quarta-feira, 15 de maio de 2013

Como Desenvolver Personagens Infantis

Uma das grandes tarefas do escritor sem dúvida é saber manipular e desenvolver o rumo de cada personagem. Em toda obra, se identifica o perfil do escritor através de sua narrativa. Porém um outro detalhe deixa a sua obra mais especial quando ele sabe dosar muito bem a diferença em apresentar o comportamento de cada personagem. Principalmente quando ele é distinto dos personagens centrais.
Sabemos que o escritor somente terá que contar com as palavras para construir, lapidar e ilustrar os acontecimentos. Mais ainda quando o personagem tem inocência, manias, defeitos, trejeitos e a ingenuidade resumida na pouca idade. Mas como fazer isso, sem precisar explicar que o personagem é uma criança?
O maior exemplo está ao nosso redor. Sempre há uma criança por perto. Observe, preste atenção e procure tirar o máximo de aprendizado através das ações delas.
Tire um momento para observar como brincam as crianças no playground do seu condomínio, ou então como se comportam os seus sobrinhos ou filhos dos amigos.
Maurício de Sousa passou a observar (com uma prancheta e um lápis nas mãos) uma de suas filhas, que vivia invocada, andando de vestido curto e arrastando um enorme coelho recheado de palha. Nascia a Mônica, que há 50 anos lhe rende fama e bons lucros no mercado de entretenimento, no Brasil e em dezenas de países. Roberto Bolaños também observava os gestos desajeitados e inocentes de suas filhas um pouco antes de adaptar em seus personagens. Inclusive, os choros de Chaves, Quico, Chiquinha e Seu Madruga vieram de suas filhas. 
Quando escrevi "Alecognição" (Editora Lexia) precisava ressaltar pontos notáveis da infância, além de adptar a linguagem ideal, apesar do personagem Galileo ser um menino muito esperto. A memória é o melhor banco de dados pessoal do mundo. Refugie-se em seus pensamentos e vasculhe suas preciosas lembranças da infância e dose muito bem em seus pequenos personagens.

Leo Vieira é membro e secretário da Sociedade de Artes e Letras de São Gonçalo (SAL), autor do livro "Alecognição" (Editora Lexia) e mais 30 livros, ainda em fase de publicação. Escritor acadêmico em outras 29 Academias e Associações literárias; ator; professor; Comendador; Delegado Cultural em duas cidades e Doutor em Teologia e Literatura.

COMO AGIR NO MOMENTO DE ÓCIO?

Nos momentos de escrita e desenvolvimento de roteiro, é muito comum dar uma "pane" na criatividade e simplesmente não conseguir mais desenvolver uma linha sequer daquele livro que você estava desenvolvendo e escrevendo. É horrível quando isso acontece, até porque quando a mente esfria, nem sempre você consegue pegar o gancho pra manter a aventura no mesmo ritmo e compasso. O que fazer então nesses momentos?
Antes de tudo, o escritor deve saber que a escrita é um hábito e não um hobby. Se você ainda vê o ofício de escritor como um mero divertimento, então NEM CONTINUE A LER ESSA POSTAGEM. Um escritor é um profissional e não deve trabalhar apenas nos momentos de "inspiração". Um escritor deve escrever em todas as situações haja o que houver.
Se um atleta fica preguiçoso para praticar a sua atividade física, a musculatura tende a se atrofiar. Da mesma forma, a mente de um escritor que diminui o seu compromisso pessoal de escrever.
Reserve um momento do dia para escrever. Durante as suas outras atividades, leve no bolso um bloquinho de papel ou caderneta com caneta ou lapisera e faça anotações e/ou desenhos sempre que houver um surto criativo. O personagem Nasalvo (um fantoche azul, manipulado por um demônio frio e calculista no livro "Alecognição") surgiu quando eu vi uma mochila azul com um fecho branco, parecendo um nariz grande
e bulboso. A mochila estava jogava próximo ao púlpito da igreja que congrego, até que uma criança pequena veio e vestiu as costas com ela. Como eu também tive fantoche na infância, começou a germinar uma analogia do fantoche que manipulava mentes. E tudo começou por conta da imagem de uma mochila.
Depois de fazer as breves anotações, nomes e desenhos, repasse os hieróglifos para o computador, assim que estiver em casa. Depois, no seu momento habitual, organize as ideias e comece a pensar e a desenvolver. Pense, crie, use a imaginação, só não fique parado e esperando o roteiro cair do céu. Os livros não nascem prontos.
Faça um banco de dados a parte para cada personagem. Uma biografia fictícia é importante para que você não deixe falhas gritantes em alguns aspectos, ou simplesmente deixar um personagem no "vácuo" da história ou até mesmo fazendo ele se perder no enredo e acabar sobrando e ficando desnecessário. J.K. Rowling criava até árvore genealógica para os seus personagens em Harry Potter; Nora Roberts desenvolvia seus roteiros construindo antes o histórico fictício de cada um deles. Daí, quem tivesse um estilo de vida mais interessante, virava o protagonista do livro. Escrever é uma diversão e o desafio é uma aventura.

Pra fechar, vou deixar uma dica com um desafio para vocês: Hoje eu assisti na televisão a matéria de um motoboy que perdeu tempo demais numa fila de banco e acabou processando o banco. Isso dá um livro? Claro que sim!
Construa uma biografia para ele (idade, história, emprego, família, hábitos, propósitos, etc), desenvolva a apresentação do enredo (indo para o trabalho, aparece o encargo de ir ao banco para pagar conta da empresa; ou então, ele aproveita o intervalo do almoço para pagar uma conta, mas perde a hora e isso lhe
causa uma sanção disciplinar), crie e conflito do livro (ele fica constrangido e é prejudicado no emprego por conta do atraso e isso é refletido na vida pessoal. Ele fica transtornado e com mania de que sempre está atrasado). Foque mais no desespero do personagem até vir a decisão. Não deixe de desenvolver o ápice do conflito, que seria os empecilhos judiciais. O banco tentando negociar, intimidar, entre outras coisas. Para deixar o livro mais visceral e atraente, coloque sub-enredos, como a esposa com um problema paralelo ou então um personagem com apelo humorístico. Está vendo? A história já está interessante e nem mesmo começou a ser escrita. Se ninguém desenvolver e publicar essa dica esse ano, eu escreverei então, ok?


