domingo, 13 de maio de 2018

Mãe: nossa alma feminina


Minha participação especial na Revista Divulga Escritor em sua 34a. edição com o texto em homenagem às Mães, Mãe: Nossa Alma Feminina, de minha autoria, Mauricio Duarte.


Mãe: nossa alma feminina

Se fosse possível representar o conceito de Mãe com um dos elementos constitutivos da nossa existência, ou da nossa essência, a Mãe seria a nossa alma. Não seria o nosso corpo, repleto de necessidades físicas, nem o nosso espírito, repleto de diretrizes puras.  Seria a nossa alma... A alma é que cuida dos detalhes da nossa vida.  Embora não tenha um centro, ela procura as virtudes modestas e protetoras, ela cuida da totalidade da vida, trazendo o local adequado, que é central e limitado.  Ela é emoção total, concedendo gosto, contato e habitação ao espírito.  O espírito poderia ser o Pai, seguindo essa trajetória de “brincadeira na representação”. E por sua vez, o espírito torna a alma mais leve, capaz de desfrutar o mundo sem ser ferida pelo mesmo mundo de forma séria.  No final das contas, precisamos dos dois, alma e espírito, para que o corpo – “homem” ou “mulher” e não “Pai” ou “Mãe” – possa tornar-se um indivíduo, crescendo com seu caráter e integridade.
As mães, nossas almas, nos mostram os afazeres domésticos, como lavar pratos e varrer a casa e as pausas, para tomar café e para ouvir os passarinhos no quintal, como elementos necessários, não só emotivos, não só carinhosos, mas fundamentais para a vida de todos e de cada um.  A alma se funde com a jardinagem, com a leitura, com a brincadeira, ela é emoção.  A Mãe nossa que sempre olha e protege todos nós.
Para o Pai – o espírito – está certo ler o jornal e cuidar do mundo, dos negócios, do turbilhão da existência.  Mas para a Mãe – a alma – isto é demais.  A Mãe anseia ver o cotidiano, o aqui e o agora, ela tem raízes, ela é nossa Terra, Mãe Terra.
A Terra lembra-nos que não somos perfeitos – quantas vezes sua mãe apontou o que você deveria ter feito e não fez? – mas podemos ser completos – quantas vezes você teve que recorrer ao colinho de mamãe nas dificuldades da vida? – e, em última instância, nós somos a Terra.  O grito do vendedor de laranjas lá fora na rua, somos nós; o zumbido do besouro que passa perto, somos nós; a música de fundo no rádio esquecido ligado, somos nós; as pedras, sonolentas pedras, sempre pedras, somos nós...A Mãe é esse cabedal de inteireza e completude que nos invade suavemente quando permitimos ver a vida com deslumbramento.
O contrário também poderia ser, nessa “brincadeira da representação”, mas deixemos a Mãe sendo nossa alma por ora...  Dar à luz e cuidar da cria, das crianças, é gerar e nutrir, apoiar e proteger.  Olhemos mais detidamente e mais amorosamente para nossas Almas-Mães.  Elas certamente gostarão e nos retribuirão com todo o seu amor.  Paz e luz.

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)


Referências bibliográficas:

A luz dentro da escuridão . Zen, alma e vida espiritual . John Tarrant .Rocco . Rio de Janeiro . 2002

