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“O Cemitério Marinho”

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“O Cemitério Marinho” “Esse teto tranquilo, onde andam pombas, Palpita entre pinheiros, entre túmulos. O meio-dia justo nele incende O mar, o mar recomeçando sempre. Oh, recompensa, após um pensamento, Um longo olhar sobre a calma dos deuses! Que lavor puro de brilhos consome Tanto diamante de indistinta espuma E quanta paz parece conceber-se! Quando repousa sobre o abismo um sol, Límpidas obras de uma eterna causa Fulge o Tempo e o Sonho é sabedoria. Tesouro estável, templo de Minerva, Massa de calma e nítida reserva, Água franzida, olho que em ti escondes Tanto de sono sob um véu de chama, — Ó meu silêncio!… Um edifício na alma, Cume dourado de mil, telhas, teto! Templo do Templo, que um suspiro exprime, Subo a este ponto puro e me acostumo, Todo envolto por meu olhar marinho. E como aos deuses dádiva suprema, O resplendor solar sereno esparze Na altitude um desprezo soberano. Como em prazer o fruto se desfaz, Como em delícia muda sua ausência Na boca onde perece sua forma,

“Morte falsa”

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“Morte falsa” “Humilde, terno, numa tumba encantadora, No monumento insensível, Tanto de sombras, de abandonos, e de amores desperdiçados, Que já se fazem em sua graça cansada, Eu morro, eu morro em você, me caio e eu caio, Mas dificilmente fico abatido embaixo do sepulcro, Do qual a extensão das cinzas me convidam fundir-me, Este óbvio morto, desses que ainda voltam a vida, Tremores, dos olhos ativos, iluminados que mordam, E sempre puxando-me para uma nova morte Mais preciosa que vida.” Paul Valéry (Paul Valéry, em "Charmes". 1922 . tradução Eric Ponty) Imagem: Jesus no sepulcro - Jésus au tombeau - Jesus in the tomb . Henner, Jean-Jacques . Óleo sobre tela | (1879) . Musée d'Orsay | Paris - França . Dimensões da obra: 71 x 198 cm Visite a página da escritora, poetisa e palestrante Bartira Mendes . RESPIRANDO POESIA .  https://www.facebook.com/bartiramendesrespirandopoesia/ # visite   # página   # facebook   # Respirando   # poesia   # poem