Romance que narra um dia da vida do caminhante Nonato Cardoso dos Santos em Juazeiro do Norte na celebração de Nossa Senhora das Candeias. Nesse dia Nonato descobrirá que pode ser mais do que um devoto, pode alcançar a santidade. Por qual meios e por quais caminhos (acontecimentos sobrenaturais e visões) isso ocorrerá é o tema da aventura do viajante que deixou família com mulher e filho em Exu para viver a sua devoção por Jesus Cristo, Deus e o Espírito Santo.
Número de páginas 158 Edição 3 (2020) Formato A5 (148x210) Coloração Preto e branco Tipo de papel Offset 75g
Minha participação no Caderno Literário com os poemas preferidos de 2019 da Editora Pragmatha. Agradeço muito à amiga Sandra Veroneze.
Nada e nada mesmo
Nada do rico serve para o pobre não... Nada. Nada do pobre serve para o rico não... Nada mesmo. Há um abismo incomensurável e nada aí... Nada. Ao mesmo tempo um tudo e também um nada, é... Nada mesmo. Nada pode haver entre quem tem tudo e... Nada. Entre quem tem nada, o tudo é muito e o nada, é... Nada mesmo. Entre quem tem tudo, o nada é pouco, e quase é... Nada. Enfim, o tudo e o nada são dois lados desse... Nada mesmo.
Qual a história dos pigmentos azuis e sua trajetória na arte
Juliana Domingos de Lima
Hoje a cor está em toda parte, como roupas, paredes e quadros. Mas nem sempre foi assim
Temas
Foto: Johannes Vermeer/Wikimedia Commons
'A leiteira', pintura a oléo feita por Johannes Vermeer entre 1657 e 1658A
cor azul não pode ser considerada rara nas obras de artistas modernos.
Ela é abundante, por exemplo, nas obras de Wassily Kandinsky, Picasso (especialmente em um determinado período), Yves Klein e Louise Bourgeois. Pinturas rupestres de 20 mil anos atrás, entretanto, não continham pigmentos azuis, como notou o professor Heinz Berke da Universidade de Zurique.
Essa
ausência se explica, segundo, Berke, químico que estudou a história do
pigmento, pelo fato de o azul não ser uma cor que pode ser extraída do
solo, como o vermelho presente em muitas frutas e no sangue, o marrom da
terra e o verde das folhas. A tecnologia para produzir o pigmento azul
só foi possível com a mineração, a partir dos egípcios.
Por conta
da ausência do pigmento azul no passado, há evidências de que mesmo a
palavra para designar a cor não existia em línguas arcaicas, como o
chinês, o hebraico e o grego falados na Antiguidade.
No mundo todo, o filólogo Lazarus Geiger descobriu que a palavra para a
cor azul foi a “última”, depois do preto e do branco, do amarelo, do
verde, a surgir em diversas línguas. Não por acaso, a civilização
egípcia - a primeira a desenvolver uma forma de sintetizar o pigmento -
foi a única da Antiguidade a ter uma palavra para “azul”.
Mesmo quando algumas técnicas para produzi-lo foram descobertas, o pigmento continuou sendo raro, e portanto caro, até a era industrial. A raridade explica a associação da cor à realeza e a divindades.
O primeiro azul
O “azul egípcio” foi a primeira cor produzida sinteticamente,
por volta de 2.200 a.C., mais ou menos na mesma época em que as
Pirâmides do Egito foram construídas. Para chegar a esse tom, os
egípcios combinavam calcário, areia, e algum mineral que contivesse
cobre, como a malaquita, um mineral verde. Em seguida, a solução era
aquecida em uma temperatura entre 800 e 900ºC. O resultado era um vidro
azul opaco, que podia ser esmagado e misturado a colas ou clara de ovo
para originar uma cerâmica ou tinta mais duradoura.
O azul egípcio continuou popular ao longo do Império Romano, segundo o site “Artsy”.
O processo de produção era complexo e podia dar errado facilmente,
resultando em um pigmento esverdeado. À medida em que foram feitas
descobertas de como sintetizar “novos azuis”, o método foi esquecido.
Foto: Reprodução/Wikimedia Commons
Ânfora egípcia, utilizada entre 1380 e 1300 aC
Os que vieram depois: azul ultramarino
O azul ultramarino foi encontrado
em um afresco budista do século 6, no atual Afeganistão. O corante era
feito a partir da pedra semi-preciosa lápis-lazúli, de cor azul, obtida
por meio da mineração da região, desde cerca de 6000 anos atrás. A
pedra, no entanto, já era azul - não estavam, ainda, produzindo o
pigmento artificialmente.
Cerca de 700 anos depois, esse tom de
azul viajou até Veneza e se tornou a cor mais cobiçada da Europa
medieval. O custo do lápis-lazúli, nessa época, competia com o do ouro.
