segunda-feira, 11 de maio de 2015

Rico Lins e o design de fronteira



Rico Lins e o design de fronteira


Todas as tendências visuais multiculturais do nosso tempo, todas as questões estéticas da pop arte e todo o rescaldo pós-moderno vindo do surrealismo e do dada mesclam-se e amalgamam-se no design de Rico Lins. Seria melhor dizer nas imagens desse artista gráfico, já que Rico é muito mais um homem de imagens do que de design, como revela em entrevistas:
“Na Bauhaus, o design dialogava com a arte, moda, dança, fotografia, arquitetura, poesia – dialogava com a sociedade.” Esse diálogo é constante na obra do designer que cruza idéias, num processo criativo que gira em torno no binômio da liberdade e do limite.
No mundo contemporâneo, o design se articula entre tecnologia, mercado e cultura e, é assim, que Rico empreende seus projetos gráficos. Como quando foi contratado para realizar o cartaz do filme Bananas is my bussiness, um documentário ficcional sobre Carmem Miranda, o grande mito pop brasileiro. O designer utilizou a imagem da boca de uma foto de Carmem Miranda e a imagem de bananas de uma capa de disco feita por Andy Warhol, para a banda Velvet Underground, no lugar dos olhos. Com o todo o resto da foto rebaixado em 5%, visível, mas quase ausente, o conceito do cartaz estava perfeito, a saber, um foco, uma visão da vida de Carmem Miranda.
Ou quando foi procurado pela revista Kultur Revolution para projetar suas capas. Rico trabalha com a revista há 27 anos. No início eram apenas capas diferentes para uma revista de esquerda. Mas tornar-se-iam cult com o passar do tempo. O artista gráfico experimenta bastante nessas capas e o público da revista está preparado para essas viagens; logo, a parceria foi um sucesso. Numa capa enfocando artigo sobre inteligência artificial, onde a inteligência parece ir da cabeça para os dedos da mão, vemos uma mão estilizada em cinza com vários vetores geométricos em torno dela e com o destaque para a ponta dos dedos, num fundo rosa. Numa outra capa vemos abordagem de um artigo contra o Fast Knowledge, a cultura rápida e descartável. Nelas vemos a imagem de um cérebro marrom com vários talheres brancos (garfos, facas e colheres) enfiados no cérebro sobre um fundo negro. E na pega dos talheres em branco, as informações sobre a revista, como título, reportagem, número e data. Rico tem uma relação muito boa com os produtores da revista, assinando capas como ilustrador, como designer ou como diretor de arte nas diversas versões da revista para os mercados asiático, europeu e latino-americano, por exemplo.
O designer não é carreirista e não gosta de galgar postos cada vez maiores como prova de sua excelência, por que, embora seu trabalho seja realmente excelente, para o pensador visual, a perfeição é péssima e o design inclusivo e a liberdade criativa fazem parte do seu cardápio profissional. Criação e especialização nem sempre se sentam à mesma mesa e é por isso que Rico Lins estabeleceu-se no mercado com uma gama hiper-variada de criatividade em projetos de design os mais diversos.
Segundo suas palavras, a cerca de uma lei da física, “o atrito gera energia”. E é por essa máxima que o artista permeia toda a sua produção, dialogando com arte, teatro, música, televisão, cinema, todo o arsenal cultural, enfim, mergulhando e nadando com muito sucesso, nas imagens como um verdadeiro designer de fronteira.


Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)


