar e marcar o centenário de nascimento de Joaquim Lavoura, foi criada uma Comissão Especial, presidida pelo professor Frederico Carvalho. A Presidência de Honra (In Memoriam) da Comissão foi atribuída ao também ex-prefeito Hairson Monteiro, que também já foi deputado nesta Casa.
A Comissão elaborou uma vasta programação para comemorar o Centenário de Joaquim Lavoura. Em boa hora, o prefeito Neilton Mulin baixou um decreto declarando 2013 como o Ano do Centenário de Nascimento do Prefeito Joaquim Lavoura. Uma justa homenagem. A Câmara Municipal também está participando desses festejos.
Da mesma forma, diversas entidades da sociedade estão apoiando a iniciativa, como o Rotary Clube e o Lions Clube, a Academia Gonçalense de Letras, Artes e Ciências, entre muitas outras.
Trago esses eventos ao conhecimento de todos porque Joaquim de Almeida Lavoura também integrou esta Casa, de 1971 a 1973, e merece ser cultuado pela sua história.
Morreu em 1975, pobre, sem acumular riquezas, se mostrando um grande homem, ícone de honestidade e trabalho. Até hoje, seu nome é lembrado e suas ações são engrandecidas.
Obrigado a todos!”

O político do cigarro de palha e do chapéu, mostrando seu poderio político, elegeu membros do Grupo Lavoura, como Geremias de Mattos Fontes (prefeito em 1958/1962) e Osmar Leitão Rosa (prefeito em 1966/!970). Isso sem falar em deputados federais, estaduais e vereadores.
Joaquim Lavoura foi citado pela revista norte-americana Times, como um dos melhores administradores de cidades no Mundo.3





1- Seguindo a trajetória de do prefeito Joaquim Lavoura, podem ser citados nomes de políticos com brilhantes carreiras em São Gonçalo, o chamado “Grupo Joaquim Lavoura”, como: Geremias de Mattos Fontes - vereador, prefeito, deputado federal e governador do Estado do Rio; Osmar Leitão Rosa - vereador, prefeito e deputado federal; Hairson Monteiro dos Santos - vereador, prefeito e deputado estadual; Zeyr de Souza Porto - vereador, prefeito e deputado estadual; Josias Ávila Júnior - deputado estadual; Ayrton Rachid - vereador e deputado estadual; Antonio Maia - vice-prefeito
2- quinta-feira, 28 de março de 2013
3- revista “Veja” - 19/11/ 1975, n.° 376, pág; 113

sábado, 23 de março de 2013

Calendário das Homenagens ao Prefeito Joaquim Lavoura

  (Primeira versão: 15/03/2013)


