quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Casa do Patrimônio lança novo Caderno Temático de Educação Patrimonial


 

26/01/2015











Capa Caderno Tematico



Com o título Diálogos entre Escola, Museu e Cidade,
a Casa do Patrimônio (PB), do Instituto do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional (Iphan), lança o 4º número do Caderno Temático de
Educação Patrimonial.


Nesta edição, os artigos apresentam reflexões sobre práticas de
Educação Patrimonial por todo o Brasil, que tomam os espaços educativos
da escola e do museu como polos a partir dos quais se desenvolvem
experiências sensoriais e interpretativas que extrapolam seus limites
físicos e sua atuação institucional. A ampliação desse limite entre o
dentro e o fora incorpora novos elementos às práticas educativas e
revela como as referências culturais são palpáveis e acessíveis a
qualquer um de nós, pois permeiam nosso cotidiano, nossa vizinhança,
nossa cidade.


As abordagens apresentadas nos convidam a inovar nos projetos de
Educação Patrimonial, perceber o patrimônio de outra forma, aguçar o
olhar, e, não satisfeitos, olhar novamente, reinterpretar. No espaço
convencional da sala de aula, na visita ao museu ou no passeio pela
cidade, o desafio que está posto é conseguir uma aproximação entre
patrimônio e população, compreendendo que o interesse comum da
preservação está muitas vezes contido justamente nas referências mais
preciosas e mais familiares, que povoam o bairro, a escola e a cidade.


A versão digital do Caderno Temático pode ser acessado no blog da Casa do Patrimônio da Paraíba:  http:\\casadopatrimoniojp.com




























fonte: .:: IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional ::.

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Dia do Quadrinho 2015: mais um evento apoiado pela SAL





O Estúdio Alexandre Martins apresenta o Dia Nacional do Quadrinho em São Gonçalo no dia 30 de janeiro de 2015.
 Uma oportunidade de encontrar pessoas amantes da História em Quadrinhos, com suas produções artísticas (amadoras ou não), perto de profissionais da área e empresas afins.

Panorama da programação do Dia do Quadrinho 2015


  • Exposição de Quadrinhos nacionais ou não, bem como de suas ilustrações, estudos, personagens e etc;
  • Banca de venda e troca de publicações, coordenada e realizada pelos próprios artistas e editoras;
  • Projeção de filmes relativos ao mundo dos quadrinhos.
  • Palestras com nomes da área.


Programação do Dia do Quadrinho 2015

dia 30 de Janeiro, sexta-feira, das 10 às 16h

Centro Cultural Pref. Joaquim Lavoura ("Lavourão")


10h - Abertura / homenagens


10h30 - Palestra: “Como trabalhar com Quadrinhos" com Lipe Diaz


12h - filme "A Guerra dos Gibis" (Sessão com Debate)


13h - Palestra: "IFANZINE – revistas artesanais, protagonismo e autopublicação” com Alberto Souza


14h -Palestra: “Letras em quadrinhos: um olhar sobre a tipografia em HQ’s” com Vinicius Guimarães


15h - Palestra: "O Caminho das Pedras nos Quadrinhos: da Internet ao Licenciamento, como ter sucesso" com Leo Vieira


16h - Encerramento


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durante todo o dia:
  • exposição
  • bancas
  • oficinas
 Entrada franca - Censura livre



 filme "A Guerra dos Gibis"


 
- Direção:Thiago B. Mendonça e Rafael Terpins
- Produção: Renata Jardim, Rafael Terpins, Thiago B. Mendonça
- São Paulo, SP, 2013
- duração 19’30’’

Sinopse:Nos anos 60 surge uma criativa produção de quadrinhos no Brasil. Mas a Censura conspirava para seu fim. Satã, Chico de Ogum, Beto Sonhador, Maria Erótica e outros personagens unem-se aos quadrinistas nesta batalha contra a Ditadura neste documentário onde a pior ficção é a realidade.
Entrada Franca.



Produção:





Apoio:

 
 
 

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Coliseu dos Quadrinhos

Está no ar o Coliseu dos Quadrinhos!
Esta nova marca de minha autoria e coordenação tem o objetivo de ressaltar valores artísticos, culturais, literários, históricos, didáticos, pedagógicos, educacionais, magistrais, filosóficos e até acadêmicos entretidos através desta arte tão popular.
As histórias em quadrinhos são uma alternativa performática de nos envolver em um enredo criativo e acolhedor, nos fazendo sonhar por alguns instantes, no decorrer das páginas. E se engana quem pensa que as populares histórias em quadrinhos estão focadas apenas no entretenimento infantil! Pelo mundo afora, em diversos países, existem os populares mangás (quadrinhos orientais, com enredo de aventura, de fantasia ou de esporte), os quadrinhos europeus (estilo acadêmico e com conteúdo de aventura ou drama), os quadrinhos de moda (com temática feminina, abordando assuntos complexos), os quadrinhos americanos (brutamontes com superpoderes em um universo violento urbano), os quadrinhos cartunizados (estilo mais humorístico e grotesco), os
quadrinhos de terror, os quadrinhos eróticos e é claro, os quadrinhos infantis.
Nossa marca também será intercalada por artes, cartoons e quadrinhos. E com mascotes exclusivos. Eles também irão nos entreter com dicas, exemplos e lições didáticas sobre como se especializar no mercado de quadrinhos.

 http://coliseudosquadrinhos.blogspot.com.br/2015/01/apresentacao.html

https://www.facebook.com/coliseudosquadrinhos?ref=hl

Leo Vieira


terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Representantes da área cultural apresentam suas demandas

13.01.2015  
 Ministro Juca Ferreira e representantes das entidades culturais do Rio de Janeiro. (Foto: Janine Moraes)
 
O ministro da Cultura, Juca Ferreira, se reuniu na manhã desta terça-feira (13/1) com cerca de 40 representantes de entidades culturais do Rio de Janeiro, no Edifício Parque Cidade, em Brasília.
 
