Sociedade civil de artistas e literatos de São Gonçalo
quarta-feira, 12 de agosto de 2015
Dia Nacional das Artes . 12 de agosto
A todos e todas amantes das artes, artistas, curadores, marchands e demais profissionais ligados às artes.
segunda-feira, 10 de agosto de 2015
Certificado de Amigo do CLAN (Clube Literário de Andrelândia)
Recebi hoje o Certificado de Escritor Amigo do CLAN (Clube Literário de Andrelândia)
em Minas Gerais por doação do livro Absurdidades . prosa poética de minha autoria, Mauricio Duarte, à Biblioteca.
segunda-feira, 3 de agosto de 2015
Leo Vieira: Revista Literária
A
vida de um escritor não tem limites. Um escritor é um artista que modela belas imagens
e acontecimentos somente com as palavras. Tudo pode ser ricamente desenvolvido
e trabalhado e suas ramificações se alastram por todas as plataformas possíveis.
Uma delas é a Revista Literária.
Existem
muitas revistas literárias no Brasil e no exterior. Basta uma consulta rápida para
comprovar. Porém uma revista literária precisa ter motivo para que exista. Da elaboração
à realização precisa de conceito. Lembre-se que o público é mais exigente e
diferenciado.
A
revista deve abordar um conteúdo mais refinado e também matérias de interesse geral,
assim como toda revista cultural. Textos sobre o mercado literário, recomendação
de livros, com uma curta resenha e especificações; entrevista com algum autor
(com perguntas inteligentes sobre a experiência literária e dicas sobre desenvolvimento
profissional), matérias sobre algum autor estrangeiro ou mesmo algum livro
pouco conhecido (e interessante). Matérias e curiosidades sobre faculdades, bibliotecas
e instituições do mundo inteiro. Fotografias, pinturas e charges também são
permitidas, desde que não fuja da temática da literatura.
Através
da rede de contatos e blogosfera, a revista será fartamente distribuída e divulgada
virtualmente. Depois, nada impedirá que ganhe uma versão impressa também.
Uma
dica muito importante que também serve para qualquer outro tipo de projeto: não
espere nada dos outros; esboce como se tudo dependesse de você. Equipe é legal,
mas quanto mais você souber fazer, menos você ficará na mão.
Leo Vieira
Acompanhe a campanha de incentivo à leitura "Leia + Livros", do Leo Terário.
® Leo Vieira- Direitos Reservados
sexta-feira, 31 de julho de 2015
Opinião: Sim, é possível viver como escritor no Brasil
RAPHAEL DRACCON*
primeira que disse que eu morreria de fome. Ele viu meu primeiro livro
ser publicado, mas morreu sem saber que eu ganharia com livros mais do
que ele juntou a vida inteira como corretor de imóveis. Faz sete anos
que ele morreu, mas o mantra ainda é repetido a qualquer um que queira
viver da escrita.
É positivo se revisar esse discurso para não restar apenas a impressão
de que o autor brasileiro está destinado a viver um fardo. Para isso, é
preciso concordar, antes de mais nada, que escrever é uma profissão.
Outro ponto é que na literatura ainda existe o mito de que um escritor deveria ter receio do sucesso comercial.
Encontraremos autores que preferem "ser lidos", mas "não vender muito"
ou "ganhar dinheiro". É um relato curioso. Quanto mais lido um autor
for, mais livros venderá, mais dinheiro ganhará e mais tranquilidade
terá para viver da escrita.
Além disso, existe o velho discurso de que a "boa literatura" e a
"literatura comercial" não podem andar de mãos dadas. Esse argumento
atravanca o crescimento do mercado editorial, ao contrário de outros nos
quais tal raciocínio foi superado, como o de cinema e de games.
Ter a escrita como profissão envolve disciplina e paciência. Não se vive
de literatura de um dia para o outro, como em qualquer profissão.
Demora-se anos e várias obras. Para cada jogador de futebol milionário
existem centenas ganhando salário mínimo. Mas os holofotes costumam
focar os que saíram do nada e venceram. Opta-se pelo exemplo, não pelo
desestímulo.
Nas livrarias, brasileiros e estrangeiros disputam o mesmo espaço. O
maior obstáculo era o preconceito com o autor nacional. Hoje temos nomes
que vão de Eduardo Spohr a Leandro Narloch, de Paula Pimenta a
Laurentino Gomes, de Carina Rissi a Isabela Freitas, de Carolina Munhóz a
Raphael Montes. Uma geração que se comunica diretamente com seu público
e seduz novos leitores. E nem é preciso citar gigantes como Paulo
Coelho, Pedro Bandeira, Augusto Cury, Mauricio de Sousa e tantos outros.
