domingo, 9 de julho de 2017

1º super-herói da história era lenda urbana e lembrava um Batman assustador

1º super-herói da
história era lenda urbana e lembrava um Batman assustador
Divulgação
Spring-heeled Jack em versão publicada do século 19 Imagem: Divulgação

Do UOL, em São Paulo

09/07/2017 04h00

Inglaterra da Era Vitor... - Veja mais em
https://entretenimento.uol.com.br/noticias/redacao/2017/07/09/1-heroi-da-historia-vem-de-uma-lenda-urbana-e-lembra-um-batman-assustador.htm?cmpid=copiaecola

Divulgação
Spring-heeled Jack em versão publicada do século 19 Imagem: Divulgação
Do UOL, em São Paulo
09/07/2017 04h00 


Inglaterra
da Era Vitoriana. Século 19. A neblina densa em uma noite fria traz o
sibilo do vento e passos podem ser ouvidos ao fundo. O barulho aumenta e
o desespero também. Quem vem por aí? Olhos vermelhos, uma flâmula azul
na respiração, dois chifres no alto da cabeça e garras afiadas dão a
visão de um demônio à procura de sangue.

Muitos antes do
Super-Homem virar um ícone dos quadrinhos na década de 1930 e referência
para tantos personagens, uma lenda urbana já tinha se transformado em
herói na cultura popular. Spring-heeled Jack faz parte do folclore
inglês e foi visto pela primeira vez em 1837. Não nas revistas, na rua
mesmo.

A história se espalhou pelo Reino Unido, e relatos
assustadores da entidade passaram da parte central de Londres para a
Escócia. SHJ (um apelido mais carinhoso) surgiu em um período
aterrorizante, com altos índices de violência na capital Londres, onde a
população vivia com medo até de fantasmas perseguidores.



Divulgação/OhioStateLibrary
Imagem: Divulgação/OhioStateLibrary

Cultura pop

Assim
como Jack, O Estripador, a cultura popular da época agarrou a
oportunidade e viu na figura estranha e sobrenatural uma forma de ganhar
dinheiro. Os chamados “penny dreadful”, literatura popularesca vendida
por merreca no século XIX, tinham como temas detetives, crimes e
personagens sobre-humanos. Uma de suas produções mais famosas foi
justamente do "bisavô do Batman".

Spring-Heeled Jack ganhou uma
série nesses livretos e sua fama cresceu cada vez mais. As histórias
mostravam o conflito de SHJ, que combatia os injustiçados usando
recursos típicos dos super-heróis que conheceríamos um século depois.

Mas
para ganhar a alcunha de super-herói demorou um pouco. Graças a um
projeto de bibliotecas inglesas para resgatar textos clássicos, SHJ foi
publicado em 1904, em uma versão escrita por Alfred S. Burrage e que se
passava no período napoleônico.

Bertram Wraydom era um jovem
tenente traído por seu meio meio-irmão, que estava de olho na herança
familiar. O protagonista venceu a pena de morte, arrumou um traje e foi
em busca de vingança contra o vilão.

Um parente distante do Batman?

“Era
um homem usando uma túnica justa, rasgada na frente como se suas
costelas estivessem descobertas. Quem teria imaginado um homem dando
saltos tão gigantescos, ou com olhos brilhantes de uma cabeça demoníaca
na qual uma máscara acolhia uma longa pena”, descreveu Burrage.

SHJ
ganhou novos poderes, dava choque com as mãos, saltava 15 metros e
ainda marcava os inimigos mortos com a letra “S”. O personagem Zorro,
criado em 1919, foi baseado na assustadora figura do herói.

Jess
Nevins, autor do livro “The Evolution of the Costume Avenger: The
4,000-Year History of the Superhero”, disseca quatro séculos da cultura
dos heróis e analisa a importância da lenda urbana que virou um
combatente do crime.

"Spring-heeled Jack é o primeiro personagem
publicado da era moderna a incorporar a dupla identidade, a vestimenta, o
esconderijo secreto e missão altruísta", resume o pesquisador. "Além
disso, o personagem roteirizado por Burrage tinha poderes, fazendo dele o
primeiro vingador trajado super-humano. E graças à distribuição na
América, leitores e autores foram influenciados".



