Schelling




Schelling

Com Fichte a realidade do objeto desapareceu. O Não-eu apenas sendo a produção do eu. Aqui ele se diferencia de Kant, que deixou sujeito e objeto como correlatos, um dando validade ao outro. No mesmo ponto, Schelling se diferencia de Fichte. Os argumentos que se desenvolveram para a existência do objeto não certamente previram igualmente contra a existência do sujeito. Mas porque deveríamos não acreditar na existência do mundo externo, ou porque deveríamos duvidar da nossa própria existência? Depois de todas as nossas razões, o fato ainda permanece: que nós não existimos, e com nossa existência emerge face a face uma existência que não é nossa. O Eu e o não-eu continuam afirmar o ser é nossa. O Eu e o não-eu continuam afirmar o ser deles – o sujeito como validamento do objeto, e o objeto como validamento do sujeito. Os dois são reais, qual? Fichte diz que é o sujeito. Schelling diz que ambos são reais, mas eles têm suas realidades na identidade dos dois. O processo de pensamento nos revela não meramente um sujeito ou um objeto, mas ambos como um – a mente pensante e a coisa pensada. Nós não podemos separá-los, porque nós não podemos ter um sem o outro. O Eu é então, evidentemente, um sujeito-objeto. É ua possessão da mente em si mesma,e sua própria espontânea evolução envolve o potencial no verdadeiro. Pensar é, então, idêntico como o ser, porque não pode haver pensamento sem a coisa pensada e essa coisa pensada não pode ser separada da mente pensante. Não pode haver conhecimento sem uma coisa conhecida. Um conhecimento verdadeiro, que, no entanto, só pode ser um conhecimento de si como sujeito e do objeto – em outras palavras, um conhecer-se. O que é, então, verdadeiro para o eu humano é igualmente verdadeiro para o eu do universo – o absoluto ou fundamental Eu. Ele é, também, uma mente conhecedora, idêntica com as coisas existem como potencialidades e vem como verdadeira. Esse Eu, para usar a expressão de Fichte, é uma absoluta atividade cujos movimentos são representados para nós no tempo e no espaço. A atividade do finito eu e o resultado do seu ser a tua como o Eu do universo. O espírito do mundo é conhecido em si mesmo como sujeito e objeto em todo indivíduo, tanto que em sua essência interna cada homem é real everdadeiro; mas como sua forma e personalidade, ele é imaginário e insubstancial.
Nós temos dito que Schelling, no ponto da realidade do mundo externo se distingue de Fichte, ainda apenas para dar realidade ao mundo externo da sua conexão necessário com o ideal. Isto pode ser mantido, e, justificado, por que como ainda em seu ponto de distinção a Fichte para a natureza, ele é totalmente deduzido da essência do Eu. Os escritos primeiros de Schelling não nos mostram uma rápida distinção de Fichte, mas um gradual desenvolvimento, imperceptível, que se tornaria para ele mesmo, de uma doutrina do Eu para uma filosofia da natureza. Nos últimos escritos, o ponto de distinção é frequentemente mudado. Schelling sentiu que, entre filósofos reais, a harmonia é maior do que a diferença. Em toda nova forma que a expressão do seu próprio filósofo tomou, ele identificava-a com alguma outra que o filósofo anterior a ele usava. Tendo morrido sem dar ao mundo a exposição tão longamente esperada que ele iria mostrar o acordo de todas as formas que a sua doutrina assumiu, nós não temos alternativa a não ser seguí-los em seu desenvolvimento histórico. Isto é dividido por Schwegler em cinco períodos. No seu primeiro, Schelling concorda com Fichte. No segundo, ele tinha avançado no reconhecimento de uma ciência da natureza como distinta da ciência da mente. No terceiro, ele concorda com Espinoza. No quarto, com Plotinus; e, no último de todos, com Jacob Boehme, de quem ele coloca que não se envergonha de beber na sua fonte.

