Sensibilidade em camadas de artesania poética... O estilo amplamente usado a serviço do gráfico-pictórico que transpassa em muito a representação... e chega na re(a)presentação do real de modo único, especial...
Rosario Vidal Ferreño trabalha com fluidez e naturalidade; com suavidade e liberdade... Sendo designer de moda como formação e profissão, a artista incorpora o universo da estética corporal, do fashion e do styling no seu trabalho artístico. A persistência do tema dos retratos gráficos de moças de frente e de perfil nos mostra e nos demonstra sua combatividade no terreno incógnito da beleza e no terreno árido do sensível... A beleza e o sensível são da ordem do efêmero e, ao mesmo tempo, da ordem do que permanece, senão na realidade, ao menos na memória da retina, cristalizada no momento... A potência do momento é o que Rosario busca e, nessa busca, vale fechar os olhos para ver melhor. Como, aliás, na sua marca registrada, sua identidade visual: o olho de mulher fechado, que revela por não ver o que há, mas o que está por trás, o que se esconde, o que potencializa o oculto... Como num movimento interior que nunca cessa.
O traço das suas peças remetem a Egon Schiele, as cores a Matisse e o tratamento geral da composição, talvez, a Miró. Mas sua arte é singular, no sentido do sentimento do que se mostra e do que se esconde, num movimento de repercussão amplamente dinâmico do olho que transmite suas impressões da vida interior da mulher. Sua arte está na mola propulsora do cotidiano feminino.
A artista valoriza a natureza como aspecto primordial e entende a arte como coisa de nós, seres humanos, do que temos de melhor como seres humanos. Daí as flores, paisagens e pássaros... Natural da Galícia, Espanha, Rosi Vidal trabalha com a emoção como matéria-prima. A emoção da arte que se desdobra como vida, como estética, como força e vitalidade naturais. Transformação do natural que revela o que se esconde... Pura exaltação do olhar...
Professor e irmãos gêmeos produziram revista em quadrinhos
Enviado Direto da Redação
Foto: Sandro Nascimento
Por Rennan Rebello
Para
muita gente, a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) pode parecer algo
restrito às aulas no colégio ou na universidade. Talvez por isso não
tenha uma visão mais ampla sobre o assunto que, além de atrair
pesquisadores de diversas partes do mundo, também envolve um mercado
peculiar e específico sobre este capítulo da história. Mas, em São
Gonçalo, cidade que enviou soldados para a batalha, o professor de Artes
Visuais Antônio Junior, 51 anos, e os irmãos gêmeos e graduandos em
História, Daniel e Danilo Mota, 21, produziram uma revista de história
em quadrinhos intitulada “Smoking Snakes: Você sabe de onde eu venho?”,
com QR-Codes (códigos lidos por aplicativos que dão acesso a materiais
extras como vídeos). A principal finalidade da iniciativa é a educação
histórica através da memória do município que, de certa maneira,
contribuiu para o êxito das tropas da Força Expedicionária Brasileira
(FEB) no conflito armado.
A Rua Gaspar de Freitas, no bairro Mutondo, em São Gonçalo, ainda não
é conhecida por sua história, no entanto não seria ousado dizer que em
um futuro próximo será conhecida por três moradores que utilizam fatos
históricos sobre a Segunda Guerra Mundial mesclando com a trajetória de
ex-combatentes gonçalenses por meio da arte quadrinista. Apesar de serem
de gerações distintas, o professor Antônio Junior e os gêmeos Daniel e
Danilo Mota nutriam um laço de amizade na vizinhança, que tomou
proporções no nível profissional.
“Conheço os meninos desde pequenos e já tinha amizade com a família
deles, mas o que uniu de fato foi o assunto sobre a Segunda Guerra e o
fato de, apesar de serem jovens, adoram coisas antigas. Além disso, eles
também desenham assim como eu, e o projeto nasceu naturalmente. Criei o
selo ‘Ôba’ (objeto de aprendizagem) através do qual lançamos a HQ
“Smoking Snakes” no ano passado, escrita e desenhada por nós três. Foi
literalmente um trabalho em grupo, que vem dando certo. Em eventos
voltados neste sentido, os exemplares são bastante solicitados”, explica
o professor que recentemente lançou em paralelo por seu selo mais uma
revista do gênero, a “Smoking Snakes - relembrando os bravos”em formato
mangá (quadrinho japonês).