Reprodução
Spring-heeled Jack em versão para os games Imagem: Reprodução

A lenda urbana no século 21

O
legado de SHJ ainda é conhecido mais de 150 anos após sua fatídica
"estreia". O game "Assassins Creed Syndicate", lançado pela milionária
produtora Ubisoft em 2015, traz uma missão em que você pode deter o
temido personagem, a partir de uma informação divulgada por ninguém
menos que Charles Dickens.

Ainda no mundo dos games, o RPG "The
Elder Scrolls IV: Oblivion" traz uma bota chamada "Boots
of Springhell Jak", que te faz pular com extraordinária força.

O
primeiro super-herói também também ganhou uma música cavernosa da banda
Lazarus & The Plane Crash, no álbum "Horseplay", e foi lembrado na
série da BBC "Luther", quando um serial killer usava uma máscara e tinha
como desejo emular o terror que Spring-heeled Jack causou na cidade.







fonte: UOL Entretenimento







domingo, 2 de julho de 2017

A lei do preço fixo pode acabar com o mercado de quadrinhos no Brasil




 
 
A lei além de manter os preços mais altos, ainda vai impedir a livre concorrência 
Nesta terça-feira (27/6/17), quando a lei que institui um preço fixo de livros no Brasil obteve parecer favorável de Lindbergh Faria, relator na Comissão de Constituição e Justiça do Senado.

De acordo com o Projeto de Lei 49/2015,
todas as livrarias (físicas e virtuais) poderão oferecer no máximo 10%
de desconto em uma publicação durante o primeiro ano após o seu
lançamento. Depois disso, caberia a cada loja decidir oferecer descontos
superiores.
De inicio podemos notar que livrarias e lojas de quadrinhos que costumam
oferecer descontos enormes de acordo com a quantidade de produtos que
você compra, que em alguns lugares pode chegar até a 82% vão ter que se
limitar aos 10% ou seja será extremamente prejudicial ao já escasso
publico de quadrinhos e de livros no Brasil.
A ideia seria ajudar em teoria o mercado em Banca de Revista e pequenos
vendedores, pois a Dinap que teve o seu monopólio aprovado pelos órgãos
públicos e ao que parece os políticos estão cegos a respeito dela teria o
controle total da divisão de lucros entre o dono de banca de revista ou
pequeno comerciante e ela, mesmo assim isso ainda prejudicaria os donos
de banca de revista que muitas vezes fazem descontos em compras de
encalhe do mês.
Por causa do surgimento de editoras que aceitam descontos em livrarias e
lojas de quadrinhos o mercado de quadrinhos brasileiro começou a
melhorar, mesmo em relação ao mercado americano em sua porcentagem de
vendas, as mercadorias começaram a circular com melhor rapidez devido
aos descontos encontrados nesses locais.
Essa Lei será o fim das grandes promoções de vendas de quadrinhos e
livros no Brasil, com ela se tornará praticamente impossível fazer uma
promoção, já que legalmente se torna um crime fazer promoções cuja
redução de valores de artigos culturais fiquem acima de 10% em um ano,
muitos produtos ficarão encalhados nas lojas e isso vai afetar a livre
concorrência do mercado, já que livrarias e lojas que tratam o cliente
melhor (com promoções, prêmios, descontos, etc) ficarão limitadas ao
mesmo valor do que locais que nem se importam se vão vender aquele
produto ou não, muitas vezes tratando mal e porcamente seus clientes.
No passado a mesma regulação aconteceu com as Locadoras de Vídeo, que
com o surgimento da internet acabaram praticamente desaparecendo, o que
favoreceu o mercado online como a Netflix, o mesmo vai acontecer com o
mercado de quadrinhos no Brasil, a maioria vai migrar para compras
online como no site Amazon onde os descontos continuam o mesmo pois não
sofrem a regulação estatal como no mercado brasileiro ou ainda a venda
indireta de quadrinhos, os sebos que talvez seriam os mais beneficiados
com tudo isso quase não mais existem no Brasil, já que a maioria das
prefeituras do nosso país tem feito uma verdeira caça aos donos de sebo
que possuem banca de revista em praças por todo o país, cobrando valores
exorbitantes para que continuem trabalhando, sem falar que as bancas
acabam sendo roubadas por grupos criminosos que cobram "proteção" para
que a banca não seja queimada, o que tem acontecido muito por todo o
país.
Por todo país livrarias tem quebrado pela falta de vendas, as livrarias
que sobreviveram foi pelo fato de atenderem bem o consumidor e darem
descontos, o que provavelmente vai acontecer com essa lei é que mais
livrarias vão quebrar e ainda vai impedir a livre concorrência entre as
lojas e livrarias, o que vai realmente acontecer é com menos vendagem o
valor de capa de revistas e livros vai aumentar para compensar a falta
de vendagem em uma tentativa de ainda sair no lucro nos títulos que não
vão ser obviamente cancelados pela falta de vendagem.