Nunca se leu tanto. É pouco ainda para um país gigantesco, mas é mais do
que em qualquer época. Olhe ao redor: as pessoas estão obcecadas em
telas portáteis, lendo e escrevendo o tempo todo. Leitores acampam na
frente de Bienais. Temos algumas das maiores bases mundiais de fãs de
sagas literárias, que também se apaixonam por livros brasileiros.
Um escritor brasileiro tem o direito de dizer que não sabe como se comunicar com esse mercado. Mas não que ele ainda não existe.
Recebemos e-mails emocionados, somos parados nas ruas, chegamos às
outras mídias e negociamos contratos de seis dígitos. Mas, quando tudo
era um sonho, foi preciso desafiar o mantra e descobrir que viver disso é
diferente de viver isso. E essa geração hoje vive isso. Por isso, a
cada dia mais, ela vive disso.
(*) RAPHAEL DRACCON, 33, é escritor, autor de "Cemitérios de Dragões" (Rocco) e da série "Dragões de Éter" (Leya), entre outros, e vive de livros.
Opinião: Sim, é possível viver como escritor no Brasil - 05/01/2015 - Ilustrada - Folha de S.Paulo
quinta-feira, 30 de julho de 2015
Como ser um escritor de ‘literatura séria’
Antes
de tudo, seja homem, branco, heterossexual, acima dos quarenta,
professor universitário ou jornalista. Caso seja mulher, escreva sobre a
questão da mulher. Caso seja negro, sobre a questão do negro. Caso seja
gay, sobre a questão do gay. Enfim, você entendeu a ideia.
Quando
perguntarem “por que você virou escritor?”, tenha um bom passado.
Passados medíocres são brochantes. Há somente duas opções: (i) você veio
de uma família muito culta, cresceu lendo Balzac, Pessoa e Proust;
expressar suas ideias e aflições foi uma necessidade de toda sua bagagem
cultural ou (ii) você tem origem humilde, pais analfabetos; a
literatura era seu refúgio em uma infância difícil e solitária. Esta
segunda funciona melhor.
Quando perguntarem suas referências,
esqueça nomes como Agatha Christie, Stephen King, Sidney Sheldon e
qualquer outro escritor que tenha feito sucesso ou que esteja na lista
de mais vendidos do momento. Diga o que tem que ser dito: seu trabalho
dialoga com Lispector, tem tons de Cortázar e nuances de Saramago, mas,
no fim das contas, você acredita ter voz própria — então, lance o
desafio: “Espero que a crítica consiga compreender meu trabalho melhor
do que eu”.
Não basta fazer literatura, meu amigo. É preciso
dançar conforme a música, corresponder às expectativas, preencher o
modelo, ser cool,intelectual. Quando perguntarem seu livro de
cabeceira, nem pense em citar qualquer exemplar que seja encontrado com
facilidade nas livrarias. Opte por livros raros, com autores de nomes
impronunciáveis. Decore uns trechos desses escritores e trate de
citá-los em qualquer texto. Tenha um poema na manga. E duas frases de
efeito. É o que diz Vladimir Maiakóvski: “A arte não é um espelho para
refletir o mundo, mas um martelo para forjá-lo”.
É importante que
algum ou todos os aspectos do seu trabalho tenham a ver com sociologia,
filosofia, mitologia ou matemática, e é imprescindível falar sobre isso.
Todos adoram quando você mistura literatura com matemática, mesmo que
ninguém nesse ramo se importe muito com matemática. Sua proposta deve
ser explorar os movimentos e os limites da linguagem. Repita “linguagem”
ao menos quatro vezes em qualquer de suas entrevistas. E repita
“retrato social” ao menos cinco vezes.
Conceitos como “arquitetura
da trama”, “plot-twist” e “ganchos de capítulos” estão absolutamente
vetados. O verdadeiro escritor de literatura séria não se preocupa em
contar boas histórias. Esta arte menor e confortável deve ser deixada
para os novelistas, para os dramaturgos e para os autores de
“literatura” de entretenimento — sabe aqueles que escrevem livros de
vampiros com câncer que curtem sexo sadomasoquista para colorir? Então.
Evite
falar em gêneros literários. Sua literatura não se define. É
desafiadora, incômoda e incompreensível. Publique um livro — curto — a
cada três ou quatro anos. Publicar um livro por ano quebra a magia,
mostra que você não é aquele escritor recluso em sua choupana, vitimado
por intensas reflexões, que joga toneladas de páginas no lixo e sangra
ao escrever cada palavra.