Sexo . Em busca da plenitude .Osho .Cultrix . São Paulo . 2002


Leia mais: https://issuu.com/smc5/docs/34_divulga_escritor_revista_liter_r/96

sábado, 12 de maio de 2018

Mãe: nossa alma feminina


Mãe: nossa alma feminina

Se fosse possível representar o conceito de Mãe com um dos elementos constitutivos da nossa existência, ou da nossa essência, a Mãe seria a nossa alma. Não seria o nosso corpo, repleto de necessidades físicas, nem o nosso espírito, repleto de diretrizes puras.  Seria a nossa alma... A alma é que cuida dos detalhes da nossa vida.  Embora não tenha um centro, ela procura as virtudes modestas e protetoras, ela cuida da totalidade da vida, trazendo o local adequado, que é central e limitado.  Ela é emoção total, concedendo gosto, contato e habitação ao espírito.  O espírito poderia ser o Pai, seguindo essa trajetória de “brincadeira na representação”. E por sua vez, o espírito torna a alma mais leve, capaz de desfrutar o mundo sem ser ferida pelo mesmo mundo de forma séria.  No final das contas, precisamos dos dois, alma e espírito, para que o corpo – “homem” ou “mulher” e não “Pai” ou “Mãe” – possa tornar-se um indivíduo, crescendo com seu caráter e integridade.
As mães, nossas almas, nos mostram os afazeres domésticos, como lavar pratos e varrer a casa e as pausas, para tomar café e para ouvir os passarinhos no quintal, como elementos necessários, não só emotivos, não só carinhosos, mas fundamentais para a vida de todos e de cada um.  A alma se funde com a jardinagem, com a leitura, com a brincadeira, ela é emoção.  A Mãe nossa que sempre olha e protege todos nós.
Para o Pai – o espírito – está certo ler o jornal e cuidar do mundo, dos negócios, do turbilhão da existência.  Mas para a Mãe – a alma – isto é demais.  A Mãe anseia ver o cotidiano, o aqui e o agora, ela tem raízes, ela é nossa Terra, Mãe Terra.
A Terra lembra-nos que não somos perfeitos – quantas vezes sua mãe apontou o que você deveria ter feito e não fez? – mas podemos ser completos – quantas vezes você teve que recorrer ao colinho de mamãe nas dificuldades da vida? – e, em última instância, nós somos a Terra.  O grito do vendedor de laranjas lá fora na rua, somos nós; o zumbido do besouro que passa perto, somos nós; a música de fundo no rádio esquecido ligado, somos nós; as pedras, sonolentas pedras, sempre pedras, somos nós...A Mãe é esse cabedal de inteireza e completude que nos invade suavemente quando permitimos ver a vida com deslumbramento.
O contrário também poderia ser, nessa “brincadeira da representação”, mas deixemos a Mãe sendo nossa alma por ora...  Dar à luz e cuidar da cria, das crianças, é gerar e nutrir, apoiar e proteger.  Olhemos mais detidamente e mais amorosamente para nossas Almas-Mães.  Elas certamente gostarão e nos retribuirão com todo o seu amor.  Paz e luz.

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)


Referências bibliográficas:

A luz dentro da escuridão . Zen, alma e vida espiritual . John Tarrant .Rocco . Rio de Janeiro . 2002

Sexo . Em busca da plenitude .Osho .Cultrix . São Paulo . 2002


Leia mais: https://www.divulgaescritor.com/products/mae-nossa-alma-feminina-por-mauricio-duarte/

