Sociedade civil de artistas e literatos de São Gonçalo
segunda-feira, 19 de maio de 2014
Resenha: "Histórias De Quilombolas", de Flávio Dos Santos Gomes
Histórias De Quilombolas, Flávio Dos Santos Gomes
Em "Histórias de quilombolas", Flávio dos Santos Gomes retrata o mundo interligado das senzalas e dos quilombos no Rio de Janeiro do século XIX. Resultado de pesquisa primorosa feita em arquivos policiais e judiciários, o livro descreve com detalhes as ligações dos quilombolas com grupos livres e com os cativos, mostrando como os fugitivos abalavam o equilíbrio das relações escravistas.
A primeira parte do livro conta como, no século XIX, os quilombos de Iguaçu, no recôncavo da Guanabara, resistiram à repressão das autoridades. Taberneiros, pequenos negociantes e escravos comerciavam com eles e os informavam sobre as expedições repressoras.
A segunda parte examina a "insurreição quilombola" de Manoel Congo, em Vassouras, em 1838, de que participaram cativos africanos e "crioulos" (nascidos no Brasil), trabalhadores, domésticos e lavradores - tanto homens como mulheres.
O final reúne histórias dos anos 1870 e 1880 que mostram como a crise de legitimidade do escravismo potencializou o movimento de libertação dos escravos.
sábado, 17 de maio de 2014
Chiclete, a Animação Gonçalense que Chegou pra Grudar.
Chiclete é um cãozinho de pelúcia mágico que ganha habilidades especiais quando está junto de crianças que tenham imaginação. O personagens e seus amiguinhos foram publicados pela primeira vez em 2009 pelo gonçalense Edson D'Car e ganhou muita popularidade na internet e nas escolas. Os personagens já ilustraram tiras, jornais e até revistas em quadrinhos, sendo uma delas para campanha contra o mosquito da dengue.
Sempre visionário e fazendo um trabalho persistente e incansável, o seu criador, Edson D'Car agora investe em uma produção animada. A série segue com produção totalmente gonçalense, onde é desenhada, animada e gravada na cidade de São Gonçalo, no Estúdio João Caetano.
O desenho também conta com elenco da região, onde terão crianças de verdade nas vozes dos personagens infantis, para garantir mais naturalidade e identificação com o público infantil.
As Aventuras de Chiclete
Autor, produtor e diretor: Edson D'Car
Técnico de som: Ricardo Fortuna
Elenco:
Leo Vieira: Chiclete
João Victor Sanches: Dudu
Amanda Sanches: Duda
Paulo Martare: vozes adicionais
Aline Sanches: Narração, Mãe e Vendedora.
Leo Vieira
Sempre visionário e fazendo um trabalho persistente e incansável, o seu criador, Edson D'Car agora investe em uma produção animada. A série segue com produção totalmente gonçalense, onde é desenhada, animada e gravada na cidade de São Gonçalo, no Estúdio João Caetano.
O desenho também conta com elenco da região, onde terão crianças de verdade nas vozes dos personagens infantis, para garantir mais naturalidade e identificação com o público infantil.
As Aventuras de Chiclete
Autor, produtor e diretor: Edson D'Car
Técnico de som: Ricardo Fortuna
Elenco:
Leo Vieira: Chiclete
João Victor Sanches: Dudu
Amanda Sanches: Duda
Paulo Martare: vozes adicionais
Aline Sanches: Narração, Mãe e Vendedora.
Leo Vieira
quinta-feira, 15 de maio de 2014
SALgunda Feira Literária
Escritores e poetas com livros publicados:
Devido ao sucesso da Feira de Livros de São Gonçalo, realizada de março a abril deste ano, na Praça Luiz Palmier, temos o prazer de convocar a todos para uma nova edição.
A 2ª Edição da Feira de Livros de São Gonçalo será na rua João Caetano esquina com Rua Yolanda Saad Abuzaid, no Alcântara. Uma iniciativa da Secretaria de Cultura de São Gonçalo, com apoio da SAL.
Os escritores e poetas gonçalenses tem um espaço especial para a venda de suas obras: uma banca especial para a produção literária de nossa cidade.
A Feira terá início no dia 1º de junho e se encerrará no dia 1º de julho de 2014.
Contato e informações pelos telefones 27122000, 979234190 (Alexandre) / 98206-6252 (Leonardo).
Leo Vieira
Devido ao sucesso da Feira de Livros de São Gonçalo, realizada de março a abril deste ano, na Praça Luiz Palmier, temos o prazer de convocar a todos para uma nova edição.
