Na carreira artística, não só no nosso caso (escritores), mas também com músicos, cantores e atores, é muito comum aparecerem certos "profissionais" em busca de uma "oportunidade" com intenção de "ajudar" na carreira do artista.
Eu trabalho desde os 14 anos. Comecei em gráfica, depois cursei teatro profissional, onde fiz teatro e dublagem e depois fiz faculdade, trabalhei em imobiliária, seminário e fui estendendo nas formações teológicas. O hábito de ler e pesquisar muito e ter que escrever muitas resenhas, teses e sermões, acabou desenvolvendo a vocação para a carreira literária, que mantenho até hoje.
Durante essa trajetória, aconteceram altos e baixos e também muitas decepções. Eram amizades mal-intencionadas, invejosas e muito oportunistas. Na época de designer eram muitos clientes pedindo "ajudinha" no layout da firma, que eles classificavam como "coisa simples" em busca de mendigar a redução do valor do serviço o máximo possível.
No teatro e dublagem, a mesma coisa. Propostas mirabolantes de papel de destaque, porém "o orçamento da peça era curto e não tinha dinheiro o suficiente para pagar os atores". "Mas a oportunidade de propagação da carreira dos atores era ótima", segundo eles. Isso não me importa! Se o nome do ator/dublador não for divulgado na filipeta/crédito da produção é crime trabalhista e o diretor/produtor é autuado por INADIMPLÊNCIA FISCAL por praticar apropriação indébita (art. 2º da Lei 8.137/1990). Divulgação do artista profissional é mais do que a obrigação.
Na minha época de corretor de imóveis, não era escalado para vendas importantes porque também não tinha o registro no CRECI (Conselho Regional de Corretores de Imóveis), então fechava vendas "pelas sombras" do corretor credenciado e assim ganhava as "migalhas" das vendas que ele finalizava e carimbava no escritório dele. Quando o loteamento acabou, ganhei um aperto de mão com tapinha nas costas e uma "promessa" de ser convocado para o próximo empreendimento. Trocando em miúdos, foi como se eu tivesse escutado: "Valeu, Leo! Agora cai fora e se vira por aí! Boa sorte, otário!"
Apesar de tudo, o meu ex-chefe não era oportunista. Foi o mais franco, sincero e realista que eu tive. Por ele também ser advogado, ele sabia muito bem das questões trabalhistas e transtornos que ele poderia ter em contratar um funcionário para um mercado tão escorregadio que é a corretagem. A partir daí, comecei a notar como era importante me profissionalizar ao máximo para impor um "respeito profissional".
Me formei em Teologia, enquanto trabalhava em uma empresa de call center, no mesmo tempo em que eu fazia estágio (gratuito, porque tem que ser mesmo) em uma pequena igreja. Acreditem, mesmo sendo teólogo formado, recebi duas propostas para ser pastor auxiliar de graça, enquanto os pastores titulares ganhavam entre dez e doze salários mínimos.
Atualmente, trabalho GRATUITAMENTE como professor de escola bíblica dominical e faço capelania em hospitais e asilos. Essas atividades NÃO SE DEVEM COBRAR. São nossas atividades religiosas, a qual me comprometo. Porém, as atividades a qual você assume compromisso burocrático, como professor de seminário e/ou administração eclesiástica, esses ofícios sim devem ser pagos, conforme o estatuto da instituição.
Hoje, também sou escritor profissional. Sou credenciado e reconhecido por quase 30 academias, sindicatos e associações literárias no país todo e também fora dele. Minha biografia é grande e me orgulho muito disso, porque prezo pela qualidade do serviço prestado aos meus leitores e também aos clientes. Escrevo GRATUITAMENTE para onze blogs, sendo quatro deles, religiosos e sete deles literários. Também administro sete páginas no Facebook. Nenhum dos blogs têm patrocínio; é uma atividade cultural literária compartilhada com os os outros colegas.
Mesmo assim, sempre vem um "parceiro" apresentando um "projeto" embrionário e espalhafatoso, com promessas duvidosas e mentirosas de que um dia, trará lucro. Pois bem, não custa nada sonhar, é claro, mas ter que se envolver em uma atividade mal-planejada, é um tiro na água.
Pra encerrar, vou explicar o que vem acontecendo comigo. Sempre sou cortejado para "colaborar" em algum desses "projetos". O espertalhão vem com aquela conversa de que o projeto está ainda em fase inicial e pergunta se eu posso dar uma "contribuição literária" (grátis). É sempre roteiro de teatro pra eu dar uma "ajudinha" e "quebrar um galho". Nem deixo a conversa prosperar. Quem quebra galho é macaco gordo.