Quando perguntarem sobre os temas de sua
obra, deixe fluir toda a sua complexidade. Os menos capazes o acusarão
de vagueza pelos cantos, mas é só por não conseguirem enxergar o valor
do seu trabalho. Leitores e críticos competentes não terão problemas.
Em
qualquer entrevista, responda com três ou quatro dos conceitos
destacados a seguir: você busca tratar da “realidade do indizível”,
enxerga sua voz numa “zona cinzenta” entre a “reflexão do ser em si
mesmo” e a “representação da experiência humana”. Com sua obra, você
pretende “desnudar os limites da autoanálise” e a “prática formal da
arte”, enquanto explora as “instâncias sociais” e a “barbárie em
fragmentos”. Sua “fruição artística” é “difusa e dolorosa”, com
“pensamentos que dissecam a alma” e enfrentam o “objeto estético”. Por
fim, use aleatoriamente palavras como “hibridez”, “estilo”,
“autoficção”, “ausência”, “dialética” e “fronteiriça”.
Imagem
pessoal é indispensável. Tenha barba. Use óculos. Organize antologias.
Assine orelhas. Ganhe prêmios. Se tiver sido traduzido, ponto extra. Se
for do Sul, ponto extra. Se for judeu, ponto extra. Se for jovem e fizer
sucesso, ponto extra. Se for da periferia, ponto extra. Colunista de
jornal também costuma pegar bem.
A etiqueta exige falsa modéstia.
Mas seja sério. Evite sorrir em fotos. Evite selfies. Evite entrevistas.
Evite autopublicação. Evite elogiar entusiasticamente o livro do colega
— elogie autores mortos, sempre de maneira vaga, digo, complexa: “A
obra traz uma hibridez de estilo que demonstra que a dialética da
ausência é fronteiriça à autoficção”. Evite redes sociais. Evite eventos
populares. Evite vender mais do que dez mil exemplares. Evite leitores.
Apenas evite.
de tudo, seja homem, branco, heterossexual, acima dos quarenta,
professor universitário ou jornalista. Caso seja mulher, escreva sobre a
questão da mulher. Caso seja negro, sobre a questão do negro. Caso seja
gay, sobre a questão do gay. Enfim, você entendeu a ideia.
Quando
perguntarem “por que você virou escritor?”, tenha um bom passado.
Passados medíocres são brochantes. Há somente duas opções: (i) você veio
de uma família muito culta, cresceu lendo Balzac, Pessoa e Proust;
expressar suas ideias e aflições foi uma necessidade de toda sua bagagem
cultural ou (ii) você tem origem humilde, pais analfabetos; a
literatura era seu refúgio em uma infância difícil e solitária. Esta
segunda funciona melhor.
Quando perguntarem suas referências,
esqueça nomes como Agatha Christie, Stephen King, Sidney Sheldon e
qualquer outro escritor que tenha feito sucesso ou que esteja na lista
de mais vendidos do momento. Diga o que tem que ser dito: seu trabalho
dialoga com Lispector, tem tons de Cortázar e nuances de Saramago, mas,
no fim das contas, você acredita ter voz própria — então, lance o
desafio: “Espero que a crítica consiga compreender meu trabalho melhor
do que eu”.
Não basta fazer literatura, meu amigo. É preciso
dançar conforme a música, corresponder às expectativas, preencher o
modelo, ser cool,intelectual. Quando perguntarem seu livro de
cabeceira, nem pense em citar qualquer exemplar que seja encontrado com
facilidade nas livrarias. Opte por livros raros, com autores de nomes
impronunciáveis. Decore uns trechos desses escritores e trate de
citá-los em qualquer texto. Tenha um poema na manga. E duas frases de
efeito. É o que diz Vladimir Maiakóvski: “A arte não é um espelho para
refletir o mundo, mas um martelo para forjá-lo”.
É importante que
algum ou todos os aspectos do seu trabalho tenham a ver com sociologia,
filosofia, mitologia ou matemática, e é imprescindível falar sobre isso.
Todos adoram quando você mistura literatura com matemática, mesmo que
ninguém nesse ramo se importe muito com matemática. Sua proposta deve
ser explorar os movimentos e os limites da linguagem. Repita “linguagem”
ao menos quatro vezes em qualquer de suas entrevistas. E repita
“retrato social” ao menos cinco vezes.