A 2ª Edição da Feira de Livros de São Gonçalo será na rua João Caetano esquina com Rua Yolanda Saad Abuzaid, no Alcântara. Uma iniciativa da Secretaria de Cultura de São Gonçalo, com apoio da SAL.
Os escritores e poetas gonçalenses tem um espaço especial para a venda de suas obras: uma banca especial para a produção literária de nossa cidade.
A Feira terá início no dia 1º de junho e se encerrará no dia 1º de julho de 2014.
Contato e informações pelos telefones 27122000, 979234190 (Alexandre) / 98206-6252 (Leonardo).
Leo Vieira
quinta-feira, 8 de maio de 2014
SALgunda Feira de Livros de São Gonçalo
A banca de autores gonçalenses da SAL foi um sucesso e a oportunidade para participar voltou, agora em Alcântara.
Se você gonçalense tem obras publicadas, essa é a chance da SAL te ajudar a divulgar e vender.
E se você ainda não publicou, mas tem a obra finalizada, procure os serviços da SAL Editorial.
O que você não pode é mais uma vez ficar de fora. Não perca outra oportunidade de obter seu reconhecimento e integração com a cultura e literatura da cidade.
A SAL é o Tempero Cultural para tornar São Gonçalo ainda mais literário.
A 2ª Edição da Feira de Livros de São Gonçalo será na rua João Caetano, esquina com Rua Yolanda Saad Abuzaid, no Alcântara e terá início em 1º de junho.
Contato e informações pelos telefones 2712-2000, 97923-4190 (Alexandre) / 98206-6252 (Leonardo).
quarta-feira, 30 de abril de 2014
Coadjuvantes Especiais
Há
uma frase muito explorada em exemplos de roteiros que é que "não existe
piada ruim e sim, piada mal-contada". Realmente, isso é verdade. Todo o
tipo de estereótipo já foi fartamente recontado e para não ocorrer um desgaste
literário, o autor precisa ser o mais criativo possível, para não saturar a
paciência do leitor.
Toda
história tem um início, meio e fim sempre naquele ritmo alternado com clichês e
previsibilidades. Há o herói, o vilão, a questão onde a trama irá girar, alguns
contratempos necessários, uma dose de drama, romance, um pouco de cenas
engraçadas e o final onde o bem vence o mal.
Mas
o que poderia tornar a obra com um detalhe mais especial? Tudo. Mergulhe na
pesquisa e explore os seus conhecimentos. Procure esquematizar menos os
personagens e enriqueça suas biografias e árvores genealógicas.
Mas
o detalhe especial do post de hoje são para os coadjuvantes. Se o livro fosse
uma receita de bolo, Os componentes seriam os ingredientes essenciais e os
coadjuvantes, os temperos especiais. A escolha do tempero certo que fará a
iguaria marcante.
Os
coadjuvantes tem a importante missão de não deixar o enredo previsível demais.
Você pode até se atrever a mostrar uma típica história de amor, suspense ou
qualquer outro gênero; mas se os personagens aliados do herói e do vilão forem
biograficamente atraentes, sua obra terá um rumo fantástico, tornando todo o
conteúdo irresistível.
Leo Vieira
domingo, 27 de abril de 2014
Sessão Anima-São de Abril
No dia 26 de abril, sábado, no Centro Cultural Joaquim Lavoura, houve mais uma edição da Sessão Anima-São, promovida e realizada pelo Estúdio Alexandre Martins e com o apoio da SAL (Sociedade de Artes e Letras de São Gonçalo).
O evento teve a abertura com a apresentação do secretário Leo Vieira sobre o evento e o seu realizador, Alexandre Martins, presidente da SAL e proprietário do estúdio que leva o seu nome, que há 22 anos realiza ilustrações, desenhos animados autorais e outros serviços artísticos.
O evento realizou a exibição de 4 curtas metragens de vários países, proporcionando admiração e comentários engraçados do público. Estiveram presente os integrantes do coral do Centro Cultural e o escritor e poeta gonçalense Carlos Passarelli.
No final da exibição, Alexandre Martins fez o encerramento e respondeu às perguntas da plateia.
Bruna Tavares (conselheira), Alexandre Martins (presidente) e Leo Vieira (secretário).
Leo Vieira
quinta-feira, 24 de abril de 2014
Download de Livros
Ultimamente
tenho acompanhado algumas polêmicas envolvendo blogueiros e escritores por
conta disso e com o tempo, cada vez mais está merecendo atenção. Muitos blogs
não só estão aderindo como também estão incentivando que outros blogs utilizem
da mesma política de compartilhar download de obras literárias. Isso não é nada
legal...
