Sociedade civil de artistas e literatos de São Gonçalo
sábado, 16 de maio de 2015
Passa o negro, passa a história
Certificado de participação no Concurso A Matriz da Palavra - O Negro em Prosa e Verso da editora Litteris.
Eu, Mauricio Duarte, participo com o poema Passa o negro, passa a história:
Passa o negro, passa a história
Passa o negro, passa a história.
Na cultura, na música, na sociedade,
o seu legado é imenso e de verdade.
“De um povo, fomos heróis.”
E, da vida, são artistas, poetas,
jornalistas, médicos, professoras,
cientistas, juízes, policiais.
Em tudo e em todos está o negro.
Passa o negro, passa a história.
Na trajetória do povo brasileiro,
está inserido seu nome guerreiro.
“De um povo, fomos heróis.”
E, da vida, são padres, enfermeiras,
carteiros, escritores, vendedoras,
dentistas, pugilistas, soldados.
São tudo e todos nesse verde do Brasil.
Passa o negro, passa a história.
A luta o ensinou a ser forte,
a conquistar a liberdade,
a não temer a morte.
Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)
segunda-feira, 11 de maio de 2015
Rico Lins e o design de fronteira
Rico Lins e o design de fronteira
Todas as tendências visuais multiculturais do nosso tempo, todas as questões estéticas da pop arte e todo o rescaldo pós-moderno vindo do surrealismo e do dada mesclam-se e amalgamam-se no design de Rico Lins. Seria melhor dizer nas imagens desse artista gráfico, já que Rico é muito mais um homem de imagens do que de design, como revela em entrevistas:
“Na Bauhaus, o design dialogava com a arte, moda, dança, fotografia, arquitetura, poesia – dialogava com a sociedade.” Esse diálogo é constante na obra do designer que cruza idéias, num processo criativo que gira em torno no binômio da liberdade e do limite.
No mundo contemporâneo, o design se articula entre tecnologia, mercado e cultura e, é assim, que Rico empreende seus projetos gráficos. Como quando foi contratado para realizar o cartaz do filme Bananas is my bussiness, um documentário ficcional sobre Carmem Miranda, o grande mito pop brasileiro. O designer utilizou a imagem da boca de uma foto de Carmem Miranda e a imagem de bananas de uma capa de disco feita por Andy Warhol, para a banda Velvet Underground, no lugar dos olhos. Com o todo o resto da foto rebaixado em 5%, visível, mas quase ausente, o conceito do cartaz estava perfeito, a saber, um foco, uma visão da vida de Carmem Miranda.
Ou quando foi procurado pela revista Kultur Revolution para projetar suas capas. Rico trabalha com a revista há 27 anos. No início eram apenas capas diferentes para uma revista de esquerda. Mas tornar-se-iam cult com o passar do tempo. O artista gráfico experimenta bastante nessas capas e o público da revista está preparado para essas viagens; logo, a parceria foi um sucesso. Numa capa enfocando artigo sobre inteligência artificial, onde a inteligência parece ir da cabeça para os dedos da mão, vemos uma mão estilizada em cinza com vários vetores geométricos em torno dela e com o destaque para a ponta dos dedos, num fundo rosa. Numa outra capa vemos abordagem de um artigo contra o Fast Knowledge, a cultura rápida e descartável. Nelas vemos a imagem de um cérebro marrom com vários talheres brancos (garfos, facas e colheres) enfiados no cérebro sobre um fundo negro. E na pega dos talheres em branco, as informações sobre a revista, como título, reportagem, número e data. Rico tem uma relação muito boa com os produtores da revista, assinando capas como ilustrador, como designer ou como diretor de arte nas diversas versões da revista para os mercados asiático, europeu e latino-americano, por exemplo.
O designer não é carreirista e não gosta de galgar postos cada vez maiores como prova de sua excelência, por que, embora seu trabalho seja realmente excelente, para o pensador visual, a perfeição é péssima e o design inclusivo e a liberdade criativa fazem parte do seu cardápio profissional. Criação e especialização nem sempre se sentam à mesma mesa e é por isso que Rico Lins estabeleceu-se no mercado com uma gama hiper-variada de criatividade em projetos de design os mais diversos.
Segundo suas palavras, a cerca de uma lei da física, “o atrito gera energia”. E é por essa máxima que o artista permeia toda a sua produção, dialogando com arte, teatro, música, televisão, cinema, todo o arsenal cultural, enfim, mergulhando e nadando com muito sucesso, nas imagens como um verdadeiro designer de fronteira.
Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)
http://www.divulgaescritor.com/products/mauricio-duarte-colunista/
sexta-feira, 8 de maio de 2015
Feliz, Jaime Cezário exalta Porto da Pedra e seu enredo
Por Marcelo Barros
Como diria Chico Anysio, tem que chamar
um profissional. Depois da divulgação da sinopse-catástrofe e do
excêntrico desmentido setenta e duas horas depois, atribuindo a uma
profissional de imprensa aquele ‘roteiro do tinhoso’, a extraordinária
Unidos do Porto da Pedra, escola de imensa tradição e grandes desfiles,
apresentou nesta segunda-feira, durante o sorteio da ordem de desfile da
Série A, o carnavalesco Jaime Cezário, que defendia a Acadêmicos do
Cubango em 2015.
um profissional. Depois da divulgação da sinopse-catástrofe e do
excêntrico desmentido setenta e duas horas depois, atribuindo a uma
profissional de imprensa aquele ‘roteiro do tinhoso’, a extraordinária
Unidos do Porto da Pedra, escola de imensa tradição e grandes desfiles,
apresentou nesta segunda-feira, durante o sorteio da ordem de desfile da
Série A, o carnavalesco Jaime Cezário, que defendia a Acadêmicos do
Cubango em 2015.
Feliz, o artista falou ao Tudo de Samba
sobre como aconteceu o convite e sobre sua imensa alegria em
representar a escola, que reputa como uma casa sua, e da admiração que
tem pela alvirrubra, historicamente uma referência de qualidade e
performance.
sobre como aconteceu o convite e sobre sua imensa alegria em
representar a escola, que reputa como uma casa sua, e da admiração que
tem pela alvirrubra, historicamente uma referência de qualidade e
performance.
- Já estava conversando com a escola há
algum tempo e acabei fechando semana passada. Divulgariam apenas na
quarta-feira, mas os acontecimentos recentes acabaram antecipando os
fatos e isso foi muito bom, já que pude estar com a comunidade no
momento do sorteio. Cheguei lá em cima da hora mas curti demais o
evento. Foi uma delícia – afirmou.
algum tempo e acabei fechando semana passada. Divulgariam apenas na
quarta-feira, mas os acontecimentos recentes acabaram antecipando os
fatos e isso foi muito bom, já que pude estar com a comunidade no
momento do sorteio. Cheguei lá em cima da hora mas curti demais o
evento. Foi uma delícia – afirmou.
reforçando o valor desta oportunidade de trabalho, Jaime exalta o
enredo em homenagem ao palhaço carequinha. Conhecedor de sua trajetória e
fã do ícone gonçalense, entende que o tema vem ao encontro da
necessidade da Porto em retomar seu espaço entre as boas escolas do
carnaval. Citou o fato de seus amigos de fora do Rio de Janeiro terem
parabenizado seu novo trabalho, exatamente porque conheciam a escola,
sua estrada e o grau de qualidade que sempre atingiu.
- Sou da casa e conheço bem o que é esta
escola. Um enredo como a homenagem que faremos ao maior palhaço
brasileiro, e que escolheu nossa terra para viver, é tudo o que a Porto
da Pedra precisa para voltar ao seu lugar. Sempre fomos referência de
qualidade, de luxo. Nossa quadra é a primeira ‘Arena Fifa’ do samba e
isso inspirou as outras escolas a melhorarem também. Vários amigos
vieram me parabenizar pelo contrato e os de fora do Rio sabiam da
dimensão desta escola. Vamos elevá-la novamente, aos patamares merecidos
– vibrou.
escola. Um enredo como a homenagem que faremos ao maior palhaço
brasileiro, e que escolheu nossa terra para viver, é tudo o que a Porto
da Pedra precisa para voltar ao seu lugar. Sempre fomos referência de
qualidade, de luxo. Nossa quadra é a primeira ‘Arena Fifa’ do samba e
isso inspirou as outras escolas a melhorarem também. Vários amigos
vieram me parabenizar pelo contrato e os de fora do Rio sabiam da
dimensão desta escola. Vamos elevá-la novamente, aos patamares merecidos
– vibrou.
Quanto à posição no desfile, terceira a
se apresentar na sexta-feira de carnaval, Cezário dá de ombros e lembra
que o exemplo do Império Serrano do último ano, que acabou obtendo a
terceira colocação, é o que deve servir como exemplo.
se apresentar na sexta-feira de carnaval, Cezário dá de ombros e lembra
que o exemplo do Império Serrano do último ano, que acabou obtendo a
terceira colocação, é o que deve servir como exemplo.
- Não vejo o menor problema em desfilar
sexta-feira e logo de cara. O que vale é o trabalho, é a apresentação, o
resto é desculpa. O caso do Império Serrano foi esse. Com dificuldades e
desfilando ali, acabou lutando pelo título. E vamos fazer exatamente
isso, já que temos escola e comunidade – finalizou.
sexta-feira e logo de cara. O que vale é o trabalho, é a apresentação, o
resto é desculpa. O caso do Império Serrano foi esse. Com dificuldades e
desfilando ali, acabou lutando pelo título. E vamos fazer exatamente
isso, já que temos escola e comunidade – finalizou.
Feliz, Jaime Cezário exalta Porto da Pedra e seu enredo
quinta-feira, 7 de maio de 2015
A Arte Contemporânea é uma farsa: Avelina Lésper
Com a finalidade de dar a conhecer seus argumentos sobre os porquês da arte contemporânea ser uma “arte falsa“, a crítica de arte Avelina Lésper apresentou a conferência “El Arte Contemporáneo- El dogma incuestionable” na Escuela Nacional de Artes Plásticas (ENAP), sendo ovacionada pelos estudantes na ocasião.