sexta-feira, 27 de abril de 2018

A aridez como verdade

A aridez como verdade

Em Graciliano Ramos sempre o menos é mais. Nos livros Angústia, Vidas Secas e São Bernardo o mínimo de metáforas e evocação de imagens transmite o máximo de sensações e emoções. O ascetismo do estilo revela o jeito rude do sertanejo, ou a insofismável crença no lucro do fazendeiro, ou o ódio e o rancor do homem do interior que se adapta à vida na cidade. Fabiano, de Vidas Secas, é, a um só tempo, bicho e homem. O narrador de São Bernardo não tem valores morais, é egoísta e materialista. Luís da Silva, de Angústia, é empurrado do interior para o movimento da cidade, deprimido e frustrado.
“Nunca pude sair de mim mesmo”, diz o autor em entrevista. Existem obras – literárias ou artísticas – que explicam o homem. No caso de Graciliano é o contrário que ocorre. O que de mistério poderia existir no homem, ficou reservado para seus romances. Homem que se retira para a cólera, solitário, fugidio. Nele se estabelece que na obra artística ou literária, só o ódio cria...
Sua concisão e rigidez foram tão longe em seus escritos, que se destacou do regionalismo. Foi além do modernismo também. Foi clássico sem rebuscamento e sem artificialismo. Pode existir enlevo nessa aridez? Só como pode existir transcendência no zen, fazendo uma comparação esdrúxula para muitos ouvidos... No zen o menos é mais e, como o próprio Buda dizia, ao ser perguntado se tinha ganho algo em meditar, colocava: “Não ganhei nada.  Mas deixe-me dizer o que eu perdi.” Perder a avidez, a raiva, o medo, a preguiça não é tarefa fácil e uma via negativa, como no budismo, é quase sempre, ato de intelectuais... Intelectuais como Graciliano e seu universo forte, violento, claro e verdadeiro, ao mesmo tempo.
Apreciar tamanha grandeza não é para todos... Mas pode ser para muitos... O que hoje em dia poder-se-ia chamar de minimalismo, não poderia estar mais distante do autor. Graciliano Ramos adotou o preto e branco, o monocromático em sua literatura – rica nessa própria contenção – mas não fez concessões à beleza estética do sofisticado. Ao contrário, sua desesperança e pobreza são feias, como é feia a realidade e a sua verdade. Apreciar tal nível de clareza não é para todos... Mas pode ser para muitos... A aridez da verdade não seduz, mas também não ilude e não engana.
Este ícone da literatura brasileira e mundial muito ainda tem a nos ensinar. Sobre a vida, sobre a morte e sobre tudo o que se tem em conta da sensibilidade e da falta dela. Necessidade tão premente nos nossos dias.
Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)
Referências bibliográficas:
A verdade e a mentira . Novos caminhos para a literatura . Léo Schlafman . Editora Civilização Brasileira . Rio de Janeiro . 1998
The Search . Talks on The Tem Bulls of Zen . Bhagwan Shree Rajneesh . Rajneesh Foundation . India . 1977
Nem água, nem lua . Bhagwan Shree Rajneesh fala sobre dez histórias zen . Bhagwan Shree Rajneesh . Editora Pensamento . São Paulo . 1975

quarta-feira, 18 de abril de 2018

A vida interior


A vida interior

A vida interior de cada um tem luz, tem trevas, tem mistérios, sombras e espectros, tem verdades, compaixão e anjos.  É povoado de vários habitantes...  E em que o conhecimento ou o autoconhecimento pode nos auxiliar nesse sentido?  Em que conhecer a própria vida interior pode nos ajudar?
Ter uma rotina atribulada, ter planos urgentes, ter metas irrevogáveis é, a longo prazo, distanciar-se de sua própria vida interior.  Por que?  Porque demorar-se num ritmo de tempo íntimo consigo mesmo e amparar sua alma e espírito em uma casa que possa ser chamada de lar, é necessário.  Esse lar, que é tanto a sua mente quanto o seu corpo, o homem entendido integralmente e holisticamente como um todo, nos mostra o caminho para fazer de si próprio o seu guia interior.   O guia interior emerge desse modo, quando damos a ele um espaço de tempo para que possa existir.  Pessoas intelectuais teriam mais facilidade para contatar seu mundo interior?  Talvez.  Se você consegue demorar-se no seu interior ao menos algum tempo diariamente, este guia interior virá, seja você intelectual ou não, extrovertido ou introvertido, calado ou falante, calmo ou nervoso...
Desacelerar é criar tempo para a completude que vem da imperfeição, não da perfeição.  Reverenciar o que é ainda não perfeito é saber que perfeição absoluta não existe.  Nossas vidas foram, são e sempre serão um ciclo de mudanças, nunca perfeitamente completas, mas sempre em andamento.  Ou não estaríamos vivos.  Assim, conhecer e refletir sobre si mesmo pode trazer insights novos e que nunca teríamos se continuássemos na rotina acelerada com objetivos e metas a serem alcançadas num turbilhão; cuja obtenção – das metas – não irão nos satisfazer completamente em nenhum tempo futuro, como não o fizeram no passado e nem o fazem hoje.
Por isto, repito, é necessário conhecer o próprio mundo interior.  A atividade interior precisa ser percebida atentamente... Por que tenho tais e tais suscetibilidades?  Por que tenho tais e tais orgulhos?  O que será uma verdade para mim ou o que é apenas viagem do ego?
Estabelecer o autoconhecimento e saber quem é você e quem é a sua mente ou a sua alma é trazer para a sua vida uma nova dimensão de clareza.  Uma clareza que pode gerar compaixão consigo e com o outro, numa acolhida integral ao nosso real direcionamento, seja ele qual for.  Paz e luz.

