segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

PF indicia 29 por rombo de R$ 30 milhões via Lei Rouanet


Ação
é decorrente da Operação Boca Livre, que desmontou corrupção em
projetos culturais; para PF, falta de fiscalização permitiu 'duas
décadas de desvios'





A Polícia Federal indiciou 29 investigados na Operação Boca Livre – apuração sobre desvios de recursos públicos estimados em R$ 30 milhões liberados pelo Tesouro via Lei Rouanet.
O relatório final do inquérito da PF atribui a dez empresas parcerias
com o esquema supostamente montado pelo Grupo Bellini Cultural, alvo
principal da investigação. Foram indiciados empresários, um advogado e
executivos de grandes companhias – laboratórios, montadora, farmacêutica
e até banca de advocacia –, por estelionato contra a União e associação
criminosa. Alguns foram enquadrados também em falsidade ideológica.


A Boca Livre foi deflagrada em 28 de junho. Ela precedeu a Operação Boca Livre S/A, que saiu às ruas
em outubro e fez buscas em 29 empresas – patrocinadoras que atuaram em
conjunto com o Grupo Bellini, “associando-se aos seus integrantes com o
fim exclusivo de desviar recursos”. A PF evitou um rombo ainda maior, de
mais R$ 58 milhões, com a identificação de projetos fraudados que
estavam em curso e que permitiriam ao Grupo Bellini captar recursos
nesse montante. O relatório final da primeira operação foi encaminhado
ao Ministério Público Federal (MPF).


A PF indiciou executivos ou funcionários das empresas:
Intermédica Notredame, KPMG, Lojas Cem, NYCOMED PHARMA (Takeda), Grupo
Colorado, Cecil S/A, Scania, Roldão, Demarest Advogados e Laboratório
Cristália. Os investigadores apontam ainda fragilidades do Ministério da Cultura (MinC)
na concessão e fiscalização de recursos públicos que bancaram projetos
culturais desde o início da vigência da Rouanet, em 1992, até 2013.


Durante longo período os patrocínios eram aprovados, mas não
passavam por auditorias, o que, segundo a PF, permitiu a ação de
fraudadores. O relatório final sugere abertura de ação por improbidade
administrativa para responsabilização de funcionários do MinC por “danos
ao erário e omissão”. No âmbito criminal, a PF se deparou com um
“extenso lapso temporal”, entre as fraudes e a comunicação formal à
corporação, prejudicando a identificação de funcionários do Ministério
que teriam alguma ligação com a organização investigada.


Fraudes aprimoradas

A PF só foi informada dos desvios em 2014 por meio de uma
nota técnica da Controladoria-Geral da União (CGU). “O que tudo indica é
que não existiu uma fiscalização efetiva, que permitiu essas duas
décadas de desvios de recursos da Lei Rouanet”, destaca a delegada
Melissa Maximino Pastor, que presidiu o inquérito. “Quando o Ministério
da Cultura deu início à fiscalização dos projetos, em 2012, a associação
criminosa começou a aprimorar as fraudes. A investigação demonstra isso
empiricamente. Quando se inicia a fiscalização do órgão que libera e
controla o recurso público as fraudes ganham sofisticação.”


Em 2013, o Ministério da Cultura emitiu uma Instrução
Normativa restringindo a quantidade de projetos por pessoas jurídicas e
pessoas físicas. Na ocasião, foram bloqueadas contas de três empresas do
Grupo Bellini. “O Grupo Bellini, que até então estava com as contas
bloqueadas, começa a se utilizar de mais empresas, em nome de
funcionários, por isso essa quantidade de indiciados.”


A PF identificou nove empresas que fizeram parceria com o
Bellini Cultural e outras três que auxiliavam o grupo nas fraudes, além
de diversas pessoas físicas. Essa “estrutura de papel” obteve junto ao
Ministério mais de uma centena de projetos. O relatório final da Boca
Livre foi encaminhado ao Ministério Público Federal. O inquérito foi
aberto no final de 2014 e seguiu para a Inteligência da PF em novembro
de 2015, quando as investigações começaram a ganhar fôlego.