Por isso, a cor ficava restrita a ornamentar representações de figuras
religiosas, como a da Virgem Maria - o que faz sentido considerando que a
Igreja Católica era a instituição mais abastada da época.
Há
algumas lendas a respeito da relação entre pintores e o azul, a partir
do Renascimento. Existe o mito de que Michelangelo teria deixado a
pintura “O Sepultamento”
(1500–01), na qual o corpo de Cristo é carregado até a tumba, inacabada
porque não conseguiu levantar fundos suficientes para pintar de azul
ultramarino as partes que faltavam.
Já Johannes Vermeer, autor da “Moça com Brinco de Pérola” (1665), usava tanto a cor que mergulhou sua família em dívidas.
Em
1824, uma instituição na França ofereceu uma recompensa para quem
fabricasse uma versão sintética - e portanto mais barata, sem depender
da mineração do lápis-lazúli - do pigmento. O prêmio ficou entre um
alemão e um francês, e, talvez tendeciosamente, o nativo venceu e o
pigmento recebeu o nome de “ultramarino francês”.
Foto: Johannes Vermeer/Wikimedia Commons
O alto custo da pedra Lápis-Lazúli, levou Johannes Vermeer a mergulhar em dívidas pelo uso recorrente do corante
Azul anil
Ao
contrário do azul ultramarino, o índigo (ou azul anil, em português) é
obtido de um pigmento natural, produto cuja importação era cobiçada por
europeus e americanos nos séculos 17 e 18 e era usado principalmente
para tingir tecidos, roupas, lãs e tapeçarias de luxo. Ele era obtido
por meio de uma variedade de plantas de clima tropical, como a
indigofera - havia plantações da Carolina do Sul à Índia.
Na
segunda metade do século 19, o pigmento azul anim também passou a ser
sintetizável, e substituiu em grande medida as plantações. É ele o
pigmento usado nas calças jeans, e uma bactéria geneticamente
desenvolvida para produzir a mesma reação química que extrai o pigmento
das plantas pode mudar novamente sua síntese nos próximos anos, que
tendem a ser dominados pelo “bio-indigo”.
Foto: Reprodução/Wikimedia Commons
Corante utilizado em tecidos e tapeçarias dos séculos 17 e 18 oriundo de plantas tropicais
Azul da Prússia
Muito
usado na “fase azul” de Pablo Picasso, pelo pintor e gravurista japonês
Katsushika Hokusai e no rococó de Jean-Antoine Watteau, esse azul foi
inventado em Berlim, na Alemanha, na primeira década do século 18, por
acidente.
O pintor e produtor de pigmentos Johann Jacob Diesbach
trabalhava em um pigmento vermelho quando, sem querer, um derivado de
potássio entrou em contato com sangue animal. Uma reação química entre
ambos deu origem ao que Diesbach batizou de “Berliner Blau”, conhecido
como azul da Prússia.
O azul assinado: IKB
A partir de 1957, o artista francês Yves Klein
passou a trabalhar quase exclusivamente com a cor azul. Klein pintava
telas monocromáticas, objetos do cotidiano e moldes de esculturas de
azul ultramarino e realizava performances com a cor .
Em
colaboração com um comerciante de tintas parisiense, Klein criou um
ultramarino de acabamento fosco, e patenteou em 1960 o método de
produzir o pigmento sob o nome de International Klein Blue, ou “IKB”.
As pinturas monocromáticas de Klein eram gestos “parricidas”, como define o crítico e historiador da arte Yve-Alain Bois,
uma espécie de violência contra a linhagem artística. Nesse sentido,
criar seu próprio azul e pintar quase somente com ele pode ser visto
como mais do que mera excentricidade. O azul de Klein potencializa e ao
mesmo tempo resume a importância da cor na História da Arte.
Foto: Yves Klein/Wikimedia Commons
'IKB 191', pintura monocromática em azul IKB feita por Yves Klein em 1962
O ‘último’ azul: YInMn
Descoberto em 2009 também por acidente, como o azul da Prússia, o azul YInMn é intenso e brilhante. Ele foi sintetizado na Universidade do Oregon
, quando Mas Subramanian, e sua equipe do Departamento de Química,
faziam experiências com materiais em potencial para aparelhos
eletrônicos.
O azul mais novo é tão vibrante quanto estável e não
desbota mesmo em contato com óleo e água, segundo Subramanian. Ele
entrou no mercado em 2016.
ESTAVA ERRADO: Na
primeira versão deste texto, a legenda da foto do quadro “A Moça com
Brinco de Pérola” afirmava que o pintor Johannes Vermeer endividou-se na
Idade Média, quando na verdade foi na passagem para a Idade Moderna,
no século 17.
Livro Arte-enlevo Abordagem de Análise Estética e Filosófica
Por: Mauricio Duarte
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