À parte do projeto editorial, a paixão por este assunto fez com que
os “irmãos da guerra” passassem a colecionar artigos originais, produzir
roupas da época e se juntarem à Associação dos Ex-Combatentes de São
Gonçalo, com sede no Patronato e conta com a direção do veterano Nelson
Moreira Botelho, de 98 anos. Além dele, há suspeita de mais alguns vivos
na cidade.
“Nosso avô, o Mota, que citamos na revista foi ex-combatente,
mas ele não era de São Gonçalo, e no roteiro fizemos questão de citar
combatentes daqui, como o senhor Oswaldo Mendes, que faleceu em 2016.
Gostamos muito deste tema e fizemos questão de integrar a associação.
Espero ajudar a manter, popularizar o assunto e encontrar outros
ex-combatentes e pesquisar suas vidas”, disse Danilo que estuda
História, na Faculdade de Formação de Professores (FFP/Uerj) e possui um
arquivo em seu celular no qual consta o nome e informações específicas
de quase todos os soldados brasileiros do Exército que lutaram na
Itália, junto com o contingente militar oriundo dos Estados Unidos.
Outro objetivo que passa a ser em comum do trio é a promoção de um
turismo ligado a este gênero, aproveitando o passado e a Praça dos
Ex-Combatentes que, apesar de má conservada pelo poder público, tem
artigos originais da Segunda Guerra, como um tanque de guerra, no
entanto as peças estão vandalizadas e pichadas.
“É uma pena vermos essas relíquias neste estado, pois além de serem
originais, poderiam servir como turismo com passeios guiados e local
para palestras e aulas ao ar-livre. Estamos diante de algo histórico mas
infelizmente a maioria não tem este conhecimento, e o nosso intuito é a
difusão da informação. Queremos também desmitificar que este tema
militar é coisa de ‘reacionário’ ou de adeptos da ‘direita’. Isso não
tem nada a ver, isso é história, inclusive os combatentes tinham
diversas visões políticas, inclusive de esquerda”, comentou Danilo, que
faz sua graduação em História, no campus da UFF em Campos dos Goytacazes
onde seu avô nasceu.
Aos interessados em adquirir um exemplar do quadrinho basta entrar em
contato com o grupo através do perfil no Instagram: @smokingsnakeshq ou
pela página no Facebook: Smoking Snakes.
João Barone, uma inspiração
O rock ‘n’roll também fez sua homenagem aos ex-combatentes através da
banda de heavy metal sueca Sabaton ao citar os militares da FEB, na
música “Smoking Snakes”. O que inspirou os pesquisadores de São Gonçalo
em batizar a ação quadrinista com o mesmo título. E, em solo brasileiro,
o baterista João Barone, dos Paralamas do Sucesso, que também pesquisa o
tema e lançou o livro “1942 - o Brasil e sua guerra quase desconhecida”
(2016), inspira Daniel, também é baterista e tem um exemplar
autografado da publicação, na música como no estudo do assunto.
“João Barone é um dos maiores bateristas da América Latina e não é à
toa que é reverenciado. Toco desde os 14 anos e não tem como não tê-lo
como influência. Por coincidência, ainda temos o interesse em comum
sobre o Brasil na Segunda Guerra. Já o presenteamos com um exemplar da
nossa revista. Foi um dia inesquecível”, contou Daniel, o “João Barone
gonçalense”, que toca aos sábados à noite com sua banda de rock
Thecybeis e composta somente por irmãos, incluindo Danilo (que é
baixista), no Australian Pub, no bairro Mutondo, onde reside desde a
infância.
Atuação do Brasil ‘in loco’ no conflito
Após um acordo entre os governos brasileiro e americano em 1944, o
então presidente Getúlio Vargas enviou tropas da Força Expedicionária
Brasileira (fundada em 1943), para guerrear ao lado dos países aliados
contra as forças do eixo composta pela (Alemanha nazista, Itália
fascista e Império do Japão).
Os brasileiros estiveram nos campos de batalhas em solo italiano ao
lado dos norte-americanos e foram bem sucedidos. Mas antes do sucesso na
missão, havia uma descrença da população brasileira sobre a ida da FEB à
Segunda Guerra, e era comum escutar na época a expressão “Só se a cobra
fumar”, que tinha um sentido pejorativo de descrença e ironia. A partir
disso, e como resposta aos compatriotas, os combatentes nacionais
passaram a se intitular como “Cobras fumantes”, o que acabou fazendo com
que os militares dos Estados Unidos passassem a se referir ao pelotão
verde e amarelo na versão inglesa do termo, ou seja, “Smoking Snakes”.
