sábado, 4 de julho de 2015

Nenhum escritor é, apenas, uma máquina de produzir palavras


m escritor é, apenas, uma má



Georges Simenon, criador do famoso Comissário Maigret: exemplo de disciplina
 Rodrigo Gurgel


Cada
autor descobre, com a experiência, a forma de escrever mais adequada à
sua personalidade. É preciso, antes de tudo, não lutar contra as
próprias idiossincrasias. E encontrar, sem desprezá-las, a disciplina
que resultará numa produção constante, diária.

Poucos
escritores, entretanto, alcançam um comportamento metódico semelhante
ao de Georges Simenon, o famoso criador do Comissário Maigret. Primeiro,
ele escolhia, em sua imaginação, uma atmosfera: uma paisagem, um bairro
da infância, certa estação do ano em determinada cidade… Ali, inseria
um tema, uma das preocupações que trazia consigo — nada específico, mas
que se apresentasse como um problema. Tendo acrescentado o tema à
paisagem, vinham os personagens, imaginados ou baseados em pessoas
reais. Esses três elementos se unem, então, e começam a se transformar
no romance. Dois dias depois, sem escrever uma nota, Simenon tem o
esboço pronto em sua mente — precisou recorrer apenas a algumas listas
telefônicas (para encontrar o nome dos personagens) e a um mapa da
cidade escolhida.

O
mais impressionante, contudo, ainda está por ocorrer. Ele diz: “Na
véspera do primeiro dia, sei o que vai acontecer no primeiro capítulo.
Daí, dia após dia, capítulo após capítulo, descubro o que vem em
seguida. Depois de iniciado um romance, escrevo um capítulo por dia, sem
nunca perder um dia. Como é um esforço violento, tenho de seguir o
ritmo do romance”.

Parece
fácil, não é mesmo? Mas, acreditem, não há milagres. Se ele, por algum
motivo, fosse obrigado a interromper o processo; se ficasse, por
exemplo, doente por 48 horas, tudo se perderia. Seria obrigado a jogar
fora os capítulos produzidos — e jamais retornaria ao romance.

O
que um método oferece como solução, também cobra na forma de uma
fraqueza. Nenhum escritor é, apenas, uma máquina de produzir palavras e
sentenças.




Rodrigo Gurgel / Nenhum escritor é, apenas, uma máquina de produzir palavras - Rodrigo Gurgel

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Inauguração oficial da Zion Alcântara

Inauguração oficial da Zion Alcântara



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Nesta última terça-feira, 14/04, aconteceu um coquetel de inauguração oficial da Zion – Escola de Entretenimento.


Um evento muito bem produzido, contando com a presença de mais de 150
pessoas, dentre elas: Diretores de escolas locais, membros da imprensa e
pessoas ligadas ao mundo do entretenimento.


Segundo a palestrante da noite, Laila
Fernanda, Diretora Pedagógica do Colégio da Polícia Militar do Fonseca, a
modalidade de ensino multidisciplinar oferecida pela Zion vai garantir o
funcionamento intelectivo do aluno e um melhor preparo para o mercado
de trabalho. “Muitas escolas se fecham em seu próprio currículo e não
abrem o olhar para outras possibilidades cognitivas. O risco disso é
engessar o avanço dos nossos jovens. Mas a Zion demonstra que compreende
a importância de se fazer relações com os diversos conhecimentos, nas
riquezas que a valorização do ambiente pode acarretar, e  no quanto
estes dois ingredientes, juntos, podem oferecer ao aluno”, explicou.


O aclamado Diretor de Design da Rede Globo de Televisão, Hans Donner,
responsável pelas vinhetas e peças de abertura de diversos programas da
Rede Globo, e Valéria Valenssa, que esteve à frente das vinhetas de
carnaval da TV Globo de 1990 a 2005 também nos prestigiaram com sua
presença.



