quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Quando a mente trava

É muito comum o "vácuo nas ideias" surgir em algum momento, seja com quem for. O escritor ficava horas encarando o papel vazio na máquina de escrever e hoje continua assim, encarando a tela branca do Word. Vamos falar um pouco sobre prática.
O aspirante a desenhista começa a encarar o seu maior desafio ao analisar o desenho complexo permeado de sombras, texturas e detalhes. Ele imediatamente pensa no tempo e dedicação que gastará para detalhar tudo aquilo. O desenhista precisa aprender que não se aprende a construir um desenho da forma mais complexa. Desenho são formas geométricas aplicadas com alguns detalhes. Ele desenha o "esqueleto" de sua ideia e daí o desenho vai ganhando forma.
Organize o tamanho e proporção de sua arte, com linhas horizontais e verticais. Você agora já sabe o espaço que deverá respeitar ao apresentar o seu desenho. Depois, esboce as formas geométricas que se assemelharão com o seu desenho, seja ele um vaso, um carro, um prédio ou um personagem. Círculos, quadrados, retângulos e cilindros serão desenhados antes de formar o desenho. Em seguida, comece a desenhar por cima esses detalhes. O seu desenho está ganhando identidade e vida. A sua arte nasce finalmente.
Não é tão fácil assim. O bom desenhista é aquele que pratica muito. Repita a operação e verá que não será tão difícil quanto da última vez. Quando você faz uma história em quadrinhos, repete tanto o procedimento de desenhar o mesmo personagem que ele acaba fluindo automaticamente. Charles Schulz (Peanuts/Charlie Brown) revelou ter desenhado a cabeça redonda do personagem mais de 50 mil vezes. O que diria os animadores então, sendo que cada segundo de desenho animado tem em média 24 desenhos por segundo?
Agora, vamos focar na questão da literatura. Assim como as formas geométricas giram ao redor de tudo e estão camufladas por todos os cenários no campo visual, as histórias e personagens também estão disponíveis ao escritor, como se fosse um gigantesco pomar onírico, só esperando a sua colheita e que você use os ingredientes para você por a mão na massa na construção e ornamentação de sua obra.
            Se você não tiver ideia alguma do que começará a escrever, faça um pequeno exercício, como se fosse um hábito. Comece narrando o dia, como se fosse um diário, mas sob a perspectiva de um personagem:
"Hoje acordei com preguiça e sem vontade de fazer nada. Abri a cortina e olhei para a janela e o dia estava bonito, mas não estava o meu estado de espírito. Fui tomar café e me arrumei às pressas para mais um dia rotineiro..."
Preencha tudo isso em uma lauda, focando e mesclando conflitos pessoais com coisas boas, como se fosse um ritmo. A escrita deve caminhar em um compasso, com surpresas boas e ruins.

-Apresentação;
-Saindo na rua;
-Primeiro conflito;
-Dúvida e desafio brotando;
-Voltando para casa;
-Pensativo sobre o conflito;
-Encontro com o coadjuvante;
-Problema paralelo;
-Ápice do problema e conflitos unidos;
-Solução do enígma;
-Desfecho.

Esses tópicos preenchem um conto de 20 ou 25 páginas em formato A5, narrado em primeira pessoa, na qual é mais difícil, por não poder expandir tanto nos demais personagens. No caso de uma obra em terceira pessoa, a obra pode ficar muito maior, porque o autor pode narrar e apresentar outros personagens, em várias perspectivas e até recheá-la com histórias paralelas. Primeiro faça teste com crônicas menores. Depois passe para contos deste exemplo. Quando se sentir mais seguro, desenhe as "formas geométricas" de sua obra e com o "esqueleto" pronto (esboço do início, meio e fim) determine os personagens que participarão e siga em frente com a escrita. Nunca escreva sem rumo e sem conceito do que quer passar e para onde vai chegar. Não se comporte como um viajante sem rumo. Tenha em mãos o "mapa" de sua obra.

Boa sorte e boa viagem!