Também aparece um colega escritor resmungando do alto serviço que um revisor e um diagramador cobram para preparar um livro. Corto logo o barato dele falando que o meus serviços de revisão e diagramação também são caros, sem "camaradagens".
Há algumas semanas, um colega da época do teatro veio com um convite para que eu desse uma "contribuição" em um roteiro de longa metragem. Só que não era projeto nenhum. Era apenas uma ideia mirabolante que ele mal sabia como iria solucionar! Isso é o mesmo que começar a construir uma casa pelo telhado.
Por ele ser uma boa pessoa e ainda ser muito leigo na carreira, mesmo assim dei minha contribuição. Expliquei que longa metragem no Brasil é meio surreal por causa do orçamento levantado (em torno de R$ 50 A 100 milhões). Aconselhei o meu colega a fazer a faculdade de cinema (Fundação Getúlio Vargas), o curso de Formação Executiva em Cinema & TV (com Processos de Criação e Produção) e o Curso de Roteiro Cinematográfico. Mandei todos os contatos e referências. Se pelo menos ele fizesse UM daqueles cursos, já conseguiria adquirir noções para amadurecer a ideia (o que ele muito precisaria), sem contar os possíveis futuros parceiros que construiriam a tal meta com ele. Dessa forma, ele poderia registrar e aprovar um projeto no Ministério da Cultura, com apoio da Ancine.
Agora, vão saber se ele se interessou em ir atrás disso??
MEU CONSELHO: Sonhar é preciso, mas não sonhe parado. Tenha fé, mas "a fé sem obras é morta" (Tiago 2:17). Se você se especializar e se tornar profissional, não precisará provar nada a ninguém, então descarte essas "parcerias oportunistas", onde somente o parceiro que ganha os mérito$. Corra atrás de seus objetivos, porque ninguém vai fazer nada por você.
Leo Vieira é membro e secretário da Sociedade de Artes e Letras de São Gonçalo (SAL), autor do livro "Alecognição" (Editora Lexia) e mais 30 livros, ainda em fase de publicação. Escritor acadêmico em outras 29 Academias e Associações literárias; ator; professor; Comendador; Delegado Cultural em duas cidades e Doutor em Teologia e Literatura.
Sociedade civil de artistas e literatos de São Gonçalo
quarta-feira, 15 de maio de 2013
sábado, 11 de maio de 2013
Habitações no BI: “Tudo pela Cidade Dormitório!”
Na década de 1960, por ocasião daquele triste episódio do incêndio do circo, Niterói não tinha como arcar com o número de mortos da tragédia. A solução encontrada, por boa vontade do município vizinho, foi enterrar as vítimas em São Gonçalo, numa área praticamente central, que servia de vista bucólica para o então Palacete do Mimi, um lugar de glamour e de grandes festas seletas, com gente importante circulando, dando a São Gonçalo a visibilidade que merecia no cenário de então. A vista bucólica se encheu de enterros, corpos, sepulturas... Aos poucos o Palacete foi perdendo o seu glamour. Os vivos ilustres deram lugar aos mortos da tragédia. A “Manchester Fluminense” começou a se desfigurar e a cidade se tornou “dormitório”. Aliás, não se libertou do título.
Em 2010, novo desastre abala São Gonçalo e Niterói. Uma enchente terrível vitima inúmeras pessoas em áreas ribeirinhas e próximas à Baía de Guanabara, em São Gonçalo. Em Niterói, o Morro do Bumba, formado a partir de entulho, desmorona. Mortos e desabrigados nos dois municípios. O lixão do Morro do Céu está superlotado. Corre o mesmo risco de desabamento. São Gonçalo socorre os desabrigados de Niterói com mais afinco do que cuida de seus próprios desabrigados do entorno de Itaóca. Na mesma Itaóca do então lixão condenado, caminhões e caminhões de lixo do Bumba foram vazados, inclusive com restos mortais humanos, sem o menor cuidado com a saúde pública. E a Itaóca sofrida ainda tinha que ter fôlego para socorrer Niterói quando ela própria precisava de socorro.
Construíram no Anaia, local de relevante cuidado ambiental, um “Aterro Sanitário”, que substituiria o Lixão de Itaóca, com higiene e proteção total ao meio ambiente. Muitos de nós já denunciávamos que o local fora mal escolhido, que se tornaria um lixão e que traria danos à população local. Estávamos errados? Anaia é lixão (lixão mesmo!) privado, no qual se vaza resíduos de São Gonçalo, Niterói, ou de qualquer lugar que ali quiser fazer o seu despejo. É ali, em meio ao mau cheiro, à insalubridade e aos urubus, que vão construir casas populares, quase que tratando pessoas como lixo e as despejando no próprio lixo. E São Gonçalo continua dando a sua contribuição pelo progresso dos outros, à custa de si própria.