A Polícia Federal afirma que o Ministério da Cultura foi
avisado das irregularidades, envolvendo projetos do Grupo Bellini e
servidores da pasta, três anos antes dos investigadores receberem a
denúncia. “Um rastreamento preliminar revelou indícios de adulteração de
documentos, projetos extremamente similares, um projeto igualzinho ao
outro, um dos dois não aconteceu”, relata Melissa.


Cantores famosos

“A falta de fiscalização permitiu a continuidade delitiva
até a deflagração da operação, em junho de 2016”, afirma a delegada
federal, que revela ter descoberto, também, uma “lei invisível do
mercado cultural”, sob a qual produtoras teriam de oferecer ou aceitar
exigências ilícitas de grandes empresas para garantir o aporte no
projeto cultural. Ela ressalta que as empresas já possuem uma grande
vantagem, que é a vinculação de um projeto cultural à sua marca sem
custos – uma vez que, para as que tem um lucro real de até 4%, o
dinheiro utilizado no patrocínio é abatido do imposto de renda.


Entre essas contrapartidas, segundo a PF, indiciados do
núcleo central do Grupo Bellini contaram que empresas exigiam
contrapartidas como, por exemplo, festas de final de ano com cantores
famosos, em troca de apoio aos projetos. “A disputa era tão acirrada
entre os produtores culturais que se não atendessem às solicitações não
iriam conseguir aporte em nenhum projeto cultural”, assinala a delegada.
“A investigações confirmaram isso. As grandes empresas tiveram
inclusive a coragem de formalizar contratos de patrocínio com objetos
ilícitos.”



fonte:

PF indicia 29 por rombo de R$ 30 milhões via Lei Rouanet | VEJA.com

sábado, 18 de fevereiro de 2017

Leia o livro OS ARCANOS de minha autoria gratuitamente em e-book

Visite o Leia Livros e leia o livro OS ARCANOS de minha autoria gratuitamente em e-book . http://www.leia-livros.com/leitura-os-arcanos


Cartas fora do baralho...

Novo texto na minha Coluna do Divulga Escritor: 
Cartas fora do baralho...



Cartas fora do baralho...


Povos inteiros... nações... são cartas fora do baralho... Luto por aqueles que nada são e nada serão é pouco...  Se os governantes são o reflexo de um “imaginário espelho” espiritual de um povo, do que aquele povo produziu de “melhor” naquele período de tempo... estamos mundialmente em péssima situação...
                Não vou citar nomes nem citar a situação brasileira, mas, o que se espera do povo americano a partir de 2017?  E do povo russo? Governado por ditadores, autoritários, arrogantes e irascíveis, o povo não tem sorte melhor do que seus governantes... Durante a Guerra Fria, que muitos esotéricos ligados de uma forma ou de outra à Conspiração Cósmica ou Conspiração Aquariana, assinalam como tendo sido a verdadeira Terceira Guerra Mundial, foi assim.  E agora, mesmo sendo a vida interior individual, totalmente individualizada e o caminho espiritual realizado somente de cada um com Deus, separadamente e individualmente... também é assim.  O destino de um povo que possui autodeterminação é compartilhado por todos e com todos e, também, o povo que não possui autodeterminação, da mesma forma, compartilha por todos e com todos, esse destino.  Essa sorte pode não ser em todos, porque justamente o componente único, singular de cada pessoa humana prevalece e preponderantemente é o que ocorre em cada um, em cada ser humano, em seu diálogo concreto com Deus.  Graças a Deus é assim. 
Mas não pensemos que seja possível nos desvincular totalmente do povo ao qual pertencemos ou ao qual convivemos mais proximamente...  Povos inteiros são cartas fora do baralho... Não quero citar nomes e nem citar a situação do Brasil, como já disse, que de maldade já estamos cheios... Digo apenas que... povos inteiros são cartas fora do baralho... Que baralho?  O baralho do “jogo cósmico” dos eleitos e dos condenados...  O “jogo” segundo os gnósticos da negociação do próprio karma com os senhores do karma ou o arrependimento necessário à conversão que passa por oração e práticas espirituais como a meditação, seja qual for a nossa tradição espiritual ou religiosa. 
Talvez a palavra “jogo”, “cartas” e “baralho” não sejam apropriadas para essa designação, mas são apenas parte de uma figura de linguagem, não importa. O importante é que reflitamos sobre isso e entremos no “jogo” antes que seja tarde demais. Paz e luz.
Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)