Leo Vieira é membro e secretário da Sociedade de Artes e Letras de São Gonçalo (SAL), autor do livro "Alecognição" (Editora Lexia) e mais 30 livros, ainda em fase de publicação. Escritor acadêmico em outras 29 Academias e Associações literárias; ator; professor; Comendador; Delegado Cultural em duas cidades e Doutor em Teologia e Literatura.

COMO FAZER UM BOM LANÇAMENTO DE LIVROS?

Não se precisa de muito requinte na hora de lançar o seu tão sonhado, planejado e querido livro. Muitos pensam em festas faraônicas, com aspecto de cerimônia finíssima, mas um lançamento de livro pode ser prático e agradável a todos, com grandes resultados.
Reserve entre 20 e 30 exemplares de livros. Não leve estoque grande, porque nem sempre se vende tudo de uma vez. Leve o suficiente para que você não precise de carro para o transporte. No máximo, um carrinho de feira.
Não alugue salão de festa. Senão o custo pode sair mais caro do que o resultado das vendas e lhe causar decepção e frustração. Também numnca se pode achar que você vai vender o suficiente para lançar mais um livro em seguida. Pense na reposição do investimento. O resto é bônus. Um escritor, assim como qualquer outro profissional  deve sempre aprender a caminhar um quilômetro extra.
Reserve um espaço em uma pizzaria ou churrascaria, com os convidados que confirmaram presença. Em alguns casos, o estabelecimento até presenteia com uma pizza de cortesia quando o local enche. Além de ser uma forma de popularizar mais o local.
Aproveite a festa e faça as dedicatórias nos livros. A festa será animada. Sorria e tire muitas fotos. Isso atrairá outros compradores de última hora, como frequentadores que nem sequer sabiam do evento e estavam em mesas distantes. Se você investiu R$ 1 mil no livro e vendeu 30 exemplares por R$ 30, cada um, você praticamente pagou o custo de investimento. Não tenha pressa e saiba que em um futuro lançamento, você poderá vender muito mais.


Leo Vieira é membro e secretário da Sociedade de Artes e Letras de São Gonçalo (SAL), autor do livro "Alecognição" (Editora Lexia) e mais 30 livros, ainda em fase de publicação. Escritor acadêmico em outras 29 Academias e Associações literárias; ator; professor; Comendador; Delegado Cultural em duas cidades e Doutor em Teologia e Literatura.

O Incansável Trabalho de um Blogueiro

 Tenho notado as atividades de muitos blogueiros, assim como também tenho recebido propostas de parcerias de alguns deles. Muitos dos que eu fui fazendo contato, acabou se transformando em uma boa amizade, a qual preservo através de contatos e conversas eventuais por e-mails, chat e rede social. Também tenho percebido métodos um tanto quanto incisivos da parte de alguns deles para firmar parcerias.
Um blogueiro precisa saber que o seu ofício não é rentável e até conseguir isso, se passa por uma grande fase. A credibilidade vai crescendo e se firmando aos poucos, até conseguir muita visualização e popularidade, no que resultaria em um possível patrocínio e até site de venda de livros e brindes.
Há blogueiros que estão simplesmente cobrando pelos seus serviços, isto é, exigindo um exemplar do livro em troca de qualquer tipo de postagem sobre o mesmo. Quando eu contra-argumento oferecendo book tour, muitos simplesmente nem respondem o e-mail.
Deu a entender que se importam mais em terem uma fileira de livros com dedicatória na estante.
Como blogueiro (administro, participo e colaboro em 11 páginas) meu conselho é nunca exigir exemplar a ninguém em troca de qualquer tipo de divulgação. Se você ganhou um livro e não gostou muito da leitura (o que é muito comum), não faça uma crítica que denigra o livro. Talvez o seu gênero literário não seja esse. Quem lê "O Senhor dos Anéis" não pode criticar "Crepúsculo". As duas linhas literárias são extremamente diferentes e não merecem nenhum tipo de comparação. Isso só iria demonstrar ignorância e despeito do resenhista. E NUNCA coloque um livro presenteado à venda. Se você não faz questão de manter guardado um presente com dedicatória, doe para alguma biblioteca ou amigo que se identifique com a leitura da obra.
Como escritor (sou filiado em 30 academias de letras, sindicatos e associações literárias) meu conselho é nunca sair distribuindo livros para quem você mal  conhece. A não ser que você seja o dono da editora, ou sócio da gráfica, ou não tiver senso de despesas, saiba que livros custam dinheiro e você precisa demonstrar o custo e valor que eles representam para você. Levem um livro (ou dois) em sua bolsa/mochila e mostre a alguém sempre que aparecer oportunidade. Sabe aquelas conversas de fila de banco e de ônibus? Eu já consegui falar e até vender livro desta forma. Quanto a doação, se um leitor representar pelo menos 5 leitores adjacentes (um professor, um chefe, ou qualquer outra pessoa popular), aí sim disponibilize o livro. Organize book tours (5 blogueiros por livro) e monitore quem fez resenha para fazer uma boa reciclagem para o próximo livro. 
Se você está escrevendo livro pensando em ganhar muito dinheiro, então vá trabalhar em uma livraria (assim você ganha dinheiro vendendo os livros dos outros). E se você é blogueiro pensando em ganhar livros de cortesia, então vai trabalhar na livraria junto com esse pseudo-escritor (assim, você ganharia exemplares para lotar sua estante). O sucesso é a consequência de um trabalho paciente, honesto e perseverante.
Um grande abraço a todos os blogueiros e parabéns pelo bom gosto e amor à Literatura!