Moradores do entrono de Itaóca, sofridos pelo lixo e pela mesma enchente do Bumba, ficaram abandonados e ainda perderam seu sustento, tirado do lixo, pela desativação do vazadouro local. Empresas assumem e tratam as famílias com descaso infindo, diferentemente da ação em Gramacho, em que os moradores foram bem tratados. Aqui desemprego, desabrigo, doença e fome. Mas o metano é uma grande fonte de renda para quem o recolhe. O pobre morre pelo bem estar financeiro de alguns ambiciosos.
E agora a área do 3º BI. Incursões insistentes sobre os políticos locais para destombamento da área. Área essa de importante projeção histórica e ambiental para o Município. Aqui querem construir casas populares. Mas quem disse que precisamos de casas populares? Mais casas significa mais moradores. Moradores esses que vão trabalhar em Niterói, no Rio ou em Itaboraí. Aqui eles só vão dormir. “CIDADE DORMITÓRIO!” Dormem em São Gonçalo, trabalham oito horas por dia fora daqui, passam quatro horas em condução e não têm tempo para estudar ou para recrear. “CIDADE DORMITÓRIO!” E se não estudam não pegam as melhores posições de trabalho. Ganham pouco e gastam onde trabalham mais do que na própria “CIDADE DORMITÓRIO!” em que residem. Mesmo porque quem está em Venda da Cruz prefere pegar um ônibus para Niterói do que para São Gonçalo. É mais vantagem gastar lá do que aqui. Todo mundo ganha, menos São Gonçalo que só tem cultura por causa da abnegação de alguns e, diga-se de passagem, pela boa vontade do Secretário atual.
São Gonçalo não precisa aumentar o número de dormitórios. Ao contrário precisa acordar para seus reais problemas que, pela ordem, não apresentam habitação em primeiro lugar.
No 3º BI nós precisamos é de um quartel da PM, de um quartel de Bombeiros, de delegacia, de posto de saúde, de área de lazer, de ponto de cultura, de centro esportivo. Tudo o que se possa fazer pela preservação da identidade histórica e ambiental do Município, prestando serviços de qualidade para o Munícipe.
Mais do que habitação, nós precisamos de segurança porque as UPPs cariocas estão nos sufocando e nosso pobre 7º Batalhão tem pouco contingente para os que já moram aqui.
Mais do que habitação, precisamos de mais saúde, de mais escolas de qualidade, de turismo estimulado, de cultura sendo respirada nos quatro cantos deste rincão.
Não faltam áreas passíveis de desapropriação para construir casas populares. O que faltam são áreas de qualificação do trabalhador, condução digna, criação de empregos que permitam que se trabalhe perto de casa, com dignidade.
Se não acordarmos agora, continuaremos menosprezando São Gonçalo. Dorme-se aqui para se gastar lá. Quem dorme não precisa de serviços que qualidade. Esses são para os que estão acordados e ativos.
Abaixo o destombamento do BI!
Abaixo a subutilização do espaço!
Não queremos mais dormir. Precisamos acordar para o progresso!
prof. Frederico Carvalho
fonte: Habitações no BI: “Tudo pela Cidade Dormitório!”
terça-feira, 7 de maio de 2013
Escritor Gonçalense Premiado pela Academia Soberana de Artes
A Academia Soberana Brasileira de Artes do Estado do Rio de Janeiro (ASBAERJ) e a Academia Real de Artes, Música e Letras do Estado do Rio de Janeiro (ARAMLERJ) aprovaram o escritor acadêmico gonçalense Leo Vieira (secretário da SAL) como Membro Honorário "Ad Perpetuam", o qual também receberá a Medalha de Ordem do Mérito Membro Acadêmico Imortal.
O autor anuncia que está em fase de captação o "I Circuito Cultural Literário" em São Gonçalo e o lançamento de mais dois livros, cujas aventuras também são narradas na cidade.
Leo Vieira é autor do livro "Alecognição", publicado pela Editora Lexia.
sexta-feira, 26 de abril de 2013
Escola de Música "Nova Sinfonia"abre inscrições
Música para todos. É no maior loteamento da América Latina, o bairro
Jardim Catarina, em São Gonçalo que está localizada uma escola de música
que vem inovando no ensino de música. Crianças e adolescentes se
misturam no aprendizado de diversos instrumentos musicais, como a
flauta, bateria, violino, piano, violão,
teclado, saxofone, teoria e percepção musical.
A escola Nova Sinfonia funciona num espaço amplo, uma casa
alugada no bairro, e oferece aulas gratuitas para crianças oriundas de
escolas públicas da região. De acordo com a musicoterapeuta Analice
Nunes, idealizadora do projeto, levar os ensinamentos de música para
perto do povo é um sonho.