Leia mais: http://www.divulgaescritor.com/products/cartas-fora-do-baralho-por-mauricio-duarte/

terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Louvor na AVL

Meu 10o. Louvor na AVL!!! Estou muito contente!!!


ATIVIDADE ACADÊMICA REGISTRADA ATÉ 31 DE JANEIRO 2017. LOUVORES ATRIBUÍDOS NESTE MÊS DE JANEIRO, EM FUNÇÃO DAS PONTUAÇÕES ACUMULADAS.
10º.LOUVOR- MAURICIO DUARTE

domingo, 5 de fevereiro de 2017

Certificado e Medalha da AVL

Meu certificado como Membro Permanente da Academia Virtual de Letras António Aleixo com o Patrono Paulo Coelho na Cadeira 18, junto com medalha.



quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

2o. Sarau Virtual da AVL



O Sarau Virtual é aberto a todos e todas que
quiserem participar, sejam acadêmicos ou não!!!
Desde que gostem de poesia e queiram compartilhar
seus poemas, trovas, poesias e demais textos poéticos, sintam-se à vontade para participar conosco!!!

O tema é livre!!!

Desde agora podem ser publicados poemas num máximo de 5 (cinco) poemas para cada participante!!! E no dia 05 de março esperamos todos juntos no mesmo horário, de 18:00 às 21 hs!!!

Haverá premiação em 1o., 2o. e 3o. lugares, além de menções honrosas!!!

Bem vindo(a)s!!!

https://www.facebook.com/events/391443327876984/

segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Gratidão pela vida

Academia Virtual de Letras
Patrono: Paulo Coelho
Acadêmico: Mauricio Duarte
Cadeira: 18




Apogeu poético
Modalidade: Moderno
Tema: Gratidão

Gratidão pela vida

Pedras n´água do rio
são como falsos desvios;
trazem alguns caminhos,
mas não impedem, assim,
o fluxo do tal rio...

Também esses que perdem
gratidão pela vida;
trazem deles caminhos,
mas não impedem, assim,
o fluxo maior da vida...

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)


segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

A misteriosa geração de escritores que não querem ler





Muitos autores estreantes passam cada vez mais tempo escrevendo e publicando do que na exploração de um livro novo



 


Antes de continuar, é preciso esclarecer – a leitura literária não é
obrigatória. Defende-se o direito de todo cidadão ter acesso a livros,
sobretudo livros de qualidade. A partir daí, se a pessoa vai se
transformar numa leitora ou não, é escolha dela. O hábito de ler não
torna um indivíduo necessariamente mais sensível e desenvolto do que
alguém que prefira outras coisas. Todavia, é de se pensar que a leitura
literária é obrigatória em duas ocasiões: quando você é um estudante/
profissional de Letras ou quando é escritor.



O primeiro caso é simples. Não faz sentido escolher uma carreira que
trabalha com a Literatura sem gostar do contato com ela. No entanto, é
impressionante a quantidade de pessoas que acreditam que podem escrever
um romance (ou mesmo uma trilogia) sem sequer lerem quatro livros por
ano.

Se um estudante de Letras precisa ter certo entendimento de conceitos
e recursos literários, o mesmo vale para o escritor. Ele trabalha com a
criação de pequenos mundos, e precisa ser muito consciente durante esse
processo.



É claro que não necessita de doutorado em Estudos Literários, mas o
escritor deve ter o domínio do seu ofício: como construir o enredo, como
imprimir ritmo à narrativa, como desenvolver os personagens, organizar o
processo criativo. Sem falar dos quesitos mais básicos, entre eles
coesão textual, ortografia e estilo do autor.