Leo Vieira
Escritor
Secretário da SAL

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Recriando Literatura Fantástica

Ultimamente, na Literatura e nos cinemas (onde é muito mais evidente) a literatura fantástica está tomando espaço no reinvento de remake de muitos enredos do passado.
Isso está cada vez mais comum em um mercado onde a criatividade parece estar um tanto quanto saturada e o público busca mais uma novidade mais visual. Infelizmente, nos livros se tem visto isso também, cujo títulos embarcam na onda de outros livros mais populares. Até mesmo o "50 Tons de Cinza", de E.L. James, ganhou versões semelhantes no mesmo gênero e enredo. A série Crepúsculo, de Stephenie Meyer, também deu uma cria imensa, com direito a prateleira própria reservada para temas vampirescos em diversas livrarias.
No cinema, a aposta para aproveitar um tema com mais criatividade é apelar para a literatura fantástica. Um exemplo muito claro é "Avatar", de James Cameron. Ao analisar o roteiro, vemos que não tem nada de original. É a mesma história de "O Último dos Moicanos", "Dança com Lobos" e "O Último Samurai". Um personagem se infiltra com uma tribo inimiga e acaba se voltando contra os seus compatriotas. No caso do "Avatar" apenas incrementaram com uma vasta tecnologia e surrealidade, transformando a ideia original (tribo indígena), por uma tribo alienígena em um planeta distante.
Star Wars é uma história de faroeste no espaço, Star Trek é uma história de expedição também com o espaço como cenário. O esqueleto é o mesmo, porém a inserção  de vísceras para sustentar o corpo da história é diferente. Mas no aspecto comparativo são todos iguais. A criatividade do autor que vai diferenciar.
Compare os detetives da literatura. Existem vários. Mas também parece que todos são muito diferentes. Isso porque cada autor procura se atentar às semelhanças literárias e focar o seu estilo na construção das obras. O americano Robert Langdon (de Dan Brown) e o português Tomás Noronha (de José Rodrigues dos Santos) são personagens extremamente parecidos. Ambos são professores universitários e sempre são convidados para solucionar enigmas, que acabam tomando proporções no nível de Indiana Jones. Porém a grande diferença deles estão no estilo literário. Enquanto Robert Langdon é narrado por diversos labirintos e um desfile de curiosidades durante o decorrer das páginas, Tomás Noronha atravessa a aventura em uma narrativa mais verossímil, com aspecto de texto de reportagem jornalística, fazendo o leitor até mesmo acreditar em certos pontos da ficção.


Ao aproveitar uma ideia já conhecida, estude e pesquise muito. A receita do bolo é a mesma, porém a sua habilidade que tornará o quitute mais especial. Tenha boa dosagem ao confeitar a escrita para garantir bom apetite na leitura!


quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Feira de Livros

Estamos tendo em alguns Estados a Bienal do Livro, que é um circuito literário onde muitas editoras e escritores aproveitam para se promoverem. O evento conta com a ajuda e apoio do governo e de grandes empresas.
A Bienal também é uma ótima oportunidade de conhecer as novidades literárias, além de escritores famosos (e até tirar fotos com eles), adquirir bons livros acessíveis (até mesmo autografados na hora!) e passar ótimos momentos em confraternização com outros amantes da leitura e da literatura.
Infelizmente, evento desses tipos não são para todos. Com o tempo a Bienal foi ficando mais tomada por burocracias e os custos para aluguel de stands têm se tornado alto demais e para quem ainda não têm uma editora para apoio, acaba se tornando mais caro.
Seria muito bom que as prefeituras se mobilizassem para as feiras literárias populares, onde pudessem cuidar e coordenar espaço e instalações, apoiando escritores iniciantes, que cuidariam em providenciar apenas os seus lotes de livros. Eu tenho feito isso, coordenando dois projetos literários em minha cidade, mas seria melhor se outros escritores também abraçassem essa nobre causa.

DICAS:
- Participe de eventos culturais e literários em sua cidade. Não adianta querer criar algo, estando por fora do que acontece por perto;
- Pesquise como são organizadas as Bienais e outras feiras de livros em outras cidades (várias fontes na internet e nas prefeituras). Leia os releases, organogramas, e outras fontes de informação, porque irá "fermentar" as suas ideias;
- Faça um bom curso de elaboração de projetos e captação de recursos. Existem até cursos gratuitos promovidos pela prefeitura de sua cidade. Isso é bom porque além do aprendizado, lhe ajudará a conhecer mais pessoas também com a mente interessada em desenvolver ideias;
- Participe das reuniões abertas ao público na Secretaria de Cultura e Educação. Formule ideias, projetos e faça acontecer. Se algo não for concretizado, você pode vir a ser convidado a participar de algum outro projeto cultural;
- Se você acha que não aprendeu o suficiente a formular e desenvolver projetos, contrate então o serviço profissional. Além do reconhecimento, coordenar projetos profissionais se torna algo nobre e biográfico para a sua carreira literária. 