Fonte: A lei do preço fixo pode acabar com o mercado de quadrinhos no Brasil

terça-feira, 20 de junho de 2017

Mãos aos Versos, Antologia II da AVL





Olá amigos e amigas.

Boa tarde.

Recebi hoje os exemplares do livro Mãos aos Versos, Antologia II da AVL (Academia
Virtual de Letras Antonio Aleixo) da qual eu, Mauricio Duarte, participo.
Um prazer e uma honra estar convivendo com tão grandes poetas e poetisas na AVL.
A Antologia II está muito bonita, muito bem diagramada e com design gráfico perfeito, além
de ter contado com o trabalho impecável de revisão da nossa vice-presidente Simone Moisés.
Agradeço muito a AVL, à Sy Moises, à nossa presidente Maria Ivoneide Juvino de Melo e à editora
USCA, na figura do incansável Dy Simão.

A edição possui formato 14 x 21 cm, capa colorida, miolo PB, 140 páginas
e cada poeta da AVL conta com 3 poemas, além da biografia.

O exemplar está saindo a R$ 25,00 + FRETE.

Peça agora e eu envio o seu livro com um autógrafo especialmente para você.

terça-feira, 13 de junho de 2017

12o. Louvor na AVL

Recebi meu 12o. Louvor na AVL (Academia Virtual de Letras António Aleixo). Estou muito contente.  Um por todos e todos pela poesia.


domingo, 11 de junho de 2017

Marcos Paulo Alfa



Marcos Paulo Alfa

Qual o limite da identidade?  A identidade pós-pós-moderna – pós-tudo – que nos arranca dos nossos lugares comuns e nos leva para encararmos nossa própria identidade – ou pseudo-identidade – em camadas e todas falsas – diriam alguns... Marcos Paulo Alfa tem a medida exata disto e tira partido deste fato em seu trabalho de graffiti nos muros da cidade bruta, bruta cidade...
As suas criaturas do graffiti podem ser aparentemente “fofas” e “engraçadas”, “pop” e “ideológicas”, “expressivas” e “frágeis”... Porém, em sua maioria, senão na totalidade, permanecem inclassificáveis.  Desde o elefante azul ciclópico de um olho só – ou são dois olhos? – que parece uma figurinha de desenho animado ou de HQ infantil; nada tem de infantil, e altamente gráfico; até o ursinho de pelúcia skatista e grafiteiro com requintes de 3D em luzes e sombras, misturado ao alto tratamento gráfico elétrico.   Passando pelo garoto azul com a TV na cabeça aberta, com o canal que para a sua programação na bandeira do Brasil – gigante eternamente adormecido – e que mais parece um zumbi... com um inconsciente totalmente colonizado e dependente das ondas midiáticas...  E pelo garoto geek azul de olho azul e óculos brancos e forma de gota, reduzido a esse mínimo de forma em gota espermatozóica com expressão deslumbrada e nervosa...  Sua influência nessa arte dos muros são a “galera antiga de Niterói e São Gonçalo”, “todos do graffiti.”
Alfa também é poeta e tem, entre suas leituras favoritas, Castro Alves.  Mas não para aí.  O seu conceito transgressor se estende ao vídeo, tanto como autor e editor quanto no cenário da atuação... A sua inserção artística transpassa o circuito de grafiteiros, artistas plásticos, poetas e atinge os meandros da criação e prática das artes visuais, realizando trabalhos ainda como designer gráfico e ilustrador.
Alfa é uma artista que impressiona pela jovialidade do estilo; desnudando realidades e desarmando olhares, criando suas críticas sociais sem concessões a A, B ou C, indo fundo com o dedo na ferida... Os valores invertidos da pichação não vêm para agradar, mas para incomodar e o graffiti, por sua vez, se apropria desta contradição para transformar o encantamento e a desconstrução em território do que é a arte, para além da “poluição” e “sujeira”, “mensagem cifrada” e “vandalismo”...
Qual será o limite da identidade contemporânea?  Este e outros questionamentos são embates centrais de Marcos em critérios mutantes na política, no social, no econômico, na cultura e no urbano, de um modo geral, sendo subversivo ao extremo... sempre...