I – Schelling concorda com Fichte. Ele discursa sobre o Eu, e dele, deduz a natureza. Ele vê nos processos da natureza correspondência com aqueles processos da mente. Como sentimento, percepção e conhecimento são o resultado do antagonismo de duas potências – o ilimitado e o limitado – que constituem a mente, então importa que a produção de atração e repulsão. A essas forças, sendo originais, está a matéria, não e algo grosseiro e inerte. A força é o que nós podemos comparar à mente. O embate que constitui a mente do ser precisamente do conflito dessas forças opostas, que constiuem a matéria, nós precisamos olhar como uma identidade alta para a união das duas. O mesmo absoluto é manifestado no mundo externo como na mente. A natureza é a mente visível, e a mente é a natureza invisível. No ponto crucial do ser do Eu, o mundo interno vem antes. Ele é, então, seguido pelo mundo externo, como sua cópia. A mente produz essa cópia nesse caminho de auto-conhecimento. Na cópia os estágios mentais sucessivos são visivelmente marcados. A vida orgânica sendo a maior, em sua especial mente faz transcender a produção de si mesmo. Cada planta margeia algum elemento da mente. Cada organismo é uma interpretação da forma e da matéria. Como a mente, a natureza, também, está para um propósito, e pressiona com isto, fora disto. Toda a natureza procede de um centro, progredindo dentro e fora para mais altos estágios. O prévio modo dessa atividade, o elemento, por assim dizer, na sua existência, é o conflito de opor forças. Esses são os que estão na mais alta unidade, e pegos juntos, eles levam a ideia de um princípio organizado que faz do universo um sistema; em outras palavras, a ideia de uma alma do mundo. Embora a natureza e a mente sejam nada mais do que dois lados do mesmo Absoluto, ainda a ciência de cada uma é uma ciência distinta uma da outra por si mesma. Aqui Schelling progride para a segunda forma da sua filosofia, onde ele distingue entre uma filosofia da natureza e uma filosofia da mente.

II – A distinção, contudo, é apenas provisória e para os propósitos da filosofia. O desenvolvimento da unidade fundamental é até mantida à vista. Nós podemos começar com a natureza, e traçar retrogradamente, o progresso da mente, ou nós podemos começar com a mente e estudar o processo dela para o mundo externo: Alguém nos dá a filosofia natural, que se refere a uma explanação do ideal para o real, a outra, filosofia transcendental, que procura explicar o real pelo ideal.
A natureza, que para alguns, significa morte, e se move apenas por um poder externo a si mesmo, é para o filósofo verdadeiro uma viva energia fundadora nela mesma. É a absoluta Unidade manifestando a si mesma no lado fenomenal. É o movimento entre a atividade produtora e o produto. Dizendo absolutamente é a atividade infinita ou produtividade, mas seu ser sendo atrelado em expressar a si mesmo, dá infinitos produtos. Esse produtos individuais finitos são apenas fenomenais, abaixo de cada um dos quais a natureza ela mesma avança. O individual é contrário à natureza; ela deseja o Absoluto, e deseja expressar a si mesma em constante esforço. Todos os diferentes como esses produtos finitos são, natureza, ainda, deixa em tudo a impressão da sua unidade. Nós podemos dividir e subdividir, mas apenas para retornar novamente à original indentidade. Os poderes na natureza são distribuídos em diferentes medidas a várias classes de seres, e a organização de todas as coisas orgânicas é uma. A vida de uma planta é nada menos do que o menor degrau da vida com que é vista pelo homem. No mundo inorgânico parece que perdemos o traço dessa unidade. Mas ainda nós achamos gradações e processos correspondentes às gradações e energias da existência orgânica. Há um terceiro princípio o meio que o orgânico e o inorgânico são novamente unidos – alguma causa última com a qual eles são um, a parte da qual um espírito comum de natureza, ambos, orgânico e inorgânico tem mais uma vez sua origem e identidade.
No lado transcendental da filosofia concerne ao Eu, o sujeito vigilante. Começando com a mente, nós devemos estabalecer a validade e explanar o caráter das congnições mentais. O senso comum dá ao mundo uma existência fora de nós mesmos. O primeiro problema da filosofia transcendental é explicar esse pré-julgamento do senso comum. Isto constitui uma filosofia teórica, a qual, começando com o Eu, desenvolve a história da autoconsciência através de seus diferentes estágios de sensações, abstração intuitiva e vontade. Isto explica a origem do mundo externo na intuição produtiva, e a existência do tempo e do espaço no fora e no dentro da intuição.