http://www.divulgaescritor.com/products/mauricio-duarte-colunista/

sexta-feira, 8 de maio de 2015

Feliz, Jaime Cezário exalta Porto da Pedra e seu enredo






Como diria Chico Anysio, tem que chamar
um profissional. Depois da divulgação da sinopse-catástrofe e do
excêntrico desmentido setenta e duas horas depois, atribuindo a uma
profissional de imprensa aquele ‘roteiro do tinhoso’, a extraordinária
Unidos do Porto da Pedra, escola de imensa tradição e grandes desfiles,
apresentou nesta segunda-feira, durante o sorteio da ordem de desfile da
Série A, o carnavalesco Jaime Cezário, que defendia a Acadêmicos do
Cubango em 2015.
Feliz, o artista falou ao Tudo de Samba
sobre como aconteceu o convite e sobre sua imensa alegria em
representar a escola, que reputa como uma casa sua, e da admiração que
tem pela alvirrubra, historicamente uma referência de qualidade e
performance.
- Já estava conversando com a escola há
algum tempo e acabei fechando semana passada. Divulgariam apenas na
quarta-feira, mas os acontecimentos recentes acabaram antecipando os
fatos e isso foi muito bom, já que pude estar com a comunidade no
momento do sorteio. Cheguei lá em cima da hora mas curti demais o
evento. Foi uma delícia – afirmou.
cezarioempeSempre
reforçando o valor desta oportunidade de trabalho, Jaime exalta o
enredo em homenagem ao palhaço carequinha. Conhecedor de sua trajetória e
fã do ícone gonçalense, entende que o tema vem ao encontro da
necessidade da Porto em retomar seu espaço entre as boas escolas do
carnaval. Citou o fato de seus amigos de fora do Rio de Janeiro terem
parabenizado seu novo trabalho, exatamente porque conheciam a escola,
sua estrada e o grau de qualidade que sempre atingiu.
- Sou da casa e conheço bem o que é esta
escola. Um enredo como a homenagem que faremos ao maior palhaço
brasileiro, e que escolheu nossa terra para viver, é tudo o que a Porto
da Pedra precisa para voltar ao seu lugar. Sempre fomos referência de
qualidade, de luxo. Nossa quadra é a primeira ‘Arena Fifa’ do samba e
isso inspirou as outras escolas a melhorarem também. Vários amigos
vieram me parabenizar pelo contrato e os de fora do Rio sabiam da
dimensão desta escola. Vamos elevá-la novamente, aos patamares merecidos
– vibrou.
Quanto à posição no desfile, terceira a
se apresentar na sexta-feira de carnaval, Cezário dá de ombros e lembra
que o exemplo do Império Serrano do último ano, que acabou obtendo a
terceira colocação, é o que deve servir como exemplo.
- Não vejo o menor problema em desfilar
sexta-feira e logo de cara. O que vale é o trabalho, é a apresentação, o
resto é desculpa. O caso do Império Serrano foi esse. Com dificuldades e
desfilando ali, acabou lutando pelo título. E vamos fazer exatamente
isso, já que temos escola e comunidade – finalizou.




Feliz, Jaime Cezário exalta Porto da Pedra e seu enredo

quinta-feira, 7 de maio de 2015

A Arte Contemporânea é uma farsa: Avelina Lésper





Com a finalidade de dar a conhecer seus argumentos sobre os porquês da arte contemporânea ser umaarte falsa“, a crítica de arte Avelina Lésper apresentou a conferência “El Arte Contemporáneo- El dogma incuestionable” na Escuela Nacional de Artes Plásticas (ENAP)sendo ovacionada pelos estudantes na ocasião.
 A arte falsa e o vazio criativo
A
carência de rigor (nas obras) permitiu que o vazio de criação, o acaso e
a falta de inteligência passassem a ser os valores desta arte falsa,
entrando qualquer coisa para ser exposta nos museus
A crítica explica que os objetos e valores estéticos que se apresentam como arte são aceites em completa submissão aos princípios de uma autoridade impositora. Isto faz com que, a cada dia, formem-se sociedades menos inteligentes aproximando-nos da barbárie.
O Ready Made
Lésper aborda também o tema do Ready Made, expressando perante esta corrente “artística” uma regressão ao mais elementar e irracional do pensamento humano, um retorno ao pensamento mágico que nega a realidade. A arte foi reduzida a uma crença fantasiosa e sua presença em umero significado. “Necesitamos de arte e não de crenças”.
Génio artístico
Da mesma maneira, a crítica afirma que a figura do “génio”, artista com obras insubstituíveis, já não tem possibilidade de manifestar-se na atualidade. “Hoje em dia, com a superpopulação de artistas, estes deixam de ser prescindíveis qualquer obra substitui-se por outra qualquer, uma vez que cada uma delas carece de singularidade“.
O status de artista
A substituição constante de artistas dá-se pela fraca qualidade de seus trabalhos, “tudo aquilo que o artista realiza está predestinado a ser arte, excremento, objetos e fotografias pessoais, imitações, mensagens de internet, brinquedos, etc. Atualmente, fazer arte é um exercício ególatra; as performances, os vídeos, as instalações estão feitas de maneira tão óbvia que subjuga a simplicidade criativa, além de serem peças que, em sua grande maioria, apelam ao mínimo esforço cuja acessibilidade criativa revela tratar-se de uma realidade que poderia ter sido alcançada por qualquer um“.
Neste sentido, Lésper afirma queao conceder o status de artista a qualquer um, todo o mérito é-lhe dissolvido e ocorre uma banalização. “Cada vez que alguém sem qualquer mérito e sem trabalho realmente excepcional expõe, a arte deprecia-se em sua presença e concepção. Quanto mais artistas existirem, piores são as obrasA quantidade não reflete a qualidade“.
 Que cada trabalho fale pelo artista
O artista do ready made  atinge a todas as dimensões, mas as atinge com pouco profissionalismo; sfaz vídeo, não alcança os padrões requeridos pelo cinema ou pela publicidade; sfaz obras eletrónicasmanda-as fazer, sem ser capaz de alcançar os padrões de um técnico mediano; senvolve-se com sons, não chega à experiência proporcionada por um DJ; assume que, por tratar-se de uma obra de arte contemporânea, não tem porquê alcançar um mínimo rigor de qualidade em sua realização.
Os artistas fazem coisas extraordinárias e demonstram em cada trabalho sua condição de criadoresNem Damien Hirst, nem Gabriel Orozco, nem Teresa Margolles, nem a imensa e crescente lista de artistas o são de fato. E isto não o digo eu, dizem suas obras por eles“.
 Para os Estudantes
Como conselho aos estudantes, Avelina diz que deixem que suas obras falem por eles, não um curador, um sistema ou um dogma.Sua obra dirá se são ou não artistas e, se produzem esta falsa arte, repito, não são artistas”.
O público ignorante
Lésper assegura que, nos dias que correm,
a arte deixou de ser inclusiva, pelo que voltou-se contra seus próprios
princípios dogmáticos e, caso não agrade ao espectador, acusa-o de “
ignorante, estúpido e diz-lhe com grande arrogância que, se não agrada é por que não a percebe“.
O espectador, para evitar ser chamado ignorante, não pode dizer aquilo que pensa, uma vez que, para esta arte, todo público que não submete-se a ela é imbecil, ignorante e nunca estará a altura da peça exposta ou do artista por trás dela.Desta maneira, o espectador deixa de presenciar obras que demonstrem inteligência”.
Finalizando
Finalmente, Lésper sinaliza que a arte contemporáneé endogámica, elitista; com vocação segregacionista, é realizada para sua própria estrutura burocrática, favorecendo apenas às instituições e seus patrocinadores. “A obsessão pedagógica, a necesidade de explicar cada obra, cada exposição gera a sobreprodução de textos que nada mais é do que uma encenação implícita de critérios, uma negação à experiência estética livre, uma sobreintelectualização da obra para sobrevalorizá-la e impedir que a sua percepção seja exercida com naturalidade“.
A criação é livre, no entanto a contemplação não é. “Estamos diante da ditadura do mais medíocre”