Mauricio Duarte (DivyamAnuragi)

Bibliografia consultada:

A luz dentro da escuridão . Zen, alma e vida espiritual . John Tarrant . Tradução: Claudia Martinelli Gama . Editora Rocco . Rio de Janeiro, 2002

Intimidade . Como Confiar em Si Mesmo e nos Outros .Osho . Tradução: Henrique Amat Rêgo Monteiro . Editora Cultrix . São Paulo . 2001



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sábado, 14 de abril de 2018

Vida cotidiana e vida espiritual




Vida cotidiana e vida espiritual

As pessoas estão se desconectando de Deus, da religião, da espiritualidade ou da fé, para trabalhar, para conviver socialmente ou para se divertir.  O mundo como conhecemos é cético e pragmático ao máximo...  Ou é complacente e tolerante ao máximo...
Mas isto, a médio e longo prazo, só exacerba um fosso, uma separação artificial, um distanciamento que é falso.  Espiritualidade e vida social, Deus e trabalho, religião e profissionalismo, fé e diversão, não são opostos.  São, na verdade, polos da mesma esfera, faces da mesma moeda.  Se estão em diferenciação é porque simplesmente não são a mesma coisa, porém estão na mesma dimensão.  Viver ludicamente é possível?  Não só é possível, como necessário.  Trabalhar prazerosamente é possível?  Não só é possível, como necessário. Rezar contemplativamente é possível?  Não só é possível, como necessário.
Nesse sentido, o cotidiano requer suavidade, leniência, que só pode ser alcançada com o acoplamento, com a fusão, com a junção da vida do dia-a-dia com a vida espiritual.  Estabelecer a vontade, a força e a virtude como elementos cujas demandas nos trazem a chave para um viver saudável, tanto materialmente quanto espiritualmente.

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)