"Aqui eles se familiarizam com o mundo da música. Passam por toda a escola e além de receberem aula de teoria musical, conhecem os
instrumentos diversos. Muitos se encantam pelo violino, pelo piano e se
destacam no aprendizado. É a realização de um sonho", disse.
Com um apoio que conseguiu através da Lei Ruanet, é possível pagar
os professores e parte da infraestrutura necessária para os ensinamentos
de música, principalmente os instrumentos, que nem sempre são baratos.
"Os recursos são suficientes para atender um determinado número de
alunos, mas temos uma procura muito grande. O ideal seria recebermos
mais apoiadores, assim poderíamos atender a toda demanda".
A Escola Nova Sinfonia, funciona na rua Júlio Lopes, 363, Jardim
Catarina, São Gonçalo.
Telefones para contato: 3606-0024 ou
3245-9342.
quinta-feira, 4 de abril de 2013
Prefeito Joaquim Lavoura

Alexandre Martins
Joaquim
de Almeida Lavoura nasceu no bairro Caju, no Rio de Janeiro, em 4 de
abril de 1913, filho de José Marques de Almeida e de Maria Cândida de
Almeida.
Aos
sete anos ficou órfão de mãe e seu pai decidiu se mudar com toda
família para São Gonçalo, no bairro Gradim. Apenas com a Quarta Série do
Ensino Fundamental, cursados em uma escola estadual, sempre ajudou
economicamente sua família. De início como pescador, depois como catador
de lenha e ainda como trabalhador em uma fábrica de conserva de peixes.
Lavoura
optou por alterar seu sobrenome aos 21 anos de idade. “Foi uma
particularidade porque o nome dele era Joaquim Marques de Almeida, mas
requereu ao juiz a mudança para Joaquim da Almeida Lavoura, adquirindo o
nome da avó paterna”, segundo o jornalista Rujany Martins.
Na idade adulta,
passou a trabalhar no comércio, no bairro Porto Velho. Foi aí que
ingressou na política, apoiado por um grupo de estudantes. Com seu
carisma, conseguiu alcançar muitas pessoas e se tornou uma liderança de
bairro logo cedo. Através da defesa forte e segura dos pescadores do
Gradim e da população humilde do Quarto Distrito da cidade (Neves)
estreou na Câmara de Vereadores, em 1947 (mandato 1947-1950) e novamente no mandato 1951-1954.
Em 1950, Joaquim Lavoura começou a preparar as bases para a realização do seu maior sonho, que era ser prefeito.
Mesmo
não contando com o apoio das elites que estavam no comando, Lavoura
mais uma vez surpreendeu, concorrendo à prefeitura em 1954 pelo PTN
(Partido Trabalhista Nacional) e sendo eleito (mandato 1955-1959). Fez
uma campanha onde se apresentava em cima de um trator rodeado de
trabalhadores portando pás e picaretas. Seu slogan era: ‘Com trabalho há
progresso’. Já no primeiro governo promoveu uma verdadeira revolução
administrativa no município, marcando de vez seu nome na história da
cidade. “Foi a partir dele que o município começou a crescer. Ele abriu escolas, hospitais e iniciou o sentimento de cidade com futuro”, destacou o jornalista Pereira da Silva, integrante da Comissão.
Lavoura,
ao se eleger prefeito, retirou as linhas de bondes, alargou as
passagens e promoveu os calçamentos do Porto Velho e Sete Pontes, vias
principais de ligação de São Gonçalo com o município vizinho de Niterói.
Era comum encontrá-lo, na direção de tratores e escavadeiras e
utilizando pás.
Passou
a controlar a frota de veículos da municipalidade. Comprou máquinas
pesadas, retroescavadeiras, máquinas patrol e viaturas de transporte.
Comprou e instalou a Usina de Asfalto e a Fábrica de Artefatos de
Cimentos (manilhas e meio-fios). Construiu estradas e pontes, visando o
escoamento das produções agrícola, pecuária, comercial e industrial.
Modernizou
o Hospital Luiz Palmier e construiu o Pronto Socorro Infantil "Darcy
Vargas". Instalou e equipou centros cirúrgicos e os laboratórios,
adquirindo modernas ambulâncias.
Seus seguidores1,
chamados “Grupo Lavoura”, fizeram também grandes atuações na cidade,
como na Educação, construindo o Colégio Municipal Presidente Castelo
Branco (em 31 de março de 1970, na gestão do prefeito Osmar Leitão
Rosa); o Colégio Municipal Ernani Faria (Lavoura/Zeyr Porto), e o Centro
Cultural Joaquim Lavoura (Governo Hairson Monteiro).