Conceitos como “arquitetura
da trama”, “plot-twist” e “ganchos de capítulos” estão absolutamente
vetados. O verdadeiro escritor de literatura séria não se preocupa em
contar boas histórias. Esta arte menor e confortável deve ser deixada
para os novelistas, para os dramaturgos e para os autores de
“literatura” de entretenimento — sabe aqueles que escrevem livros de
vampiros com câncer que curtem sexo sadomasoquista para colorir? Então.
Evite
falar em gêneros literários. Sua literatura não se define. É
desafiadora, incômoda e incompreensível. Publique um livro — curto — a
cada três ou quatro anos. Publicar um livro por ano quebra a magia,
mostra que você não é aquele escritor recluso em sua choupana, vitimado
por intensas reflexões, que joga toneladas de páginas no lixo e sangra
ao escrever cada palavra.
Quando perguntarem sobre os temas de sua
obra, deixe fluir toda a sua complexidade. Os menos capazes o acusarão
de vagueza pelos cantos, mas é só por não conseguirem enxergar o valor
do seu trabalho. Leitores e críticos competentes não terão problemas.
Em
qualquer entrevista, responda com três ou quatro dos conceitos
destacados a seguir: você busca tratar da “realidade do indizível”,
enxerga sua voz numa “zona cinzenta” entre a “reflexão do ser em si
mesmo” e a “representação da experiência humana”. Com sua obra, você
pretende “desnudar os limites da autoanálise” e a “prática formal da
arte”, enquanto explora as “instâncias sociais” e a “barbárie em
fragmentos”. Sua “fruição artística” é “difusa e dolorosa”, com
“pensamentos que dissecam a alma” e enfrentam o “objeto estético”. Por
fim, use aleatoriamente palavras como “hibridez”, “estilo”,
“autoficção”, “ausência”, “dialética” e “fronteiriça”.
Imagem
pessoal é indispensável. Tenha barba. Use óculos. Organize antologias.
Assine orelhas. Ganhe prêmios. Se tiver sido traduzido, ponto extra. Se
for do Sul, ponto extra. Se for judeu, ponto extra. Se for jovem e fizer
sucesso, ponto extra. Se for da periferia, ponto extra. Colunista de
jornal também costuma pegar bem.
A etiqueta exige falsa modéstia.
Mas seja sério. Evite sorrir em fotos. Evite selfies. Evite entrevistas.
Evite autopublicação. Evite elogiar entusiasticamente o livro do colega
— elogie autores mortos, sempre de maneira vaga, digo, complexa: “A
obra traz uma hibridez de estilo que demonstra que a dialética da
ausência é fronteiriça à autoficção”. Evite redes sociais. Evite eventos
populares. Evite vender mais do que dez mil exemplares. Evite leitores.
Apenas evite.
fonte:
Como ser um escritor de ‘literatura séria’ - Jornal O Globo
segunda-feira, 27 de julho de 2015
Leo Vieira: Montando Biografia
Isso
é muito importante para qualquer atividade futura do escritor. Biografia do
autor
é como um curriculum, só que ele é mais exibicionista. Isso mesmo; um escritor precisa
aparecer.
Não
basta apenas o livro do autor. Escritor não tem a vida literária resumida
apenas a livros. Escritor também precisa ter blog, precisa ter e manter páginas
em redes sociais; precisa também interagir com todos, precisa ter filiações
acadêmicas, precisa fazer colaborações sociais e culturais em eventos de sua
cidade e fora dela; precisa responder entrevistas, precisa participar de
antologias, precisa assinar em colunas literárias, precisa organizar eventos
culturais literários, como feiras de livros; entre outras coisas. E claro,
precisa ressaltar tudo isso em sua biografia, que deve passar por uma constante
atualização.
Não
adianta focar o que ainda não está no seu alcance. Explore territórios próximos
que os investidores editoriais de longe chegarão até você.
Leo Vieira
Acompanhe a campanha de incentivo à leitura "Leia + Livros", do Leo Terário.
® Leo Vieira- Direitos Reservados
quinta-feira, 23 de julho de 2015
A burrice reinante na música brasileira realmente popular é mais perigosa do que você imagina
Por r-tadeu *
Infelizmente, a constatação é óbvia: nunca vivemos em uma época em que a música popular brasileira realmente popular
apresentasse um grau de burrice tão grande como nos dias atuais. A
impressão generalizada é que há algum tipo de pacto de estupidez entre
gente que se diz “artista” e uma imensa manada de pessoas que
transformaram a palavra “plateia” em sinônimo de agrupamento de
retardados.