Todos
nós sabemos do trabalho que dá construir uma obra literária. E também sabemos
do custo que é investir nos registros, revisão, artes, acabamento, até a sua
obra se transformar em um livro impresso de qualidade. Então, imagine depois a
frustração desse autor quando descobre que o livro foi pirateado, seja pelo
e-book ou até mesmo escaneado? Isso não se faz...
Então,
como escritor e também como blogueiro, peço a todos que levem a sério a
ideologia literária, custe o que custar. Download de livros somente para obras
que estejam em domínio público e/ou publicações acadêmicas sem fins lucrativos.
Não
tem sentido, nem lógica, nem cabimento apoiar um escritor copiando o livro
dele. Então, não faça uma coisa dessas.
Se
você quer muito ler, mas não tem dinheiro ou interesse de gastar, participe de
book tour, vá na biblioteca onde o livro está, peça emprestado de algum amigo,
mas jamais faça download, nem mesmo incentive isso. Se você tem alternativa de
copiar o e-book e/ou escanear, isso não lhe dá o direito de fazer tais atos
desonestos.
Escritores
e blogueiros que andam juntos no mesmo propósito somente terão a ganhar.
Leo Vieira
terça-feira, 22 de abril de 2014
Cabeça de artista funciona de forma diferente, diz estudo
FREDERICO GOULART E MARIA CLARA SERRA
RIO - Muita gente comum acha difícil entender cabeça de artista.
Talvez essa característica seja até um pré-requisito para fazer daquele
“espaço” uma fonte de ideias e criações. À luz da ciência, entretanto, a
explicação parece ser menos romântica e mais técnica: o cérebro dos
“virtuosos” é simplesmente diferente. Foi isso que diz ter provado um
novo estudo publicado esta semana na revista científica “NeuroImage”.
O resultado foi alcançado por meio de uma técnica recente de digitalização do órgão chamada morfometria baseada em voxel (MBV). A varredura mostrou que os artistas apresentam maior presença de substância neural em uma área responsável pelo bom desempenho motor e pela comunicação visual, o chamado precuneus, que fica no lobo parietal. Isso reforça a crença de que o talento dessas pessoas pode ser inato.
— O precuneus está relacionado a uma série de funções potencialmente ligadas à criatividade e à capacidade de manipulação de imagens visuais — afirmou à “BBC News” a cientista chefe do trabalho, Rebecca Chamberlain, que disse ter realizado o trabalho para tentar descobrir se os artistas de fato veem o mundo de maneira diferente.
Maior aptidão motora
O participantes também foram estimulados a realizar tarefas de desenho. Por meio dessas atividades, a equipe estudou a relação entre o desempenho e o estado das massas cinza e branca do cérebro. Notou-se que os voluntários que apresentaram mais habilidade tinham essas substâncias em formas aumentadas no cerebelo e na área motora suplementar, duas regiões que estão envolvidas com o bom controle motor e com a realização de ações de rotina.
Os resultado do estudo, porém, não é capaz de cravar que os aspectos que influenciam em um determinado talento artístico são totalmente inatos ou se podem ser adquiridos. Na visão do neurocientista Jorge Moll, presidente do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino, exemplos de artistas que estão “fora da curva” apresentam forte relação das duas características.
— Qualquer habilidade de alta ordem, de alta complexidade, não pode ser explicada de modo simplista. Elas envolvem múltiplos sistemas cerebrais e cargas genéticas, mas também são fruto de muito treinamento — pondera.
O especialista também classificou o estudo como inovador, por usar a técnica de morfometria a fim de avaliar quantitativamente certas substâncias presentes no nosso cérebro.
— O trabalho não apresenta uma relação de causa e efeito, mas um aspecto correlacionador entre as características da estrutura cerebral e as habilidades. Os pesquisadores não descobriram, por exemplo, se essas características são fruto de alguma alteração ou se já acompanham as pessoas desde o nascimento.
Artista plástico e professor de arte no Colégio Bahiense, Alexandre Cavalcanti se formou em desenho industrial e fez mestrado em Belas Artes em Nova York. Ele conta que, em sua vida, desde pequeno mostrou particular aptidão para as artes:
— Nem me lembro de quando começou esse meu gosto. Só percebi que queria fazer da arte minha profissão quando, no vestibular, tive que decidir qual curso faria.
Hoje, Alexandre dá aulas de arte para crianças de 10 a 13 anos. Na sala, diz perceber claramente quando os pequenos demonstram talento para alguma habilidade.
— Podemos desenvolver alguma capacidade, mas dá para ver que alguns alunos têm mais aptidão, têm a mão mais solta. Mas também tem o lado criativo. Alguns são piores na habilidade, mas têm criatividade de sobra e podem compensar. Ou até mesmo seguir em outro caminho da arte que não o desenho — pondera.