Na conversa, eles expuseram preocupações e demandas do setor ao novo ministro. 
 
Com relação ao questionamento sobre a situação da Funarte, Juca Ferreira defendeu a reestruturação da fundação e a construção de um grupo para repensar uma nova arquitetura que englobe os objetivos de sua atuação. "A Funarte tem que ser nacional e assumir a diversidade cultural para ter eficiência e contemporaneidade", disse o ministro.
 
O ministro também destacou ser a favor da renúncia fiscal para o financiamento de projetos culturais, mas não nos moldes atuais da Lei Rouanet. "Temos que avançar. O modelo de financiamento é perverso. Sou a favor da parceria público-privada". Ele ressaltou ainda que, além de eventos e projetos é preciso investir em instituições. 
 
"Vou reabrir o diálogo para pactuar com o campo cultural, para ter força para ir ao Parlamento", afirmou o ministro, em relação ao projeto do Procultura, que propõe a reforma da Lei Rouanet.
 
Questionado sobre as dificuldades de entidades do terceiro setor de promover parcerias com o Estado, ele defendeu a descriminalização das organizações sociais e a abertura para conversas e parcerias do Estado com os cidadãos e não só "entidades estruturadas".
 
O ministro reconheceu também a necessidade de se investir em políticas culturais para crianças e adolescentes, segmento que não tem sido contemplado a contento. 
 
Os grupos manifestaram ainda a preocupação de se promoverem atividades culturais durante a realização das Olimpíadas em 2016. O ministro afirmou que está aberto a receber sugestões de ações dos mais diversos segmentos. 
 
O ministro Juca Ferreira se mostrou de acordo com as avaliações dos produtores referentes à dificuldade nas prestações de contas e a necessidade de estimular ações continuadas nos diferentes setores. 
 
Para o produtor cultural Junior Perim, cofundador e diretor executivo do Circo Crescer e Viver, o encontro de hoje renova a relação do MinC com o Rio de Janeiro. "A expectativa é que o que foi dito sirva para contribuir na formulação de políticas que o ministério vai fazer para recolocar a cultura no centro do desenvolvimento do Brasil".
 
O escritor e diretor teatral Marcus Faustini, coordenador da Agência de Redes para  Juventude, também avaliou de forma positiva a reunião, por colocar já colocar em prática a questão do diálogo entre o MinC e a sociedade civil. "A atualização [das políticas de cultura] não vai sair só da cabeça da equipe do ministério, mas do diálogo com a sociedade civil. Esses gestos dos dois últimos dias de abrir o diálogo demonstra o potencial desta nova gestão". 
 
Assessoria de Comunicação Social
Ministério da Cultura

domingo, 4 de janeiro de 2015

Novidades para 2015!