Com o ato da vontade surge o segundo problema: como nós podemos produzir um efeito frente ao mundo objetivo de acordo com as representações que vem livremente conosco. A solução disto é a filosofia prática. Aqui o Eu não está mais inconscientemente vigiando, mas está conscientemente produzindo. O Absoluto é revelado a si mesmo com auto determinação do espírito humano. No esforço de resolver esses problemas, a filosofia transcendental acha a si mesma engajada na solução de um problema ainda maior, que é, a reconciliação do subjetivo e do objetivo. Isto pode apenas ser feito no degrau em que a atividade por dentro com o mundo objetivo seja produzida originalmente idêntica com a atividade que a ultrapassa em si mesma na vontade. Essa identidade do consciente e do incosciente na natureza é mostrada pela filosofia da arte. A peculiaridade da natureza é que ela exibe a si mesma como nada menos do que um mecanismo cego, e ainda mostrando isto no seu projeto originário. Representa como uma identidade do seu objetivo cônscio e a atividade inconsciente objetiva. Na natureza o Eu vigia sua mais peculiar essência que consiste sozinha nessa identidade. Essa contradição entre o cônscio e o inconsciente, que é inconscientemente reconciliado na natureza, acha sua perfeita reconciliação com o trabalho da arte. Nisto a inteligência acha uma perfeita intuição em si mesma. O desconhecido, que perfeitamente se harmoniza com o objetivo e com a atividade cônscia, não é nada a mais do que o absoluto e a imutável identidade que toda existência deve ser referida.

III – Na terceira parte Schelling tem avançado do idealismo de Fichte, para o realismo ideal de Espinoza. O segundo período é a história desse progresso. Agora o estágio é alcançado e Schelling adota a definição de matéria de Espinoza, como que expressando a si mesmo num Ser eterno e infinito. Ele repete, também, com convicção acrescida de veemência esta verdade, outro dos sentimentos de Espinoza, “quanto mais nós conhecemos as coisas individuais, mais conhecemos Deus”; e para aqueles que buscam a ciência do Eterno Eu-hood, ele diz: “Venha para a física natural e veja ele aqui.” Isto pode, ele dizia, satisfazer estes pretendentes a filosofia como Epicuro e seus discípulos para estabelecer a matéria como simples átomos; mas isto foi parcialmente intuido e parcialmente conhecido por homens sábios da antiguidade, que a matéria tivesse outro lado do que o lado aparente, e que a dualidade esteja nessa raiz. E desde que a questão tem sido veiculada novamente em tempos modernos, foi concluído que a dualidade era de um terceiro princípio, e que a matéria representa um triplo conjunto em si mesmo, e idêntico em si mesmo. O princípio fulgor da natureza nos ensinou o que o último nos ensinou. A matéria não expressa nada mais, nada menos do que o elo com o qual a razão, a eterna unidade do infinito com o finito. Nas coisas visíveis nós reconhecemos a pura essência com a qual não somos aptos a explicar, ainda que nós nunca vejamos a essência por si mesmo, mas sempre e em todo lugar numa maravilhosa união com a qual não se pode ser em si mesmo e, sim, explicar apenas pelo ser, na sua essência. Isto que não pode ser uma essência por si mesmo é chamada o finito ou a forma. Isto não é primeiro um ago pelo infinito, vindo a ser, nem por essa vinda aparecendo ao infinito, mas na identidade com o infinito. Eles sempre aparecem unidos. A necessidade que faz deles um só é o elo ou cópula, com a qual deve ser a si mesma o único real e verdadeiro Infinito.