‘Todos somos arteiros’
A designer e professora de desenho da PUC-Rio Marcela Carvalho acredita que as crianças sofrem uma hiperestimulação, o que pode prejudicar no desenvolvimento de suas habilidades para o futuro:
— Elas precisam da desopressão, do não estimulo, de um espaço de liberdade. A infância é criadora, todos são artistas. Então, o desenvolvimento da habilidade e do cérebro tem muito mais a ver com com o meio, o espaço onde se vai trabalhar aquilo. Não tem aquela expressão “esse menino está fazendo arte, é arteiro”? É isso mesmo. Todos nós somos.
O resultado foi alcançado por meio de uma técnica recente de digitalização do órgão chamada morfometria baseada em voxel (MBV). A varredura mostrou que os artistas apresentam maior presença de substância neural em uma área responsável pelo bom desempenho motor e pela comunicação visual, o chamado precuneus, que fica no lobo parietal. Isso reforça a crença de que o talento dessas pessoas pode ser inato.
Entretanto,
o trabalho também verificou que treinamentos e influências do meio
desempenham papel crucial no desenvolvimento das habilidades. Ao todo,
os pesquisadores avaliaram 21 estudantes de arte. Os resultados foram
comparados aos das análises de 23 pessoas “comuns”.
— O precuneus está relacionado a uma série de funções potencialmente ligadas à criatividade e à capacidade de manipulação de imagens visuais — afirmou à “BBC News” a cientista chefe do trabalho, Rebecca Chamberlain, que disse ter realizado o trabalho para tentar descobrir se os artistas de fato veem o mundo de maneira diferente.
Maior aptidão motora
O participantes também foram estimulados a realizar tarefas de desenho. Por meio dessas atividades, a equipe estudou a relação entre o desempenho e o estado das massas cinza e branca do cérebro. Notou-se que os voluntários que apresentaram mais habilidade tinham essas substâncias em formas aumentadas no cerebelo e na área motora suplementar, duas regiões que estão envolvidas com o bom controle motor e com a realização de ações de rotina.
Os resultado do estudo, porém, não é capaz de cravar que os aspectos que influenciam em um determinado talento artístico são totalmente inatos ou se podem ser adquiridos. Na visão do neurocientista Jorge Moll, presidente do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino, exemplos de artistas que estão “fora da curva” apresentam forte relação das duas características.
— Qualquer habilidade de alta ordem, de alta complexidade, não pode ser explicada de modo simplista. Elas envolvem múltiplos sistemas cerebrais e cargas genéticas, mas também são fruto de muito treinamento — pondera.
O especialista também classificou o estudo como inovador, por usar a técnica de morfometria a fim de avaliar quantitativamente certas substâncias presentes no nosso cérebro.
— O trabalho não apresenta uma relação de causa e efeito, mas um aspecto correlacionador entre as características da estrutura cerebral e as habilidades. Os pesquisadores não descobriram, por exemplo, se essas características são fruto de alguma alteração ou se já acompanham as pessoas desde o nascimento.
Artista plástico e professor de arte no Colégio Bahiense, Alexandre Cavalcanti se formou em desenho industrial e fez mestrado em Belas Artes em Nova York. Ele conta que, em sua vida, desde pequeno mostrou particular aptidão para as artes:
— Nem me lembro de quando começou esse meu gosto. Só percebi que queria fazer da arte minha profissão quando, no vestibular, tive que decidir qual curso faria.
Hoje, Alexandre dá aulas de arte para crianças de 10 a 13 anos. Na sala, diz perceber claramente quando os pequenos demonstram talento para alguma habilidade.
— Podemos desenvolver alguma capacidade, mas dá para ver que alguns alunos têm mais aptidão, têm a mão mais solta. Mas também tem o lado criativo. Alguns são piores na habilidade, mas têm criatividade de sobra e podem compensar. Ou até mesmo seguir em outro caminho da arte que não o desenho — pondera.
‘Todos somos arteiros’
A designer e professora de desenho da PUC-Rio Marcela Carvalho acredita que as crianças sofrem uma hiperestimulação, o que pode prejudicar no desenvolvimento de suas habilidades para o futuro:
— Elas precisam da desopressão, do não estimulo, de um espaço de liberdade. A infância é criadora, todos são artistas. Então, o desenvolvimento da habilidade e do cérebro tem muito mais a ver com com o meio, o espaço onde se vai trabalhar aquilo. Não tem aquela expressão “esse menino está fazendo arte, é arteiro”? É isso mesmo. Todos nós somos.