Sendo
novamente prefeito em 1962 (mandato 1963-1967), foi Superintendente do
Serviço de Transportes-RJ, em 1967, nomeado pelo então governador
Geremias de Mattos Fontes.
Chegou até a Assembléia Legislativa do Estado, sendo deputado estadual em 1970 (mandato 1971-1973).
Joaquim
de Almeida Lavoura ocupou posição central no cenário político
gonçalense de 1955 a 1975. Consolidou-se como principal liderança
política municipal da segunda metade do século XX. Sua bem sucedida
trajetória engendrou um processo de mitificação do nome Lavoura e de sua prática política, o “Lavourismo”.
O nome Lavoura
permite a compreensão de um universo político complexo na São Gonçalo
da segunda metade do século XX, que vem sendo apresentado nos
depoimentos dos seus antigos colaboradores. Neste contexto, esta
liderança deve ser entendida como o político profissional, que constrói
sua prática política e imagem pública com grande habilidade. Deste modo,
em muitos aspectos, a compreensão do que o município de São Gonçalo é
hoje remete às transformações engendradas neste período e, logicamente,
remetem a Joaquim Lavoura.
O
seu terceiro mandato de prefeito veio em 1973, durando até sua morte em
1975, assumindo em seu lugar o vice-prefeito Zeyr de Souza Porto. “Ele
não admitia área de conforto à base de sustentação governista. Sempre
conseguia maioria na Câmara Municipal, porém, com pouca diferença e sem
pulverizar a oposição. Isso para, justamente, fazer os parlamentares de
apoio se articularem mais” segundo o ex-prefeito de São Gonçalo (1967-71) Osmar Leitão Rosa.
O estilo político de Joaquim Lavoura o consolidou como uma liderança no Estado. “Houve
uma eleição que dois deputados federais e cinco estaduais do grupo dele
foram conduzidos à vitória. Até hoje, não me lembro de algo parecido”, segundo Josias Ávila, ex-deputado estadual.
“Conheci
Lavoura em 1963, quando trabalhava em um jornal carioca e me mandaram
entrevistá-lo. Eu o encontrei em cima de uma reto-escavadeira no bairro
Patronato, retirando lama das ruas. Surgiu uma boa amizade e depois
terminei por fazer o cerimonial de sua morte, quando milhares de pessoas
o acompanharam a pé, até a sua derradeira morada, no Cemitério de São
Gonçalo, em seu mausoléu.
Uma
boa lembrança que tenho de Lavoura, é a de quando tomávamos cafezinho
na madrugada, em um bar na esquina da entrada do bairro Covanca. Depois,
ele mandava seu motorista levar-me em casa”. - relata o jornalista Assueres Barbosa
Vítima
de complicações pulmonares, faleceu no dia 12 de novembro de 1975, aos
62 anos. Mais de 10 000 pessoas assistiram ao seu funeral no Cemitério
de São Gonçalo, onde está seu mausoléu.
O deputado José Luiz Nanci discursou2 na ALERJ sobre Lavoura:
“Boa tarde senhor presidente, deputados e deputadas
Ocupo
hoje esta tribuna para falar do ex-prefeito de São Gonçalo Joaquim de
Almeida Lavoura, que se estivesse vivo completaria 100 anos no próximo
dia 4 de abril. Homem de origem simples, ele fixou raízes em meu querido
município e se destacou nas atividades políticas e humanitárias.
Para
celebrar e marcar o centenário de nascimento de Joaquim Lavoura, foi
criada uma Comissão Especial, presidida pelo professor Frederico
Carvalho. A Presidência de Honra (In Memoriam) da Comissão foi atribuída
ao também ex-prefeito Hairson Monteiro, que também já foi deputado
nesta Casa.
A
Comissão elaborou uma vasta programação para comemorar o Centenário de
Joaquim Lavoura. Em boa hora, o prefeito Neilton Mulin baixou um decreto
declarando 2013 como o Ano do Centenário de Nascimento do Prefeito
Joaquim Lavoura. Uma justa homenagem. A Câmara Municipal também está
participando desses festejos.
Da
mesma forma, diversas entidades da sociedade estão apoiando a
iniciativa, como o Rotary Clube e o Lions Clube, a Academia Gonçalense
de Letras, Artes e Ciências, entre muitas outras.
Trago
esses eventos ao conhecimento de todos porque Joaquim de Almeida
Lavoura também integrou esta Casa, de 1971 a 1973, e merece ser cultuado
pela sua história.
Morreu
em 1975, pobre, sem acumular riquezas, se mostrando um grande homem,
ícone de honestidade e trabalho. Até hoje, seu nome é lembrado e suas
ações são engrandecidas.
Obrigado a todos!”