fonte: Vanguardia
 A Arte Contemporânea é uma farsa: Avelina Lésper | Incubadora de Artistas

segunda-feira, 4 de maio de 2015

Contemporâneo até quando?


jean-shin




Há uma situação imperdoável quanto ao critério que, via de regra,
serve para “atestar” a contemporaneidade da arte. Critério que já
dispensa endosso técnico, pois se incorporou feito possessão no espírito
que anima os “circuitos oficiais” da arte. Todavia, sejamos
benevolentes, ou melhor ainda, amorosos, porque não há nada que seja
passível da necessidade de perdão na esfera das expressões espontâneas
que se materializam na cultura e nada que se eleve mais do que o amor.

Mas a vista, independentemente do que se pode ou não perdoar ou do que
se deveria considerar ou não passível de critério, vê! E aos olhos tudo é
um dizer. E nada se interpõe ao seu escrutínio… ou não?

Aí está a questão! Que aqui insurge como o levante da alma em seu
desassossego, e deste grito que rompe o silêncio nefando da indiferença à
diferença, VÊ-SE o som dilacerante a revelar sua necessidade de ser: EU
SOU!

A ingenuidade da afirmação chega a fazer sorrir os que ainda sentem que
há algo de vivo a correr por suas entranhas, mas sei que não alcançará
os que já ultrapassaram a verdade, deixando-a subsumida aos ditames da
ilusão de que há de fato o que se enuncia como “contemporâneo”.

Quem é e quem não é contemporâneo hoje?

Será esta uma nova forma de se interpelar as profundidades do ser ou
este é o sepulcro daquilo que se deseja matar de uma vez por todas: a
imortalidade. De onde emana a profecia que nasce para decretar a morte
da arte, ao menos na história, senão da visão da própria morte da noção
de imortalidade?

Sejamos mais uma vez condescendentes para os que ainda buscam o fio da
meada, para os que tentam se agarrar ao nexo fixo do argumento misturado
ao cal e a pedra, no gênero e na categoria do que aqui se diz…pois que
estes sempre são os que precisam mais do que qualquer outro do que se
diz sobre o imperdoável.

Iniciemos por uma questão bem sucinta: o que é ser contemporâneo?

Diria talvez o dicionário que é aquele que vive a um só tempo com
outros, ou que ainda, que partilha dos símbolos e motivos que este tempo
imprime nos espíritos. Enfim…tudo o que possa remeter à coexistência
temporal.

E o que se poderia dizer então, quando transpomos tais pressupostos para
quebrarmos a barreira da normalidade, e tais como juízes que somos por
natureza, invadíssemos de súbito o estranho universo que motiva a
criação artística?