Leo Vieira é membro e secretário da Sociedade de Artes e Letras de São Gonçalo (SAL), autor do livro "Alecognição" (Editora Lexia) e mais 30 livros, ainda em fase de publicação. Escritor acadêmico em outras 29 Academias e Associações literárias; ator; professor; Comendador; Delegado Cultural em duas cidades e Doutor em Teologia e Literatura.

Cuidado com os Oportunistas!

Na carreira artística, não só no nosso caso (escritores), mas também com músicos, cantores e atores, é muito comum aparecerem certos "profissionais" em busca de uma "oportunidade" com intenção de "ajudar" na carreira do artista.
Eu trabalho desde os 14 anos. Comecei em gráfica, depois cursei teatro profissional, onde fiz teatro e dublagem e depois fiz faculdade, trabalhei em imobiliária, seminário e fui estendendo nas formações teológicas. O hábito de ler e pesquisar muito e ter que escrever muitas resenhas, teses e sermões, acabou desenvolvendo a vocação para a carreira literária, que mantenho até hoje.
Durante essa trajetória, aconteceram altos e baixos e também muitas decepções. Eram amizades mal-intencionadas, invejosas e muito oportunistas. Na época de designer  eram muitos clientes pedindo "ajudinha" no layout da firma, que eles classificavam como "coisa simples" em busca de mendigar a redução do valor do serviço o máximo possível.
No teatro e dublagem, a mesma coisa. Propostas mirabolantes de papel de destaque, porém "o orçamento da peça era curto e não tinha dinheiro o suficiente para pagar os atores". "Mas a oportunidade de propagação da carreira dos atores era ótima", segundo eles. Isso não me importa! Se o nome do ator/dublador não for divulgado na filipeta/crédito da produção é crime trabalhista e o diretor/produtor é autuado por INADIMPLÊNCIA FISCAL por praticar apropriação indébita (art. 2º da Lei 8.137/1990). Divulgação do artista profissional é mais do que a obrigação.

Na minha época de corretor de imóveis, não era escalado para vendas importantes porque também não tinha o registro no CRECI (Conselho Regional de Corretores de Imóveis), então fechava vendas "pelas sombras" do corretor credenciado e assim ganhava as "migalhas" das vendas que ele finalizava e carimbava no escritório dele. Quando o loteamento acabou, ganhei um aperto de mão com tapinha nas costas e uma "promessa" de ser convocado para o próximo empreendimento. Trocando em miúdos, foi como se eu tivesse escutado: "Valeu, Leo! Agora cai fora e se vira por aí! Boa sorte, otário!"
Apesar de tudo, o meu ex-chefe não era oportunista. Foi o mais franco, sincero e realista que eu tive. Por ele também ser advogado, ele sabia muito bem das questões  trabalhistas e transtornos que ele poderia ter em contratar um funcionário para um mercado tão escorregadio que é a corretagem. A partir daí, comecei a notar como era importante me profissionalizar ao máximo para impor um "respeito profissional".
Me formei em Teologia, enquanto trabalhava em uma empresa de call center, no mesmo tempo em que eu fazia estágio (gratuito, porque tem que ser mesmo) em uma pequena igreja. Acreditem, mesmo sendo teólogo formado, recebi duas propostas para ser pastor auxiliar de graça, enquanto os pastores titulares ganhavam entre dez e doze salários mínimos.
Atualmente, trabalho GRATUITAMENTE como professor de escola bíblica dominical e faço capelania em hospitais e asilos. Essas atividades NÃO SE DEVEM COBRAR. São nossas atividades religiosas, a qual me comprometo. Porém, as atividades a qual você assume compromisso burocrático, como professor de seminário e/ou administração eclesiástica, esses ofícios sim devem ser pagos, conforme o estatuto da instituição.
Hoje, também sou escritor profissional. Sou credenciado e reconhecido por quase 30 academias, sindicatos e associações literárias no país todo e também fora dele. Minha biografia é grande e me orgulho muito disso, porque prezo pela qualidade do serviço prestado aos meus leitores e também aos clientes. Escrevo GRATUITAMENTE para onze blogs, sendo quatro deles, religiosos e sete deles literários. Também administro sete páginas no Facebook. Nenhum dos blogs têm patrocínio; é uma atividade cultural literária compartilhada com os os outros colegas.
Mesmo assim, sempre vem um "parceiro" apresentando um "projeto" embrionário e espalhafatoso, com promessas duvidosas e mentirosas de que um dia, trará lucro. Pois bem, não custa nada sonhar, é claro, mas ter que se envolver em uma atividade mal-planejada, é um tiro na água.