O
político do cigarro de palha e do chapéu, mostrando seu poderio
político, elegeu membros do Grupo Lavoura, como Geremias de Mattos
Fontes (prefeito em 1958/1962) e Osmar Leitão Rosa (prefeito em
1966/!970). Isso sem falar em deputados federais, estaduais e
vereadores.
Joaquim Lavoura foi citado pela revista norte-americana Times, como um dos melhores administradores de cidades no Mundo.3
1-
Seguindo a trajetória de do prefeito Joaquim Lavoura, podem ser
citados nomes de políticos com brilhantes carreiras em São Gonçalo, o
chamado “Grupo Joaquim Lavoura”, como: Geremias de Mattos Fontes -
vereador, prefeito, deputado federal e governador do Estado do Rio;
Osmar Leitão Rosa - vereador, prefeito e deputado federal; Hairson
Monteiro dos Santos - vereador, prefeito e deputado estadual; Zeyr de
Souza Porto - vereador, prefeito e deputado estadual; Josias Ávila
Júnior - deputado estadual; Ayrton Rachid - vereador e deputado
estadual; Antonio Maia - vice-prefeito
2- quinta-feira, 28 de março de 2013
3- revista “Veja” - 19/11/ 1975, n.° 376, pág; 113
terça-feira, 2 de abril de 2013
Que Título Darei ao Meu Livro?
Leo Vieira
O que fazer quando a sua ideia está bem elaborada, virou um bom texto, porém o título provisório ainda não fechou bem com toda a obra? Isso não acontece somente com nós, mas também com muitos escritores conhecidos.
Não se preocupe com títulos simples, como "O Jardineiro", "A Guerra", "O Paraíso", porque esses tipos são fáceis de marcar. Você também pode se aprofundar e ser mais ousado e criativo, como "Entre Gramas e Rastros", "Despojo de Saudade", "Passaporte para o Infinito". Perceba que esses títulos são os mesmos citados antes, respectivamente, porém foram mais incrementados.
Se você faz opção pelo primeiro exemplo de título, não se preocupe se alguém já escreveu antes ou se será plagiado, porque nessa situação é muito natural vários livros terem o mesmo título. O que vai distinguir os livros com o mesmo título é o ISBN (International Standard Book Number), que é o identificador do livro para o leitor, editora e livraria. Na Biblioteca Nacional, alguns livros nem mesmo título tem. São registrados e definidos com o nome do autor e a data de registro.
Mas nunca se prenda ao título para construir o seu livro. E se, por acaso, a história tomar outro rumo, obrigando a descartar o título original, não se preocupe. Deixe a história te guiar que logo um título mais conveniente irá lhe aparecer.
Pra encerrar, deixo uma breve crônica: Um barbeiro estava cortando o cabelo de um conhecido escritor e o profissional aproveitou a situação para falar de um livro escrito que mantinha engavetado há anos porque faltava apenas colocar um título apropriado. O escritor já estava impaciente com as lamúrias do barbeiro e não estava interessado em ajudar a batizar a literatura, porque teria que ouvir sobre a mesma. Logo, ele tratou de questionar:
- O seu livro fala de cornetas?- pergunta o escritor.
- Não!- responde o barbeiro.
- O seu livro fala de tambores?- pergunta o escritor.
- Também não. O tema é bem diferente.- resmunga o barbeiro.
- Então; está aí um bom título: "Nem Cornetas, Nem Tambores."
Leo Vieira é secretário da Sociedade de Artes e Letras de São Gonçalo (SAL)
autor do livro "Alecognição", aventura gonçalense publicada pela Editora Lexia.
Escritor acadêmico em mais 27 Academias e Associações literárias;
ator; professor; Comendador;
Delegado Cultural em duas cidades e Doutor em Teologia e Literatura.
Reinventando com Literatura Fantástica
Ultimamente, na Literatura e nos cinemas (onde é muito mais evidente) a literatura fantástica está tomando espaço no reinvento de remake de muitos enredos do passado.
Isso está cada vez mais comum em um mercado onde a criatividade parece estar um tanto quanto saturada e o público busca mais uma novidade mais visual. Infelizmente, nos livros se tem visto isso também, cujo títulos embarcam na onda de outros livros mais populares. Até mesmo o "50 Tons de Cinza", de E.L. James, ganhou versões semelhantes no mesmo gênero e enredo. A série Crepúsculo, de Stephenie Meyer, também deu uma cria imensa, com direito a prateleira própria reservada para temas vampirescos em diversas livrarias.