Leo Vieira

Dizer que o brasileiro não lê é, na verdade, coisa de quem… não lê





.
Os brasileiros começaram a ler.
Falta começar a mudar o discurso. Em vez de reclamar dos brasileiros que
não leem, os brasileiros que leem deveriam se esforçar para espalhar o
hábito da leitura. Espalhar clichês pessimistas não vai fazer ninguém
abrir um livro. 
Eu poderia ter repetido tudo isso para
cada pessoa de quem ouvi a mesma frase feita. Mas resolvi escrever,
porque acredito que o brasileiro lê. “
 (Danilo Venticinque)
 Dizem que o brasileiro não lê. Já ouvi isso
muitas e muitas vezes e confesso que eu era daquelas que realmente
acreditava nisso. Estamos tendo uma mudança sobre a nova forma de ler, a
leitura tradicional e a leitura digital. O formato digital fez com que
mais pessoas tivessem acesso ao hábito de ler. Não podemos esquecer
também que as adaptações de obras literárias feitas para a televisão e
cinema também colabora com o aumento do hábito de ler. E alguém aqui vai
negar que isso seja bom? Não estamos neste momento, falando de
“qualidade de leitura”, tema que gera comentários de amor e ódio,
estamos falando simplesmente do hábito de leitura, sem distinções de
literatura boa ou ruim.
“O Brasileiro não lê”… Vendo sob a ótica da
comparação com outros países, sim, nós lemos muito pouco. Claro que
existem os brasileiros que devoram livros, sendo a média de leitura
igual à de países cuja média de livros lidos por ano é de cerca de 10
livros ao ano. Na França, por exemplo, a média de livros lidos é de 11 a
25 livros ao ano. Estamos longe de ser um país de leitores? Sim, ainda
temos muito o que crescer neste quesito.  Vamos lá, entender essa ótica.
Em março do ano passado tivemos a 3ª edição da pesquisa “Retratos de
Leitura do Brasil”. Através de 5 mil entrevistas em 315 municípios,
divididos entre os estados, a pesquisa revelou que o brasileiro lê 4
livros ao ano, sendo que termina apenas 2 livros. Ainda de acordo com a
pesquisa, metade da população, compreendendo 88,2 milhões de pessoas, é,
de fato, considerada leitora, e como parâmetro, o “Instituto Pró-Livro”
levou em conta que se tenha lido pelo menos um livro nos últimos três
meses. Tendo uma análise por região, a Centro-Oeste foi a que teve a
melhor média de livros lidos. Em seguida, temos o Nordeste, Sudeste, Sul
e Norte.  De acordo com a pesquisa, as mulheres leem mais que os
homens, sendo 53% delas e 43% de homens.
O que nós temos de incentivo para que
possamos ler mais? Temos muitos lugares em nosso país, que simplesmente
os livros não chegam. Temos bibliotecas com livros em estado precário,
sem renovação de títulos antigos e em más condições de manuseio ou
livros novos, daqueles que estão em lançamentos no mercado editorial. A
falta de “novidades” também influencia a ida de uma pessoa a uma
biblioteca.
Eu conheço gente que quando eu estava no
colegial, a primeira leitura realizada foram os tão “malfalados” livros
de “LEITURA OBRIGATÓRIA”. Aí a pessoa não lia o livro, pegava o resumo
na internet. Eram “livros chatos, de leitura cansativa”, definição que a
grande maioria lança sobre as leituras obrigatórias. E sobre este
assunto, Zoara Failla, a socióloga que comanda a pesquisa do Instituto
Pró-Livro diz:
Os professores costumam indicar livros
clássicos do século 19, maravilhosos, mas que não são adequados a um
jovem de 15 anos, apresentado só a obras que considera chatas, ele não
busca mais o livro depois que sai do colégio.”
Apesar de nossa média anual ser tão baixa, como apoia na pesquisa, basta vermos o quão grande é o “boom” do
mercado editorial. Comparando  com o ano de 2009, a partir de 2010
tivemos um aumento de 23% na venda de livros. Falando de livros
acadêmicos, a média é de 1,8, contra 10 obras lidas nos países de
primeiro mundo. As editoras brasileiras publicaram em média cerca de 500
milhões de livros. Será que estamos produzindo livros para leitores que
não existem? Ainda temos livros caros nas estantes e tenho amigos em
outros países que sempre questionam o porquê dos livros serem tão caros
no Brasil. De 2011 para cá, tivemos um aumento de 12,46%  no preço dos
livros. Na Bienal do Livro do Rio de Janeiro, foram registradas uma
média de 6,4 livros POR PESSOA que visitou o evento, que teve
faturamento de R$71 milhões (um milhão A MAIS do que a edição anterior) e
recebeu cerca de 660 mil pessoas. Cada visitante pagou em média, cerca
de R$20 cada exemplar levado do evento.  Será que somos mesmo uma nação
que não lê? O Brasil possui, aproximadamente, 2500 livrarias. Nossas
bibliotecas ainda são precárias e muitas delas estão apenas no papel.
Zoara avalia o resultado sobre a frequência de visitas a bibliotecas,
dado o resultado alarmante de 75% da população nunca ter frequentado uma
biblioteca.
Dois em cada três entrevistados disseram
não frequentar bibliotecas. E a maioria dos que frequentam o fazem para
trabalhos escolares. Ir a bibliotecas não faz parte da nossa cultura.
Além disso, as bibliotecas não modernizaram seus conceitos. Por exemplo,
exige-se silêncio, há muita burocracia, a catalogação é complicada e o
atendimento é inadequado. Tudo vai contra ao que a criança e o jovem
gostam. É preciso que as bibliotecas criem espaços para eventos e
atividades culturais, permitam que o visitante acesse as mídias digitais
e, principalmente, que possuam pessoas capacitadas para atender ao
público. Não basta ter atendentes, é preciso ter mediadores de leituras,
especialistas que indiquem livros de acordo com cada perfil, que saiba
entender o visitante, que apresente livros interessantes, que realmente
desperte o interesse pela leitura.”
Para a maior parte dos brasileiros, o preço
dos livros ainda é caro, apesar de vermos muitas edições mais
econômicas, como as “edições de bolso”, como as da editora L&PM. E
também temos os sebos de livros, com exemplares a um preço acessível.
Agora fica a pergunta: “Não lemos por preguiça ou realmente por falta de
incentivo? Podemos ter livros de graça, mas se não tivermos o incentivo
da leitura acaba sendo apenas mais um exemplar na estante. Segundo a
pesquisa, apesar de o brasileiro ler, ainda não somos um país de
leitores, pois nosso índice de livros lidos a cada três meses é muito
baixo, comparado a outros países. Poderíamos explicar que ainda não
somos um país de leitores devido ao fato de que 14 milhões de
brasileiros, com idade acima de 15 anos, ainda não sabe ler e, além do
analfabetismo, temos a situação crítica do analfabetismo funcional, que
são as pessoas que leem, escrevem, mas não sabem interpretar um texto. E
o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), no quesito educação? Nós
subimos de índice, considerando 1991 (0,279), para 0,637, em 2010. Mas
ainda não é o suficiente.
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Hoje, a juventude está “puxando” o hábito
de ler. Eu observo que hoje ela está lendo mais no que na minha época
quando eu tinha 15 anos. Isso é um ponto excelente, pois quando já temos
um hábito de leitura desde jovens, dificilmente abandonamos o hábito
quando adultos. É muito mais fácil transformar um jovem em um leitor, do
que um adulto em leitor. E muito deste hábito, vem do berço, pois
pessoas cujos pais leem ou incentivam a leitura, levam o hábito junto.
Leitura também é uma herança familiar. Desconheço casos de leitores que
não foram incentivados pela família. Outro papel importante neste hábito
é o professor, que deve incentivar a leitura além dos clássicos, além
da “obrigatoriedade” de saber distinguir os períodos literários, os
leitores e suas obras. É essencial ir além de “Dom Casmurro”, “Iracema”,
entre outros clássicos tidos como massantes, até porque se a pessoa não
possui o hábito de ler, a leitura de um livro complexo, por mais que o
enredo seja excelente, não será a mesma experiência daquele que tem o
hábito de ler, pois a pessoa que lê com mais frequência possui melhor
capacidade de interpretação de texto do que aquele que lê apenas por
obrigação. E o hábito de leitura não tem hora nem lugar, podemos ler no
ônibus, nas filas, antes de dormir, num parque, na tela do celular,
tablet. Não há limitações para a leitura e ela é bem-vinda, independente
de qualidade ou não. É muito melhor ler um livro ruim do que não ler
nada, até porque com o tempo, a leitura nos ensina a buscar cada vez
mais a qualidade, afinal, quem aqui nunca leu um livro ruim? E a leitura
não está apenas nos livros, temos de considerar jornais e revistas.
Recomendo a leitura do excelente texto do
Danilo Venticinque, colunista do site da revista Época. Intitulado de “O
Brasileiro não lê”, ele nos traz um belo retrato do quanto realmente
isso é apenas uma falácia. Podemos não ler tanto quanto os europeus, mas