Subsistiria o tempo dos que sofrem, dos que são felizes, dos que não
sabem que há a contemporaneidade ou dos que não se vêem senão como seres
integrados a tudo que o dia a dia expõe como o imperativo categórico,
sejam os pós modernos ou os do terceiro milênio?

Ora, diríamos que os que estão afinados exatamente com o que é o senso
comum, ao que move o espírito da maioria, ao que remete ao símbolo
comunitário inequívoco deste tempo, e ainda, ao que se serve de
propriedades da matéria plástica que é filha deste tempo – a borracha, o
vinil, os estirenos, as espumas, os metais efêmeros, os acetatos, os
raios layser, os imãs e toda radiação, e finalmente toda sorte de
escombros e refugos reciclados intermináveis – é por excelência um
artista contemporâneo.

Dito desse modo, a priori, tal manifestação artística já se enquadraria
numa categoria segura, e serviria de suporte à etiqueta e ao verbete num
dicionário anual de artes contemporâneas. E, conseqüentemente, toda
expressão do espírito que se serve da matéria que serviu a outros
tempos, o óleo e a tela, o barro, o cinzel e o bronze ou o mármore, já
se destinam de antemão ao limbo que abriga as almas penadas dos
desencarnados.

Mas o que dizer de um anuário de artes contemporâneas que já está no seu
quarto ou quinto ano e que se apresenta como uma publicação regular,
que se consolida ano após ano e que visa a secularização?

Será que a arte ali representada será sempre contemporânea porque o
critério que julga aquilo que se publica é suficiente para atualizar os
gêneros e garantir o que caracteriza o “novo”, de modo a impedir a
contradição da mera repetição anual do que se produz? Mas não seria o
caso de abolir então a temporalidade que exclui a diferença tanto mais
distante está do momento que se cunhou a definição do que é ser
contemporâneo inadvertidamente?

Questão que pode igualmente provocar risos nos que riam a pouco quanto
ao desejo da alma querer ser, mas que, ao avesso, ultrapassada a
barreira do status quo, fere a dignidade dos que ainda sentem a
necessidade de ser dignos.

E afinal, o que é ser contemporâneo então???????????

Que artigo é esse?

Que há de se querer ser mais do que já se é, eu diria.

Ser mais do que contemporâneo?

Deus…que arte de querer é essa que irrompe neste tempo?

Contemporânea até quando?

Quantos são os tempos para que num dado momento da história da arte se
possa congelar um período, distinguindo-o dos demais para encaixotar
nele o que se manifestou pela ânsia insana do artista?

Quem se responsabiliza pela insanidade do artista e reconhece nele e na
sua obra o fio de um nexo identitário temporal, quando é sob um
temporal, de furacões de emoções e de lembranças intemporais do que em
sua criação pode nunca ter sido verdade um dia, e que ele, indiferente a
isso e crente apenas em si, assina e imortaliza como obra num anuário
feito sua imagem e semelhança?!!!!!!!!!!!!

Finalizemos sóbrios como se deseja sempre, preservando a integridade do
léxico que se avulta no horizonte competente das autoridades.

Minha tese é a seguinte meu caro amigo: não há contemporaneidade, há no
máximo a multitemporalidade, ainda assim, considerando a limitação
temporal um requisito para nortear o discurso racional, pois ouso aqui
dizer que o tempo não existe sem nosso desespero de quantificar a
natureza.

Há estações, parece que dizemos que são quatro, se bem que de um tempo
para cá elas não andam tão bem definidas. Há a rotação da Terra, se bem
que dizem os contadores do tempo que houve uma aceleração. Há também o
ano, mas ele está vinculado a isto que alterou a rotação do
planeta…bem…mas deixemos isto apenas como a provocação de um conspirador
ignorante.

Pensemos só sobre o que nos é mais familiar pensar: o homem.

Tantos são os homens, que é em vão o desejo de conhecer a todos, pois
que nunca se saberá o que ele é, justamente por isso: o homem “é”, ele
não deixa de ser “nunca”, daí a impossibilidade de afirmar que ele “é
isto” com base na nossa experiência dele “ter sido isto”!

Pensemos então apenas na arte contemporânea.

Do mesmo modo, é de uma crueldade estúpida o exercício do poder que se
auto outorga a condição legítima de delimitar períodos fixos, e
embalsamar viva a manifestação livre do espírito que se apresenta
exuberante aos olhos dos que caminham livres por esta Terra, pois ela
não possui donos, não possui idiomas, nem um só destino preferível.