Acontece que a melhor maneira de se familiarizar com esses aspectos
tão caros à escrita é justamente ler. E ler textos bem construídos, que
tenham algo a ensinar em termos de “fazer literário”.

Como os maiores autores dos séculos XIX e XX escreviam tão bem, mesmo
sem cursos de escrita criativa? Porque eles liam, trocavam material
entre si, estavam sempre aprendendo a fazer Literatura com a própria
Literatura. Ao perceber como um autor trabalha determinados aspectos da
narrativa, o escritor pode levar esse know-how para sua própria
produção.

Já que escrevo, é comum que eu leia a mesma página várias vezes, faça
anotações, analise como a história se desenrola. A leitura não é apenas
lazer ou uma atividade que me põe para pensar/sentir. Ela é também
inspiração. Aprendizagem.



Mesmo que tudo isso pareça básico, uma piada circula entre os
editores: “Se todo mundo que diz que quer ser escritor lesse o tanto que
precisava para escrever, os problemas do mercado editorial brasileiro
acabavam”. E é verdade.



Aposto que você conhece muita gente que sonha em ter um livro
publicado, mas não seria surpresa se essas mesmas pessoas lessem muito
pouco ou tivessem uma experiência literária um tanto limitada (ler um
único gênero/autor, apenas narrativas previsíveis ou pouco trabalhadas,
etc).



Não que o hábito da leitura necessariamente transforme alguém em
escritor. É possível ser um ávido leitor sem ter vocação para a escrita
criativa. Mas é impossível ser um bom escritor sem ler. Cria-se até um
paradoxo: como o autor espera que as pessoas leiam e comprem seus livros
se ele mesmo não lê nem fomenta o mercado pelo qual mais deveria se
interessar? Como sabe que está sendo original, se não tem base para
comparação?



É visível que muitos autores têm investido em cursos de “aprenda a
consolidar uma carreira literária”. Isto é ótimo. O problema é que,
quando você lê os textos da pessoa, eles são mal escritos, pouco
desenvolvidos, repletos de clichês e até com erros de ortografia.



Do que adianta aprender a promover sua imagem e engajar leitores se o
principal – ou seja, a produção literária do autor – é fraca? É até
mais danoso, porque ele vai se divulgar por meio de textos ruins. Isso
afasta não apenas leitores, mas também oportunidades.



Talvez essa situação venha da crença de que a escrita é um dom que,
justamente por sê-lo, não deve ser estimulada além de si mesma. Algumas
pessoas de fato possuem uma inclinação maior para a criação literária
que, nas circunstâncias ideais, pode ser desenvolvida à excelência, mas
também entre essas circunstâncias ideais estão o acesso a livros, a
leitura crítica, o aprimoramento constante da própria escrita. E, acima
de tudo, qualquer um tem a capacidade de escrever melhor do que já
escreve.

E qual é a maior aliada desse processo? A leitura. De livros,
quadrinhos, artigos, matérias e ensaios capazes de inspirar. Nesse
universo das letras, uma coisa é certa: por trás de um único texto estão
muitos e muitos livros. Antes de ser escritor, é preciso, sobretudo,
ser leitor.





fonte:

A misteriosa geração de escritores que não querem ler

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Simbologias

Leia o novo texto da minha Coluna no Divulga Escritor . http://www.divulgaescritor.com/products/simbologias-por-mauricio-duarte/