afirmar que NÃO lemos é uma inverdade vergonhosa e  “burra” de se
dizer. Em 2006, a revista britânica “The Economist” falou sobre o baixo
índice de leitura no Brasil, intitulando o fato como “Um país de
não-leitores”. Naquele mesmo ano o governo brasileiro criou o “Plano
Nacional de Livros e Leitura” para mudar essa visão. Com isso, através
de ONGs, foram instaladas bibliotecas circulantes entre outras ações
sociais de incentivo à leitura. Pelo aumento da venda de livros e o boom do mercado editorial, podemos dizer que a iniciativa está nos trazendo resultados.
Abaixo, temos uma série de infográficos sobre a pesquisa do “Instituto Pró-Livro”. Para quem se interessar mais, neste link, aqui , temos o relatório da pesquisa realizada pelo instituto.
Para fechar o texto, perguntei para as
pessoas de minha rede social, qual a opinião delas sobre essa falácia.
Somos realmente um país de não-leitores? O que acham dos preços dos
livros no país? E você? Qual a sua opinião? Deixe nos comentários!
Bom, eu acho que de certa forma isso de
que o brasileiro não lê, tem um ponto de verdade. Eu tenho 14 anos, e
estou no 9º ano, e em diversos trabalhos literários que a minha
professora passa, são poucos os alunos que leem os livros e eu escuto
muito deles falando: ‘Ah, pra que lê?! Tem o resumo na internet’’. Acho
isso a maior ignorância do ser humano. Ler esses livros que os
professores passam não são meus preferidos, mas não me arrependo de
nenhum que eu li até hoje, todos foram ótimos. Acho que tudo isso é por
pura falta de incentivo, tanto de casa quanto da escola. (Minha mãe
nunca gostou de ler, então ela nunca teve essa coisa de me incentivar,
meu incentivo a leitura veio de uma forma meio diferente do que
geralmente vemos, Minha professora da 4º série, sempre que a turma
estava fazendo algo e ela estava ”atoa” ela ficava lendo um livro, um
dia ela começou a contar a história de “A Cabana” e  eu adorei, mas teve
alguns acasos e ela acabou não terminado de contar a história e fiquei
com uma curiosidade imensa de saber o que aconteceria com os
personagens, sempre fui muito curiosa, então eu tive a curiosidade de
ler esse livro, e foi um dos motivos que me apaixonei pela literatura.
Bom, eu comecei a ler por um “incentivo” meio oculto da professora, por
causa dela eu comecei a gostar de ler, e estou hoje nesse paraíso dos
livros.
 O Brasileiro não lê de certa forma é uma
grande mentira, nessa semana da Bienal , eu vi por ai, todos os dias
aquilo lá lotado, se o Brasileiro não lê, eu não sei o que aquele monte
de gente estava fazendo lá, tentando entrar nos estandes, tentando pegar
autógrafos com Nicholas Sparks ou Emily Giffin. Se o Brasileiro não lê,
não sei porque vivo vendo diversos livros como esgotados nas livrarias
online, se o Brasileiro não lê, não sei o que são esses diversos blogs
literários que tem por ai, diversos grupos no facebook com mais de 10
mil pessoas neles, se o brasileiro não lê não sei o que são essas
coisas. De certa forma, o brasileiro não lê, tem se tornado uma grande
dúvida pra muitas pessoas, porque apesar do tempo moderno que vivemos,
ultimamente ando vendo muitas pessoas por ai com um livro na mão.”
(Camila Souza)
Eu sou apaixonada por livros, mas eu
fui instruída a ler desde o pré, sempre pela escola (escola particular a
vida toda). Já deram até livros de contos em inglês…. Mas o preço aqui é
totalmente abusivo, em qualquer outro lugar é bem mais barato!
Principalmente, se forem livros específicos como para estudo, o preço
aqui no Brasil parece ser mais alto ainda!” (Ellen Rocha)
Sobre os preços dos livros aqui no
Brasil, eu acho um pouco caro, mas não chega a ser inacessível, mas às
vezes, alguns livros estrangeiros que são traduzidos para o português
deixam a desejar nesse quesito, pois às vezes lá fora, o preço de um
livro de capa dura está com preço mais em conta que a tradução dele aqui
no Brasil em edição normal.
Quanto a essa falácia, na minha opinião,
quem diz isso é pessoa que não lê, pois não tem contato o bastante com
leitores para dizer isso. No Brasil há muitos leitores sim, a prova é
disso é que Eduardo Spohr, um escritor nacional, atingiu a marca de 600
mil livros vendidos, e a maioria desse leitores são brasileiros (se não
puder falar o nome dele, pode apagar essa parte). Eu como leitor (leitor
viciado em livros) pude descobrir pela internet pessoas de vários
cantos do Brasil que gostam de ler, mas não precisei ir muito longe,
sempre que eu aparecia com um livro na escola (estudei em escola
estadual no RJ), meus colegas me perguntavam sobre o que era o livro,
pediam emprestado quando eu acabasse de ler, etc. E é isso que me faz
crer que brasileiro gosta muito de ler”. (Daniel Pinheiro, 17 anos)
Acho que mesmo que os livros fossem
gratuitos, quem não gosta de ler continuaria sem ler. Mas agora, falando
sobre os preços, gostaria de dizer que acho um ROUBO cobrarem 40 reais
em um livro que custa 5 dólares em alguns lugares do mundo.” (Jonathan
Lucas)
Não gostava de ler até os 23 anos,
após conhecer um professor que abriu os meus olhos para a frente de um
livro, professor eu disse? Mas uma divindade em atrair para o incrível
mistério que é ler a confusão, a ansiedade, o escape da vida para um
mundo diferente onde se vê tudo com os olhos do livro lido, por isso a
leitura muda vidas. Incentivo! Essa é a palavra, deve-se mostrar o
quanto é bom ler, não obrigar a um estudante a ler, tem que ser um
prazer e não uma obrigação.” (Janine Sales)
Eu acho o valor dos livros em geral
bem legal se comparado a um DVD de filme ou um jogo de videogame, temos
os sebos para nossa alegria, e não podemos esquecer dos ebooks, Amazon
taí pra mostrar o quanto esse nicho está crescendo.” (Junio Rocha)
Essa frase de “brasileiro não lê” irá
perdurar até vermos metade das pessoas lendo em um coletivo. Ainda não
temos um país de leitores, mas sinto que o panorama está se tornando aos
poucos positivo para isso, principalmente em relação aos leitores mais
jovens. Agora, sobre o preço do livro, também os acho caros, mas
diminuir o preço também não ajudará se não houver estímulos culturais
para a formação de novos leitores.” (Luiz Fernando Teodósio)
Brasileiro que tem acesso, lê sim.
Basta ir em eventos como a bienal que fica lotado de leitores e até não
leitores (que mesmo assim acabam comprando algum livro). A respeito do
preço, os livros estão com um preço relativamente bom, em sua maioria
até 30 reais; uma pena que isso mudará em breve.” (Anastácia Ottoni)
“ Até escrevi uma matéria para o Causas baseada nessa pesquisa, segue a parte que corresponde:
A literatura acabou por ser dividida
em três ramos com a intensão de obter melhores resultados, sendo estes: a
literatura propriamente dita, histórias em quadrinhos e poesia.
Enquanto a maior parte da literatura que entra em contato com os alunos
acaba por fazer parte do currículo escolar, sendo transformada em meio
de avaliação, haverá pouquíssimo contato realizado de forma plena com
esta linguagem artística. Elisa Meirelles, em reportagem à revista Nova
Escola, traz a informação de que 45% da população brasileira não lê um
único livro por ano, sendo que a maior parte destes alega “não ter
interesse” ou “ter dificuldade”. Os estudantes mostraram resultados
mistos, tendo dezesseis alunos assinalando que têm algum contato, doze
revelando que possuem altos índices de apreciação e o restante mostrou
que possui pouco ou nenhum contato com a mesma.
Sobre a questão do preço só posso
dizer que a quantidade de promoções de livros que temos é imensa.
Conheço diversas páginas no facebook que fazem divulgação dessas
promoções e me fazem empobrecer todo mês. Ainda faço menção ao fato de
que literatura é sempre mais barata que não-literatura. Um livro de
técnica de arte, por exemplo, chega a R$ 120,00 enquanto obras, muitas
vezes consagradas, em suas edições de bolso ficam em torno de R$ 10,00
ou 15,00.” (Priscila E. Anderson)
Não acho que o livro seja algum
absurdo de preço, mas penso que é um mercado em remodelação desde o
surgimento dos e-books. Vai baixar de qualquer jeito. Sobre o brasileiro
não ler, não é bem assim. Ele lê, mas lê o que a mídia empurra ou o que
aprendeu na escola que é bom. O brasileiro é um povo arraigado a
valores antigos no que se refere à música e cultura. Em resumo: O
moderno não presta e não é lido. Agora a grande novidade são os “Teens”.
Essa galera que está movimentando o mercado agora sabe bem o que quer,
pensa diferente (e melhor que outras gerações moralistas e
ultrapassadas) e age diferente. Já o brasileiro de idade adulta lê sim,
mas lê movido a conceitos pré concebidos. A moçada nova não, eles leem o
que aparece pela frente. E Amém para isso!” (César Bravo)
 Revisado por Paloma Israely.