Contemporâneo até quando? | Estúdio Fonseca Monoart

quinta-feira, 30 de abril de 2015

PT terá de pagar multa por uso indevido de desenho de Dilma Rousseff

Ilustração de Sattu Rodrigues custará 10.000 reais ao dia ao partido caso não seja retirada




A ilustração de Dilma Rousseff, usada na campanha. / Sattu Rodrigues
  •  
    O Partido dos Trabalhadores foi condenado pelo Tribunal de Justiça de
    São Paulo, por três votos a zero, a pagar uma multa de 10.000 reais por
    dia, caso não retire do site e do material de circulação uma ilustração
    de Dilma Rousseff, usada sem a autorização de seu autor.
O desenho, que ficou popularmente conhecido durante as eleições do ano passado como Dilma Coração Valente, por causa do slogan da campanha, foi feito pelo artista Sattu Rodrigues com base na foto da presidenta quando foi presa pelo regime militar. No ano passado, Rodrigues entrou na Justiça questionando o uso da imagem sem os direitos autorais pela campanha do PT.


Como não houve acordo com o partido, enquanto o processo rola na Justiça,
o advogado do artista, André Marsiglia, que representa o escritório
Lourival J. Santos Advogados, entrou com uma ação e conseguiu uma
liminar para que todo o material que ainda leve o desenho seja retirado
do ar e de circulação. "É uma maneira de prevenir um prejuízo ainda
maior enquanto o processo, que é lento, não é julgado", explica
Marsiglia. Caso o PT continue utilizando a imagem, está condenado a
pagar uma multa de 10.000 reais por dia.


Esse processo que ainda rola na Justiça pede, além da suspensão do
uso da imagem, uma indenização por danos materiais e morais. "Danos
morais, porque a utilização indevida não deu, sequer, o crédito ao
Sattu", explica Marsiglia. "E materiais, porque a imagem foi usada pela
publicidade que angariou recursos e lucro a alguém".




Marsiglia não sabe exatamente o valor dessas indenizações, mas
calcula que seja alto. "Não sabemos o quanto efetivamente a ilustração
trouxe de lucro, mas certamente teve gente que ganhou dinheiro com essa
campanha", diz. "Se o ícone da publicidade deles [do PT] foi essa
imagem, e eles não gastaram pouco com publicidade, como sabemos, a gente
imagina que o valor seria por aí".


Além de estampar camisetas, adesivos, faixas e panfletos durante a
campanha, a ilustração da presidenta cobria uma enorme faixa em cima do
palco em que ela fez seu discurso da vitória, no dia 26 de outubro.


A essa decisão, tomada nesta terça-feira pelo TJ, cabe recurso. Caso o
PT decida recorrer, o caso será julgado pelo Superior Tribunal de
Justiça.






Direitos autorais Dilma Coração Valente: PT terá de pagar multa por uso indevido de desenho de Dilma Rousseff | Brasil | EL PAÍS Brasil

sábado, 25 de abril de 2015

Tudo que penso sobre o seriado Chapa Quente e resolvi comentar

Chapa Quente – São Gonçalo


Por Matheus Graciano •

“Falem bem ou falem mal, falem de mim”. A frase que está na boca de muita gente é um daqueles ditados populares que me fizeram olhar com mais carinho para o seriado “Chapa Quente”. Como diria o outro, “nunca antes na história” de São Gonçalo tivemos tanta exposição. Tudo bem, não é da melhor forma que sonhamos, mas está lá, a cidade exposta para algumas milhões de pessoas em todo o Brasil.
Há exatos dois anos atrás, publiquei um texto chamado “O Cinturão Fluminense”. Nele, o comentário principal era sobre esse grande “cinturão” que as cidades metropolitanas e bairros da zona norte, oeste e subúrbio do Rio fazem ao redor da região que vai do centro carioca até a Barra, basicamente, o centro financeiro e governamental da ex-capital do Brasil.
Dentre todas as cidades da região metropolitana, São Gonçalo se destaca no cinturão fluminense. O motivo não é nobre, porém explica muito: somos uma cidade decadente. Sim, decadente. Num passado longínquo, entre os anos 30 e 50, a cidade cresceu muito com suas atividades industriais, que deu origem ao nome “Manchester Fluminense”, praticamente triplicando a população de 1940 a 1960. Éramos vizinhos da capital do estado, Niterói, sem falar da capital federal, a cidade do Rio. Com a mudança para Brasília, muita coisa se foi, inclusive o dinheiro. E aquela cidadezinha industrial, com problemas crescentes, continuou a receber gente sem desenvolver sua estrutura. O resultado é o que temos hoje.

Aí, você me pergunta: o que o seriado “Chapa Quente” tem a ver com tudo isso?

Um belo dia, o célebre Agostinho Carrara disse em rede nacional: “eu sou de Alcântara”. O seriado “A Grande Família”, que ficou no ar de 2001 a 2014, inaugurou a face gonçalense na TV. Muita das vezes, Agostinho era o centro da trama, fazendo com que muita gente viesse me perguntar se Alcântara era outra cidade… bem, definitivamente, Alcântara ganhou seu espaço em algumas mentes. Pelo visto, a sacada da equipe do redator Cláudio Paiva foi um teste para o atual Chapa Quente, também assinado por ele.
Agostinho Carrara em Alcântara
Agostinho Carrara (Pedro Cardoso) no dia em que foi à Alcântara da vida real. Fonte: GShow.