Simbologias


O símbolo é diferente do signo que, por sua vez, difere do índice, bem como este último difere do símbolo.  Também há diferenças entre o emblema e o símbolo.  A Bíblia é um emblema, de acordo com Helena Petrovna Blavatsky.
A cruz ansata é o símbolo da vida eterna, assim como o uroborus, ou a serpente que engole a própria cauda, num círculo, é o símbolo do infinito.
Os símbolos do passado parecem tão distantes e herméticos que nem se assemelham a algo terreno, muitas vezes.  De que servem a simbologia e seus múltiplos aspectos divinos e profanos para nós, habitantes do planeta Terra em nossa época atual?
A história religiosa e esotérica dos povos da Antiguidade era entranhada nos símbolos.  Nada havia relatado diretamente em palavras claramente porque temia-se que os acontecimentos narrados pudessem ser “evocados” no outro momento, o momento da narração.  Talvez, ou muito provavelmente, eles tivessem razão.  Meras curiosidades como o fato do círculo representar, muitas vezes, o Universo, o todo do Universo, podem ser considerados banais, hoje em dia, mas não era assim em outros tempos.
A cruz é, embora seja hoje considerada eminentemente cristã, um dos símbolos mais antigos já elaborados, ou até, o símbolo mais antigo já elaborado.  Segundo o místico Osho, a cruz representa o encontro de duas dimensões: a terrena, representada pela linha horizontal; e a divina, representada pela linha vertical.  A consciência do homem terreno se move de A para B, de B para C, e assim por diante, horizontalmente.  A consciência do homem divino, Jesus, se move de A para A1, de A1 para A2 de A2 para A3 e assim por diante, em profundidade ou em altura, verticalmente.  A cruz é o símbolo desse encontro entre o homem terreno e o homem divino.
Muitos outros símbolos foram elaborados em épocas remotas e continuam a serem cultuados e/ou utilizados em ordens místicas, sociedades secretas ou fraternidades doutrinárias; bem como por instituições religiosas exotéricas.  O que fica para nós é que o símbolo tem o seu valor implícito e pode abrigar, acolher, representar, significar determinado conceito, conhecimento, sapiência que “não pode”, “não deve” ou “não precisa” ser passado claramente em linguagem de prosa facilmente legível ou decifrável por todos.
Esperemos que as simbologias de nossas respectivas tradições espirituais e/ou religiosas possam nos trazer êxtase espiritual e sagrado, juntamente com sabedoria e providência divinas.  Sendo que nenhum símbolo existe ou se mantém durante muito tempo arbitrariamente. É de bom tom que os respeitemos devidamente.  E o maior respeito de todos possíveis é o conhecimento deles.  Paz e luz.

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)


Leia mais: http://www.divulgaescritor.com/products/simbologias-por-mauricio-duarte/

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Coluna Visuális - Revista Sinestesia

Visite a Revista Sinestesia e leia a minha Coluna Visuális que está estreando: 




Isabela - Aquarela da Artista Maria Cecilia Camargo
que tem o trabalho artístico enfocado na Coluna.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