Pra encerrar, vou explicar o que vem acontecendo comigo. Sempre sou cortejado para "colaborar" em algum desses "projetos". O espertalhão vem com aquela conversa de que o projeto está ainda em fase inicial e pergunta se eu posso dar uma "contribuição literária" (grátis). É sempre roteiro de teatro pra eu dar uma "ajudinha" e "quebrar um galho". Nem deixo a conversa prosperar. Quem quebra galho é macaco gordo.
Também aparece um colega escritor resmungando do alto serviço que um revisor e um diagramador cobram para preparar um livro. Corto logo o barato dele falando que o meus serviços de revisão e diagramação também são caros, sem "camaradagens".
Há algumas semanas, um colega da época do teatro veio com um convite para que eu desse uma "contribuição" em um roteiro de longa metragem. Só que não era projeto nenhum. Era apenas uma ideia mirabolante que ele mal sabia como iria solucionar! Isso é o mesmo que começar a construir uma casa pelo telhado.
Por ele ser uma boa pessoa e ainda ser muito leigo na carreira, mesmo assim dei minha contribuição. Expliquei que longa metragem no Brasil é meio surreal por causa do orçamento levantado (em torno de R$ 50 A 100 milhões). Aconselhei o meu colega a fazer a faculdade de cinema (Fundação Getúlio Vargas), o curso de Formação Executiva em Cinema & TV (com Processos de Criação e Produção) e o Curso de Roteiro Cinematográfico. Mandei todos os contatos e referências. Se pelo menos ele fizesse UM daqueles cursos, já conseguiria adquirir noções para amadurecer a ideia (o que ele muito precisaria), sem contar os possíveis futuros parceiros que construiriam a tal meta com ele. Dessa forma, ele poderia registrar e aprovar um projeto no Ministério da Cultura, com apoio da Ancine.
Agora, vão saber se ele se interessou em ir atrás disso??



MEU CONSELHO: Sonhar é preciso, mas não sonhe parado. Tenha fé, mas "a fé sem obras é morta" (Tiago 2:17). Se você se especializar e se tornar profissional, não precisará provar nada a ninguém, então descarte essas "parcerias oportunistas", onde somente o parceiro que ganha os mérito$. Corra atrás de seus objetivos, porque ninguém vai fazer nada por você.




Leo Vieira é membro e secretário da Sociedade de Artes e Letras de São Gonçalo (SAL), autor do livro "Alecognição" (Editora Lexia) e mais 30 livros, ainda em fase de publicação. Escritor acadêmico em outras 29 Academias e Associações literárias; ator; professor; Comendador; Delegado Cultural em duas cidades e Doutor em Teologia e Literatura.

sábado, 11 de maio de 2013

Habitações no BI: “Tudo pela Cidade Dormitório!”

Neste artigo, o professor e comunicador Frederico Carvalho, presidente da União dos Jornalistas e Comunicadores de São Gonçalo, expressa seu pensamento a respeito do destombamento da área do 3º BI.

3º BI - Foto extraída do blog "Território Gonçalense"


Na década de 1960, por ocasião daquele triste episódio do incêndio do circo, Niterói não tinha como arcar com o número de mortos da tragédia. A solução encontrada, por boa vontade do município vizinho, foi enterrar as vítimas em São Gonçalo, numa área praticamente central, que servia de vista bucólica para o então Palacete do Mimi, um lugar de glamour e de grandes festas seletas, com gente importante circulando, dando a São Gonçalo a visibilidade que merecia no cenário de então. A vista bucólica se encheu de enterros, corpos, sepulturas... Aos poucos o Palacete foi perdendo o seu glamour. Os vivos ilustres deram lugar aos mortos da tragédia. A “Manchester Fluminense” começou a se desfigurar e a cidade se tornou “dormitório”. Aliás, não se libertou do título.
Em 2010, novo desastre abala São Gonçalo e Niterói. Uma enchente terrível vitima inúmeras pessoas em áreas ribeirinhas e próximas à Baía de Guanabara, em São Gonçalo. Em Niterói, o Morro do Bumba, formado a partir de entulho, desmorona. Mortos e desabrigados nos dois municípios. O lixão do Morro do Céu está superlotado. Corre o mesmo risco de desabamento. São Gonçalo socorre os desabrigados de Niterói com mais afinco do que cuida de seus próprios desabrigados do entorno de Itaóca. Na mesma Itaóca do então lixão condenado, caminhões e caminhões de lixo do Bumba foram vazados, inclusive com restos mortais humanos, sem o menor cuidado com a saúde pública. E a Itaóca sofrida ainda tinha que ter fôlego para socorrer Niterói quando ela própria precisava de socorro.
Construíram no Anaia, local de relevante cuidado ambiental, um “Aterro Sanitário”, que substituiria o Lixão de Itaóca, com higiene e proteção total ao meio ambiente. Muitos de nós já denunciávamos que o local fora mal escolhido, que se tornaria um lixão e que traria danos à população local. Estávamos errados? Anaia é lixão (lixão mesmo!) privado, no qual se vaza resíduos de São Gonçalo, Niterói, ou de qualquer lugar que ali quiser fazer o seu despejo. É ali, em meio ao mau cheiro, à insalubridade e aos urubus, que vão construir casas populares, quase que tratando pessoas como lixo e as despejando no próprio lixo. E São Gonçalo continua dando a sua contribuição pelo progresso dos outros, à custa de si própria.
Moradores do entrono de Itaóca, sofridos pelo lixo e pela mesma enchente do Bumba, ficaram abandonados e ainda perderam seu sustento, tirado do lixo, pela desativação do vazadouro local. Empresas assumem e tratam as famílias com descaso infindo, diferentemente da ação em Gramacho, em que os moradores foram bem tratados. Aqui desemprego, desabrigo, doença e fome. Mas o metano é uma grande fonte de renda para quem o recolhe. O pobre morre pelo bem estar financeiro de alguns ambiciosos.
E agora a área do 3º BI. Incursões insistentes sobre os políticos locais para destombamento da área. Área essa de importante projeção histórica e ambiental para o Município. Aqui querem construir casas populares. Mas quem disse que precisamos de casas populares? Mais casas significa mais moradores. Moradores esses que vão trabalhar em Niterói, no Rio ou em Itaboraí. Aqui eles só vão dormir. “CIDADE DORMITÓRIO!” Dormem em São Gonçalo, trabalham oito horas por dia fora daqui, passam quatro horas em condução e não têm tempo para estudar ou para recrear. “CIDADE DORMITÓRIO!” E se não estudam não pegam as melhores posições de trabalho. Ganham pouco e gastam onde trabalham mais do que na própria “CIDADE DORMITÓRIO!” em que residem. Mesmo porque quem está em Venda da Cruz prefere pegar um ônibus para Niterói do que para São Gonçalo. É mais vantagem gastar lá do que aqui. Todo mundo ganha, menos São Gonçalo que só tem cultura por causa da abnegação de alguns e, diga-se de passagem, pela boa vontade do Secretário atual.
São Gonçalo não precisa aumentar o número de dormitórios. Ao contrário precisa acordar para seus reais problemas que, pela ordem, não apresentam habitação em primeiro lugar.
No 3º BI nós precisamos é de um quartel da PM, de um quartel de Bombeiros, de delegacia, de posto de saúde, de área de lazer, de ponto de cultura, de centro esportivo. Tudo o que se possa fazer pela preservação da identidade histórica e ambiental do Município, prestando serviços de qualidade para o Munícipe.
Mais do que habitação, nós precisamos de segurança porque as UPPs cariocas estão nos sufocando e nosso pobre 7º Batalhão tem pouco contingente para os que já moram aqui.
Mais do que habitação, precisamos de mais saúde, de mais escolas de qualidade, de turismo estimulado, de cultura sendo respirada nos quatro cantos deste rincão.
Não faltam áreas passíveis de desapropriação para construir casas populares. O que faltam são áreas de qualificação do trabalhador, condução digna, criação de empregos que permitam que se trabalhe perto de casa, com dignidade.
Se não acordarmos agora, continuaremos menosprezando São Gonçalo. Dorme-se aqui para se gastar lá. Quem dorme não precisa de serviços que qualidade. Esses são para os que estão acordados e ativos.
Abaixo o destombamento do BI!
Abaixo a subutilização do espaço!
Não queremos mais dormir. Precisamos acordar para o progresso!