Mauricio Duarte



Contatos com o artista:

terça-feira, 6 de junho de 2017

O conceito de Conan, o bárbaro


O conceito de Conan, o bárbaro

O conceito, a essência, o segredo, a tônica ou a mensagem que está por trás das narrativas de Conan, o bárbaro é algo muito peculiar e muito singular desta história. O que quer que queiramos ver, essa sensação nos toca profundamente porque exige muito de nós, sem no entanto, nos tolher em nada. Assume nossa herança biológica, nossos instintos primitivos, nossa força, nossa alma de um modo completo e total. Conan é um bárbaro, mas também é rei. Conan é mais civilizado do que todos os civilizados, mais honrado do que todos os civilizados, mais justo do que todos os civilizados. Ele não precisa da civilização; a civilização é que precisa dele.
 Na sua inteireza como ser humano prova que o indivíduo pode fazer a diferença quando acredita em si mesmo sem usar um falso verniz dito civilizatório, – que de valor real pouco ou nada possue – mas antes, usa dos instintos da sua força e da sua alma do seu próprio interior.

sábado, 3 de junho de 2017

Alegrias e Dores

Alegrias e Dores




Evitar ou fugir das dores e valorizar ou exaltar as alegrias não é ser hedonista; é natural, é humano.  Desde que não exageremos.  Mas não podemos esquecer que, o contrário, valorizar e exaltar as dores e evitar ou fugir das alegrias é fanatismo e/ou masoquismo.  Os dois extremos são negativos...
Mortificar a carne para a beatificação do espirito foi, durante muito tempo, valorizado pela sociedade que não tinha a laicidade como norte do cotidiano.  Desde meados da Idade Média num ápice, nesse sentido, até mais ou menos a Revolução Industrial quando essa valorização decaiu.  Hoje temos o hedonista como exemplo; as sensações de prazer em todos os lugares são os objetivos maiores de grande parte das pessoas.  O pêndulo foi para o outro lado.  Somos permissivos em excesso segundo muitos religiosos e, segundo alguns iluminados somos também “frágeis em demasia” ou até “patifes”, não aguentamos sequer 5 minutos de silêncio para meditação.  Nossa cabeça começa a coçar, estranhamos a posição do lótus – ou qualquer outra posição – nos lembramos de mil e uma coisas e tarefas que temos que realizar, nossa boca fica seca, enfim, tudo corrobora para que não consigamos meditar.  E comemos carne em profusão, fumamos, bebemos e nos enchemos de violência nas telas da TV e da internet.  Ou ainda, cuidamos de nossos corpos como se fossemos apenas isto, corpos, exaltando formas esculturais em horas de musculação ou práticas excessivas de exercícios que não nos deixam tempo para a oração ou para a meditação.
No entanto, não tem que ser assim...  O correto equilíbrio do cotidiano entre permitir-se e regrar-se é um alvo tão distante quanto próximo, dependendo apenas da nossa concepção de vida. Se tivermos um conceito fora da elevação de mente, fora da consciência de alma, certamente iremos cair em uma dessas armadilhas mais facilmente do que quem possui afinidade com estados elevados e com estados de consciência. Por isto, é uma virtude saber o tempo certo para cada atividade, desde a descontração em frente à TV até o recolhimento para reflexão ou meditação.
Alegrias e dores são ambas necessárias.  Se estiver sofrendo é o que precisa.  Se estiver alegre é o que precisa.  Cada momento precisa de nós em determinado clima, em determinado sentimento, em determinada ação.  Aceitar isto é saber que a existência nos dá tudo o que precisamos a cada momento, nem um instante a mais e nem um instante a menos.
Que saibamos estar em sintonia com essa habilidade dos sábios: reconhecer o momento e aceitá-lo como parte da infinita orquestração cósmica do divino.  Aproveitemos o momento e tiremos dele algo que possa ser positivo para a nossa vida, seja esse momento o que for.  Paz e luz.