As 20 principais regras para escrever, segundo Stephen King

Seja você um fã
inveterado ou não da obra do escritor Stephen King, o fato é que o
americano é um dos mais prolíficos, importantes e bem sucedidos autores
de todos os tempos. Com mais de 50 romances, 6 livros de não-ficção,
mais de 200 contos, mais de 60 filmes adaptados a partir de suas
histórias (tendo vendido ao todo mais de 350 milhões de livros), Stephen
King entende uma coisa ou outra sobre escrever.
sking6
Nesse mar de publicações, entre clássicos como Carie, a Estranha, O Iluminado, Um Sonho de Liberdade, It – A Coisa, Conta Comigo e À Espera de um Milagre, entre muitos outros, um dos mais interessantes livros de King é justamente Sobre a escrita (On Writing), uma espécie de memória profissional e manual do escritor, publicado em 2000.
Dele foi possível retirar 20 regras
máximas seguidas por King, que se aplicam não só aos que desejam se
tornar escritores, mas também a vida de qualquer um. Aqui vão elas, nas
palavras do próprio autor:
  1. Primeiro escreva pra você, depois se preocupe com o público
“Quando você escreve uma história, você
está contando essa história pra você. Quando você a reescreve, sua
principal tarefa é jogar fora tudo que não for a história”.
  1. Não use a voz passiva
“Escritores tímidos gostam da voz
passiva pelo mesmo motivo que amantes tímidos gostam de parceiros
passivos. A voz passiva é segura. O tímido escreve ‘a reunião acontecerá
às sete horas’, porque isso de alguma forma isso lhe diz, ‘Coloque
dessa forma e as pessoas acreditarão que você realmente sabe’. Coloque
os ombros pra trás, levante o queixo, e faça essa reunião acontecer!
Escreva ‘a reunião é às sete’. Pronto! Não se sente melhor?”
  1. Evite advérbios
“O advérbio não é seu amigo. Considere a
frase ‘Ele fechou a porta firmemente’. Não é de forma alguma uma frase
horrível, me questione a você mesmo se ‘firmemente’ realmente precisa
estar lá. E o contexto? E toda a inspiradora (pra não dizer
emocionalmente tocante) prosa que veio antes da frase? Não seria isso
que deveria nos dizer de que forma ele fechou a porta? E se a prosa
precedente realmente diz, não seria ‘firmemente’ uma palavra sobrando?
Não seria redundante?”
Writer - Scrittore
  1. Evite advérbios, especialmente depois de ‘Ele disse’ e ‘Ela disse’
“Enquanto escrever advérbios é humano, escrever ‘ele disse’ e ‘ela disse’ é divino”
  1. Mas não fique obcecado pela perfeição gramatical
“A linguagem não precisa sempre usar
gravata e sapatos amarrados. O objeto da ficção não é a correção
gramatical, mas sim fazer o leitor se sentir bem vindo e contar uma
história. Fazer ele ou ela esquecer, sempre que possível, que ele ou ela
estão lendo uma história”.
Cena do filme 'O Iluminado' Cena do filme ‘O Iluminado’


  1. A mágica está em você
“Estou convencido de que o medo é a raiz
da maior parte das escritas ruins. Dumbo conseguiu voar com a ajuda de
uma pena mágica; você pode sentir o desejo de usar um verbo passivo ou
um desses péssimos advérbios pelo mesmo motivo. Antes de faze-lo apenas
se lembre que o Dumbo não precisava da pena; a mágica estava nele.”
  1. Leia, leia, leia
“Você precisa ler amplamente, refinando e
redefinindo constantemente seu próprio trabalho enquanto o faz. Se você
não tem tempo para ler, você não tem tempo (ou as ferramentas) para
escrever.”
Cena do filme 'Conta Comigo' Cena do filme ‘Conta Comigo’


  1. Não se preocupe em fazer outras pessoas felizes
“Ler durante refeições é considerado
grosseria em sociedades educadas, mas se você pretende ser bem sucedido
como escritor, grosseria deve ser sua penúltima preocupação. A última
deve ser uma sociedade educada e o que ela espera. Se você pretende
escrever tão verdadeiramente quanto pode, seu dias como membro de uma
sociedade estão contados, de todo jeito.”
  1. Desligue a TV
“A maioria dos recintos são equipadas
com TV, mas a TV – enquanto se está escrevendo ou em qualquer outro
lugar – é realmente a última coisa que um escritor precisa. Se você
sente que precisa de um analista político falando com você enquanto
escreve, ou um economista ou um comentarista esportivo, então é hora de
se questionar sobre o quão sério é seu desejo de escrever. Você tem de
estar preparado para se atirar seriamente na interioridade, na direção
do mundo da imaginação. E isso quer dizer que os apresentadores de TV
precisam ir embora. Ler nos toma tempo, e a TV rouba muito desse tempo.”
Cena do filme 'Carrie, a estranha' Cena do filme ‘Carrie, a estranha’