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/sociedade/cabeca-de-artista-funciona-de-forma-diferente-diz-estudo-12233387#ixzz2zcuHHDgZ
quarta-feira, 16 de abril de 2014
Identidade Literária
Quando
conhecemos uma história, ficamos fascinados pela forma que foi contada. Isso
depende muito do autor, principalmente se ela é original. No caso de uma
recontagem, como uma fábula por exemplo, ficamos ainda mais deslumbrados com as
características especiais do escritor. Um exemplo notável disso é a Disney, que
sempre usa características especiais, como canções e enredos com mascotes e
mensagens positivas, sempre apelando para a franquia de brinquedos, revistas e
tendenciando as cenas de ação para os modelos de videogame.
No
caso de identidades literárias, temos as fábulas, onde ganham várias
recontagens, sejam elas no gênero infantil, humor (com paródias), e até mesmo
adulto (com mais cenas de ação). Isso torna o autor até mais reconhecido.
Vejam
como existem literaturas sobre vampiros, zumbis, anjos e outras figuras
fantásticas,
folclóricas ou mitológicas. Cada um usa de seu conhecimento e
imaginação.
Quanto mais criativo e menos estereotipado ele for, mais a obra se
tornará
verossímil e especial aos seus leitores.
Nunca
deixe de pesquisar e fazer diferente quando for apresentar uma nova história.
Sempre
há algo que pode ser modificado. Cuidado para não seguir estereótipos já
desgastados e muita atenção para algo não parecer plágio.
Leo Vieira
terça-feira, 8 de abril de 2014
A Roda Já Foi Inventada
Conhece
essa expressão? Em que exatamente ela se aplica? Em praticamente tudo. A Roda,
sem dúvidas, é a maior descoberta da humanidade, até mais do que o fogo. A Roda
não é um invento. A Roda já existia há muito tempo. A Roda estava e ainda está em
todo lugar. Tudo que desenhamos se inicia com proporções geométricas, mas nas formas
circulares que ela ganha padronização. Se tudo o que desenhamos e criamos tem o
formato de uma Roda, significa que de certa forma, nada é muito original, pois
tem o movimento esférico como modelo.
Literariamente
falando, o escritor é um reinventor de Rodas. Toda sinopse, enredo, argumento,
personagens e roteiro, até esse conglomerado de textos se transformar em um
livro é na verdade uma grande Roda. Mas é uma Roda muito especial. Todo romance
tem início, meio e fim; além de personagens bons e maus; tramas que andam em um
compasso, mantendo o ritmo até o desfecho, deixando o leitor satisfeito a ponto
de querer saber mais sobre o autor e aguardar a próxima Roda. Essa é a Roda que
o escritor precisa reinventar e assim como o formato, o seu trabalho precisa
rodar e girar em um ciclo contínuo, sempre reinventando e aprimorando.
Não
tenha medo de recriar. E não tenha pressa em adaptar as suas ideias. Um
trabalho bem feito precisa de tempo e de aprofundamento. Pense, crie,
desenvolva e a sua ótica será apreciada como uma grande redescoberta.
Leo Vieira
segunda-feira, 31 de março de 2014
Lições de Chesterton para quem deseja ser escritor
Rodrigo Gurgel
Chesterton é grande
e grandioso. Seu texto empolga, contagia. Sua argumentação irônica faz explodir
diante de nós os paradoxos do mundo que construímos — quanta loucura somos
capazes de aceitar!
Ele pode também
ser um bom professor, daqueles raros, cujas lições extrapolam o medíocre livro
didático. Conselhos só aproveitáveis, entretanto, aos dispostos a ler e reler.
Acompanhem esta aula
para quem deseja ser escritor. Os conselhos servem a todos, ainda que o tema se
restrinja a histórias de detetives. Uma das melhores lições, por exemplo, é
endereçada aos que “têm a estranha noção de que é tarefa deles confundir o
leitor; e de que, contanto que o confundam, não importa se o desapontam” —
prática que se tornou um vício na literatura contemporânea brasileira.
fonte: http://rodrigogurgel.blogspot.com.br/2014/03/licoes-de-chesterton-para-quem-deseja.html
terça-feira, 18 de março de 2014
O Índio do Arsenal
Alexandre Martins*
Não
somente Niterói possui uma estátua dedicada a algum indígena, mas
também São Gonçalo possui a sua.
Uma misteriosa estátua de um índio
existe há décadas no bairro do Arsenal.
Segundo moradores, como Guaíra
Xavier - uma caxiense que desde o início ficou intrigada com a
estátua - o monumento pertencia a um senhor que era realmente índio.
Ele construiu a estátua na
direção de Niterói. A posição da flecha empunhada mira a terra
de Araribóia. Mas tanto o motivo da construção quanto da posição beligerante contra os niteroienses ficou descohecido. Mesmo com seu falecimento, a estátua ficou ainda preservada.