O Nosso Canal Respirando Poesia entrevista o Artista Visual, Escritor e Acadêmico da AGLAC, Mauricio Duarte. Acompanhe a trajetória do autor neste Vídeo brilhantemente apresentado pela Poetisa Bartira Mendes.
Até que ponto o real é real mesmo ou é apenas um espelho de sonho no qual a verdade é um ponto de vista? A ambiguidade dos nossos anseios nos trazem inquietações filosóficas e espirituais porque são dúplices e tríplices ou as inquietações filosóficas e espirituais nos trazem anseios ambíguos porque são dúplices e tríplices? Paulo Caldas, exímio artesão das artes plásticas, propõe uma “flecha mensagem” que nos atinge no peito, no coração...
Como em René Magritte, para quem as ambiguidades de um quadro seu “vêm da sua natureza profundamente introspectiva e são a resposta de um pensativo observador para a vida superficial ao redor de si”, nas palavras de Edmond Swinglehurst, Paulo Caldas pensa o mundo filosófica e espiritualmente, tanto quanto ideológica e socialmente. Suas influências, segundo suas próprias palavras, vêm mais do que leu e do que ouviu do que propriamente do que viu. As leituras de Richard Bach (Fernão Capelo Gaivota, Longe é um lugar que não existe), Khalil Gibran (O Profeta), Hermann Hesse (Sidarta, O Lobo da Estepe), Jiddu Krishnamurti (Sobre a liberdade), Lobsang Rampa (A Terceira Visão) e Manoel de Barros (O livro das ignorãças) alimentaram e alimentam sua arte surrealista ao lado de Pink Floyd, Vangelis, Tom Jobim e Chico Buarque, na música.
Profundo conhecedor do desenho e das suas possibilidades, o artista leva o observador de suas obras às indagações e conjecturas sérias a respeito da sua existência com jogos extremamente elaborados de figura e fundo. Também se utiliza de formas que se transformam e se metamorfoseiam numa verdadeira dança imagética onde as cores têm o papel fundamental de atrair o espectador.
A viagem que M. C. Escher – um irmão e mestre para Caldas – realizou à Granada, na qual foi fortemente impactado pelos azulejos mouros, de onde surgiram nele as inspirações para os padrões geométricos, transfigurados ao serem repetidos, formando novos desenhos, Paulo Caldas explorou nos recônditos da sua própria psique, da sua alma. Suas pinturas são verdadeiras viagens fantásticas que estruturam realidades oníricas em concomitância com imaginações concretas, feitas no real palpável do pictórico e do gráfico.
Do modo de Iberê Camargo, o artista segue a linha do “não nasci para fazer berloques, enfeitar o mundo... eu pinto por que a vida dói.” Paulo conhece como poucos a arte de instigar e provocar, sendo um virtuoso desenhista que constrói pontes entre a imaginação e a realidade sem fazer falsas concessões aos modismos de qualquer natureza midiática.
Salvador Dalí, em sua grande voracidade surrealista, inspirou também fortemente Paulo Caldas, que soube extrair da arte delirante, alucinada, deliciosamente cativante e magnífica do catalão, seu substrato para uma criação autônoma e original que nada deve a nenhum dos pintores surrealistas de todos os tempos.
A situação atual do país o inquieta muito e o pintor deixa uma mensagem para todos os brasileiros e brasileiras: “Ser bom é mais barato. Quando somos bons, economizamos energia positiva para o nosso país. Vejam o que está sendo desperdiçado em decorrência da ação dos maus que infestam nosso Brasil.”
Mauricio Duarte
Referências:
A Arte dos Surrealistas . Edmund Swinglehurst . Ediouro . Rio de Janeiro . 1997
Qual o limite da identidade? A identidade pós-pós-moderna – pós-tudo – que nos arranca dos nossos lugares comuns e nos leva para encararmos nossa própria identidade – ou pseudo-identidade – em camadas e todas falsas – diriam alguns... Marcos Paulo Alfa tem a medida exata disto e tira partido deste fato em seu trabalho de graffiti nos muros da cidade bruta, bruta cidade...