prof. Frederico Carvalho

fonte: Habitações no BI: “Tudo pela Cidade Dormitório!”

terça-feira, 7 de maio de 2013

Escritor Gonçalense Premiado pela Academia Soberana de Artes



A Academia Soberana Brasileira de Artes do Estado do Rio de Janeiro (ASBAERJ) e a Academia Real de Artes, Música e Letras do Estado do Rio de Janeiro (ARAMLERJ) aprovaram o escritor acadêmico gonçalense Leo Vieira (secretário da SAL) como Membro Honorário "Ad Perpetuam", o qual também receberá a Medalha de Ordem do Mérito Membro Acadêmico Imortal.
O autor anuncia que está em fase de captação o "I Circuito Cultural Literário" em São Gonçalo e o lançamento de mais dois livros, cujas aventuras também são narradas na cidade.

Leo Vieira é autor do livro "Alecognição", publicado pela Editora Lexia.

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Escola de Música "Nova Sinfonia"abre inscrições



 Música para todos. É no maior loteamento da América Latina, o bairro Jardim Catarina, em São Gonçalo que está localizada uma escola de música que vem inovando no ensino de música. Crianças e adolescentes se misturam no aprendizado de diversos instrumentos musicais, como a flauta, bateria, violino, piano, violão, teclado, saxofone, teoria e percepção musical.
A escola Nova Sinfonia funciona num espaço amplo, uma casa alugada no bairro, e oferece aulas gratuitas para crianças oriundas de escolas públicas da região. De acordo com a musicoterapeuta Analice Nunes, idealizadora do projeto, levar os ensinamentos de música para perto do povo é um sonho.
"Aqui eles se familiarizam com o mundo da música. Passam por toda a escola e além de receberem aula de teoria musical, conhecem os instrumentos diversos. Muitos se encantam pelo violino, pelo piano e se destacam no aprendizado. É a realização de um sonho", disse.
 
Com um apoio que conseguiu através da Lei Ruanet, é possível pagar os professores e parte da infraestrutura necessária para os ensinamentos de música, principalmente os instrumentos, que nem sempre são baratos.
 
"Os recursos são suficientes para atender um determinado número de alunos, mas temos uma procura muito grande. O ideal seria recebermos mais apoiadores, assim poderíamos atender a toda demanda".
 
A Escola Nova Sinfonia, funciona na rua Júlio Lopes, 363, Jardim Catarina, São Gonçalo. 
Telefones para contato: 3606-0024 ou 3245-9342.
 