No cinema, a aposta para aproveitar um tema com mais criatividade é apelar para a literatura fantástica. Um exemplo muito claro é "Avatar", de James Cameron. Ao analisar o roteiro, vemos que não tem nada de original. É a mesma história de "O Último dos Moicanos", "Dança com Lobos" e "O Último Samurai". Um personagem se infiltra com uma tribo inimiga e acaba se voltando contra os seus compatriotas. No caso do "Avatar" apenas incrementaram com uma vasta tecnologia e surrealidade, transformando a ideia original (tribo indígena), por uma tribo alienígena em um planeta distante.
Star Wars é uma história de faroeste no espaço, Star Trek é uma história de expedição também com o espaço como cenário. O esqueleto é o mesmo, porém a inserção de vísceras para sustentar o corpo da história é diferente. Mas no aspecto comparativo são todos iguais. A criatividade do autor que vai diferenciar.
Compare os detetives da literatura. Existem vários. Mas também parece que todos são muito diferentes. Isso porque cada autor procura se atentar às semelhanças literárias e focar o seu estilo na construção das obras. O americano Robert Langdon (de Dan Brown) e o português Tomás Noronha (de José Rodrigues dos Santos) são personagens extremamente parecidos. Ambos são professores universitários e sempre são convidados para solucionar enigmas, que acabam tomando proporções no nível de Indiana Jones. Porém a grande diferença deles estão no estilo literário. Enquanto Robert Langdon é narrado por diversos labirintos e um desfile de curiosidades durante o decorrer das páginas, Tomás Noronha atravessa a aventura em uma narrativa mais verossímil, com aspecto de texto de reportagem jornalística, fazendo o leitor até mesmo acreditar em certos pontos da ficção.
Ao aproveitar uma ideia já conhecida, estude e pesquise muito. A receita do bolo é a mesma, porém a sua habilidade que tornará o quitute mais especial. Tenha boa dosagem ao confeitar a escrita para garantir bom apetite na leitura!
Leo Vieira é secretário da Sociedade de Artes e Letras de São Gonçalo (SAL) e autor do livro "Alecognição", aventura gonçalense publicada pela Editora Lexia.
Escritor acadêmico em mais 27 Academias e Associações literárias; ator; professor; Comendador; Delegado Cultural em duas cidades e Doutor em Teologia e Literatura.
Comparando e Mesclando Romance Comum com Literatura Fantástica
Acompanhamos dicas sobre a diferença na hora de elaborar uma literatura fantástica. Agora vamos voltar e analisar mais detalhes para usufruir da qualidade da aventura.
Muito cuidado na hora de descrever os personagens fantásticos. O escritor deve sempre fazer com que o leitor seja cúmplice das emoções dos personagens e nunca do narrador. Descrever um fantasma é um balde de água fria no clímax da leitura. É muito mais emocionante o leitor deduzir um fantasma através da emoção do personagem. O autor deve esculpir os personagens e ilustrar as cenas com as palavras.
Lembre-se que em seus livros, Monteiro Lobato nunca descreveu que a Cuca era uma jacaré-fêmea; apenas que ela era uma bruxa que se parecia com um jacaré. Já as crianças do livro achavam que era uma jacaré-fêmea que se parecia com uma bruxa.
Outro exemplo está na série Crepúsculo, de Stephenie Meyer. Por estar narrado em primeira pessoa, e a obra toda ser sob a perspectiva da donzela, a obra consegue dosar muito bem da surrealidade. Em muitos momentos, dá a entender que Bella está vivendo em um longo sonho (ou pesadelo).
A história é original? É claro que não! É somente mais uma história de amor dividido. A Donzela indecisa sobre o Playboy e o Plebeu.
Talvez até seria a excentricidade da família de Edward que fizesse pensar que todos eles fossem vampiros, assim como o vigor atlético de Jacob em seu estilo rústico na vida do campo, que o faça pensar que ele seja um lobisomem e pertença a uma matilha.
Viajou com essa refutação? Então; é assim que você deve fazer para conduzir seus leitores nas viagens literárias.
Nunca se esqueça que se você inserir uma criatura bizarra do nada na história, você terá que se esforçar e contar sem pressa como aquele bicho foi para ali. E mais; a criatura precisa ter um motivo para estar naquela história. Cuidado com a poluição literária. Literatura Fantástica NÃO é Literatura Ilógica.
Leo Vieira é secretário da Sociedade de Artes e Letras de São Gonçalo (SAL) e autor do livro "Alecognição", aventura gonçalense publicada pela Editora Lexia.
Escritor acadêmico em mais 27 Academias e Associações literárias; ator; professor; Comendador; Delegado Cultural em duas cidades e Doutor em Teologia e Literatura.
É o Momento Certo para Escrever Literatura Fantástica?
Muitos leitores e escritores ficam motivados para o momento ideal de construir aquela ideia, até transformá-la de vez em uma ficção de qualidade. Não basta apenas isso. É preciso também saber desenvolver o enredo e personagens a ponto de deixá-los aceitáveis e verossímeis para os próximos leitores.