Fonte: literatortura





Dizer que o brasileiro não lê é, na verdade, coisa de quem… não lê

quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

Feliz 2015!

Só tenho a agradecer a todos que me acompanharam em 2014. Esse ano foi bastante produtivo e literário. Fiquei muito feliz porque também pude ajudar muitas pessoas.
Acompanhei e ajudei a organizar e colaborar em muitos projetos literários e muitas feiras de livros (dois deles através da SAL). Algumas coisas ainda não pude realizar, mas tudo isso é um aprendizado e preparação para coisas ainda maiores e mais organizadas que com certeza se concretizarão no momento certo.
A carreira literária é muito ramificada e não se resume somente a publicações de obras. Continue escrevendo, organizando, pesquisando, comparando formas e alternativas de desenvolver a sua biografia neste imensurável mundo da literatura.
Se especialize, estude, amplie seu conhecimento e contatos; presencie a experiência de fazer parte da vida das pessoas através de seu trabalho.
2015 será ainda muito melhor. A agenda está programada, mas ainda teremos muitas surpresas.
Muito obrigado,

Leo Vieira

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Yabu: Minha filha tem 3 anos e mal sabe o que é Globo, SBT ou Discovery - Últimas Notícias - UOL Televisão

Imagem do desenho "My Little Pony", disponível em serviços de TV por streaming
Imagem do desenho "My Little Pony", disponível em serviços de TV por streaming


Quando tinha 2 anos, minha filha Luna (hoje beirando os 4), me fez uma
daquelas perguntas cabeludas que pegam qualquer pai de calça curta:
"Papai, o que é TV a cabo?". Depois de pensar um pouco sobre os
referenciais que ela já tinha na época, respondi: "É uma Netflix onde só
passa desenho surpresa!"
Luna, que desde de que nascera só tivera acesso a desenhos animados via
streaming, ficou intrigada com a possibilidade de não saber o que iria
assistir a seguir. "E onde tem TV a cabo?". "Na casa da vovó", respondi.
Na verdade, na nossa também tinha, mas eu confesso que não sabia qual
era o nosso pacote nem por onde andaria o controle remoto da Net,
desaparecido havia meses.

E é assim em nossa casa até hoje. Já faz cerca de quatro anos que
vivemos na era pós-TV, em que 100% do conteúdo assistido pelas três
pessoas que compõem nossa família vem de algum serviço de streaming
disponível em nossa Apple TV. Filmes e séries fresquinhos, assistimos
via iTunes, às vezes antes da estreia nos cinemas por aqui. Quando a
coisa é um pouco mais antiga, o Netflix dá conta do recado. Se é mais
ainda, ou se é algo que viralizou na última semana, assistimos no
Youtube. Quando minha esposa quis assistir aos jogos da Copa, precisei
revirar a casa em busca do bendito controle da Net, porque senão, nem
isso, já que futebol não desperta meu interesse (e vamos combinar, não
perdi nada esse ano).