ABRIL
Data / hora
Evento
Local
Responsável
04
(10h)
Abertura Oficial do Centenário do Prefeito Joaquim Lavoura
Monumento, na Praça Estephânea de Carvalho (Zé Garoto)
Comissão e Prefeitura
05
(19h)
Sessão Solene da Câmara Municipal em homenagem ao Centenário do Prefeito Joaquim de Almeida Lavoura
Ordem dos Advogados do Brasil
(8ª Subseção)
Vereador Diego São Paio / Câmara Municipal
10
(10h30min)
Palestra para os alunos do turno da manhã da Escola Municipal Joaquim Lavoura (Ex-Deputado Estadual Josias Ávila)
Escola Municipal Joaquim Lavoura
(Atividade Interna)
Escola Municipal Joaquim Lavoura
10
(15h30min)
Palestra para os alunos do turno da manhã da Escola Municipal Joaquim Lavoura (Jornalista e historiador Jorge Nunes)
Escola Municipal Joaquim Lavoura
(Atividade Interna)
Escola Municipal Joaquim Lavoura
19
(19h)
24º Aniversário da Escola Municipal Joaquim Lavoura
Escola Municipal Joaquim Lavoura
(Atividade Interna)
Escola Municipal Joaquim Lavoura
MAIO
Lançamento para as mídias, dos Regulamentos do Concurso de Redações e Concurso Estadual de Trovas, com o tema “Prefeito Joaquim Lavoura”
Imprensa e Blogs
Comissão do Centenário / Academia Gonçalense de Letras Artes e Ciências / União Brasileira de Trovadores
JULHO
31
Data final para postagem ou entrega de redações ou trovas dos respectivos concursos
Conforme regulamento
AGLAC / UBT
AGOSTO
31
Divulgação do resultado dos Concursos de Trovas e Redações
Conforme o regulamento
AGLAC / UBT / Comissão do Centenário
SETEMBRO
20
(Noite São Gonçalo)
1)      Palestras:
a.       Lavoura-Pessoa (Professora Marlene Salgado de Oliveira)
b.      Lavoura-Político (Desembargador Jorge Loretti)
c.       Lavoura-Administrador (Deputado Osmar Leitão Rosa)
2)      Premiação do Concurso de Redações
3)      Premiação do Concurso de Trovas
Centro Cultural Joaquim Lavoura (Lavourão)
Comissão do Centenário / Secretaria de Cultura e Secretaria de Educação do Município de São Gonçalo
22
(Dia do Município de São Gonçalo)
Desfile Cívico-militar do Dia do Município, com o tema ligado à vida e à obra do Prefeito Joaquim Lavoura
Trajeto viário a ser decidido pela Prefeitura Municipal
Prefeitura Municipal de São Gonçalo
NOVEMBRO
12
Encerramento das homenagens do “Ano do Centenário do Prefeito Joaquim Lavoura”
Mausoléu de Lavoura, no Cemitério Central de São Gonçalo
Prefeitura Municipal / Comissão do Centenário

terça-feira, 28 de junho de 2011

"Rock brasileiro evoluiu, mas as bandas hoje têm que se virar"

Tony Bellotto, dos Titãs, fala de música na web

Publicada em 28/06/2011 às 08h42m
Marina Cohen (marina.cohen@oglobo.com.br)

Tony Bellotto com os membros do Conselho Jovem da Megazine. Foto de divulgação/ Mariana Vianna RIO - Todo mundo conhece o Tony Bellotto guitarrista dos Titãs. Mas o roqueiro de 50 anos também é escritor - lançou sete livros, entre eles a trilogia do detetive Bellini, que virou filme - e apresentador do "Afinando a língua", que vai ao ar às terças-feiras, no canal Futura, às 22h. O Conselho Jovem aproveitou um intervalo nas gravações do programa para bater um papo com ele. Tony falou de música na internet e deu um recado aos iniciantes: "Tem que ir além da imitação e entender quem você é".
GABRIEL GORINI: Como você embarcou na vida dupla, de músico e escritor?
TONY BELLOTTO: Quando eu tinha 13 anos, já queria ter uma banda e também ser escritor. Aí, com 18, a música me pegou e deixei o sonho de ser autor de lado. Até que, já adulto, resolvi encarar de frente esse projeto da adolescência. Depois que escrevi o primeiro livro, "Bellini e a esfinge", a escrita passou a ser uma necessidade, assim como fazer música. São duas formas de expressão que convivem bem dentro de mim. É só uma questão de organização e disciplina.
JÉSSICA LOPES: Qual dos dois te dá mais prazer?
TONY: A música. É muito bom estar no palco e ver aquela canção que você compôs dentro de um quarto fazendo a multidão vibrar. Escrever dá outro tipo de satisfação: você sente uma euforia incrível no dia em que fecha uma história, mas é uma emoção solitária.
LAURA TARDIN: O Tony Bellotto que compõe é o mesmo que escreve romances?
TONY: O ato de criação é o mesmo: você tem uma inspiração e trabalha em cima dela. Se é um riff de guitarra, um romance ou um poema, isso vai ser definido depois. Agora, os processos são diferentes: a música só está pronta quando o resto da banda adiciona suas referências.
JÉSSICA MENDONÇA: Você traz a influência da literatura para a música?
TONY: Não diretamente, mas o ato de escrever me dá uma fluência na hora de fazer a letra de uma música. É que nem quando você malha para correr uma maratona.
Tony Bellotto. Foto de divulgação/ Mariana Vianna VINÍCIUS BARROZO: Você tem um lugar aonde vai para se inspirar?
TONY: O escritório, na minha casa, onde tenho meus livros, discos, guitarras... Lá começo a compor músicas, anoto ideias, escrevo crônicas etc.; Mas, quando estou empacado, gosto de correr ou nadar.
JÉSSICA LOPES: O detetive Bellini aparece em três livros. Como você o criou?
TONY: Foi inspirado em mim mesmo (risos). Coloco nele coisas que eu gostaria de dizer, mas tenho vergonha. Até o nome, Bellini, parece com Bellotto. Quando o criei, na adolescência, colocava o personagem para encarar histórias que eu vivi ou que gostaria de ter vivido. Só depois, quando retomei a escrita, transformei-o num detetive.
ROBERTA THOMAZ: O que a proximidade com a arte pode trazer de bom para o jovem?
TONY: A arte é fundamental não só na profissão. Ela te ensina a enxergar as situações de outra forma. Lendo, ouvindo música ou assistindo a um filme você escapa do cotidiano e vive experiências diversas. Nas peças de Shakespeare, por exemplo, ele explica nuances do comportamento humano, então você passa a entender melhor seus próprios sentimentos. Arte não só ajuda a gente a relaxar, como também a encarar a vida.
GABRIEL: Qual o papel da família na sua arte?
TONY: Ela dá um sentido a minha vida. Viajo muito por conta de shows, então dou valor aos momentos do cotidiano: acordar meus filhos, levá-los à escola... Esses momentos equilibram minha cabeça, porque se eu ficasse só na estrada me bateria um desespero.
JÉSSICA LOPES: O que você escuta em casa?
TONY: Cada vez ouço coisas mais antigas, como Rolling Stones, The Clash e meu mestre, Jimmy Hendrix. Das brasileiras, tenho escutado Pitty e Móveis Coloniais de Acaju.
" A crise da indústria de CDs fez com que a maioria dos grupos tenha que arcar com o investimento inicial "