A Literatura Fantástica está tomando forma e espaço ao longo dos anos, mas isso não significa que o inventável pode ser colocado na realidade da história através das páginas com pouco preparamento. É necessário uma análise mais racional para que a mente não devaneie demais, fazendo o autor liberar coisas escabrosas, ferindo a história por completo. Literatura fantástica não significa escrever absurdos. Devemos ousar na criatividade, porém ter mais controle no que se for criar seja realmente necessário, sem perder o contexto.
Ao desenvolver personagens exóticos, seja prudente nas características, assim como nos cenários. Se for criar um completamente original, tenha uma base em sua estrutura, respeitando as coordenadas. Não crie cenários inconstantes, nem mesmo personagens sem nexo com a história, ou que se percam nos propósitos durante os capítulos. Uma história de Literatura Fantástica precisa ter início, meio e fim, assim como todos os gêneros. Outro ponto essencial é: será que realmente o enredo exige cenário e personagens excêntricos?
Leo Vieira é secretário da Sociedade de Artes e Letras de São Gonçalo (SAL) e autor do livro "Alecognição", aventura gonçalense publicada pela Editora Lexia.
Escritor acadêmico em mais 27 Academias e Associações literárias; ator; professor; Comendador; Delegado Cultural em duas cidades e Doutor em Teologia e Literatura.
sábado, 23 de março de 2013
Calendário das Homenagens ao Prefeito Joaquim Lavoura
(Primeira versão: 15/03/2013)
ABRIL
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Data / hora
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Evento
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Local
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Responsável
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04
(10h) |
Abertura Oficial do Centenário do
Prefeito Joaquim Lavoura
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Monumento, na Praça Estephânea de
Carvalho (Zé Garoto)
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Comissão e Prefeitura
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05
(19h) |
Sessão Solene da Câmara Municipal em
homenagem ao Centenário do Prefeito Joaquim de Almeida Lavoura
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Ordem dos Advogados do Brasil
(8ª Subseção) |
Vereador Diego São Paio / Câmara
Municipal
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10
(10h30min) |
Palestra para os alunos do turno da
manhã da Escola Municipal Joaquim Lavoura (Ex-Deputado Estadual Josias Ávila)
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Escola Municipal Joaquim Lavoura
(Atividade Interna) |
Escola Municipal Joaquim Lavoura
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10
(15h30min) |
Palestra para os alunos do turno da
manhã da Escola Municipal Joaquim Lavoura (Jornalista e historiador Jorge
Nunes)
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Escola Municipal Joaquim Lavoura
(Atividade Interna) |
Escola Municipal Joaquim Lavoura
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19
(19h) |
24º Aniversário da Escola Municipal
Joaquim Lavoura
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Escola Municipal Joaquim Lavoura
(Atividade Interna) |
Escola Municipal Joaquim Lavoura
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MAIO
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1º
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Lançamento para as mídias, dos
Regulamentos do Concurso de Redações e Concurso Estadual de Trovas, com o
tema “Prefeito Joaquim Lavoura”
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Imprensa e Blogs
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Comissão do Centenário / Academia
Gonçalense de Letras Artes e Ciências / União Brasileira de Trovadores
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JULHO
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31
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Data final para postagem ou entrega de
redações ou trovas dos respectivos concursos
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Conforme regulamento
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AGLAC / UBT
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AGOSTO
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31
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Divulgação do resultado dos Concursos
de Trovas e Redações
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Conforme o regulamento
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AGLAC / UBT / Comissão do Centenário
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SETEMBRO
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20
(Noite São Gonçalo) |
1)
Palestras:
a. Lavoura-Pessoa
(Professora Marlene Salgado de Oliveira)
b. Lavoura-Político
(Desembargador Jorge Loretti)
c. Lavoura-Administrador
(Deputado Osmar Leitão Rosa)
2)
Premiação do Concurso de Redações
3)
Premiação do Concurso de Trovas
|
Centro Cultural Joaquim Lavoura
(Lavourão)
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Comissão do Centenário / Secretaria de
Cultura e Secretaria de Educação do Município de São Gonçalo
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22
(Dia do Município de São Gonçalo) |
Desfile Cívico-militar do Dia do Município, com o tema
ligado à vida e à obra do Prefeito Joaquim Lavoura
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Trajeto viário a ser decidido pela
Prefeitura Municipal
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Prefeitura Municipal de São Gonçalo
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NOVEMBRO
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12
|
Encerramento das homenagens do “Ano do Centenário do
Prefeito Joaquim Lavoura”
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Mausoléu de Lavoura, no Cemitério
Central de São Gonçalo
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Prefeitura Municipal / Comissão do
Centenário
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