É um caminho sem volta, especialmente para a Luna. Graças ao streaming,
a pequena tem uma relação completamente diferente com a mídia daquela
que eu tinha, ou que suas amiguinhas mais "analógicas" têm. E vai levar
esse novo paradigma por toda a vida. Ou você acha que a desculpa do
"desenho surpresa" vai colar por muito tempo? Para "pegar" a Luna, os
canais – e os anunciantes – primeiro terão que entrar na vida dela,
porque até então ela simplesmente passou batido por todos eles, e não
faz ideia do que seja uma Globo ou um SBT, e Discovery Kids ela só
conhece pela casa da vovó. Talvez hoje Luna seja uma minoria, um ponto
fora da curva, mas quão fora? Ainda se assiste a muita TV tradicional no
Brasil, mas com a audiência dos canais em queda, e a multiplicação das
telas e dos serviços de streaming, quem acha que a geração da minha
filha vai consumir TV da mesma forma que seus pais, sentando no horário X
para assistir a novela, acompanhando séries dubladas na TV paga ou
usando o "Jornal Nacional" como janela para o mundo?

.
 


Notei que, depois de alguns episódios de 'Pocoyo', ela tinha uma
certa tendência a deixar de lado o 'por favor', tão cuidadosamente
forjado em seu vocabulário. Não tive dúvidas, 'Pocoyo' caiu e o 'por
favor' voltou na hora.




Vai ser uma briga boa, e não tenho como ser imparcial. Na minha
opinião, a grande diferença entre a TV tradicional e o streaming é que a
primeira pensa no anunciante, e o segundo, no usuário, algo que para
mim, como pai, só traz vantagens. O fato de que Luna pode assistir ao
que quiser na hora que quiser é uma delas. Mas também é uma
meia-verdade. Todas as suas escolhas passam pelo meu crivo e o da minha
esposa, algo que seria impossível numa TV aberta ou fechada. Também
escolhemos – e limitamos – o horário em que ela pode assistir a
desenhos. Na era pós-TV, a tal "programação infantil de qualidade"
depende exclusivamente dos pais. Sabemos que teremos muitas quedas de
braço para encarar daqui para a frente, mas esse é uma responsabilidade
que não pretendemos dividir com nenhuma emissora.

Entre os tais "desenhos surpresa" da TV a cabo, por mais premiados que
sejam, muitos são simplesmente inapropriados para a idade da Luna:
alguns são para crianças mais velhas, outros, mais novas, e isso é tão
problemático quanto. Notei que depois de alguns episódios de "Pocoyo"
(cujo público são crianças de 1 a 2 anos), ela tinha uma certa tendência
a deixar de lado o "por favor", tão cuidadosamente forjado em seu
vocabulário. Não tive dúvidas, "Pocoyo" caiu e o "por favor" voltou na
hora. Já algumas amiguinhas mais precoces entraram na onda de "Monster
High" (voltado para pré-adolescentes), mas aqui em casa Draculaura e
suas amigas de salto plataforma não têm vez. Simples assim.

Ao selecionar a programação de nossa filha, sentamos com ela e
discutimos por que esse ou aquele desenho não lhe são apropriados. Eu
realmente odeio como a Princesinha Sofia ("Sofia the First" ou "A
primeira", apelidada pelos pais americanos de "the worst", ou "a pior")
passa seus episódios sendo mimada e malcriada, para apenas no último
minuto da história se redimir. Ou seja, a criança passa quase 18 minutos
assistindo a maus exemplos (num dos episódios, a irmã Amber,
loiríssima, maltrata explicitamente uma menina negra e pobre), e apenas 2
ou 3 com uma conclusão musical de que aquilo não foi uma boa ideia. Mas
aí o estrago já está feito. Outro que pinta e borda é o Caillou, típica
criança chiliquenta produto de pais sem autoridade. Usamos os poucos
episódios que ela viu desses desenhos para mostrar como não se
comportar, e então oferecemos os outros que, se não ensinam nada, pelo
menos não desensinam.



Na era pós-TV, a tal 'programação infantil de qualidade' depende
exclusivamente dos pais. Sabemos que teremos muitas quedas de braço para
encarar daqui para a frente, mas esse é uma responsabilidade que não
pretendemos dividir com nenhuma emissora.




Entre os programas liberados, estão aqueles que considero inocentes,
mas que não subestimam a sua inteligência. Não busco, necessariamente,
programas "educativos" – afinal, ela tem pais e escola para isso. O
entretenimento, desde que seja respeitoso, é sempre válido. Acho que "My
Little Pony" é o melhor exemplo, é um desenho leve, inteligente e
visualmente muito bonito. Vez por outra, tento empurrar algumas coisas
diferentes e menos "comerciais", como desenhos do Miyazaki, pelo qual
ela surpreendentemente não se interessou (talvez seja a idade), e
"Kirikou", desenho francês pelo qual se apaixonou.

Outro fenômeno interessante é que, para Luna, não existe essa de
desenho "antigo" – pudera, ela está nesse planeta há 48 meses, tem
coisas na minha despensa mais velhas do que ela. Com frequência, ela me
pede para assistir no Youtube episódios de "She-Ra" e "Sailor Moon" (que
ela já sabe procurar sozinha, via busca por voz no iPad), e a única
coisa que a fez esquecer a "febre Frozen" foi açúcar, tempero e tudo o
que há de bom: as "Meninas Superpoderosas", recentemente adicionadas ao
catálogo do Netflix. As defensoras de Townsville conseguiram até
desbancar o tema de sua festa de aniversário de quatro anos em janeiro, e
inadvertidamente me causaram dois problemas: o primeiro é que, fora do
mercado há quase uma década, não existem produtos de decoração de festa
das personagens. O segundo é que poucas de suas amiguinhas sabem quem
são Florzinha, Lindinha e Docinho.