Minha impressão é que Paiva percebeu São Gonçalo como o reflexo real do estado do Rio, que talvez reflita também boa parte da realidade social brasileira. Nós temos a estética dos subúrbios, que é bem diferente das “favelas” nos morros, cuja imagem já está gasta, é muito forte, violenta e as pessoas logo pensam no tráfico, na bala perdida e nos demais problemas sociais.
As imagens que temos sobre nós mesmos são muito diferentes. A decadência recente de São Gonçalo ainda vive na memória de muitos. Algumas pessoas ainda se lembram, por exemplo, das transmissões televisivas do baile de carnaval que acontecia no Tamoio. Por outro lado, a geração mais nova, em especial aqueles que já vivem em lugares que cresceram recentemente, com problemas estruturais, vêem a cidade de outra forma. Comparativamente, Duque de Caxias e Nova Iguaçu, mesmo com tantos problemas na baixada fluminense, saíram do zero, experimentando o crescimento apenas, por mais lento que ele seja.
A crítica dos gonçalenses à estética do Chapa Quente, se justifica pela versão que a produção da TV Globo resolveu retratar. Definitivamente, pegaram um dos piores lados da cidade. Porém, fica a minha dúvida: qual é a São Gonçalo mais verdadeira? A antiga, que vai de Neves ao Centro, o grande Alcântara, os arredores de Itaúna, bairros que beiram a BR-101, Ipiíba, Arsenal e pista da Rodovia Amaral Peixoto ou Jardim Catarina? São muitas cidades! Você conseguiria me responder qual é a cidade real?
Lúcio Mauro Filho, Leandro Hassum e Ingrid Guimarães estrelam a série Chapa Quente. Fonte: Divulgação Tv Globo
Lúcio Mauro Filho, Leandro Hassum e Ingrid Guimarães estrelam a série Chapa Quente. Fonte: Divulgação TV Globo

Minha crítica mais tensa fica sobre a cor dos atores. Todos brancos. São Gonçalo é muito misturado, tal como o Brasil. Se fosse “favela”, iriam colocar todos os negros do elenco global. Sacou o ligeira diferença?
Independente da sua opinião, Chapa Quente vai ajudar a colocar São Gonçalo no mapa. Se nos incomodamos com a visão da TV, cabe a nós melhorarmos a cidade. Somos a 16ª maior cidade do Brasil e a referência de um caldeirão de diferenças sociais. Somos a cidade média reflexo dos problemas cotidianos e, se quisermos, podemos ser um bom exemplo também. A TV já reconheceu nossa importância. Só falta a gente entender isso.

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Oferta em Artes Cênicas em São Gonçalo

São Gonçalo, 23 de Abril de 2015

Por Carol Magalhães




Curso com Contribuição Consciente desperta interesse do alunado pelo teatro

O Curso “Nativos Artes Cênicas” oferece mais de 120 vagas direcionadas para os alunos de ensino médio e fundamental das escolas públicas e privadas. A iniciativa é idealizada pelo Projeto Alternativo visando o desenvolvimento do alunado e a criação de uma Escola em Arte Cênicas para o município. Para o Gestor Cultural André Correia além de utilizar técnicas e sistemas inovadores durante as aulas, o formato da “Contribuição Consciente” tem atraído muitos interessados. “Um curso em Artes Cênicas de qualidade custa caro e muitos não podem pagar. O modelo de “Contribuição Consciente” tem conquistado adeptos no mundo inteiro e pode ser a única forma de muitos estarem cursando esta oportunidade de formação.” Defende o coordenador do cruso.
As aulas serão ministradas na Academia Twister no Centro de São Gonçalo. Serão (4) professores distribuídos em (6) grupos, nos turnos da manhã, tarde e noite. Artistas e dançarinos e profissionais do corpo terão oportunidades de ingressarem no curso “Contato Improvisação”, ministrado pelo professor Zé Anderson Hanzen. Além disso, os alunos terão a oportunidade de estudar teatro com os universitários Nicolle Longobardi , Fernando Porto e Silvio Júnior
Para mais informações basta preencher o guia de informações:

Mais Informações:
Telefone: 9-8544-8622
E-mail : nativosg@gmail.com


segunda-feira, 20 de abril de 2015

A Estrada de Ferro Maricá





José Carlos Pelosi



Está começando o asfaltamento das principais ruas e avenidas de Itaipuaçu. Convivendo há tanto tempo com lama e buraco,
a simples presença do betume em nossas portas traz sentimentos de
alegria e espanto. Mas não é a primeira vez que essa chegada do futuro à
região é acompanhada de surpresa. Se agora é o asfalto, no início do
século passado foi a instalação dos trilhos da Estrada de Ferro Maricá
que trouxeram o espanto. Mas a esperança dos trilhos durou pouco: a
preocupação com o lucro para o então recém instalado transporte
rodoviário e para as fábricas de automóveis dizimou o leito ferroviário,
que hoje poderia ser uma atração turística, unindo Neves (São Gonçalo) a
Cabo Frio. Infelizmente, a ignorância e a ganância não permitiram a
convivência entre trilhos e asfalto.