E por fim, não tenha medo. Pense, planeje e haja! Existe um caminho muito estreito e acidentado (um pouco espinhoso também) que somente poucos se atrevem a percorrê-lo. É o caminho da realização que o levará ao posto da conquista.

Leo Vieira é autor do livro "Alecognição", pela Editora Lexia.
Membro e secretário da Sociedade de Artes e Letras (SAL) de São Gonçalo e patrono na Academia Gonçalense de Letras, Artes e Ciências (AGLAC)

Escritor acadêmico em várias Academias e Associações literárias; ator; professor; Comendador; Delegado Cultural em São Gonçalo e Doutor em Teologia e Literatura.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Aprendendo com os Gênios Literários

Esse é um ponto delicado que espero que abra os olhos e dê uma "sacudida" em alguns escritores iniciantes. Com que frequência e/ou intensidade que um escritor precisa escrever e publicar suas obras?
Esse artigo também pode ser aplicado para todas as classes em geral, porque a arte caminha junta e serve de modelo da mesma forma. Um artista precisa aparecer (não estou falando somente de publicidade, até porque uma insistente campanha já conhecida pode se tornar chata), porém com novidades.


Antes de tudo, o artista precisa ter foco. Se ele não souber aonde quer chegar, se perderá no caminho, ficará estacionado nas ideias e voltará, abandonando o desafio.
Walt Disney passou por muitos desafios e impasses, até finalmente produzir o seu primeiro longa metragem de animação, em 1937;
Maurício de Sousa ficou mais de uma década produzindo tiras de quadrinhos do seu próprio bolso, até finalmente produzir sua primeira revista em quadrinhos em cores, em 1970;
Roberto Bolaños (Chespirito) escreveu e produziu muitas esquetes e vídeos com baixo orçamento até conseguir propagação mundial.

É claro que existem muitos outros gênios artísticos que poderiam entrar na lista, mas resolvi selecionar os mais contemporâneos para empregar o exemplo em comum. Os três, além de também serem escritores, eram insistentes e sabiam muito bem aonde queriam chegar. Além de tudo, eles têm uma família de personagens para comercializar através de produtos licenciados. É só ver como a Disney, a Turma da Mônica e agora a versão cartoon do Chaves é tão divulgada através de produtos e brinquedos.
Agora vamos usar outros artistas que não quiseram ir tão adiante no mercado de licenciamento: Daniel Azulay, que chegou a ter mais de 150 produtos licenciados com a "Turma do Lambe Lambe" na década de 1970, preferiu ir no seguimento das oficinas de desenho e das artes plásticas; e o Ziraldo, que teve muito espaço nos quadrinhos, com a "Turma do Pererê" e o "Menino Maluquinho", continua com seus trabalhos nas colunas e ilustrações. Um detalhe é que os dois citados são da mesma época do Maurício de Sousa, que publica no mínimo 30 gibis por mês.

O foco no projeto é muito importante. Assim como o Maurício de Sousa escreveu, desenhou e publicou muito (com equipe), o escritor que quer ter um volume de trabalhos agregados em sua biografia precisa também ter publicação, independente do rumo de suas vendas. Cada artista vai tomando o seu rumo com o passar do tempo, mas  todo escritor precisa fazer o mesmo; escrever sempre!
Livros, crônicas, colunas, resenhas, blogs e o que mais a internet permitir. Não tenha preguiça e não resmungue se por acaso alguém for ler ou não o seu artigo. Quando alguém finalmente gostar do que você escrever (como este artigo, por exemplo), a primeira coisa que fará será pesquisar mais sobre o autor, e com isso, encontrará uma biografia e uma lista de outras coisas. É o primeiro passo nesta grande caminhada.
Não desanime.


Leo Vieira é autor do livro "Alecognição", pela Editora Lexia.
Escritor acadêmico em várias Academias e Associações literárias; ator; professor; Comendador; Delegado Cultural em São Gonçalo e Doutor em Teologia e Literatura.

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Encontro Cultural da SAL

Encontro cultural da SAL, em 5 de setembro, na Lona Verde, no Lavourão.