Mede cerca de 2 metros de altura,
feita em granitina (pedaços de granito em massa de cimento) e
posicionada em cima de um pedestal de alvenaria.
Muitos que passam na frente dela
imaginam várias coisas: lembranças de um terreiro de umbanda,
sacrifícios aos seus pés, etc.
A realidade é que poucos sabem do
real motivo que levou a essa construção.
A SAL trará mais detalhes sobre mais essa
curiosidade de nossa cidade.
Saudações papagoiabas.
P.S.: Em postagem na rede Facebook, o fotógrafo gonçalense Marco Speziali explica que a imagem está localizada dentro de uma propriedade particular que pertenceu ao médico pediatra Mário Sólon. Antes de tomar como sua propriedade, no local existia um Centro de Umbanda muito frequentado. A imagem seria, então, de um "Caboclo de Xangô". [1]
Segundo o fotógrafo, os protestantes locais desejariam retirar a estátua, o que foram impedidos por moradores que afirmaram ser relíquia indígena.
P.S.: Em postagem na rede Facebook, o fotógrafo gonçalense Marco Speziali explica que a imagem está localizada dentro de uma propriedade particular que pertenceu ao médico pediatra Mário Sólon. Antes de tomar como sua propriedade, no local existia um Centro de Umbanda muito frequentado. A imagem seria, então, de um "Caboclo de Xangô". [1]
Segundo o fotógrafo, os protestantes locais desejariam retirar a estátua, o que foram impedidos por moradores que afirmaram ser relíquia indígena.
* * *
1 - Caboclo, dentro da Umbanda, corresponde a um espírito desencarnado de um índio, que se manifesta através de uma pessoa capaz de senti-lo, o chamado "médium". Tal espírito responde às perguntas dos frequentadores das sessões de umbanda, procurando passar-lhes sua sabedoria e coragem, na intenção de ajudar-lhes a superar seus problemas.
_______________________________________________
(*) empresário cultural, presidente da SAL
Relíquias de Marc Ferrez
fonte: Blog Semióticas
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Boas e más notícias
trouxeram de volta à mídia o nome de Marc Ferrez (1843-1923), um
dos mais importantes fotógrafos brasileiros de todos os tempos. As
boas notícias: uma parte considerável da obra completa de Ferrez
foi adquirida pelo Instituto Moreira Salles (IMS), que lançou no
Brasil e na França um catálogo impecável reunindo ensaios escritos
por especialistas e uma coleção de 160 imagens primorosas datadas
do final do século 19 e do começo do século 20.
Além das
fotografias reunidas na edição, há também um acervo de mais de
300 imagens originais de Ferrez, a maioria belas panorâmicas em
negativos de grande formato (40cm X 110cm), que permanece em
exposição itinerante nas sedes do IMS e em outros espaços no
Brasil e no exterior. Parte do acervo também está aberta ao
público através do site que o IMS mantém na internet. Tanto o catálogo impresso como a mostra
itinerante e as imagens disponíveis no site revelam a arte grandiosa
de Ferrez, que criou no Brasil, antes de qualquer outro pioneiro da
fotografia, uma linguagem que se tornaria universal e quase
obrigatória em livros e reportagens de turismo e no formato de cartões
postais.
Também há más
notícias: o nome de Marc Ferrez frequentou as páginas policiais por
conta de um grande roubo no acervo da Biblioteca Nacional, no Rio de
Janeiro, registrado em 2005, quando desapareceram cerca de 150 de
suas fotografias mais raras e celebradas. Um crime perfeito, que não
deixou pistas, aparentemente realizado sob orientação de
especialistas: além das séries valiosas de Ferrez, também furtaram
fotografias e negativos originais de importantes e pioneiros
fotógrafos do século 19, entre eles August Stahl (1828-1877),
Guilherme Liebenau (1838-1900) e Benjamin Mulock (1829-1863).
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As boas e as más
notícias colocaram em evidência o gênio de Marc Ferrez, nome
fundamental da fotografia e do cinema brasileiro que, em seus 80 anos
de vida, registrou todo o Brasil em belas panorâmicas e em retratos
impressionantes, entre ilustres personalidades e anônimos que
encontrou em cada região do país. Filho de um casal de escultores e
gravadores franceses que vieram para o Brasil em 1816, com a Missão
Artística Francesa, Ferrez foi comparado aos grandes pintores pelos
intelectuais do Império e da primeira República, o que era a mais
nobre das distinções, numa época em que o trabalho de fotografar
estava longe de ser considerado uma arte.