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Prefeito Joaquim Lavoura


Alexandre Martins

Joaquim de Almeida Lavoura nasceu no bairro Caju, no Rio de Janeiro, em 4 de abril de 1913, filho de José Marques de Almeida e de Maria Cândida de Almeida.
Aos sete anos ficou órfão de mãe e seu pai decidiu se mudar com toda família para São Gonçalo, no bairro Gradim. Apenas com a Quarta Série do Ensino Fundamental, cursados em uma escola estadual, sempre ajudou economicamente sua família. De início como pescador, depois como catador de lenha e ainda como trabalhador em uma fábrica de conserva de peixes.
Lavoura optou por alterar seu sobrenome aos 21 anos de idade. “Foi uma particularidade porque o nome dele era Joaquim Marques de Almeida, mas requereu ao juiz a mudança para Joaquim da Almeida Lavoura, adquirindo o nome da avó paterna”, segundo o jornalista Rujany Martins.
Na idade adulta, passou a trabalhar no comércio, no bairro Porto Velho. Foi aí que ingressou na política, apoiado por um grupo de estudantes. Com seu carisma, conseguiu alcançar muitas pessoas e se tornou uma liderança de bairro logo cedo. Através da defesa forte e segura dos pescadores do Gradim e da população humilde do Quarto Distrito da cidade (Neves) estreou na Câmara de Vereadores, em 1947 (mandato 1947-1950) e novamente no mandato 1951-1954.
Em 1950, Joaquim Lavoura começou a preparar as bases para a realização do seu maior sonho, que era ser prefeito.
Mesmo não contando com o apoio das elites que estavam no comando, Lavoura mais uma vez surpreendeu, concorrendo à prefeitura em 1954 pelo PTN (Partido Trabalhista Nacional) e sendo eleito (mandato 1955-1959). Fez uma campanha onde se apresentava em cima de um trator rodeado de trabalhadores portando pás e picaretas. Seu slogan era: ‘Com trabalho há progresso’. Já no primeiro governo promoveu uma verdadeira revolução administrativa no município, marcando de vez seu nome na história da cidade. “Foi a partir dele que o município começou a crescer. Ele abriu escolas, hospitais e iniciou o sentimento de cidade com futuro”, destacou o jornalista Pereira da Silva, integrante da Comissão.
Lavoura, ao se eleger prefeito, retirou as linhas de bondes, alargou as passagens e promoveu os calçamentos do Porto Velho e Sete Pontes, vias principais de ligação de São Gonçalo com o município vizinho de Niterói. Era comum encontrá-lo, na direção de tratores e escavadeiras e utilizando pás.
Passou a controlar a frota de veículos da municipalidade. Comprou máquinas pesadas, retroescavadeiras, máquinas patrol e viaturas de transporte. Comprou e instalou a Usina de Asfalto e a Fábrica de Artefatos de Cimentos (manilhas e meio-fios). Construiu estradas e pontes, visando o escoamento das produções agrícola, pecuária, comercial e industrial.
Modernizou o Hospital Luiz Palmier e construiu o Pronto Socorro Infantil "Darcy Vargas". Instalou e equipou centros cirúrgicos e os laboratórios, adquirindo modernas ambulâncias.
Seus seguidores1, chamados “Grupo Lavoura”, fizeram também grandes atuações na cidade, como na Educação, construindo o Colégio Municipal Presidente Castelo Branco (em 31 de março de 1970, na gestão do prefeito Osmar Leitão Rosa); o Colégio Municipal Ernani Faria (Lavoura/Zeyr Porto), e o Centro Cultural Joaquim Lavoura (Governo Hairson Monteiro).
Sendo novamente prefeito em 1962 (mandato 1963-1967), foi Superintendente do Serviço de Transportes-RJ, em 1967, nomeado pelo então governador Geremias de Mattos Fontes.
Chegou até a Assembléia Legislativa do Estado, sendo deputado estadual em 1970 (mandato 1971-1973).
Joaquim de Almeida Lavoura ocupou posição central no cenário político gonçalense de 1955 a 1975. Consolidou-se como principal liderança política municipal da segunda metade do século XX. Sua bem sucedida trajetória engendrou um processo de mitificação do nome Lavoura e de sua prática política, o “Lavourismo”.
O nome Lavoura permite a compreensão de um universo político complexo na São Gonçalo da segunda metade do século XX, que vem sendo apresentado nos depoimentos dos seus antigos colaboradores. Neste contexto, esta liderança deve ser entendida como o político profissional, que constrói sua prática política e imagem pública com grande habilidade. Deste modo, em muitos aspectos, a compreensão do que o município de São Gonçalo é hoje remete às transformações engendradas neste período e, logicamente, remetem a Joaquim Lavoura.
O seu terceiro mandato de prefeito veio em 1973, durando até sua morte em 1975, assumindo em seu lugar o vice-prefeito Zeyr de Souza Porto. “Ele não admitia área de conforto à base de sustentação governista. Sempre conseguia maioria na Câmara Municipal, porém, com pouca diferença e sem pulverizar a oposição. Isso para, justamente, fazer os parlamentares de apoio se articularem mais” segundo o ex-prefeito de São Gonçalo (1967-71) Osmar Leitão Rosa.
O estilo político de Joaquim Lavoura o consolidou como uma liderança no Estado. “Houve uma eleição que dois deputados federais e cinco estaduais do grupo dele foram conduzidos à vitória. Até hoje, não me lembro de algo parecido”, segundo Josias Ávila, ex-deputado estadual.
Conheci Lavoura em 1963, quando trabalhava em um jornal carioca e me mandaram entrevistá-lo. Eu o encontrei em cima de uma reto-escavadeira no bairro Patronato, retirando lama das ruas. Surgiu uma boa amizade e depois terminei por fazer o cerimonial de sua morte, quando milhares de pessoas o acompanharam a pé, até a sua derradeira morada, no Cemitério de São Gonçalo, em seu mausoléu.
Uma boa lembrança que tenho de Lavoura, é a de quando tomávamos cafezinho na madrugada, em um bar na esquina da entrada do bairro Covanca. Depois, ele mandava seu motorista levar-me em casa”. - relata o jornalista Assueres Barbosa

Vítima de complicações pulmonares, faleceu no dia 12 de novembro de 1975, aos 62 anos. Mais de 10 000 pessoas assistiram ao seu funeral no Cemitério de São Gonçalo, onde está seu mausoléu.
O deputado José Luiz Nanci discursou2 na ALERJ sobre Lavoura:
Boa tarde senhor presidente, deputados e deputadas
Ocupo hoje esta tribuna para falar do ex-prefeito de São Gonçalo Joaquim de Almeida Lavoura, que se estivesse vivo completaria 100 anos no próximo dia 4 de abril. Homem de origem simples, ele fixou raízes em meu querido município e se destacou nas atividades políticas e humanitárias.
Para celebrar e marcar o centenário de nascimento de Joaquim Lavoura, foi criada uma Comissão Especial, presidida pelo professor Frederico Carvalho. A Presidência de Honra (In Memoriam) da Comissão foi atribuída ao também ex-prefeito Hairson Monteiro, que também já foi deputado nesta Casa.
A Comissão elaborou uma vasta programação para comemorar o Centenário de Joaquim Lavoura. Em boa hora, o prefeito Neilton Mulin baixou um decreto declarando 2013 como o Ano do Centenário de Nascimento do Prefeito Joaquim Lavoura. Uma justa homenagem. A Câmara Municipal também está participando desses festejos.
Da mesma forma, diversas entidades da sociedade estão apoiando a iniciativa, como o Rotary Clube e o Lions Clube, a Academia Gonçalense de Letras, Artes e Ciências, entre muitas outras.
Trago esses eventos ao conhecimento de todos porque Joaquim de Almeida Lavoura também integrou esta Casa, de 1971 a 1973, e merece ser cultuado pela sua história.
Morreu em 1975, pobre, sem acumular riquezas, se mostrando um grande homem, ícone de honestidade e trabalho. Até hoje, seu nome é lembrado e suas ações são engrandecidas.
Obrigado a todos!”

