Como a transgressão se tornou um cliché da arte contemporânea
por Leandro Narloch Em tempos de polêmicas sobre exposições de arte transgressora no Brasil, é interessante reler o ensaio “Como a arte moderna se tornou refém da necessidade de chocar”, do filósofo Roger Scruton. Principal nome do conservadorismo na Inglaterra, Scruton mostra como a arte atual se resume a um exercício de fingimento coletivo e de esgotamento da ideia de transgressão.“Não é fácil ganhar o status de artista original”, diz Scruton no ensaio. “Mas as recompensas, numa sociedade em que a arte é reverenciada como a mais alta realização cultural, são enormes. Portanto há um motivo para fingir ser original.” Na arte contemporânea, esse fingimento é coletivo. Artistas quebram regras e costumes; críticos e curadores posam como gente sofisticada capaz de entender significados ocultos às pessoas comuns; jornalistas tratam de ampliar a importância que esse pequeno mundo dá a si próprio. Em comum, artistas, críticos e jornalistas de