As suas criaturas do graffiti podem ser aparentemente “fofas” e “engraçadas”, “pop” e “ideológicas”, “expressivas” e “frágeis”... Porém, em sua maioria, senão na totalidade, permanecem inclassificáveis. Desde o elefante azul ciclópico de um olho só – ou são dois olhos? – que parece uma figurinha de desenho animado ou de HQ infantil; nada tem de infantil, e altamente gráfico; até o ursinho de pelúcia skatista e grafiteiro com requintes de 3D em luzes e sombras, misturado ao alto tratamento gráfico elétrico. Passando pelo garoto azul com a TV na cabeça aberta, com o canal que para a sua programação na bandeira do Brasil – gigante eternamente adormecido – e que mais parece um zumbi... com um inconsciente totalmente colonizado e dependente das ondas midiáticas... E pelo garoto geek azul de olho azul e óculos brancos e forma de gota, reduzido a esse mínimo de forma em gota espermatozóica com expressão deslumbrada e nervosa... Sua influência nessa arte dos muros são a “galera antiga de Niterói e São Gonçalo”, “todos do graffiti.”
Alfa também é poeta e tem, entre suas leituras favoritas, Castro Alves. Mas não para aí. O seu conceito transgressor se estende ao vídeo, tanto como autor e editor quanto no cenário da atuação... A sua inserção artística transpassa o circuito de grafiteiros, artistas plásticos, poetas e atinge os meandros da criação e prática das artes visuais, realizando trabalhos ainda como designer gráfico e ilustrador.
Alfa é uma artista que impressiona pela jovialidade do estilo; desnudando realidades e desarmando olhares, criando suas críticas sociais sem concessões a A, B ou C, indo fundo com o dedo na ferida... Os valores invertidos da pichação não vêm para agradar, mas para incomodar e o graffiti, por sua vez, se apropria desta contradição para transformar o encantamento e a desconstrução em território do que é a arte, para além da “poluição” e “sujeira”, “mensagem cifrada” e “vandalismo”...
Qual será o limite da identidade contemporânea? Este e outros questionamentos são embates centrais de Marcos em critérios mutantes na política, no social, no econômico, na cultura e no urbano, de um modo geral, sendo subversivo ao extremo... sempre...
Outorga da Comenda "João da Mata Machado" para cidadãos acima 70 anos e posse de novos membros na Academia de Letras de Teófilo Otoni (ALTO), onde eu, Mauricio Duarte, sou Acadêmico Correspondente. Novembro 2018.
Publicado o artigo científico de minha autoria, Mauricio Duarte, na Revista Acadêmica . Relevância Histórica da Gestalpedagogia: Estudo Qualitativo das Influências Teóricas da Gestalpedagogia em Aprendizagem no Ensino Superior Brasileiro
A Revista Acadêmica Online, com prazer, apresenta o trabalho intitulado "Relevância Histórica da Gestalpedagogia: Estudo Qualitativo das Influências Teóricas da Gestalpedagogia em Aprendizagem no Ensino Superior Brasileiro", de lavra dos pesquisadores Maurício Antonio Veloso Duarte, Pós-Graduado, na modalidade Lato Sensu, em Docência no Ensino Superior pelo convênio UCDB/Portal Educação; e Tânia Rocha Nascimento, Professora e Mestre da Universidade Católica Dom Bosco, Orientadora de Trabalho de Conclusão de Curso no programa de Pós-Graduação, Lato Sensu, da UCDB/Portal Educação.
O objetivo principal da pesquisa foi estabelecer a relevância histórica da Gestaltpedagogia no ensino/aprendizagem brasileiro no que se refere aos seus aspectos teóricos.Os estudos e as publicações na área da pedagogia a respeito da Gestalt aplicadas à abordagens teóricas conhecidas, utilizadas e/ou registradas em publicações foram analisadas com o intuito de elaborar trabalho bibliográfico e qualitativo, fundamentado em fontes secundárias, sendo este, um primeiro passo da investigação. Aponta-se ainda, as resoluções e os caminhos abertos por essa vertente em educação do ensino superior e em áreas correlatas como artes, cultura, percepção visual e espiritualidade/religião. Também, pretendeu-se relacionar os pontos de contato entre a Gestaltpedagogia e os trabalhos de Carl Rogers em Humanismo e Paulo Freire em Pedagogia do Oprimido.