Schelling repete essa ideia numa multitude de formas. O Absoluto é a cópula do finito e do infinito, o ser do ideal e do real, a identidade do sujeito e do objeto, a unidade da mente e da matéria. O lado que é real, ou a natural, o outro lado é o ideal. O símbolo do Absoluto é o magneto, onde o princípio do um, constantemente manifesta em si mesmo dois pólos e, ainda, está no âmago como sua identidade. Dividirndo o magneto, toda parte será um sistema completo em si mesmo: dois pólos e um ponto de divergência. Apenas como cada parte do magneto é o magneto inteiro em miniatura, então também todo desenvolvimento individual na natureza é um universo em miniatura; desde, no entanto, que a preponderância do real seja a característica da natureza,o ideal, embora presente, é deixado como se fosse a escravidão da matéria, a palavra margeando para o açambarcar da realidade. Mas numa gradação sempre surgida nos efeitos ideais do desancantamento dos membros dessa gradação de novo açambarcamento o tipo – real, ideal, identificado, onde será lembrado em cada um deses três, ambos os princípios estão presentes, então o que os poderes ou potências na natureza representa apenas suas particulares quantitativas diferenças.
Nós não precisamos seguir Schelling nos detalhes da sua filosofia natural. É suficiente marcar o princípio com o qual ele está graduando; a identidade do objeto com o sujeito. O ideal é representado como sombra em si mesmo, além do real. As ideias são produzidas e, de novo, são necessariamente produtivas. Elas são relacionadas com cada uma como são relacionadas com a unidade original.
O todo resulta da continuação da subjetividade-objetividade, que, de acordo com uma das primeiras leis da forma do absoluto, vai ao infinito é esta – que o todo do universo absoluto com todas as hierarquias do ser é reduzida à Unidade absoluta. Nela nada é verdadeiramente individual, e nada é ainda, o que não é ideal absoluto, o espírito inteiro – pura “natureza que produz.”
Os antigos diziam que Deus, que era o centro com o qual era aqui, tinha uma circunferência em nenhum lugar. “Por outro lado”, diz Schelling, “para definir o espaço, nós devemos dizer que com uma circumferência em qualquer lugar meramente, e sem centro em nenhum lugar, o espaço, tal como o vemois é mera forma de coisas sem o elo, “Sua irrealidade, então, é evidente, o que mostra nada mais do que desejo de poder, sua destituiçãodo ser. Nós não podemos definir o espaço, porque não há nada nele para definir, nem podemos dizer como foi criado, porque como podemos falar da criação com aquilo que é não-ser? O elo como o um, mas multiplicidades negativas, a multiplicidade como própria subsistente, e, ao mesmo tempo, espaço negativo na forma desa própria subsistência multiplicidade. Enquanto o elo do espaço negativo como forma da multiplicidade própria-subsistente,ela também se posiciona no tempo – a outra forma da finitude. O tempo é a expressão do um na oposição do muitos. Seu centro está em todo lugar, sua circumferência está em nenhum lugar. As coisas temporais surgem, como eram, surgidas borbulhando do eterno, e são posicionadas no tempo. No ser sem ser do tempo, o real é a eterna cópula sem tempo que não pode ir além. Todo momento é uma eternidade sem divisão. Se não vemos a eternidade no momento, não podemos ver nada em nenhum lugar, e o momento em si mesmo não poderia ser vazio. O universo está além de todo tempo e espaço. É apenas a imaginação com a qual muda o infinito de todo grande que não difere da última pequena e a de duração sem fim, não difere de um momento. Nem o começo, nem o fim, mas ambos em uma só vez, porque o tempo não é tempo nem espaço. A duração é pequena mas a eternidade é menor ainda. A eternidade está em todo momento, como a substância está também toda num ponto e no infinito. A duração infinita, onde é conveniente, não pode criar eternidade, nem pode a menor duração aniquilá-la.