  1. Você só tem três meses
“A primeira versão de um livro – mesmo
um livro longo – não deve demorar mais de três meses para ser escrita,
que é a duração de uma estação do ano.”
  1. Existem dois segredos para o sucesso
“Quando me perguntam pelo ‘segredo do
meu sucesso’ (uma ideia absurda, mas impossível de ser abandonada), eu
às vezes digo que são dois: permanecer fisicamente saudável, e
permanecer casado. É uma boa resposta porque faz a pergunta original
desaparecer, e porque há certo elemento de verdade nela. A combinação de
um corpo saudável e uma relação estável com uma mulher autoconfiante
que não tolera besteiras nem minhas nem de ninguém fez a continuidade do
meu trabalho possível. E eu acredito que a recíproca é verdadeira: que
minha escrita e o prazer que sinto contribuíram para a estabilidade da
minha saúde e da minha vida em casa.”
  1. Escreva uma palavra de cada vez
“Um apresentador uma vez me perguntou
como eu escrevo. Minha resposta – ‘uma palavra de cada vez’ – o deixou
sem resposta. Acho que ele não soube dizer se era ou não uma piada. Não
era. No fim, é simples assim. Seja uma página simples ou uma trilogia
época como ‘O Senhor dos Anéis’, o trabalho é sempre realizado uma
palavra de cada vez”.
Cena do filme 'Louca Obsessão' Cena do filme ‘Louca Obsessão’


  1. Elimine as distrações
“Não deve haver telefone no seu local de
escrita, certamente não deve haver TV ou videogame pra você se
distrair. Se tiver uma janela, feche as cortinas”.
  1. Atenha-se ao seu estilo
“Ninguém pode imitar a maneira peculiar
de um autor de se aproximar de determinado gênero, ainda que possa
parecer a coisa mais simples. Pessoas que decidem fazer fortuna
escrevendo como outro autor não produzem nada além de imitações pálidas,
em sua maioria, porque vocabulário não é a mesma coisa que o sentimento
e a verdade compreendida pelo coração e pela mente.”
  1. Procure
“Em uma entrevista eu disse que
histórias são como coisas encontradas, como fósseis enterrados no chão, e
o entrevistador disse que não acreditava em mim. Eu disse que tudo bem,
contanto que ele acreditasse que eu assim acreditava. E acredito.
Histórias não são como camisetas ou videogames, são como relíquias,
parte de um mundo pré-existente não descoberto. O trabalho do escritor
ou da escritora é usar as ferramentas que possuem em sua caixa de
ferramentas para retira-las tão intactas quanto possível. Às vezes o
fóssil que você encontra é pequeno; uma concha. Às vezes é enorme, um
Tiranossauro Rex com suas costelas gigantes e dentes enormes. De
qualquer forma, contos ou romances de mil páginas, a técnica de
escavação é a mesma.”
Cena do filme 'Um Sonho de Liberdade' Cena do filme ‘Um Sonho de Liberdade’


  1. Dê um tempo
“Se você nunca fez isso antes, ler seu
próprio livro depois de seis semanas de descanso será uma experiência
estranha. É seu, você vai reconhecer como sendo seu, até se lembrará
qual a música que estava tocando quando escreveu certo trecho, e ainda
assim será como ler o trabalho de outra pessoa, um irmão de alma,
talvez. É assim que deve ser, a razão pela qual você deu um tempo. É
sempre mais fácil frustrar os desejos de outra pessoa do que os seus
próprios.”
  1. Deixe de fora as partes chatas e ‘mate suas queridinhas’
“Sempre que penso em ritmo, eu volto a
Elmore Leonard, que explicou isso perfeitamente, dizendo que ele
simplesmente deixava de fora as partes chatas. Isso sugere cortar para
dar velocidade ao ritmo, e é o que a maioria acaba fazendo.”
  1. A pesquisa não pode eclipsar a história
“Se você precisa realizar uma pesquisa
porque partes da sua história lidam com coisas que você sabe pouco ou
nada sabe, lembre-se do termo ‘pano de fundo’. É nele que a pesquisa
deve estar: tão ao fundo ou como pano de fundo da história quanto
possível. Você pode estar arrebatado pelo que aprendeu a respeito da
bactéria carnívora, o sistema de esgotos de Nova Iorque ou a
inteligência dos cachorrinhos Collie, mas seus leitores provavelmente se
importarão mais com seus personagens e sua história.”
Stephen King
  1. Você se torna um escritor simplesmente lendo e escrevendo
“Você não precisa de cursos de escrita
ou seminários mais do que precisa desse ou daquele livro sobre escrita.
Faulkner aprendeu seu estilo enquanto trabalhava nos correios da cidade
de Oxford, no Mississippi. Outros autores aprenderam o básico enquanto
estavam na marinha, trabalhando em fábricas ou na cadeia. Eu aprendi o
mais valioso (e comercial) aspecto do meu trabalho de vida enquanto
lavava lençóis de motel e toalhas de mesa de restaurantes em uma
lavanderia em Bangor. O melhor aprendizado é ler muito e escrever muito,
e as lições mais importantes são as que você ensina a si mesmo.”
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  1. Escrever tem a ver com ficar feliz
“Escrever não tem a ver com ganhar
dinheiro, ficar famoso, conquistar pessoas, transar ou fazer amigos. No
fim, tem a ver com enriquecer a vida dos que lerão seu trabalho, e
enriquecer a própria vida também. Tem a ver com se levantar, ficar bem, e
terminar. Ficar feliz, ok? Escrever é mágico, é a Água da Vida tanto
quanto qualquer outra arte criativa. A água é de graça. Então beba.”
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© fotos: divulgação