Arauto da
Modernidade
O livro, na verdade um belo catálogo fotográfico intitulado “O Brasil de Marc Ferrez”, traz detalhada biografia, cronologia de seus principais trabalhos e ensaios de Françoise Reynaud, curadora do Museu Carnavalet, em Paris, e dos pesquisadores Maria Inez Turazzi, Pedro Karp Vasquez, Laurent Gervereau, Frank Stephan Kohl, Sérgio Burgi e Antônio Fernando De Franceschi, superintendente do IMS. Com a publicação e a exposição itinerante do acervo, foi a primeira vez que a obra de Marc Ferrez chegou ao público de forma abrangente.
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Nas fotografias de
Ferrez, o que mais surpreende, junto com sua demonstração de
domínio da luz, é sua precisão na escolha do ponto de vista para
ressaltar no enquadramento a qualidade estética das cenas
registradas. São imagens comoventes, mesmo depois de todos os
avanços tecnológicos da maquinaria fotográfica. Como destaca De
Fraceschi em um dos ensaios do livro, abordando as singularidades da
obra de Ferrez e sua influência sobre pintores célebres que se
dedicaram às paisagens do Brasil:
“O que interessa,
cada vez mais, é compreender as relações passadas e presentes
entre a fotografia e a pintura, sobretudo agora, quando as vanguardas
contemporâneas parecem ter se desinteressado do mundo objetivo,
deixando para a fotografia a inteira responsabilidade de se ocupar do
real. Diante da obra monumental de Marc Ferrez, fica mais fácil
compreender porque se atribui às suas belas imagens, produzidas na
segunda metade do Oitocentos e nas primeiras décadas do século 20,
os primeiros registros sobre a entrada do Brasil na Modernidade”.
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Além do privilégio
da nomeação como primeiro (e único) Fotógrafo da Marinha
Imperial, Ferrez pôde percorrer o país como um dos principais nomes
da Comissão Geológica do Império, a partir de 1875, fotografando
atividades econômicas, a construção das principais estradas de
ferro, as construções seculares da arquitetura barroca, as minas de
ouro e pedras preciosas em Minas Gerais, as belas paisagens e os
cenários desconhecidos das cidades, das florestas e das fazendas,
seus costumes e personagens dos salões, das ruas, dos grotões.
Funcionário
dos mais destacados nos quadros do Segundo Império, primeiro entre
seus pares a visitar os confins do território nacional e
registrá-los em fotografias e documentos cartoriais, Marc Ferrez
também desenvolveu equipamentos próprios e introduziu experiências
técnicas como as fotografias coloridas, por ele batizadas de
autocromo, em aperfeiçoamento à invenção dos irmãos Lumière.
Observar a evolução temporal de sua arte equivale a uma leitura da
história do Brasil e da trajetória da fotografia, dos processos
químicos mais primitivos aos avanços da tecnologia das câmeras,
lentes e processos de revelação e reprodução.
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Expedições do
Império
Filho
mais jovem do francês Zéphyrin Ferrez, contando com mais quatro
irmãs e um irmão, ficou órfão de pai e mãe no Rio de Janeiro aos
sete anos. Mandado para a França, onde estudou até a adolescência,
retornou ao Brasil em 1859 e passou a trabalhar na Casa
Leuzinger, uma papelaria e tipografia que tinha começado a trabalhar com uma seção dedicada à
fotografia. Na Casa Leuzinger, Ferrez aprenderia as técnicas da
arte de fotografar com o alemão Franz Keller (1835-1890). Aos 21 anos, em
1865, investiu tudo que tinha para abrir a firma Marc Ferrez &
Cia., um estúdio fotográfico que o colocou entre os principais
profissionais da corte.
Em 1875, a
trajetória de Ferrez mudou radicalmente quando ele recebeu convite
para integrar, como fotógrafo, a expedição chefiada pelo geólogo
canadense Charles Frederick Hartt (1840-1878) e financiada pela
Comissão Geológica do Império. Hartt faria história como autor da
primeira obra rigorosamente científica sobre a geografia do Brasil –
“Geology and Physical Geography of Brazil” (1870). A Expedição
Hartt percorreu várias regiões do país e acendeu em Ferrez o gosto
pela aventura de desbravar e registrar os confins.
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Depois da
experiência com a Expedição Hartt, Ferrez passa a investir
esforços nos estudos sobre geologia e geografia e, no ano de 1880,
decide encomendar na Europa a confecção de uma máquina fotográfica
por ele idealizada, para a execução de imagens panorâmicas em
grandes dimensões. Daí aos cargos oficiais de maior importância no
Império de Dom Pedro 2°, também entusiasta da fotografia, foi um
passo.