A falta de capacidade cognitiva da grande maioria de apresentasse um grau de burrice tão grande como nos dias atuais. A
impressão generalizada é que há algum tipo de pacto de estupidez entre
gente que se diz “artista” e uma imensa manada de pessoas que
transformaram a palavra “plateia” em sinônimo de agrupamento de
retardados.
brasileiros que consome música no Brasil gera uma total incompreensão
sobre o significado poético de canções que ainda insistem em trazer
letras que necessitem de uma capacidade cerebral superior a de um peixe
para que possam ser apreciadas. Para esta geração, as canções de caras
como Lenine, Ney Matogrosso e Gilberto Gil soam como tratados de Física
Quântica musicados.
Hoje, é cada vez maior a dificuldade de
prender a atenção destes milhões de verdadeiros “bagres”. Isso explica
porque o sertanejo chamado de “universitário” e o funk imbecilizante
se tornaram as novas coqueluches dentro do mercado nacional. E quando
escrevo “mercado”, nem me passa pela cabeça algo que se relacione com
venda de discos, já que hoje também vivemos em tempos em que tudo pode
ser pego “de grátis” na internet. Estes dois estilos musicais
encontraram um público perfeito, desprovido de qualquer sinal de
sensibilidade poética, para quem o importante é “beijar muito na
balada”. Para quem achava que a “axé music” era o fundo do poço,
trataram de cavar mais um pouco para checar a uma camada de “pré-sal da
estupidez”. Hoje somos o país do “tche tche rerê tetê barabará
bereberê”, do “vem novinha sentar no meu colo” e de outras merdas do
gênero.
A total falta de capacidade cerebral deste público foi
tornada explícita recentemente com a tal polêmica a respeito do que o
Zeca Camargo disse e, principalmente, no apoio que a iniciativa dos pais
do falecido Cristiano Araújo – que, sabe-se lá por quê, resolveram
processar o apresentador da Globo – vem recebendo por parte deste mesmo
público retardado que citei anteriormente. Quase ninguém realmente
entendeu o que o Zeca falou.
Neste exato momento, você deve se
perguntar “Regis, por que você está escrevendo isto?” e a minha resposta
é simples: porque estou cada vez mais preocupado em ver que um imenso
rebanho de gente descerebrada está cerceando o direito de pensar de
maneira diferente do senso comum imbecilizado. Porque já saquei que fãs
deixaram de ser apenas idiotas comuns para se tornarem censores imbecis.
Porque já percebi que programas de TV se tornaram um imenso painel de
cretinice para buscar a audiência desta imensa turma de bucéfalos, com a
cumplicidade medrosa de atores, atrizes, cantores, cantoras e músicos
em geral, que se escondem atrás de discursos e elogios mentirosos para
não desagradar a verdadeira horda de mentecaptos que os assistem e
consomem seus produtos.
Sim,
este é um texto de um sujeito velho, ranheta e cada vez mais intolerante
com o estado de coisas no Brasil, que ainda não se cansou de tentar
elevar a voz para condenar o emburrecimento coletivo que assola o nosso
País. Faço isso porque sei que uma Nação repleta de ignorantes é o prato
cheio para a desgraça. Foi assim que surgiu o nazismo e o tal Estado
Islâmico: repita uma mentira dez milhões de vezes para um ignorante e
ela se tornará uma verdade para ele.
este é um texto de um sujeito velho, ranheta e cada vez mais intolerante
com o estado de coisas no Brasil, que ainda não se cansou de tentar
elevar a voz para condenar o emburrecimento coletivo que assola o nosso
País. Faço isso porque sei que uma Nação repleta de ignorantes é o prato
cheio para a desgraça. Foi assim que surgiu o nazismo e o tal Estado
Islâmico: repita uma mentira dez milhões de vezes para um ignorante e
ela se tornará uma verdade para ele.
Pense nisto…
(*) Regis Tadeu é crítico musical, jurado do Programa Raul Gil,
colunista/produtor/apresentador do portal do Yahoo,
produtor/apresentador dos programas Rock Brazuca e Agente 93 na Rádio
USP FM e foi Diretor de Redação/Editor das revistas Cover Guitarra,
Cover Baixo e Batera.
A burrice reinante na música brasileira realmente popular é mais perigosa do que você imagina | Na Mira do Regis - Yahoo Notícias
segunda-feira, 20 de julho de 2015
Leo Vieira: Criar um Jornal
Você
já pensou nisso? Um jornal não precisa ser exatamente literário. Ele também
pode explorar outros temas culturais e artísticos e ainda assim, ganhar um bom
destaque. Para tal realização, você também não precisa exatamente ser um
jornalista ou expert.