As 20 principais regras para escrever, segundo Stephen King







terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Morre aos 93 anos o ator e dublador Telmo de Avelar no Rio de Janeiro



Paulo Pacheco

Do UOL, em São Paulo

Morreu nesta segunda-feira (9), aos 93 anos, o ator e dublador Telmo Perle Münch, mais conhecido como Telmo de Avelar. Ele estava internado em um hospital na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro, por complicações de um câncer de pulmão em estágio avançado.

Nascido em 1923 em Curitiba, capital do Paraná, Telmo de Avelar estava afastado dos palcos e da dublagem e morava há um ano no Retiro dos Artistas, sempre com a família por perto. Ele foi a voz oficial do Pateta no Brasil nos anos 60, 70 e 80 e também dublou Ludovico Von Pato nos desenhos da Disney.

Outros personagens de Telmo em mais de 50 anos de carreira na dublagem foram o Sr. Olivaras (John Hurt) em "Harry Potter e a Pedra Filosofal" (2001), Sr. Wing (Keye Luke) em "Os Gremlins" (1984), Padre Gionetti (David Bradley) em "Exorcista: o Início" (2004) e Chef Louis em "A Pequena Sereia" (1989).

Reprodução/Facebook/Telmo Perle Munch
O ator e dublador Telmo de Avelar imagem: Reprodução/Facebook/Telmo Perle Munch
Telmo se destacou como diretor e tradutor de séries como "Família Dinossauro" e animações da Disney como "Aladdin", "O Rei Leão", "Mogli, o Menino Lobo", "Dumbo", "Bambi" e "A Pequena Sereia". Em "A Bela e a Fera", as canções adaptadas por ele foram usadas em um musical da Broadway trazido para o Brasil.

Segundo a filha de Telmo, Isabela, ele também adaptou a música "Heigh-Ho", cantada pelos sete anões na animação "Branca de Neve" (1937): "Eu vou, eu vou, para casa agora eu vou...".

"Era uma pessoa muito talentosa e amava o que fazia. Cresci vendo ele compondo as músicas. Traduzia os filmes e se preocupava com as falas em português para não ficar apenas uma tradução, fazia com qualidade", relembra Isabela, filha única do ator, ao UOL.

Na TV, Telmo interpretou Fausto Paiva, técnico do Flamengo, em "Irmãos Coragem" (1970), o fazendeiro Alípio Sá em "Nina" (1977) e o delegado Sandoval em "Pai Herói" (1979), novela reprisada atualmente pelo canal pago Viva. Ele também dirigiu e atuou em radionovelas e peças de teatro.

Telmo de Avelar deixa sua mulher, Tereza, sua filha única, Isabela, e dois netos, Maria Fernanda e João Roberto. Informações sobre velório e enterro serão divulgadas em breve.




Morre aos 93 anos o ator e dublador Telmo de Avelar no Rio de Janeiro - 09/01/2017 - UOL TV e Famosos