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)


Leia mais: http://www.divulgaescritor.com/products/alegrias-e-dores-por-mauricio-duarte/

sábado, 13 de maio de 2017

O jardim das aflições







Patrulha de cineastas de esquerda boicota filme “de direita” em festival, em guerra de patotas




RUTH DE AQUINO











Na primeira noite eles se aproximam e roubam uma
flor do nosso jardim. Boicotam um filme no Festival de Cinema de
Pernambuco. E não dizemos nada. Na segunda noite, já não se escondem:
pisam o cineasta maldito, matam o contraditório, e não dizemos nada. Até
que um dia, o mais frágil deles entra sozinho na sala escura, rouba o
projetor e, conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta. E já
não podemos dizer nada.

É uma paródia do poema “No caminho com
Maiakóvski” (1968), de Eduardo Alves da Costa. Ajuda a ilustrar a
pataquada de diretores de sete filmes que retiraram seus curtas do
festival. Começaria no dia 23 de maio para celebrar 21 anos de vida. O
motivo maior do boicote foi um documentário de 81 minutos, O jardim das aflições,
sobre o filósofo de direita Olavo de Carvalho. Os revoltados afirmaram,
em nota, que a escolha “favorece um discurso partidário alinhado a
grupos que compactuaram e financiaram o golpe ao Estado democrático de
direito ocorrido no Brasil em 2016”. O festival foi adiado por causa da
debandada. A seleção era de nove filmes. Não seria isso o que se chama
diversidade?

“Não é possível ter debate, só entre esquerdistas”,
me disse o diretor Josias Teófilo. Ele revelou que sua vida ficou
“insustentável” em Brasília depois de resolver filmar Olavo de Carvalho.
“Grandes festivais disseram que eu não era bem-vindo e que nunca mais
eu conseguiria dirigir nada. Esse documentário foi feito com
crowdfunding porque seria impossível tentar a Lei Rouanet. Vivemos a
tirania da coletividade sobre o indivíduo. Quem está fora desse
establishment de esquerda só encontra má vontade no campo do cinema.”

A
patrulha, de esquerda ou de direita, não é só burra, primária e
insuportável. É perigosa. Favorece o obscurantismo, a ignorância. Na
chamada esquerda brasileira, há grupos numerosos, especialmente no PT,
que fazem distinção entre “a censura do bem” e a “censura do mal”. “As
ditaduras do bem”, como Cuba e Venezuela, e “as do mal”, de direita. É
de uma insensatez frenética e fanática a forma como tantos intelectuais
relativizam prisões, torturas, arbitrariedades, corrupção, censura,
preconceito sexual, força do Estado... desde que o regime seja de
esquerda.

“Esses cineastas que boicotaram o Festival de
Pernambuco conseguem ser piores que Mao e Hitler, que assistiam aos
filmes antes de censurar. Leonid Brejnev proibiu um filme de Tarkovski,
mas assistiu antes. Esse grupo aí não viu e não gostou”, disse o diretor
Josias Teófilo. “O jardim das aflições é muito mais metafísico
que político. Fala de Aristóteles e Platão. O documentário traz uma
mensagem a favor da individualidade. Discorre sobre a morte. Não tem
motivo esse desespero todo. Mandei mensagens simpáticas aos colegas
revoltados, agradecendo pela divulgação. Eu não podia pagar assessoria
de imprensa.”

Olavo de Carvalho tem 70 anos, vive hoje em
Petersburg, uma cidade americana de 30 mil habitantes com 80% deles
negros. Dá curso on-line de filosofia para 3 mil alunos. É apontado como
um dos mentores do conservador Movimento Brasil Livre (MBL), embora
recuse esse título e critique “a direita emergente”. É fervoroso
opositor do PT e de Dilma. E crítico do governo Temer, que considera
ilegítimo. “Como vice, Temer não tem rabo preso, ele é um rabo preso”,
disse ao repórter João Fellet, da BBC Brasil, em sua casa.