IV- Na quarta parte a filosofia de Schelling está aliada ao neo-platonismo. Ele tinha passado pelo I-hood de Fichte, ao naturalismo ideal de Espinoza; e agora ele vem reconhecer em Plotinus um degrau de absoluto conhecimento na mente em si mesma. Nós dizemos que ele passou de Fitche a Espinoza, mas a transição não foi um esforço violento. Não havia nenhuma barreira para ser ultrapassada. O em-si-mesmo do Eu vem de todos os limites e em oposição está o em-si-mesmo Absoluto. Espinoza, bem como Schelling, reconheceu a intuição do intelecto com o último degrau e certamente do conhecimento. A razão não tem apenas uma ideia de Deus, mas é em si mesma, essa ideia. A identidade do sujeito e do objeto, o conhecer e o conhecido é uma revelação imediata de Deus. “Eu sei”, diz Schelling, “algo maior que a ciência. E se a ciência tem apenas esses dois caminhos abertos antes do conhecimento – via análise ou abstração, e que de derivação sintética, então, nós negamos que toda ciência da Especulação do Absoluto é tudo – que é um observador do que está em Deus. A ciência em si mesma tem produzido apenas o que tão longe ela vai especulativamente – o que é, apenas o que tão longe vai a contemplação de Deus como ele é. Mas o tempo irá vir quando as ciências estarão mais e mais próximas, e o conhecimento imediato terá lugar. O olho dos mortais fecha apenas na maior ciência quando ela vai tão longe quanto o homem vé, mas se abre o olho divino quando o observador eterno agora vê nele.“ Mas o concordar com o observador de Schelling e com o neo-platonismo não consiste meramente numa adoção de um ponto de início na intuição intelectual. Ele tem, até aqui, feito da filosofia natural, a ciência do divno, e tem mostrado a identidade do ideal e do real. Mas o mundo externo ainda apresentava uma dificuldade, a qual ele não podia ignorar. Esta dificuldade se estabeleceria em quarto lugar como algo distinto do Absoluto. Em verdade, ainda, as coisas finitas não tem realidade neles mesmos; mas vindo de onde das suas existências irreais? Vindo de onde tinha essa ciência do mundo sua origem? Não, certamente, em qualquer realidade imparcial a isto vindo do Absoluto, mas numa completa queda,fora e separada do Absoluto. Restarurà-la é tarefa do tempo. A história recordada do progresso da reconciliação. Deus é manifestado em si mesmo lá e, quando essa manifestação é completa, então também será a restauração do mundo.

V – O elemento místico que aparecera tão decidamente na quarta parte da filosofia de Schelling, fora ainda mais desenvolvida e completamente, na quinta e última parte. Ele expresamente abandona Espinoza pela companhia de Jacob Boehme. O filósofo de Gorlitz, enquanto mantinha a fundamental união entre Deus e a natureza, sempre tinha deixado definitivamente distinguido o conceito entre estes. Schelling tinha feito o mesmo nas primeiras formas da sua filosofia, mas o método de Boehme parecia reclinar-se num maior definitivo teísmo, e ser livre às objeções que o espinozismo tinha exposto.
Esse método foi reconhecido como um abissal Nada, no qual Deus e a natureza tem seu começo eternamente. Schelling chamava de “o degrau original”, ou até mesmo o “não-degrau”. Isto não é meramente uma ideia, mas algo real e atual. Não é meramente uma ideia, mas algo real e atual. Não é Deus em si mesmo considerado verdadeiramente, mas apenas o degrau da sua existência. É a natureza em Deus; uma essência inseparável dele, e ainda assim, diferente. A relação é explanada analogicamente através do poder da gravidade e da luz na natureza. O poder da gravidade vai antes da luz e em seu degrau de escuridão eterna do ser, que não é em si mesma verdade, e que desaparece na noite, enquanto a luz se revela no outro caminho. Esse “degrau original” ou “não-degrau” é uma indiferença absoluta. Agora a indiferença não é o produto de opostos, nem é o que está implicitamente contido nele, mas uma essência diferente de todas as oposições e na qual todas as oposições se desfazem. Não é nada mais do que sua aniquilação, e, no entanto, não tem predicado, mas é impredicável. O “sem-degrau” vem antes de toda existência. Mas a sua precedência não é uma no tempo. Não há lá nem o primeiro nem o último. O um é nada sem o outro, então Deus é ambos, com o qual existe; e de novo, o primeiro do degrau – desde que o degrau seja como tal, possa ser, se Deus não existe.