O destaque como
funcionário a serviço da nação continuaria nos primeiros tempos
da República. Reconhecido no Brasil e no exterior como fotógrafo de
paisagens, de obras públicas, de cartões postais e de retratos de
políticos e personalidades que se tornariam célebres, entre eles os
escritores Machado de Assis e Rui Barbosa, Ferrez realizaria a partir
de 1903 uma de suas séries mais reproduzidas até a atualidade: a
documentação completa das obras no Rio de Janeiro de instalação
da Avenida Central, hoje Avenida Rio Branco, dos antigos edifícios
às construções que foram erguidas no começo do século 20.
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Araucárias,
no Paraná, em fotografia
datada de 1884 (no alto). Acima, grupo de escravos e seus filhos reunidos em fazenda de café na Serra da Mantiqueira, Sul de Minas Gerais, no ano de 1885 |
Qualidade formal
e documental
Marc
Ferrez obteve em sua época as mais importantes condecorações pela
excelência de seu trabalho fotográfico, tanto no Brasil como em
outros países, em diversas instituições internacionais, entre elas
os primeiros grandes prêmios em exposições nos EUA (Philadelfia,
1876) e na França (Paris, 1878), além de ter suas fotografias
exibidas com destaque na Exposição Universal de 1900, em Paris.
Várias de suas séries e álbuns também foram incorporadas desde o
final do século 19 aos acervos da Société
Géographique, sediada na França.
Como
se não bastasse, o nome de Marc Ferrez ainda está ligado ao
nascimento do cinema no Brasil: foi ele quem patrocinou a produção
dos primeiros filmes nacionais e instalou em 1907, no Rio de Janeiro,
o Cine Pathé, primeira sala de exibição permanente de espetáculos
cinematográficos. Ainda nesse ano, a Casa
Marc Ferrez & Filhos
tomaria para si a distribuição da grande maioria dos filmes
exibidos nas diversas salas de cinema que surgiram no Rio de Janeiro.
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O Rio
Antigo segundo Marc Ferrez:
no alto, panorâmica da Ilha Fiscal na Baía da Guanabara, em 1885. Acima, a Avenida Central no Rio de Janeiro de 1910 |
A extraordinária
qualidade formal e documental da obra de Marc Ferrez na produção de
retratos de personalidades, além das panorâmicas, tanto as urbanas
quanto a paisagem natural que emoldura e envolve seus enquadramentos,
foi preservada intacta por seus familiares no último século. Depois
da morte do fotógrafo patriarca, o guardião de sua obra completa
foi Gilberto Ferrez (1908-2000), neto de Marc e um dos mais
destacados historiadores da iconografia brasileira e da obra dos
viajantes estrangeiros no decorrer da história do Brasil.
Desde a morte de
Gilberto, a guarda e a preservação dos arquivos dos Ferrez estão a
cargo de sua filha, Helena Ferrez, que mantém há décadas a
catalogação dos documentos da família. Os catálogos preservados
contam com um extenso patrimônio em suportes variados, no qual estão
incluídos desde as relíquias de Zéphyrin, pai de Marc e tataravô
de Helena, às clássicas séries de ensaios em panorâmicas
registradas em daguerreótipos e fotografias por Marc Ferrez.
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Aos cuidados de
Helena Ferrez também estão os acervos reunidos durante décadas por
Gilberto Ferrez e todos os arquivos e filmes em negativo do filho de
Marc e pai de Gilberto, Júlio Ferrez (1881-1945) – pioneiro que
trouxe os primeiros equipamentos de cinema para o Brasil e realizou
as primeiras filmagens em território brasileiro. Os catálogos dos
Ferrez contam ainda com séries de correspondências, muitos álbuns
da intimidade da família, cadernos de anotações das várias
gerações, peças de artes plásticas e impressos em geral.
A maior parte deste
imenso acervo, entretanto, não faz parte do material reunido no
livro e na mostra “O Brasil de Marc Ferrez”. As imagens que
constam do livro e da mostra foram selecionadas da coleção
adquirida pelo IMS em 1998 – uma coleção que totaliza cerca de
5.500 fotografias diferentes, produzidas no século 19 e começo do
século 20, incluindo mais de 4 mil negativos originais em vidro.
Importante
como resgate da importância capital do trabalho de Marc Ferrez, o
livro, assim como a mostra e a manutenção do acervo pelo IMS,
também consolidam e estendem para além do círculo de especialistas
um trabalho que é um dos mais importantes legados visuais do Segundo
Império e da República Velha. Compreendida no período que vai de
1865 a 1918, a perícia técnica e a grande arte de Marc Ferrez se
mantêm, até os dias de hoje, como um dos registros fundamentais da
fotografia no Brasil e no mundo.
por José Antônio
Orlando.
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