sexta-feira, 6 de abril de 2018

Loucura mundana e loucura divina


Loucura mundana e loucura divina


A ciência atual não faz diferença entre loucura mundana e loucura divina.  Loucura é loucura, dizem os médicos especialistas, psiquiatras, psicólogos, psicanalistas e psicoterapeutas em geral.  Mas haverá diferença entre esses dois estados?
Na Índia há muitas pessoas que trabalharam muito arduamente seu lado espiritual e que quase experimentaram a iluminação.  Por não terem um mestre – um mestre verdadeiro, um guru verdadeiro, não um charlatão – para orientá-las ficaram num estado de limbo, nem compreendendo o mundo material, objetivo, nem compreendendo o mundo espiritual, subjetivo.  Essas pessoas precisariam apenas de um “pequeno empurrão” e tornar-se-iam iluminadas.  Mas para a ciência estão apenas loucas...  Segundo o padre Divino Antônio Lopes: “Os santos são chamados pelos mundanos de loucos e fanáticos aqui nesse mundo, mas eles serão tomados de surpresa no dia do julgamento, quando virem os loucos num trono de glória.”
Indo mais além, muitos artistas, poetas e escritores falam da “divina loucura” no seu processo criativo, que necessita de um certo caos para dar vazão à concepção vital de sua obra de arte.  Jung fala da “morte do ego” e São João da Cruz de “A Noite Escura da Alma”.  O que há em comum nessas experiências?  A ponte comum entre elas é que “A nutrição divina, a inspiração, a integração ou o insight manifestam-se subitamente, na hora que parece ser a mais sombria, e a pessoa sente-se miraculosamente renascida.”
Desse modo, existiria uma loucura destrutiva, negativa e uma loucura criativa, transcendente?  É certo que sim se pensarmos que Sócrates descrevia a loucura dos poetas, dos sacerdotes, dos apaixonados e dos videntes como superior à sabedoria mundana e comum.  Um fato: Após a experiência de samádi, Ramakrishna não pôde fazer mais nada.  Se alguém dissesse uma palavra como Ram ele entrava em transe celestial, ele ainda não podia falar durante muito tempo ou colapsava em transe divino.  Por isto, serviu-se de um discípulo chamado Vivekananda para transmitir sua mensagem para o mundo.  Não é sempre que isto ocorre.  Segundo Osho, às vezes, acontece de um indivíduo se iluminar e poder transmitir sua mensagem também, mas é por puro acaso que isto ocorre, ou por pura predestinação divina, como queiramos encarar o fato.
Ramakrishna seria considerado louco se estivesse em algum país ocidental atual... A loucura e a lucidez são uma questão de grau e não de qualidade, na verdade.  Que saibamos distinguir e discernir entre o que é de Deus e o que é apenas uma patologia é condição fundamental para abrir os olhos à consciência plena e integral do ser humano.  Paz e luz.

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)



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sábado, 17 de março de 2018

Sintonia com o divino



Sintonia com o divino

A sintonia com Deus depende de uma rotina ascética, cheia de orações, jejuns e/ou pagamentos de promessas em forma de suplícios?  Na verdade, uma rotina de orações, meditações e mantras é necessária para qualquer pessoa, mas o ascetismo em espiritualidade não leva ao aprofundamento dessa espiritualidade.  Antes leva a um extremo de atividades que podem trazer hipocrisia e farisaísmo onde se dá valor somente às aparências.
Não se trata de leviandade ou negligência, nem de flexibilização exacerbada – própria dos partidários dos sistemas liberalizantes – o famoso “enforquem-se com a corda da liberdade” – mas de saber que quando as cordas de um instrumento musical estão muito retesadas, podem não tocar a música corretamente (um extremo) e quando as cordas desse mesmo instrumento musical estão nem um pouco retesadas, também não conseguiram tocar a música corretamente (outro extremo). Não é possível para o ser humano trilhar o caminho do meio sem a benção divina, sem o auxílio do Todo.  E essa ajuda só pode vir com a oração diária, mas se a tensão pela obtenção da graça estiver muito acentuada, não haverá evolução da espiritualidade; ao contrário, pode ocorrer até um desregramento, uma involução na espiritualidade dessa pessoa.
Extremos não trazem evolução, de forma geral, porque guardam consigo uma radicalização própria dos que não querem diálogo.  Trabalham num patamar em que só o caminho deles é válido ou verdadeiro.  Quem não se enquadra, de alguma forma, nos ditames e parâmetros desse pensamento extremado são desconsiderados ou são considerados hereges, desviantes ou, em último caso, até criminosos, dependendo da intolerância daquela sociedade em questão.
Desse modo, sintonizar-se com Deus é muito mais saber o limite da minha mente ou da minha alma e espírito do que seguir doutrinas, regras, suplícios e caminhos que já foram trilhados por outros antes de mim, e que até tiveram sucesso, mas que só serviriam para aquela pessoa, naquele contexto prévio, naquele tempo específico.  A natureza não se repete e Deus adora a diversidade...A sintonia com o divino passa pela descoberta e experimentar do seu próprio guia interior e da sua própria linha espiritual, que só servirá para você, porque você é único, nunca houve nem nunca haverá ninguém como você em toda eternidade.
Que possamos viver e experimentar nossa própria jornada interior que leve à iluminação é objetivo que tem que ser natural e espontâneo, sem radicalismos ascéticos e sem negligências liberalizantes.  Paz e luz.