JÉSSICA MENDONÇA: Qual a diferença entre o cenário do rock atual e o de 30 anos atrás, quando você começou?
TONY: O rock brasileiro evoluiu, ficou mais profissional e também mais rico. Quando fuço na internet, vejo que as bandas estão com uma variedade enorme de influências. Por um lado, a internet ajudou a divulgar grupos de todo o país. Não é mais preciso se mudar para o Rio ou São Paulo. Por outro lado, a crise da indústria de CDs fez com que a maioria dos grupos tenha que arcar com o investimento inicial. Antes, você ganhava dinheiro para gravar o primeiro álbum com calma e podia se dedicar exclusivamente a isso. Hoje, com o esquema independente, as bandas têm que se virar.
O GLOBO: Que conselho você dá a uma banda iniciante?
TONY: Para se destacar é preciso achar seu jeito de tocar e compor. Tem muito cara por aí que faz o solo de guitarra igualzinho ao do Slash, mas o que importa é fazer um solo com a sua marca. E, para encontrar aquilo que só você tem a dizer, é preciso trabalhar. Ir além da imitação e entender quem você é e como expressar isso na música.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/megazine/mat/2011/06/27/tony-bellotto-dos-titas-fala-de-musica-na-web-rock-brasileiro-evoluiu-mas-as-bandas-hoje-tem-que-se-virar-924776712.asp#ixzz1QatHZ0Zr
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terça-feira, 8 de março de 2011

Rafael Zulu - "sou totalmente gonça"

zulu

Entrevista no Jornal "O Dia"

Rafael Zulu,nascido em São Gonçalo.



O DIA — Como esse personagem tão peculiar chegou até você?

Rafael Zulu — Estávamos terminando de gravar ‘Caras e Bocas’ e o Jorginho (Fernando, diretor) já tinha a ideia do remake. Ele generosamente me avisou que ia rolar um personagem gay e sugeriu que era a minha cara, mas que teria que passar pela fase dos testes. Eu disse: “Mas é só isso que eu quero, ter a oportunidade de fazer o teste. Acabou que três meses antes de começar a gravar a novela, ele derrubou a seleção e me convidou.