Cena do desenho "Peppa Pig", atual febre entre as crianças


Isso nos leva ao ponto que considero mais sensível da discussão. Muito
tem se falado sobre os impactos que a publicidade tem sobre as crianças,
e talvez esse seja o "efeito colateral" mais benéfico da vida pós-TV:
Luna simplesmente não assiste a propagandas. Algum dia alguém vai
escrever em minha sepultura que eu mesmo ajudei a cavá-la, afinal, eu
também tenho um desenho animado na TV, a série "Princesas do Mar". Mas
se como profissional eu temo pelo meu emprego, como pai, durmo com a
consciência tranquila ao notar que Luna não é uma criança que pede, que
vê algo o mercado e quer na hora, nem que se agarra a um produto no
shopping e esperneia se os pais não o compram.

Evidentemente, Luna tem seus desejos, mas ela não tem aquela gana em
ter o xampu da Elsa, a mochila da Barbie, o notebook da Xuxa e, bate na
madeira, qualquer coisa com Patati Patatá. Para minha filha, personagens
não são, necessariamente, produtos nem sinônimo de consumo. Eles vivem
em lugares encantados como Equestria, Townsville e Arendelle, aos quais
pais e criadores devem agradecer por existirem e tornarem os sonhos de
nossas crianças mais felizes. É claro que Luna sabe da existência dos
produtos inspirados em cada um desses reinos mágicos, ela tem sua
coleção de My Little Pony, suas Barbies e Princesas Disney. Mas sua
mochila é apenas uma mochila, uma vermelhinha modelo mensageiro que a
mãe usava como bolsa do dia a dia. Seus tênis, galochas e chinelos são
simples e coloridos, pouquíssimas roupas suas têm personagens e o mais
importante, ela sequer sabe o que é um Mc Lanche Feliz, nunca tomou
refrigerante na vida e prefere uma laranja lima a qualquer biscoito
recheado. Sem dúvidas, as escolhas saudáveis da Luna são influenciadas
por nós, mas fica a dica: é muito mais fácil convencer sua filha a comer
uma ameixa se não tiver ninguém oferecendo um Toddynho ao mesmo tempo.

Há riscos, também. No meio do oceano de opções que Luna tem ao alcance
de seus dedos, ela precisa de nosso olhar e nosso cuidado, e é um
trabalho gigantesco ter que navegar junto com ela em meio a Monster
Highs, Peppas e Caillous da vida até encontrar algo de qualidade. A cada
dia que passa vejo que o excesso de opções só é prejudicial quando se
tem falta de filtros. A vida via streaming só fez bem à nossa família,
tornou-nos mais unidos e atenciosos com cada escolha feita com e pela
Luna. A TV a cabo, quem diria, virou uma espécie de bolinho de chuva:
uma lembrança gostosa, pouco saudável e que só encontramos mesmo na casa
da vovó.


 
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* Fábio Yabu tem 35 anos, é escritor, ilustrador e
roteirista. Seus desenhos animados são exibidos nas TVs de mais de 50
países, e seus livros publicados no Brasil e em Portugal. Em 1998, criou
uma das primeiras histórias em quadrinhos para internet do mundo,
"Combo Rangers". Também é autor da série de livros e desenhos animados
"Princesas do Mar", exibidos em TVs de mais de 50 países, incluindo a TV
Cultura e Discovery Kids no Brasil.


sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

O Futebol das Fábricas ou Fábrica do Futebol ?


Esporte Clube Costeira


Mathias Brotero

Além do Esporte Clube Metalúrgico que viveu tempos áureos na década de 1940, existiu em São Gonçalo o Esporte Clube Costeira, fundada a 25 de maio de 1960.

Em 1979, foi o segundo colocado na Divisão de Acesso de times do interior, segunda divisão do Campeonato Estadual do Rio de Janeiro. O campeão e vice foram respectivamente o Friburgo Football Club e o Esporte Clube Costeira. Porém em 1980, o campeão foi o E C Costeira e o vice-campeão foi o Novo Rio FC, de São João de Meriti, que daria origem em 1981 à União Esportiva Coelho da Rocha. Não houve promoção para a Primeira Divisão do ano seguinte.

No começo do século XX o futebol começava a ganhar popularidade no Brasil. O esporte elitista trazido da Inglaterra por Charles William Miller passou a ser jogado por outras classes sociais, e rapidamente se popularizou nas fábricas e indústrias brasileiras.

Os trabalhadores jogavam em seu horário de almoço e os dirigentes das fábricas começaram a perceber que o esporte unia os seus funcionários. Assim, muitos cediam terrenos inutilizados das fábricas para fazer um campo com sede – uma jogada genial, pois além de unir os trabalhadores em torno do espírito corporativo da empresa, o futebol funcionava como propaganda da indústria, tornando as fábricas mais conhecidas.

Na medida em que mais times iam crescendo e se enfrentando, as fábricas ganhavam mais nome e a “indústria do futebol de fábricas” começou a crescer. Durante a contratação de funcionários, algumas indústrias priorizavam aqueles que soubessem jogar futebol. Houve até casos em que algumas fábricas contrataram operários só para jogar, mas no contrato escreviam que eles trabalhavam nas fábricas, pois só podiam participar dos campeonatos, aqueles que trabalhavam naquela indústria.
A popularidade dos jogos chegou ao ponto de servir como propaganda governamental para o Estado Novo, pois as ligas classistas criavam torneios amadores que seguiam as regras do Estatuo do Conselho Nacional de Desportos (CND) do Governo Vargas.

Porém, aquele espírito de união que o futebol dava para os jogadores de fábricas começou a se esvair. A competitividade para jogar pelas empresas criou muitas rixas entre trabalhadores, que queriam desfrutar dos benefícios que um jogador de empresa tinha (como poder ser dispensado para treinar ou trabalhar com uma carga horária mais flexível). Ao mesmo tempo, os bons jogadores assinaram contratos com grandes times nacionais, e passaram a viver só disso, como foi o caso de Mané Garrincha. Os operários que ficaram velhos demais para jogar voltaram para as suas fábricas e os times de futebol de fábricas foram perdendo força.