O político do cigarro de palha e do chapéu, mostrando seu poderio político, elegeu membros do Grupo Lavoura, como Geremias de Mattos Fontes (prefeito em 1958/1962) e Osmar Leitão Rosa (prefeito em 1966/!970). Isso sem falar em deputados federais, estaduais e vereadores.
Joaquim Lavoura foi citado pela revista norte-americana Times, como um dos melhores administradores de cidades no Mundo.3





1- Seguindo a trajetória de do prefeito Joaquim Lavoura, podem ser citados nomes de políticos com brilhantes carreiras em São Gonçalo, o chamado “Grupo Joaquim Lavoura”, como: Geremias de Mattos Fontes - vereador, prefeito, deputado federal e governador do Estado do Rio; Osmar Leitão Rosa - vereador, prefeito e deputado federal; Hairson Monteiro dos Santos - vereador, prefeito e deputado estadual; Zeyr de Souza Porto - vereador, prefeito e deputado estadual; Josias Ávila Júnior - deputado estadual; Ayrton Rachid - vereador e deputado estadual; Antonio Maia - vice-prefeito
2- quinta-feira, 28 de março de 2013
3- revista “Veja” - 19/11/ 1975, n.° 376, pág; 113

terça-feira, 2 de abril de 2013

Que Título Darei ao Meu Livro?

Leo Vieira

O que fazer quando a sua ideia está bem elaborada, virou um bom texto, porém o título provisório ainda não fechou bem com toda a obra? Isso não acontece somente com nós, mas também com muitos escritores conhecidos.
Não se preocupe com títulos simples, como "O Jardineiro", "A Guerra", "O Paraíso", porque esses tipos são fáceis de marcar. Você também pode se aprofundar e ser mais ousado e criativo, como "Entre Gramas e Rastros", "Despojo de Saudade", "Passaporte para o Infinito". Perceba que esses títulos são os mesmos citados antes, respectivamente, porém foram mais incrementados.
Se você faz opção pelo primeiro exemplo de título, não se preocupe se alguém já escreveu antes ou se será plagiado, porque nessa situação é muito natural vários livros terem o mesmo título. O que vai distinguir os livros com o mesmo título é o ISBN (International Standard Book Number), que é o identificador do livro para o leitor, editora e livraria. Na Biblioteca Nacional, alguns livros nem mesmo título tem. São registrados e definidos com o nome do autor e a data de registro.
Mas nunca se prenda ao título para construir o seu livro. E se, por acaso, a história tomar outro rumo, obrigando a descartar o título original, não se preocupe. Deixe a história te guiar que logo um título mais conveniente irá lhe aparecer.
Pra encerrar, deixo uma breve crônica: Um barbeiro estava cortando o cabelo de um conhecido escritor e o profissional aproveitou a situação para falar de um livro escrito que mantinha engavetado há anos porque faltava apenas colocar um título apropriado. O escritor já estava impaciente com as lamúrias do barbeiro e não estava interessado em ajudar a batizar a literatura, porque teria que ouvir sobre a mesma. Logo, ele tratou de questionar:
- O seu livro fala de cornetas?- pergunta o escritor.
- Não!- responde o barbeiro.
- O seu livro fala de tambores?- pergunta o escritor.
- Também não. O tema é bem diferente.- resmunga o barbeiro.
- Então; está aí um bom título: "Nem Cornetas, Nem Tambores."

Leo Vieira é secretário da Sociedade de Artes e Letras de São Gonçalo (SAL) 
autor do livro "Alecognição", aventura gonçalense publicada pela Editora Lexia.
Escritor acadêmico em mais 27 Academias e Associações literárias; 
ator; professor; Comendador; 
Delegado Cultural em duas cidades e Doutor em Teologia e Literatura.




Reinventando com Literatura Fantástica


Ultimamente, na Literatura e nos cinemas (onde é muito mais evidente) a literatura fantástica está tomando espaço no reinvento de remake de muitos enredos do passado.
Isso está cada vez mais comum em um mercado onde a criatividade parece estar um tanto quanto saturada e o público busca mais uma novidade mais visual. Infelizmente, nos livros se tem visto isso também, cujo títulos embarcam na onda de outros livros mais populares. Até mesmo o "50 Tons de Cinza", de E.L. James, ganhou versões semelhantes no mesmo gênero e enredo. A série Crepúsculo, de Stephenie Meyer, também deu uma cria imensa, com direito a prateleira própria reservada para temas vampirescos em diversas livrarias.
No cinema, a aposta para aproveitar um tema com mais criatividade é apelar para a literatura fantástica. Um exemplo muito claro é "Avatar", de James Cameron. Ao analisar o roteiro, vemos que não tem nada de original. É a mesma história de "O Último dos Moicanos", "Dança com Lobos" e "O Último Samurai". Um personagem se infiltra com uma tribo inimiga e acaba se voltando contra os seus compatriotas. No caso do "Avatar" apenas incrementaram com uma vasta tecnologia e surrealidade, transformando a ideia original (tribo indígena), por uma tribo alienígena em um planeta distante.
Star Wars é uma história de faroeste no espaço, Star Trek é uma história de expedição também com o espaço como cenário. O esqueleto é o mesmo, porém a inserção  de vísceras para sustentar o corpo da história é diferente. Mas no aspecto comparativo são todos iguais. A criatividade do autor que vai diferenciar.
Compare os detetives da literatura. Existem vários. Mas também parece que todos são muito diferentes. Isso porque cada autor procura se atentar às semelhanças literárias e focar o seu estilo na construção das obras. O americano Robert Langdon (de Dan Brown) e o português Tomás Noronha (de José Rodrigues dos Santos) são personagens extremamente parecidos. Ambos são professores universitários e sempre são convidados para solucionar enigmas, que acabam tomando proporções no nível de Indiana Jones. Porém a grande diferença deles estão no estilo literário. Enquanto Robert Langdon é narrado por diversos labirintos e um desfile de curiosidades durante o decorrer das páginas, Tomás Noronha atravessa a aventura em uma narrativa mais verossímil, com aspecto de texto de reportagem jornalística, fazendo o leitor até mesmo acreditar em certos pontos da ficção.