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O Diretor Administrativo, Fábio Gonçalves,  falou sobre os planos de
expansão da Zion, que planeja a abertura de três novas unidades até o
final de 2016, sendo uma em Madureira (RJ). “A Zion quer fortalecer o
ensino profissionalizante do país. Não podemos sonhar com um futuro
melhor sem pensar numa educação melhor, por isso lutamos pela
qualificação dos jovens para o mercado que mais cresce no Brasil”,
explica o executivo.







Inauguração oficial da Zion Alcântara | Blog Z – Um Blog da Escola Zion

segunda-feira, 29 de junho de 2015

Leo Vieira: O Escritor Nacional é Desvalorizado?

Essa lamúria tem se tornado um mantra a ser repetido constantemente por escritores frustrados. Tem se tornado uma ladainha irritante, principalmente por aqueles que caem na arapuca da editora por demanda, gastando muito dinheiro por um volumoso lote de livros que acaba entulhado em algum cômodo da casa.
Então o escritor nacional é realmente desvalorizado? Nem sempre. Eu diria mais; o escritor desconhecido. Isso porque para despertar interesse, é preciso que o escritor tenha alguma referência e indicação. Para ser valorizado, é preciso fazer algo de valor.
- Um blog é muito importante para postar suas dicas literárias, resenhas e/ou sua linha de pensamento sobre algum assunto interessante;
- Interação com outras redes sociais também irá fazer com que você tenha o seu público cativo. Experimente também postar seus textos em outros blogs parceiros. É uma forma legal de divulgar e também ser divulgado;
- Participe de atividades no meio acadêmico, como solenidades, festivais, eventos literários, feiras de livros, etc. Poste fotos, diplomas, certificados e tudo o que servir de referência biográfica;
- Participe também de antologias, recitais e qualquer outra coisa onde o seu nome estará impresso e divulgado;
- Acompanhe as novidades nas Secretarias de Cultura e Educação em sua cidade. Nas cerimônias abertas na Câmara, sempre pode haver oportunidade para que você opine e participe;
- Toda cidade tem evento cultural. Não é possível que você nunca fica sabendo disso;
- Seja voluntário em bibliotecas e escolas. Seu nome sempre será uma referência de benemérito.

Não se esqueça de que não adianta tentar ser valorizado se não faz por onde nem mesmo para ser reconhecido.

Leo Vieira

Acompanhe a campanha de incentivo à leitura "Leia + Livros", do Leo Terário.
® Leo Vieira- Direitos Reservados 

domingo, 28 de junho de 2015

Minha participação no Prêmio Imperial de Petrópolis




Participarei do Prêmio Imperial com a peça de arte Organismo.  A Mostra Cultural do Prêmio Imperial realizar-se-á no Centro de Cultura Raul de Leoni. Na Praça Visconde de Mauá, 35 - Centro - Petropolis/RJ. A duração da Mostra será de 10.07 à 02.08.2015.

segunda-feira, 22 de junho de 2015

Leo Vieira: A Lorota da Distribuição de Livros

Um dos sonhos mais almejados pelo escritor iniciante com certeza é encontrar o seu livro por acaso em alguma livraria. Como seria gratificante viver das letras, entre outras coisas. Mas ao mesmo tempo também precisamos ser espertos e não levar tudo na promessa comercial e aprender a analisar os dois lados da situação.
Todos nós sabemos como funciona o esquema da editora por demanda. É uma solução (embrionária) para a apresentação da obra e desenvolvimento do escritor que está começando. Começa a partir daí a trilha pelo caminho das pedras literário. Mas não é pra desanimar; tudo dependerá do seu empenho, entusiasmo e criatividade.
É muito importante saber como que funciona tudo isso. Existem editoras (tradicionais e por demanda) que dão a esperança da probabilidade da obra ser distribuída em livrarias. Mas também não podemos ser ingênuos e saber como funciona o esquema de venda das livrarias. Na maioria das vezes, as livrarias somente vendem livros consignados. Isto é, tem que entregar um lote por conta da editora e se não vender, a mesma tem que pegar de volta. Para um sistema de distribuição em uma rede de livrarias, o lote deve ser entre 3 mil a 15 mil exemplares. 
Aí fica uma questão no ar: será que a editora (que te fez pagar pela produção e

impressão) vai bancar essa despesa maior?