Militou
no Partido Comunista durante a ditadura, foi amigo de José Dirceu,
escondeu armas. Já se envolveu com esoterismo e astrologia. Mas se
aproximou da Igreja Católica. Hoje, reza antes de dormir. Mantém uma
espingarda sobre a cama para defesa pessoal e tem 30 rifles de caça.
Olavo de Carvalho é um provocador, um polemista, a favor da “democracia
plebiscitária”.

Uma das diretoras que se retiraram da mostra em Pernambuco, Gabi Saegesser, do curta Iluminadas, disse que “O jardim das aflições
vai contra qualquer possibilidade de diálogo”, ao falar sobre “um dos
maiores representantes do conservadorismo de direita”. Para a cineasta, a
presença do título na programação “é como se o festival desrespeitasse a
visão política e social de outros filmes”. Não é só Olavo o alvo do
boicote. Há outro filme, o longa de Rodrigo Bittencourt sobre as origens
do Plano Real. Entre os diretores rebelados, estão Savio Leite, Cíntia
Domit Bittar, Eva Randolph, Leo Tabosa.

Na arte, como na política
e na vida, o Brasil passa por um momento delicado de torcidas e patotas
que urram a favor e contra, distorcem a realidade e tentam calar o
outro com discurso de ódio ou de vitimização. Tapar os ouvidos e os
olhos a quem discorda de você é um atestado de fraqueza e autoritarismo.
Você pode ou não acreditar que Lula não tem nenhuma influência sobre o
PT. A cabeça é sua ainda. A aflição também.





fonte: ÉPOCA

sábado, 6 de maio de 2017

Rosario Vidal Ferreño na Coluna Visuális do Portal Sinestesia

Rosario Vidal Ferreño

Visite o Portal Sinestesia!
Em Visualis, eu, o colunista Mauricio Duarte, apresento Rosario Vidal, designer de moda como formação e profissão, que incorpora o universo da estética corporal, do fashion e do styling no seu trabalho artístico.
Leia mais!




Rosario Vidal Ferreño

                  Sensibilidade em camadas de artesania poética...  O estilo amplamente usado a serviço do gráfico-pictórico que transpassa em muito a representação... e chega na re(a)presentação do real de modo único, especial...
           Rosario Vidal Ferreño trabalha com fluidez e naturalidade; com suavidade e liberdade...  Sendo designer de moda como formação e profissão, a artista incorpora o universo da estética corporal, do fashion e do styling no seu trabalho artístico.  A persistência do tema dos retratos gráficos de moças de frente e de perfil nos mostra e nos demonstra sua combatividade no terreno incógnito da beleza e no terreno árido do sensível...  A beleza e o sensível são da ordem do efêmero e, ao mesmo tempo, da ordem do que permanece, senão na realidade, ao menos na memória da retina, cristalizada no momento...  A potência do momento é o que Rosario busca e, nessa busca, vale fechar os olhos para ver melhor.  Como, aliás, na sua marca registrada, sua identidade visual: o olho de mulher fechado, que revela por não ver o que há, mas o que está por trás, o que se esconde, o que potencializa o oculto...  Como num movimento interior que nunca cessa.
            O traço das suas peças remetem a Egon Schiele, as cores a Matisse e o tratamento geral da composição, talvez, a Miró.  Mas sua arte é singular, no sentido do sentimento do que se mostra e do que se esconde, num movimento de repercussão amplamente dinâmico do olho que transmite suas impressões da vida interior da mulher.  Sua arte está na mola propulsora do cotidiano feminino.
          A artista valoriza a natureza como aspecto primordial e entende a arte como coisa de nós, seres humanos, do que temos de melhor como seres humanos.  Daí as flores, paisagens e pássaros...  Natural da Galícia, Espanha, Rosi Vidal trabalha com a emoção como matéria-prima. A emoção da arte que se desdobra como vida, como estética, como força e vitalidade naturais.  Transformação do natural que revela o que se esconde... Pura exaltação do olhar...
                  