O MATA SAPO

A viagem do primeiro trem foi feita em 10 de junho de 1888, entre as
estações de Neves (São Gonçalo) e Virajalba Rio do Ouro. Logo nos
primeiros meses de funcionamento a composição puxada pela “Maria Fumaça”

trouxe apelidos interessantes que permanecem no jargão ferroviário,
como a expressão “mata-sapos”, que designava os comboios que faziam os
horários noturnos. Até hoje, há uma região próxima a Rio do Ouro, que é
conhecida como “Cala a Boca”, porque ali era o local mais estreito por
onde passava o trem, fazendo com que os passageiros devido ao medo
ficassem calados.

Em 1988, como repórter do Jornal do Brasil,
tive a oportunidade de reviver boa parte dessa história, em relatos de
antigos moradores de locais por onde passavam os trens e descentes de
ferroviários, que se transformaram em matéria publicada na edição do JB
de 5 de setembro de 1988.

O inglês George Bria, de 93 anos, não
ouve mais o apito do trem. Está hoje preso a um leito, doente, assistido
por enfermeiras na Fazenda Boavista, em Jaconé. Perto dali, em outro
leito, repousa o que restou da Estrada de Ferro Maricá, condenada à
morte pelo presidente Jânio Quadros, em 1962, e desativada
definitivamente dois anos mais tarde, no governo do marechal Castelo
Branco. Bria foi diretor da Estrada de Ferro Leopoldina, que
administrava o ramal de Maricá, mas hoje não pode falar por causa da
doença. Pelo velho caminho do trem, no entanto, muita gente ainda
aguarda o som da Maria Fumaça. Se alguém pergunta pela velha ferrovia, a
resposta é ua espécie de esperança: “ela vai vortá?”.
José Carlos Pelosi / JB / 5 setembro 1988

NA TRILHA DA MARIA FUMAÇA

Também em 1988, a matéria foi adaptada para publicação na Revista Duas
Rodas, depois de uma trilha de moto ao longo do que foi o trecho de 157
quilômetros da antiga ferrovia.

O começo da trilha é a estação
inicial da estrada de ferro, em Neves (São Gonçalo), ao lado do
laboratório farmacêutico da Polícia Militar. Quando a estrada de ferro
foi desativada, prometeu-se à população a costrução de um posto de saúde
em seu lugar. Mas, sinal dos tempos de 1964, a estação transformou-se
em um presídio para fins políticos. Atualmente, lá estão sendo
construídos a delegacia e o presídio de Neves, para tristeza de Dona
Felicidade, proprietária do Restaurante Paris, bem em frente. Ela
costumava servir refeições ao chefe da estação. De Neves, o Mata-Sapo –
como era conhecido o trem que ia até Cabo Frio – seguia pela rua Doutor
Jurumenha, onde se podem ver os dois únicos trilhos que ainda restam da
antiga linha, bem em frente ao número 4.613. Pela Av. Maricá, chega-se
até a estação de Raul Veiga. Ela continua preservada em suas cores
oruiginais, azuil e amarela, graças a Antonio Arruda, o antigo segurança
da RFFSA, morador desde 1962.

Vale a pena conhecer um pouco o
Seu Antonio, um paraibano de Campina Grande, “23 filhos e netos de
perder a conta”. O interior da estação – uma casa de cinco quartos –
está repleto de fotografias de Getúlio, Juscelino e Tancredo. Nos fundos
estão a rede de seu Antonio e sua criação de pássaros, onde ele recita
suas poesias sobre os sentimentos humanos, começando pela letra A, indo
até Z. Deixando para trás a estação de Raul Veiga, mais alguns
quilômetros e chega-se à estação de Ipiíba, no Km 19 da Estrada Santa
Isabel, ao lado de uma garagem de ônibus. Dali em frente, pegamos pela
primeira vez um caminho de terra, pela Estrada de Ipiíba. As fazendas
são deslumbrantes. Esse caminho termina já em Rio do Ouro, na Rodovia
Amaral Peixoto, na qual o trem seguia exatamente ao lado, passando pela
Praça de Maricá, onde ficava a estação, até a parada de Manel Ribeiro,
na altura do quilômetro 60. Nesse ponto, o trem entrava à direita para
contornar a Serra de Mato Grosso, onde não há trilhas possíveis nem para
motocicleta. Assim, o jeito é continuar pela Amaral Peixoto e pela
estrada de Ponta Negra, até que esta cruze novamente com o caminho do
trem (exatamente no entroncamento da estrada de Ponta Negra, de asfalto,
com a estrada de Jaconé, de terra.)