— Mas como assim ele sugeriu que o Adriano, um assistente de moda e gay, era a sua cara?

— Não era porque o Adriano é gay, mas porque ele achava que eu ia fazer bem. Ele achou que seria interessante e contraditório ter um negão, grandão, que nem é o caso, totalmente gay e de um jeito afetado, extravagante.

— Se inspirou em alguém?

— Bom, segundo o Jorginho, o Adriano foi inspirado no crítico de moda norte-americano Andre Leon. O jeito extravagante tirei de Jorge Lafon, que é bem do meu perfil, extremamente escandaloso, bagaceiro, mas chic, como uma girafa desengonçada, mas elegante. O Clodovil também foi outro cara que pesquisei, muito fino e muito gay.


— Acha que há preconceito por ele ser negro e gay?

— O Adriano é tão bem resolvido, profissionalmente e sexualmente, que o preconceito é o que menos importa para ele. Se ele perceber algum comentário dessa natureza, ele vai olhar e dizer: “Meu Deus, de que mundo essa pessoa saiu?”

— Mas você se incomoda?

— Não tenho escutado ti-ti-ti na rua. Eu, como negro, acho ótimo juntar esses temas (homossexualidade e racismo) delicados e levar para a casa das famílias brasileiras.

— André Gonçalves chegou a ser agredido nas ruas, na época em que viveu o Sandrinho, de ‘A Próxima Vítima’, em 1995. Teve algum receio de aceitar o personagem?

— Acho que pode haver, sim, violência contra um ator nos dias de hoje. O Jackson Antunes, que fez um marido agressivo em ‘A Favorita’ e batia na personagem da Lilia Cabral, não foi agredido? Alguns amigos recomendam para eu ter cuidado na rua. Embora o Adriano esteja numa novela das sete, mais leve e divertida, algumas pessoas se envolvem com o personagem.

— Como profissional, já sentiu um olhar preconceituoso por ser negro?

— Não, nunca deixei de fazer um trabalho em função disso. Acho que está vinculado com uma boa postura. Sou como todo mundo, entro num restaurante, me sento, como e pago como todos. Não percebo esse olhar medíocre do preconceito. Sou muito bem resolvido.

— Toparia dar o primeiro beijo gay da TV brasileira?

— Certo, mas acho que não vai acontecer com o Adriano. É uma novela das sete. Mas não estou nessa profissão para brincar. Não teria problema algum em beijar um homem se estivesse no propósito do trabalho. Assim como beijar uma mulher tem que fazer sentido.


— E ensaio sensual?

— Nunca fiz, não tenho nada contra, mas uma coisa não combina com a outra. Não deixa de ser um trabalho artístico, só que não combina comigo.

— Como se vira com o assédio?

— Aumentou significativamente com a chegada do Adriano na minha vida, mas as cantadas são bem leves. Me viro bem. E acho ótimo o carinho do público, o retorno.

— Aumentou por ele ser gay?

— Acho que sim. A mulher que se interessa por um gay, quer, na verdade, provar que um dia um gay se interessou por ela, mesmo na condição dele. Ele vai sair, dormir com ela quem sabe, e voltar para o companheiro. O fato de o Adriano ser dúbio permite esse interesse nele. Ele já foi visto pegando a Thaísa (Fernanda Souza) e a Help (Beth Gofman). Tem muita gente desconfiando que ele não é gay.

— O assédio ajuda ou atrapalha nessa fase solteira?

— Terminei um namoro de três anos e meio, estou solto há cinco meses, naquela fase que quero me curtir. Não tenho a menor pretensão em encontrar alguém agora. Por hora, o assédio não tem ajudado, mas não atrapalha.

— O que mudou na sua vida com a fama?

— Nada. Moro no mesmo lugar em São Gonçalo, na mesma casa, tenho os mesmos amigos. Eu me divido um pouco em dias de gravações muito aceleradas entre Barra e São Gonçalo, mas costumo dizer que sou totalmente gonça.