Eventualmente os presidentes das fábricas perceberam que havia outras formas mais eficientes de propaganda para a sua indústria, e os times de futebol de fábrica foram lentamente se perdendo no tempo.

Revista Placar, 16/09/1977


QUEM SE LEMBRA DO COSTEIRA TREINANDO NA PONTA D'AREIA?


Péris Ribeiro*
 
Clube fundado em 1960, não registra grandes feitos em sua história. Da velha Companhia de Navegação Costeira restam o emblema - uma Cruz de Malta que era pintada nas chaminés dos saudosos Itas -, o nome e alguns abnegados sócios, que descontam as mensalidades em folhas. Eles não deixam o clube morrer — ao contrário, é organizado, com departamento médico que funciona e pagamentos rigorosamente em dia. Também, são apenas 12 profissionais e uma porção de amadores. Salário mínimo, naturalmente — para eles é salário mínimo realmente, pois nenhum tem emprego na companhia, empresa pública que não tem mais navios e foi transformada em estaleiro de reparos navais, na costa de Niterói.

(... )Porém o otimista presidente Sebastião Barbosa de Melo afirma que o Costeira melhorou muito de lá para cá, pois mantém o mesmo time-base há trés anos e reforçou as posições deficientes.

A torcida, pequena porém fiel, confia muito em seus quatro craques, aqueles que faturam 2 mil por mês: o goleiro Tonho, 22 anos; o quarto-zagueiro Getúlio, 23 anos; o ponta-direita Aílson, 24 anos, veloz e de bom chute, e a armador Gutinho, estrela da companhia, que diz ter 23 anos mas aparenta muito mais, cacheiro que já andou em muito clube por ai — o último foi o Volta Redonda — e que sabe de bola sem correr muito atrás dela.

Uma pena não ter a foto do time da Costeira, apenas uma comprovação de um dos jogos. No antigo placar ao fundo o nome Costeira.   Jogo onde o Costeira sagrou-se campeão da Segunda Divisão do Campeonato Estadual do RJ.

Esporte Clube Costeira foi uma agremiação esportiva de São Gonçalo, no estado do Rio de Janeiro, fundada a 25 de maio de 1960.

Criado na ilha do Viana, na vizinha Niterói, por funcionários do estaleiro da Cia. Costeira de Navegação Marítima, o Costeira disputou diversos campeonatos promovidos pela Liga Desportiva de Niterói.

Se transfere para São Gonçalo, após vencer a Segunda Divisão Estadual (Zona do Interior) em 1980 e posteriormente abandonar o profissionalismo, muito dispendioso para a sua realidade financeira.

Retorna apenas em 2002, na Terceira Divisão de Profissionais. Classifica-se em segundo em seu grupo e chega à fase seguinte, na qual é eliminado ao ficar em terceiro em uma chave que classificou apenas o primeiro colocado Artsul Futebol Clube.

No ano seguinte, foi convidado a disputar a Segunda Divisão, mas não alcançou um bom desempenho. É eliminado precocemente na primeira fase ao ficar em segundo em uma chave com três equipes.

Licenciou-se após essa disputa, culminando numa posterior desfiliação pela FFERJ, devido a seis anos de inatividade. Suas cores são azul e branco.

 

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A Sociedade de Artes e Letras de São Gonçalo agradece a Anselmo Lopes da Silva, administrador do grupo "São Gonçalo Antigo" a permissão de postagem desta matéria.
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Texto: Mathias Brotero, “O Futebol das Fábricas ou a Fábrica do Futebol” - Pesquisa do amigo Antônio Gavina do Facebook: http://www.facebook.com/PontaDAreiaNiteroi

(*)   Revista Placar, 16/09/1977

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

UFRJ planeja mudança na identidade visual para 2015




Por Paulo Calmon
O
professor Marcus Dohmann, da Escola de Belas Artes (EBA−UFRJ), realizou
uma apresentação no Conselho Superior de Coordenação Executiva (CSCE),
no dia 2 de dezembro, sobre o atual símbolo maior da UFRJ, a Minerva.
Após detectar problemas na utilização da marca, além da ausência de um
projeto consistente, o professor propôs que um novo sinal gráfico seja
elaborado.


Incentivando
a criação de um conjunto de normas que administrem a aplicação do logo,
Dohmann apontou que existe atualmente quase uma centena de Minervas
diferentes em uso na universidade. Segundo ele, a inconsistência nas
aplicações dificulta o fortalecimento da identidade visual da UFRJ.
Dohmann
afirmou que o medalhão da Minerva geralmente usado possui um tratamento
gráfico complexo, com detalhamento elevado. Isso prejudica a
legibilidade, a assimilação dos diversos elementos, e gera uma baixa
reprodutibilidade, sobretudo com processos de impressão limitados para o
nível de particularidades que envolvem o símbolo.

A
proposta de criação de um ícone para situações funcionais visa criar
uma cultura visual na instituição. Para o professor, o novo sinal
gráfico deverá interagir com as representações dos diversos
departamentos e projetos da universidade, preservando seus valores
visuais e incentivando a utilização e identificação do símbolo com a
comunidade acadêmica. Entretanto, a Minerva atual não seria descartada. O
medalhão seria utilizado em situações formais e documentos oficiais,
como diplomas.

O reitor da UFRJ, Carlos Levi,
sugeriu que o CSCE avalie propostas para a nova marca. Os desenhos serão
produzidos pelo Laboratório do Núcleo Gráfico do Departamento de
Comunicação Visual (LabGraf), coordenado por Dohmann. As sugestões serão
apresentadas em fevereiro, durante a primeira sessão do CSCE de 2015.






fonte: Universidade Federal do Rio de Janeiro