O MAR, A FÉ E A VELHA USINA

Pela primeira vez, o mata-sapo está próximo ao mar. Pela trilha de
terra que vai até Sampaio Correia avista-se o campo de golfe de Roberto
Marinho, que ocupa oito quilômetros da Praia de Jaconé. O visual,
principalmente no fim da tarde, é lindo. Um pouco mais adiante está a
pequena igreja de São Pedro, o padroeiro dos pescadores, cuja entrada
principal está voltada para a Lagoa de Jaconé. Essa igreja foi erguida
por uma francesa, em memória de seu filho Reneé de Champs, que morreu no
grande surto de impaludismo na década de 40. Todos os anos, no dia de
São Pedro, a imagem de Nossa Senhora de Nazareth de Saquarema é
carregada em procissão na igrejinha até a divisa dos municípios de
Saquarema e Maricá, no pequeno andor de palha que é guardado até hoje
dentro do templo. Prosseguindo, a trilha volta à rodovia Amaral Peixoto,
passando pelas ruínas de uma antiga usina de açúcar. Pela estrada,
chega-se até o centro de Bacaxá, onde não existe mais a estação. O leito
da estrada segue por Araruama, passa por Iguaba, e chega até São Pedro
da Aldeia, onde a estação, localizada na confluência com o trecho da
estrada que vai para Cabo Frio, chegou a ser utilizada como um pequeno
terminal de ônibus e hoje abriga a sede regional do Iphan. Dali o
destino final é Cabo Frio. Parte da antiga estação está em frente à área
do Camping Clube de Cabo Frio.
Revista Duas Rodas/1988

Nota
da Redação: As entrevistas e roteiros publicados aqui são do ano de
1988. Vinte e cinco anos depois, é claro, alguns dos citados e
entrevistados não vivem mais. Também lugarejos, estações e propriedades
foram modificados. Porém, a Estrada de Ferro Maricá é uma lenda viva e
seus trilhos, com imaginação, e baseando-se nestes relatos, podem e
devem ser revisitados.

http://www.acheirevista.com.br/se…/estradadeferromarica.html




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Ser Escritor Requer Investimento


Quando decidimos escrever profissionalmente, devemos compreender que o que iremos gastar vai muito além do tempo e dedicação. Precisamos estudar, nos especializar, colher informações, trocar conhecimento com outros profissionais, entre outras coisas necessárias para fazer com que o nosso acervo textual ganhe boa atenção dos futuros leitores.
O montante de obras e textos que você produz precisam passar ser registrados para preservar sua autenticidade. Isso leva um custo para impressão, encadernação e envio na Biblioteca Nacional. Seus textos também precisam depois passar por uma revisão profissional que pode ser feito por um professor, revisor ou até por você mesmo, se estiver preparado e seguro.
A não ser que você saiba fazer serviços gráficos, você também terá que pagar um profissional para diagramar e fazer as artes gráficas de seus livros, e também os registros de ISBN, Ficha Catalográfica e Código de Barras, que também podem ser feitos na gráfica. Enfim, tudo isso envolve profissionais dedicados.
E depois do livro pronto, você precisa correr atrás da divulgação, que pode ser feita com um publicitário, um jornalista ou por você mesmo, cuidando e administrando todo o processo de apresentação, inserção e divulgação de sua biografia, trabalho e acervo literário.

Acredite em seu trabalho e faça valer todo o seu esforço quando for convidado para fazer qualquer serviço literário de graça.

Leo Vieira

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® Leo Vieira- Direitos Reservados

terça-feira, 14 de abril de 2015

Prédios históricos do 3º BI serão preservados





Na semana passada, o Território
Gonçalense informou com muita tristeza que o Governo do Estado havia começado a demolição dos
prédios centenários do antigo 3º Batalhão de Infantaria (BI) do Exército para
dar lugar à construção dos 1.240 apartamentos destinados aos desabrigados das chuvas do
Morro do Bumba (ver
aqui).

Hoje (14), felizmente, tomamos
conhecimento que os prédios centenários serão preservados. Segundo a Secretaria
Estadual de Obras, os prédios serão restaurados e não demolidos. As edificações
que estão sendo demolidas são as que não têm valor histórico.

Espero que mantenham a palavra,
que realmente preservem uma parte da memória daquele espaço. Sugiro que
utilizem os prédios para atividades culturais e educacionais.




Prédios históricos do 3º BI serão preservados | Território Gonçalense