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)


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quarta-feira, 14 de março de 2018

Revista AVL em Revista

Revista AVL em Revista - A revista digital da Academia Virtual de Letras António Aleixo.




A Revista AVL em Revista Ano III, nessa edição de número 1, vem trazendo textos, artigos, crônicas, contos, entrevistas e poemas dos seus acadêmicos num formato compacto de 30 páginas. Leiam e apreciem!!! Um por todos e todos pela poesia!!!

Link para acessar a revista: 

sábado, 3 de março de 2018

Melancolia e saudade, tristeza profunda e saudosismo


Melancolia e saudade, tristeza profunda e saudosismo


Tristeza profunda não combina com espiritualidade.  Melancolia também não.  Há que se ter a diferença entre esses dois estados de ânimo, em geral negativos, e a pura e simples saudade ou o inofensivo, em grande parte das vezes, saudosismo.
O abatimento físico e mental característico da melancolia não permite o desenvolvimento de atividades meditativas e/ou de oração.  Não permite uma interiorização maior nem uma contemplação produtiva.  Também a agitação psicomotora não permite estas atividades de espiritualidade necessárias a qualquer ser humano.  Os prazeres da vida não podem ser apreciados devidamente pelo melancólico porque perdeu a ponte entre o relacionamento social e o gozo emocional, intelectual ou físico.
A tristeza profunda ou depressão também é impedidora da experiência espiritual plena e, às vezes, até de qualquer experiência espiritual...  Mas não quer dizer que seja impossível; sendo esta matéria para os psicólogos.  O que pretendo pontuar é que a experiência de espiritualidade efetiva não deixa brecha para a melancolia ou a tristeza profunda, invertendo a questão...  Orar ou meditar, praticar mantras ou ler textos religiosos edificantes em lectio divina pode trazer mais do que benefícios para a alma ou o espírito, mas também para o ânimo ou o estado de espírito – o próprio nome já diz.  Não é à toa que as psicoterapias atuais caminham par e passo com a física quântica, filosofias espirituais e religiões.  Nada vem por acaso ou separado no organismo humano...
A saudade, essa falta de algo que ocorreu no passado de alguém que lhe deixou impressões fortes, duradouras e trouxe prazer de algum modo, a ponto de ser lembrado e desejado novamente, não é impedidor de nenhuma atividade espiritual.  Assim como o saudosismo também não.  A falta de algo que nunca se vivenciou realmente na vida, não mostra nem demonstra nenhum problema com a espiritualidade e nem com a possível evolução da espiritualidade na vida de alguém.
Apenas devemos salientar que o satori deve ser ignorado para quem foca sua espiritualidade na obtenção da iluminação.  O satori é um vislumbre, um flash momentâneo da experiência iluminadora, mas não é efetivamente isto, e pode criar um impedimento futuro a essa iluminação verdadeira.  Não devemos nos contentar com nada menos do que a transcendência completa, o Todo.
Sendo assim, tristeza e melancolia são negativos e a saudade e o saudosismo são indiferentes para o trabalho espiritual até onde posso ver.  Gerar um terreno apto à evolução humana e divina concomitantemente é observar o que pode e o que não pode ocorrer no nosso cotidiano, o cotidiano do buscador.  Paz e luz.

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)



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sexta-feira, 2 de março de 2018

Antologia Mundo das Poesias

Agradeço ao amigo poeta Adriano Ferris Antologias a organização de tão prestigiada publicação: Antologia No Mundo das Poesias que eu, Mauricio Duarte, participo como poeta.