Você
pode criar jornal sobre literatura, sobre pinturas, sobre poesia, sobre
histórias
em quadrinhos, sobre religiões, entre outros temas.
O
conteúdo precisa ser diversificado, sem sair do rumo do jornal. Voce começa com
um editorial (boas-vindas do editor e um pequeno comentário sobre o que espera
passar com a edição), depois vai para as colunas, que podem ser com textos
didáticos, entrevistas, curiosidades, lançamentos, etc.
Fotos
e ilustrações também são importantes, sempre mencionando o autor e procurando
não sair da temática.
Faça
a distribuição pela sua rede de contatos e procure monitorar o andamento das
edições. Caso evolua, comece a pensar na captação e também na possível versão
impressa.
Leo Vieira
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® Leo Vieira- Direitos Reservados
sábado, 18 de julho de 2015
Hino tocando: voltar à bandeira ou só ficar em pé?
equivocada exigência de que durante a execução do Hino Nacional o
público deve obrigatoriamente voltar o corpo ou o olhar para a direção
em que se encontra a Bandeira Nacional no recinto. Relatos existem de
agitações, atitudes desengonçadas de pessoas que procuram pelo pavilhão
nacional e ficam desconfortáveis, caem ou tropeçam, são cada vez mais
comuns.
Para as solenidades civis, a lei não impõe regras: apenas exige a postura seja "em pé em “posição de respeito” (art 30, Lei 5.700/71 – vide texto em SIMBOLOS NACIONAIS) Clique aqui
Para solenidades militares o regramento aplicável é o do respectivo
Regimento Interno, sempre muito rigoroso mas mesmo assim, salvo melhor
juízo, sem obrigar a tal atitude.
Na esfera civil, quando ocorre a execução do Hino (instrumental ou
vocal) os cerimonialistas recomendam que o público volte para o
regente, orquestra ou cantor. E isso é simples de entender: o Hino
Nacional, tal como a Bandeira, as Armas e o Selo, são todos Símbolos Nacionais sem qualquer hierarquia ou graduação de importância entre eles ( cf. art. 1º da Lei 5.700/71 - Clique aqui ).
Nos casos em que houver execução por mídia gravada (na mensagem referida como "execução mecânica” do hino), através de aparelhagem de som reproduzindo CD, fita cassete ou mp3, a recomendação é para que o público permaneça em pé, voltado para a mesa diretiva ou ponto central do recinto .
Se no local da execução orquestrada ou cantada, ou mesmo reprodução gravada do Hino, simultaneamente
acontecer o hasteamento da Bandeira Nacional, a recomendação é para que
o público se volte em direção ao dispositivo de bandeiras, pois nesse
caso a Bandeira Nacional é que deve ser o centro das atenções (art. 19,
Lei 5.700/71 - Clique aqui ) e o hino é executado ou tocado em sua "continência" ou função do seu hasteamento (art. 25, I; II cc art 14 § 1º, Lei 5.700/71 - acima).
A regra geral, para qualquer caso, é a de que, para cumprir a lei basta postura respeitosa. Nada mais.
POSTURA RESPEITOSA NA EXECUÇÃO DO HINO (Carlos, Xiquexique (BA) - FALE CONOSCO - 17/2/2009)
Clique aqui
Há exigência protocolar em toda Execução do Hino? (Antonio, Joanópolis (SP) - FALE CONOSCO - 16/2/2009)
Clique aqui
POSTURA: Voltar-se para a Bandeira é correto ? (Gilnei Ricardo - Gramado (RS) - FALE CONOSCO - 9/1/2009)
Clique aqui
HINO: Qual a postura correta, mãos, aplausos, etc (Carmen - Belo Horizonte (MG) - FALE CONOSCO - 7/10/2008)
Clique aqui
PODE ou NÃO PODE APLAUDIR O HINO? (Patriotismo.org.br - Artigos - Hino Nacional - 26/12/2008) Clique aqui
fonte: PATRIOTISMO - Organização da Sociedade Civil de Interesse P⬩co
sexta-feira, 17 de julho de 2015
Mostra Cultural Instituto Êxodo e Prêmio Imperial 2015 em Petrópolis
A Mostra Cultural Instituto Êxodo e Prêmio Imperial 2015 está fantástica. Parabéns às curadoras, Tânia Leal e Lilian Rojas e a todos os participantes. Com muita honra e felicidade eu, Mauricio Duarte, participo como expositor com a obra Organismo.
A exposição se realiza no Centro de Cultura Raul de Leoni na Praça Visconde de Mauá, 305 .