Contatos com a artista:
E-mail: rosivife@gmx.es

segunda-feira, 1 de maio de 2017

O poder criativo e criador da arte

O poder criativo e criador da arte




O mundo precisa de arte!  O mundo precisa de arte... O mundo precisa de arte?  A sentença pode ser dita destas três formas, a afirmativa, a subjetiva e a interrogativa ao mesmo tempo e, nas suas três formas, suscitar inquietações igualmente válidas e relevantes para o nosso mundo na atualidade.
Por que se dá esse fenômeno?  Porque a modernidade líquida como dizia Bauman, repleta de “massacres e assassinatos recíprocos, do tipo hoje visto entre sunitas e xiitas no Iraque (...)visto ontem mesmo entre sérvios, croatas, bósnios e muçulmanos do Kosovo (...) um ciclo aparentemente interminável de retaliações assassinas, (...)” não quer sensibilidade, não quer poética, não quer suavidade...  À edição original inglesa de 2008 do livro A Arte da Vida do filósofo Zygmunt Bauman podemos acrescentar todos os horrores da guerra da Síria com massacres entre rebeldes e governo ditatorial quase que ininterruptos hoje em dia.  O terror do Estado Islâmico também ataca impiedosamente, sem rosto, em caminhões usados como armas contra a população civil, indiscriminadamente; quando não se utiliza de meios mais sofisticados como bombas e armas de fogo. 
Também por outros motivos.  Porque na contemporaneidade artistas como Robert Rauschenberg, coloca à venda folhas de papel cujo conteúdo são desenhos feitos no passado por De Kooning (famoso artista norte-americano) dos quais ele havia eliminado quase todos os traços à lápis.  As marcas do apagamento eram as marcas artísticas com as quais se dava uma especulação bem-sucedida através de uma... obra de arte...!?!!?
E daí?  Daí que as marcas da modernidade, como assim eram chamadas pelos eruditos críticos de arte do passado, hoje almejam desaparecer, o efêmero transformou-se na aclamação maior, o passageiro, aquilo que não permanece...
Mas há implicações bem concretas desta realidade no nosso dia-a-dia... A ética, a moral, a bondade, a compaixão parecem ter sido realmente apagadas da existência.  Tem-se medo de ser virtuoso em muitos momentos e isto vai além de qualquer moralismo; é um fato. E o que ressurgiu disto não dá conta de transcender, de transformar e nem, muitas vezes, de dialogar com os aspectos concretos do que ocorre hoje.  Muitos afirmarão que o próprio Friedrich Nietzche (1844-1900)já dizia que “Só a música doentia dá dinheiro hoje.” E na época dele não existiam os batidões de funk, por exemplo...  Pelo menos não da forma como conhecemos em nossos tempos...
Nem todo expressionismo abstrato, nem todo método de trabalho colaborativo experimental de pintura, nem toda encenação ou filmagem de evento artístico podem dar conta da nossa real falta de paradigma, referência e/ou modelo atuais... Talvez, e muito provavelmente, seja uma qualidade da nossa época e não um defeito.  Como dizia Krishnamurti, “a verdade é território inexplorado.” Mas se é uma qualidade, devemos ter em mente que a sensibilidade é objetiva e é por ela que se chega a uma verdadeira compaixão, um verdadeiro “pôr-se no lugar do outro”, um importar-se com o outro mais do que apropriar-se do outro como mercadoria, o que vem sendo feito há muito tempo pelo modo de produção capitalista em todas as suas vertentes neo-liberais de várias formas.
As trocas de mercado clássicas perderam muito de seu valor ou de sua objetividade palpável no que se refere à arte nos nossos dias. A própria definição de arte é reformulada e reestruturada várias vezes ao longo da história recente.  O que não pode e não deve se perder é o sensível, o poético, o sublime, a vivência do sentimento, o amor, sem os quais não somos humanos, somos apenas máquinas.  Sem os quais, o poder criativo e criador da arte não se estabelece.  Paz e luz.
Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)

Referências:
Bauman, Zygmunt . A Arte da Vida . Editora Zahar . Rio de Janeiro, 2009.
Mattick, Paul; Siegel, Katy . Arte & Dinheiro . Editora Zahar . Rio de Janeiro, 2010.



Leia mais: http://www.divulgaescritor.com/products/o-poder-criativo-e-criador-da-arte-por-mauricio-duarte/