Ministério da Cultura e Funarte lançam Edital de Ocupação dos CEUs das Artes


Inscrições abertas até 14 de outubro. Oitenta projetos de ocupação serão selecionados para os Centros de Artes e de Esportes Unificados em todo o país

 
 
 
 
Até 14 de outubro estarão abertas as inscrições para o Edital Funarte de Ocupação dos CEUs das Artes, lançado nessa quarta-feira, 28 de agosto, pelo Ministério da Cultura e pela Fundação Nacional de Artes. O anúncio foi feito durante a solenidade de posse do presidente da Funarte, Guti Fraga, pela ministra da Cultura, Marta Suplicy, na sede da Fundação, no Rio de Janeiro. A portaria que institui o Edital foi publicada hoje, quinta-feira, 29 de agosto, no Diário Oficial da União. Para se inscrever, é preciso acessar a plataforma SalicWeb, na internet, por meio do link http://sistemas.cultura.gov.br/propostaweb/ (veja abaixo orientações).

Sobre o edital – Oitenta projetos culturais de ocupação para os Centros de Artes e de Esportes Unificados vão ser contemplados, sendo 27 este ano e 53 em 2014. Cada selecionado receberá R$ 100 mil para um período de ocupação de seis meses. O investimento, somente para 2013, é de R$ 3 milhões. Atualmente, existem 360 CEUs distribuídos em todas as regiões do país e a ideia é ampliar esse número.
Voltado a pessoas jurídicas que apresentem projetos de ocupação que envolvam pelo menos duas linguagens artísticas – dança, circo, música, teatro, artes visuais, literatura, arte digital e artes integradas -, o edital exige que os projetos contemplem em suas programações apresentações artísticas de circo, dança, teatro, música ou programações relacionadas ao estímulo à leitura; exposições ou mostras de artes visuais; oficinas de capacitação artística e técnica; residências artísticas;  seminários, encontros e debates. Além disso, as atividades deverão ser realizadas por artistas, grupos, oficineiros ou mestres locais.
O objetivo dos CEUs é integrar, num mesmo espaço físico, programas e ações culturais, práticas esportivas e de lazer, formação e qualificação para o mercado de trabalho, serviços socioassistenciais, políticas de prevenção à violência e inclusão digital, de modo a promover a cidadania em territórios de grande vulnerabilidade social.
Com esta iniciativa, o Ministério da Cultura e a Funarte contribuem para o fortalecimento da diversidade cultural e artística, ampliação do acesso aos bens e serviços culturais e dinamização da produção artística em âmbito nacional.

Acesse aqui o edital e demais documentos relacionados
Acesse aqui a plataforma SalicWeb e se inscreva

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Orientações para as inscrições

Para se inscrever no edital, é preciso acessar a plataforma SalicWeb por meio do link http://sistemas.cultura.gov.br/propostaweb/. Se você já está cadastrado no SalicWeb, informe seu email e senha e acesse o sistema.Se ainda não possui cadastro, clique na opção ‘NÃO SOU CADASTRADO” e preencha a ficha. Em seguida, acesse o link de inscrição.
No momento de escolher em qual edital vai se inscrever, o proponente deve selecionar a opção Editais de Premiação. Então, será possível visualizar os editais em aberto e optar pelo Edital de Ocupação dos CEUs das Artes.

- Possíveis dúvidas ou problemas devem ser encaminhados para salic@cultura.gov.br, informando número da proposta e telefone para contato e atendimento.
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Mais informações em http://ceus.cultura.gov.br e em www.funarte.gov.br

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Prorrogação do Salão de Desenho

Novas datas prorrogadas do Salão Gonçalense de Desenho:

  1. Inscrição e envio: 12 de junho a 7 de setembro.
  2. Classificação para o Salão: 15 de setembro
  3. Adaptação para a Exposição (colocação de molduras): 16 a 19 de setembro
  4. Premiação: 21 de setembro
  5. Exposição: Setembro e Outubro
     
envie seu trabalho e concorra a Exposição e troféu personalizado.


 leia aqui o Regulamento do Salão.

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Encontro Cultural da SAL

Encontro Cultural da SAL em 1º de Agosto, no Lavourão, teve a participação do casal Aline e Alexandre, do "Recicla Leitores". Mais novidades em breve!

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Gonçalense com Trabalho Internacional


Irineu Mayerhofer é artista plástico autodidata e tem mais de 60 anos de carreira. Desde criança, ele já pintava e ilustrava, sempre se ambientando em temas regionais e ciganos. O artista nasceu em Campos e vive em São Gonçalo. Suas obras já foram vendidas para vários estrangeiros. Atualmente, você pode encontrá-lo e conhecer muito de suas pinturas e seus conhecimentos no Campo de São Bento, em Niterói.

Contato do artista: (21)3707-8967 e (21) 8419-4837.