A arte falsa e o vazio criativo
“A
carência de rigor (nas obras) permitiu que o vazio de criação, o acaso e
a falta de inteligência passassem a ser os valores desta arte falsa,
entrando qualquer coisa para ser exposta nos museus “
carência de rigor (nas obras) permitiu que o vazio de criação, o acaso e
a falta de inteligência passassem a ser os valores desta arte falsa,
entrando qualquer coisa para ser exposta nos museus “
A crítica explica que os objetos e valores estéticos que se apresentam como arte são aceites em completa submissão aos princípios de uma autoridade impositora. Isto faz com que, a cada dia, formem-se sociedades menos inteligentes e aproximando-nos da barbárie.
O Ready Made
Lésper aborda também o tema do Ready Made, expressando perante esta corrente “artística” uma regressão ao mais elementar e irracional do pensamento humano, um retorno ao pensamento mágico que nega a realidade. A arte foi reduzida a uma crença fantasiosa e sua presença em um mero significado. “Necesitamos de arte e não de crenças”.
Génio artístico
Da mesma maneira, a crítica afirma que a figura do “génio”, artista com obras insubstituíveis, já não tem possibilidade de manifestar-se na atualidade. “Hoje em dia, com a superpopulação de artistas, estes deixam de ser prescindíveis e qualquer obra substitui-se por outra qualquer, uma vez que cada uma delas carece de singularidade“.
O status de artista
A substituição constante de artistas dá-se pela fraca qualidade de seus trabalhos, “tudo aquilo que o artista realiza está predestinado a ser arte, excremento, objetos e fotografias pessoais, imitações, mensagens de internet, brinquedos, etc. Atualmente, fazer arte é um exercício ególatra; as performances, os vídeos, as instalações estão feitas de maneira tão óbvia que subjuga a simplicidade criativa, além de serem peças que, em sua grande maioria, apelam ao mínimo esforço e cuja acessibilidade criativa revela tratar-se de uma realidade que poderia ter sido alcançada por qualquer um“.
Neste sentido, Lésper afirma que, ao conceder o status de artista a qualquer um, todo o mérito é-lhe dissolvido e ocorre uma banalização. “Cada vez que alguém sem qualquer mérito e sem trabalho realmente excepcional expõe, a arte deprecia-se em sua presença e concepção. Quanto mais artistas existirem, piores são as obras. A quantidade não reflete a qualidade“.
Que cada trabalho fale pelo artista
“O artista do ready made atinge a todas as dimensões, mas as atinge com pouco profissionalismo; se faz vídeo, não alcança os padrões requeridos pelo cinema ou pela publicidade; se faz obras eletrónicas, manda-as fazer, sem ser capaz de alcançar os padrões de um técnico mediano; se envolve-se com sons, não chega à experiência proporcionada por um DJ; assume que, por tratar-se de uma obra de arte contemporânea, não tem porquê alcançar um mínimo rigor de qualidade em sua realização.
Os artistas fazem coisas extraordinárias e demonstram em cada trabalho sua condição de criadores. Nem Damien Hirst, nem Gabriel Orozco, nem Teresa Margolles, nem a já imensa e crescente lista de artistas o são de fato. E isto não o digo eu, dizem suas obras por eles“.
Para os Estudantes
Como conselho aos estudantes, Avelina diz que deixem que suas obras falem por eles, não um curador, um sistema ou um dogma. “Sua obra dirá se são ou não artistas e, se produzem esta falsa arte, repito, não são artistas”.
O público ignorante
Lésper assegura que, nos dias que correm,
a arte deixou de ser inclusiva, pelo que voltou-se contra seus próprios
princípios dogmáticos e, caso não agrade ao espectador, acusa-o de “ignorante, estúpido e diz-lhe com grande arrogância que, se não agrada é por que não a percebe“.
a arte deixou de ser inclusiva, pelo que voltou-se contra seus próprios
princípios dogmáticos e, caso não agrade ao espectador, acusa-o de “ignorante, estúpido e diz-lhe com grande arrogância que, se não agrada é por que não a percebe“.
“O espectador, para evitar ser chamado ignorante, não pode dizer aquilo que pensa, uma vez que, para esta arte, todo público que não submete-se a ela é imbecil, ignorante e nunca estará a altura da peça exposta ou do artista por trás dela.Desta maneira, o espectador deixa de presenciar obras que demonstrem inteligência”.
Finalizando
Finalmente, Lésper sinaliza que a arte contemporánea é endogámica, elitista; com vocação segregacionista, é realizada para sua própria estrutura burocrática, favorecendo apenas às instituições e seus patrocinadores. “A obsessão pedagógica, a necesidade de explicar cada obra, cada exposição gera a sobre–produção de textos que nada mais é do que uma encenação implícita de critérios, uma negação à experiência estética livre, uma sobre–intelectualização da obra para sobrevalorizá-la e impedir que a sua percepção seja exercida com naturalidade“.
A criação é livre, no entanto a contemplação não é. “Estamos diante da ditadura do mais medíocre”
fonte: Vanguardia
A Arte Contemporânea é uma farsa: Avelina Lésper | Incubadora de Artistas
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