Esse degrau da existência de Deus é a natureza em Deus. É também descrito como o princípio não-inteligente em Deus, não apenas como uma mera não-inteligência, mas porque é uma potencialidade – o degrau e o começo do Deus existente – que é de Deus como a sabedoria, ainda, como uma cega e incriada intuição, e não uma consciência sábia. “Eu posiciono Deus”, diz Schelling, “como o primeiro e o último, como Alfa e Ômega; mas ele não é como Alfa o que ele é como Ômega. “No um ele é Deus envolvido; no outro ele é Deus evoluído. Para a evolução da Deidade não é necessárrio que Deus tenha antes sido um objeto, e que o objeto tenha sido ele. Para alcançar a auto-consciência, o Absoluto vem do seu envolvimento inconsciente, que é seu primeiro estado. Ele vem fora por uma evolução necessária, a qual é a revelação do si mesmo-criação. Como ainda ele é nada mais do que parcialmente consciência, sua sabedoria é nada mais do que um instinto cego. Ele é a condição da natureza – é Deus em puro naturalismo. Ele então se torna pura e inteira divindade de quem nós cultuamos – um Deus pessoal. Ele é o primeiro e o último. Como Alfa, ele é Deus envolvido, como Ômega, ele é Deus evoluído. A verdadeira religião reconcilia ambos no culto da maior identidade, aquela que é em uma vez Alfa e Ômega.
Essa natureza em Deus é o elo que une naturalismo e teísmo. Isto é a passagem de Schelling do espinozismo para o reconhecimento da consciência pessoal de Deus. Sem esse elo lá haveria o um de um lado de Deus sem a natureza; de outro lado, a natureza sem Deus. Pode ser questionado se concernindo a perfeita, a verdadeira, porque não é do início? A resposta é o que Deus náo é meramente um ser, mas uma vida, e toda vida tem um destino, e está sujeitado a sofrer e se tornar. Toda vida, sem distinção, vem e surge da condição de evolução, vindo como se coloca sua próxima condição, ela é morta e escura. Até então, isto é um com a vida de Deus. A personalidade fica na união do um independente com o um dependente nele, então, o que esses dois inteiramente penetrados um com o outro e o um. Deus, através da união dele e o ideal principio com o degrau independente, é a maior personalidade. E desde que a unidade viva de ambos é o espírito, então, é Deus, como o absoluto elo, o espírito é um senso eminente e absoluto.
Nós seguimos as cinco divisões da filosfia de Schelling feita por Schwegler, mas na realidade as cinco divisões podem ser reduzidas a duas – que com Schelling concordam com Espinoza, e que com a qual, ele segue Boehme. Ele repudia o epíteto “panteísta”, e fortemente expressa sua crença na personalidade de Deus. Mas quem dentre Espinoza ou Boehme foi mais pantetísta, ou qual deles mais acreditou na personalidade, está “entre as coisas que desejamos saber.”
“O Deus do puro idealismo”, diz Schelling, “bem como o Deus dopuro realismo é necesariamente impessoal. Este é o Deus de Fichte e o de Espinoza, mas para mim Deus é a unidade viva de todas as forças – a união do princípio ideal com si mesmo no seio da sua própria dependência. Este é o espírito do senso verdadeiro apenas.”
Na imortalidade do espírito, Schelling não difere em nada de Espinoza. “O Eu”, ele diz, “com sua essência não submete nem condições nem restrições. Sua primitiva forma é um ser puro e eterno. Nòs não podemos dizer disto, que era ou que será, nós só podemos dizer que é. Isto existe absolutamente. É fora do tempo e além dele. A forma da sua intelectual intuição é a eternidade. Agora desde que é eterna não tem duração, como duração apenas relata ao objeto, como a eternidade propriamente consiste em ter nada do que é feito no tempo.” Isto é a eternidade que pertence a Deus, e, no entanto, pertence ao espírito humano, que acha sua verdadeira vida em Deus – de quem a essência é a essência de Deus, e como isto retorna à busca da sua vida, isto perde sua individualidade, e conhece a si mesmo como um com o Absoluto e o Eterno.
Quando Schelling deu ao mundo sua filosofia da revelação, ele declarou que toda sua estrutura de filosofia era apenas um poema, um “mero poema”. O público, como é dito, nunca tomou por alguma coisa a mais, até incluindo o “último desenvolvimento.”

Livre Tradução do escritor e artista visual Mauricio Duarte (Divyam Anuragi) do livro Pantheism and Christianity . John Hunt . 1884 . Transcendentalismo . Schelling

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