Ao aproveitar uma ideia já conhecida, estude e pesquise muito. A receita do bolo é a mesma, porém a sua habilidade que tornará o quitute mais especial. Tenha boa dosagem ao confeitar a escrita para garantir bom apetite na leitura!


Leo Vieira é secretário da Sociedade de Artes e Letras de São Gonçalo (SAL) e autor do livro "Alecognição", aventura gonçalense publicada pela Editora Lexia.
Escritor acadêmico em mais 27 Academias e Associações literárias; ator; professor; Comendador; Delegado Cultural em duas cidades e Doutor em Teologia e Literatura.

Comparando e Mesclando Romance Comum com Literatura Fantástica


Acompanhamos dicas sobre a diferença na hora de elaborar uma literatura fantástica. Agora vamos voltar e analisar mais detalhes para usufruir da qualidade da aventura.
Muito cuidado na hora de descrever os personagens fantásticos. O escritor deve sempre fazer com que o leitor seja cúmplice das emoções dos personagens e nunca do narrador. Descrever um fantasma é um balde de água fria no clímax da leitura. É muito mais emocionante o leitor deduzir um fantasma através da emoção do personagem. O autor deve esculpir os personagens e ilustrar as cenas com as palavras.
Lembre-se que em seus livros, Monteiro Lobato nunca descreveu que a Cuca era uma jacaré-fêmea; apenas que ela era uma bruxa que se parecia com um jacaré. Já as crianças do livro achavam que era uma jacaré-fêmea que se parecia com uma bruxa.
Outro exemplo está na série Crepúsculo, de Stephenie Meyer. Por estar narrado em primeira pessoa, e a obra toda ser sob a perspectiva da donzela, a obra consegue dosar muito bem da surrealidade. Em muitos momentos, dá a entender que Bella está vivendo em um longo sonho (ou pesadelo).
A história é original? É claro que não! É somente mais uma história de amor dividido. A Donzela indecisa sobre o Playboy e o Plebeu.
Talvez até seria a excentricidade da família de Edward que fizesse pensar que todos eles fossem vampiros, assim como o vigor atlético de Jacob em seu estilo rústico na vida do campo, que o faça pensar que ele seja um lobisomem e pertença a uma matilha.
Viajou com essa refutação? Então; é assim que você deve fazer para conduzir seus leitores nas viagens literárias.

Nunca se esqueça que se você inserir uma criatura bizarra do nada na história, você terá que se esforçar e contar sem pressa como aquele bicho foi para ali. E mais; a criatura precisa ter um motivo para estar naquela história. Cuidado com a poluição literária. Literatura Fantástica NÃO é Literatura Ilógica.


Leo Vieira é secretário da Sociedade de Artes e Letras de São Gonçalo (SAL) e autor do livro "Alecognição", aventura gonçalense publicada pela Editora Lexia.
Escritor acadêmico em mais 27 Academias e Associações literárias; ator; professor; Comendador; Delegado Cultural em duas cidades e Doutor em Teologia e Literatura.



É o Momento Certo para Escrever Literatura Fantástica?


Muitos leitores e escritores ficam motivados para o momento ideal de construir aquela ideia, até transformá-la de vez em uma ficção de qualidade. Não basta apenas isso. É preciso também saber desenvolver o enredo e personagens a ponto de deixá-los aceitáveis e verossímeis para os próximos leitores.
A Literatura Fantástica está tomando forma e espaço ao longo dos anos, mas isso não significa que o inventável pode ser colocado na realidade da história através das páginas com pouco preparamento. É necessário uma análise mais racional para que a mente não devaneie demais, fazendo o autor liberar coisas escabrosas, ferindo a história por completo. Literatura fantástica não significa escrever absurdos. Devemos ousar na criatividade, porém ter mais controle no que se for criar seja realmente necessário, sem perder o contexto.
Ao desenvolver personagens exóticos, seja prudente nas características, assim como nos cenários. Se for criar um completamente original, tenha uma base em sua estrutura, respeitando as coordenadas. Não crie cenários inconstantes, nem mesmo personagens sem nexo com a história, ou que se percam nos propósitos durante os capítulos. Uma história de Literatura Fantástica precisa ter início, meio e fim, assim como todos os gêneros. Outro ponto essencial é: será que realmente o enredo exige cenário e personagens excêntricos?


Leo Vieira é secretário da Sociedade de Artes e Letras de São Gonçalo (SAL) e autor do livro "Alecognição", aventura gonçalense publicada pela Editora Lexia.
Escritor acadêmico em mais 27 Academias e Associações literárias; ator; professor; Comendador; Delegado Cultural em duas cidades e Doutor em Teologia e Literatura.