Tel.: (24) 2233-1202
quinta-feira, 16 de julho de 2015
Rodrigo Gurgel / 10 livros que mudaram minha vida
10 livros que mudaram minha vida
foi o primeiro livro que estudei com o olhar de leitor malicioso — não
no sentido de “má índole”, o mais comum entre nós, infelizmente, mas no
sentido de “astúcia”, “sagacidade”. A motivação veio de Paulo Vieira,
meu professor de português no velho Instituto de Educação, em Jundiaí.
Quando comecei “A Terra”, tive uma vertigem: aquilo era incompreensível —
o livro exigia muito mais que um dicionário constantemente aberto ao meu
lado. Foi, aos 17 anos, o primeiro lampejo de que as melhores obras
literárias estão além, muito além do que o leitor inocente vê no seu
contato superficial, passageiro. Ir e voltar pelas páginas, descobrir a
musicalidade que a linguagem pode alcançar, sentir que aquele livro
estava além dos meus conhecimentos — tudo me impulsionava a ir adiante, a
perseverar.
Descobri 2. John Keats
de forma inesperada. Era o primeiro dia de aula na universidade. E a
primeira aula do primeiro dia. Meu professor de Teoria da Comunicação,
Flávio Vespasiano Di Giorgio, tirou o maço de Continental sem filtro do
bolso rasgado da camisa, acendeu um cigarro, sentou sobre a mesa e,
olhando para o vazio, agitando um pouco no ar seus dedos manchados de
nicotina, começou: “A thing of beauty is a joy for ever…”. Quando
terminou, o feitiço estava lançado: manhã após manhã eu tentaria me
vincular à terra, apesar do desespero, dos dias escuros e de todas as
dúvidas que pudessem existir na minha alma. Desde aquele dia, não passa
um semestre sem que eu releia o “Endymion” ou algum outro poema de
Keats. Minha fascinação por ele foi semelhante à do próprio Keats por
Homero: era como se eu tivesse descoberto um novo planeta.
Comprei 3. Claro enigma
depois da aula. E descobri “Tarde de maio”, “Remissão” — nada resta do
que escrevemos, “senão contentamento de escrever”. E se busco “o fim sem
a injustiça dos prêmios”, também me pergunto, até hoje, “Que pode uma
criatura senão, entre criaturas, amar?”.
capturou-me: “a solidão do mar, ensolarada e todavia prenunciadora de
morte”. Eu não sabia que a visão da armada imperial a cruzar o Adriático
me levaria mais longe do que qualquer outro romance que eu tivesse
lido. Com Broch descobri que a ficção não precisava estar presa aos
temas comezinhos da literatura brasileira, às historinhas pérfidas, a
permanentes universos mesquinhos, restritos à pelada no fim de semana, à
libido insatisfeita, aos subúrbios, a casos de adultério e existências
rasteiras.
Capitu, Peri e Ceci, ou eternos retirantes esfaimados sem nenhuma
dúvida interior. Conrad e James me mostraram que a grande batalha
encontra-se no centro do nosso coração — essa é a única história sempre
recontada. Sem o duelo permanente que ocorre na nossa consciência, a
banalidade se instala na ficção — e é vendida aos incautos como o melhor realismo.
Em algum momento da década de 1970 comprei
de Edmund Wilson. Foi meu primeiro contato com uma crítica literária
consistente, jamais sufocada pela erudição. Ao contrário, a erudição
servia para tornar o texto sedutor, as idéias eram colocadas de forma
clara — e o autor realmente dialogava com os livros. Ter lido um ensaio
como “Filoctetes: a chaga e o arco” vacinou-me, percebi anos mais tarde,
contra o estruturalismo ou a semiótica. Wilson foi o filtro que impediu
minha contaminação completa. Na faculdade, forçado a me empanturrar com
os textos tediosos de Roland Barthes, eu mantinha Wilson como uma
referência lúcida, equilibrada.
confirmou o que eu intuíra ao ler Wilson: na análise de um texto, era
possível o detalhamento, digamos, quase científico, mas sem matar
a obra, sem transformá-la num esquema, numa árvore de análise
lingüística, sem endeusar a linguagem, sem desvincular a obra da
realidade. Llosa me ensinou ainda mais: mostrou-me que o hermetismo das
vanguardas, seu suposto espírito revolucionário, era um engodo. E por um
simples motivo: o bom escritor carrega a ira de Flaubert — a ira que o
salvou do “esteticismo hermético”. Essa ira, muitas vezes contra a
própria humanidade, “infundiu em seus livros o vírus negativo que é o
segredo da sua acessibilidade: para que um romance provoque dano é
imprescindível que seja lido e entendido”.
