Berkeley
Berkeley
O idealismo do bispo Berkeley
terminou num tipo de panteísmo. O
primeiro estágio da sua filosofia era a negação da matéria em si mesma apartada
da mente percipiente. Locke tinha negado
as qualidades secundárias da matéria, mas ele acreditava numa substância que
era a realidade do mundo fenomenal. Para Berkeley, o fenomenal tem realidade
apenas como atividade da Mente eterna. A
criação não é o vir à existência de coisas que não existiam antes, mas apenas o
ser delas sendo percebido por outras inteligências abaixo do divino. “Eu não
nego”, ele diz, “a existência de coisas sensíveis que Moisés disse que foram
criadas por Deus. Elas existem de toda a
eternidade no intelecto divino e então se tornam perceptíveis da mesma maneira
e ordem como descritas no Gênese. Para
isto, eu tomo a criação como pertencendo a penas a coisas que dizem respeito a
espíritos finitos, onde não há nada novo para Deus.” (Carta à Lady
Percival). As coisas reveladas aos
sentidos são meramente fenomenais. Elas
não têm substância em si mesmas, mas dependem de Deus para sua permanência e
substancialidade. Foi mostrado (pelo
falecido Professor Fraser), que os pontos em comum da filosofia de Berkeley são
geralmente extraídos de seus primeiros livros quando o objeto era provar o
caráter fenomenal das coisas dos sentidos.
Nos seus últimos livros ele é mais engajado em mostrar que as coisas dos
sentidos são uma revelação do espírito.
Os trabalhos de Berkeley são todos escritos proximamente em defesa da
religião. Ele floresceu quando a
controvérsia do deísmo alcançou sua crise. Os deístas, ele trata como ateístas,
utilizando sua filosofia em defesa do teísmo.
Seu maior argumento é o de que as manifestações da mente pelo universo
mostram um Agente vivo tão claramente quanto os trabalhos de um homem mostram
uma mente humana. Essa é a mente com a
qual somos cognoscitivos. A criação não
pode ser separada da mente. Ela não
existe, mas como está conectada com a mente,
Deus fala ao homem por sinais sensíveis tão planejadamente como os homens falam uns com os outros e a mesma
evidência que nós temos da existência dos outros homens, nós temos da
existência de Deus.
O desenvolvimento da filosofia de
Berkeley num tipo de panteísmo tomou uma forma excêntrica. Ele escreveu um tratado no qual as virtudes
do alcatrão-água são colocadas, onde ele imaginou ter encontrado um remédio
para todas as doenças com as quais o frescor humano e acometido. O espírito ácido, ou a alma vegetal, que é
extraída do alcatrão pela ajuda da água tinha propriedades que ele acreditava
serem alguma coisa divinas. A luz do
fogo invisível ou também a luz com a qual ela foi acesa, ele chamava de o
espírito vital do universo. Quando
Berkeley escreveu seu tratado ele tinha estudado os antigos filósofos e a
filosofia das religiões antigas, que na sua forma panteísta, ele defendia como
não ateístas, bem como ele reconhecia uma mente ou espírito presidindo e
governando o todo do plano das coisas. O
fogo invisível ou o fogo extraído do alcatrão foi, de algum modo, conectado à
razão universal que pervardiu todas as coisas.
Foi pela alma do mundo, como colocada por pitagóricos e plantonistas,
mas especialmente por neo-platonistas, cujas especulações místicas, Berkeley,
em seu tratado, manifestou crescente simpatia.
Como reconhecido como sempre presente, por trás de todo fenômeno, tanto
quanto o que nós chamamos de leis da natureza, elas são o trabalho imediato do
Agente divino, que em sua própria verdadeira causa, é causa dos tão assim
chamados efeitos no mundo físico.
Livre tradução do livro Pantheism and
Christianity de John Hunt . 1884 . Capítulo XII . Idealismo moderno . Berkeley
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Christianity e leia todos os textos traduzidos: https://sites.google.com/site/pantheismandchristianity/
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