Leo Vieira


Acompanhe a campanha de incentivo à leitura "Leia + Livros", do Leo Terário.
® Leo Vieira- Direitos Reservados 

sábado, 20 de junho de 2015

Roteiro para um artista pop


 
American pop artist Keith Haring.

 

by Leo


Fase 1 – O artista mora num conjugado e divide um ateliê/estudio/escritorio
com outros cinco. Nesse momento a arte é tudo, inclusive porque não
sobra dinheiro para mais nada. Tem que pedir ajuda aos pais e aos amigos
para pagar o aluguel do conjugado, e, principalmente, a conta do
boteco. O que importa é criar.

“O mundo precisa da minha arte”, sonha o artista.
Fase 2 – O artista produz muito mas não vende nada. Reclama das editoras,
das gravadoras, dos marchands. O sistema é inimigo da arte, brada no
conjugado, para júbilo dos companheiros. “Abaixo Romero Britto, Paulo
Coelho e os sertanejos!”. Para mudar o sistema o artista organiza o
movimento, forma coletivos, lança manifestos. Vira o rei do alternativo,
do underground, do off-Broadway.

“A arte é subversiva” acredita o artista
Fase 3 – O artista aparece nos radares e é captado pelas antenas. Seu nome é
citado em todas as conversas. Faz sucesso nas redes sociais. Chega a
hora do primeiro show/exposição/livro. É incensado pelos críticos de
vanguarda, que se tornam seus grandes amigos. Ganha fama de cult e
chovem tapinhas nas costas.

“É tudo tão rápido...” divaga o artista
Fase 4 – O artista, para dar conta do sucesso, contrata assessores, que
trocam suas camisetas por pólos, o All Star por Prada e os antigos
companheiros por contatos influentes. Assina o seu primeiro contrato com
uma gravadora/editora/galeria. Sua agenda agora é repleta de festas,
reuniões e eventos. Aconselhado pelo staff, dá entrevistas para
revistas, blogs, televisões, jornais, sempre falando o que querem ouvir.
O sucesso só aumenta e a conta bancária também. O artista dá um perdido
nos amigos do boteco e passa a frequentar os bares da moda.

“Quem podia imaginar que espumante é tão bom? ” se surpreende o artista
Fase 5 – O artista se torna uma celebridade. É o oráculo da cidade, dá
opinião sobre a maioridade penal, o desempenho do Neymar e o fim da bala
Juquinha. Recebe homenagens de todo lados e comparece até em
inauguração de banheiro químico. Com tantos compromissos mal sobra tempo
para o trabalho. Não importa.

“Viver bem é a grande arte!” ensina o artista
Fase 6 – O artista domina a cena. Aconselhado por seus assessores, investe
no que o público gosta, no que dá certo. Aparecem as primeira críticas
negativas mas ele não fica sabendo, não tem mais tempo para essas
coisas. Na mansão com vista para o mar recebe outros artistas famosos,
incluindo Paulo Coelho, Romero Britto e os sertanejos.

“São tão simpáticos!” constata o artista.
Fase 7 – O artista, devido a um descuido da assessoria, tem acesso às
críticas. O consideram repetitivo e ultrapassado. Não dá atenção. Agora
acha os críticos incultos, despreparados e desrespeitosos.

“Bando de invejosos” desdenha o artista.
Fase 8 – O artista, no seu luxuoso estudio/ateliê/escritório, procura
culpados pela fuga do prestígio. Está indignado com a cena
contemporânea, pensa que não há mais respeito, que qualquer um acha que é
artista. Antes isso não acontecia. Reclama de tudo, principalmente da
nova geração.

“ Minha arte não precisa desse mundo” conclui o artista





Roteiro para um artista pop | TONTOMUNDO

segunda-feira, 15 de junho de 2015