Se Edmund Wilson me vacinou contra os estruturalistas, Olavo de Carvalho
me vacinou contra o marxismo e a intelectualidade materialista,
hedonista e cética que pontifica na mídia e na universidade brasileiras.
Depois de ler 9. O imbecil coletivo
ainda militei anos na esquerda, mas o pensamento de Olavo permanecia —
desculpem-me o chavão — como uma ilha de lucidez. Fazia com Olavo o que o
diretor do Gabinete de Leitura Ruy Barbosa, em Jundiaí, fazia com Lênin
nos anos duros da ditadura militar: guardava-o num armário bem fechado,
em algum ponto sombrio da biblioteca. Eu me debatia com meus próprios
pensamentos; repleto de dúvidas, observava a vida e meu trabalho
seguirem destituídos de sentido. Ao mesmo tempo, percebia a tremenda
incompatibilidade que havia entre o discurso dos “companheiros” e sua
prática cínica, aética.
— e então livrei-me do coscorão esquerdista. Olavo e Berlin foram meus
guias no processo de rompimento definitivo não apenas com uma forma de
pensar, mas com uma forma de viver. Ambos são intelectuais completos.
Minha leitura de Berlin começou por seu ensaio “O ouriço e a raposa”, em
10. Pensadores russos, aula de crítica literária e cultural.
Foi um longo processo. Olavo de Carvalho
e Isaiah Berlin ajudaram-me a abraçar aquelas verdades que sempre
estiveram à mão, obscurecidas pelo meu esquerdismo. A primeira delas, a
mais banal, é que justiça e liberdade jamais foram bandeiras exclusivas
da esquerda. Aliás, a esquerda tem se notabilizado na história
exatamente por, chegando ao poder pela via revolucionária, trair esses
ideais.
Mas o que Olavo de Carvalho
e Isaiah Berlin me oferecem não se resume a desacreditar do marxismo.
Seria muito pouco para dois pensadores excepcionais. Eles me fazem
refletir, como os outros livros que mudaram minha vida, sobre a
existência, a literatura, a condição humana — e cada página deles
acrescenta algo à minha Weltanschauung.
Rodrigo Gurgel / 10 livros que mudaram minha vida - Rodrigo Gurgel
segunda-feira, 13 de julho de 2015
Leo Vieira: O que fazer diante de uma resenha negativa?
Uma
polêmica das grandes! O que fazer quando a resenha encomendada sai negativa e ofensiva?
Isso
pode acontecer principalmente quando o blogueiro é preconceituoso e decide atacar
pela sua ótica pessoal. Infelizmente não se pode agradar a todo mundo.
Antes
de tudo, vou ensinar como evitar esse constrangimento. Primeiro, antes de entregar
o livro, procure saber qual o gênero literário preferido do blogueiro. Se ele
tiver um gênero que odeia, procure saber também.
Depois,
peça antes que o blogueiro leia ressaltando a qualidade textual e gramatical. Se
o resenhista descer o sarrafo no seu livro de zumbis simplesmente porque ele
odeia a temática, saiba que não foi pelo seu livro ter sido ruim, e sim porque
foi somente pelo gosto dele.
Se
por acaso a resenha correu solta, não alimente a polêmica. Ficar fazendo
alardes, com lamúrias públicas só vai servir de lenha na fogueira. Isso é
tentar apagar o fogo com querosene.
Críticas
públicas vão aumentar o ibope do blogueiro. Além de criar uma situação desconfortável
para todos. Existe uma regra para nunca usar o telefone quando se está bêbado.
Também não devemos tomar atitudes quando estamos zangados. Isso também se aplica
à internet. Relaxe, tome um café, dê uma volta na rua, leia um gibi, pense em coisas
boas e depois tome uma atitude com disciplina.
Se
você ficou extremamente ofendido, você pode pedir gentilmente que a resenha
seja removida do blog. Se o blogueiro também quiser devolver o livro, agradeça.
Caso
nem uma nem outra coisa seja feita, não toque mais no assunto. Também não se vingue,
para que isso não prejudique o seu lado. Caso o rumo das postagens ofensivas lhe
prejudicarem demais, tome medidas judiciais cabíveis.
E a
vida virtual literária continua. Todos nós erramos e aprendemos a não
repeti-los, nem confiar novamente em certas pessoas.
Leo Vieira
Acompanhe a campanha de incentivo à leitura "Leia + Livros", do Leo Terário.
® Leo Vieira- Direitos Reservados
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