Alguns poemas que estão no livro:


Seis da tarde
Bateram os sinos na hora
da Ave-Maria e os meus
dentes rangeram porque os
tempos são de morte e não
porque nalgum canto obscuro
da minha alma eu me tenha
ressentido, não, esse perigo
não existe mais, mas às seis
da tarde, os tempos são de
morte; minha cabeça dói.
Só esses loucos é que sabem...
Bateram os sinos naquela
hora dos culpados e dos
que culpam e a minha voz
era rouca, a lágrima caía,
meus olhos, inundando os
mares do meu rosto; sem que
eu pudesse dizer nem ao
menos: deixe-me, deixe-me.
Em si, fora da morte, sangue,
carne; minha cabeça dói.
Só esses loucos é que sabem...
Bateram os sinos no fim
daquela tarde e o sol
purgava os sons da tristeza,
que vinham ao encontro da
nossa santidade ou do
que de diabólico temos.
Não faz diferença, por mim,
por ti, por todos nós e almas
do purgatório, clamam, enfim,
assim; minha cabeça dói.
Só esses loucos é que sabem...
Mauricio Duarte




Contexto
Colhi a fruta do desespero
e sorvi seu néctar amargo,
que pareceu doce naquele
tempo porque era do contexto...
Dormi o sono do esquecimento
e sonhei o sonho desses livres
que nunca foram; se contentam
com o futuro por não terem
presente nenhum, nada resta...
Esperei a chegada da vida
e não vi quando o tempo passou
e a vida se esvaiu nos meus
dedos como areia da praia num
instante deste sol, céu e mar...
Desci aos porões das catacumbas
dos presos políticos e
muitos outros, muitos, deveras,
que quase me fizeram crer
na injustiça como verdade...
Colhi a fruta do desespero
e sorvi seu néctar amargo,
que pareceu doce naquele
tempo porque era do contexto...
Mauricio Duarte

domingo, 25 de fevereiro de 2018

Gil de Siloe

Gil de Siloe     
Morto em cerca de 1505



Um escultor que trabalhou em mármore e alabastro com grande delicadeza

Todos os tipos de mistérios cercam as origens, datas e a vida do escultor gil de Siloe, que não foi apenas um dos maiores artistas da última meia era na Espanha, mas foi também o pai de Diego de Siloe.  Este último iniciou uma época notável no período da Renascença, dentro da história da arte espanhola.
É quase certo que o estilo de Siloe estava completamente formado quando em 1475 ele apareceu rapidamente em Burgos, então uma cidade de considerável vigor.  Supostamente foi por essa época que o escultor começou a sepultura do bispo Dom Alonso de Cartagena na catedral, um trabalho importante, mas não tão expressivo do seu estilo como os últimos trabalhos.  Em 1486 ele trabalhava na sepultura de João II e Isabel de Portugal, e de 1489 a 1493 na sepultura do Infante Dom Alfonso, ambas comissões, tendo sido executadas no Monastério Cartuxo de Miraflores,  próximo de Burgos.  De 1500 a 1503 ele foi empregado na sepultura do Pajem Dom Juan de Padilla para o Monastério de Fres de Val.  A data exata da sua morte é desconhecida, mas foi provavelmente em Burgos, cerca de 1505.
De Siloe possuía uma técnica espantosa.  Ele se deliciava em devotamente representar a joalheria, o bordado e outros ornamentos no vestuário das pessoas que ele imortalizava.  Seus minuciosos detalhamentos contrastavam com a suavidade e a tensão das faces e a elegância das mãos.

(Livre tradução do livro The Book of Art . German and Spanish . Art to 1900 . Enciclopédia ilustrada de pintura, desenho e escultura . Editado por Dr. Horst Vey e Dr. Xavier de Salas . 1967)

Imagem:
Dom Juan de Padilla . da sua sepultura
Gil de Siloe
1500 -1503
Alabastro
25 ¼ X 13 ¼ polegadas
Burgos, Museu Arqueológico