quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Brasil tem novos bens registrados como Patrimônio Cultural


 

03/12/2014











Conselho Imaterial






Reunindo mestres do Maracatu e do Cavalo Marinho de Pernambuco e
representantes do povo indígena Guarani, o Conselho Consultivo do
Patrimônio Cultural, reunido nesta quarta-feira, dia 03 de dezembro de
2014, aprovou o registro do Maracatu Nação, Maracatu Rural e Cavalo-Marinho, de Pernambuco, e da Tava, Lugar de Referência para o Povo Guarani, que se localiza no Sítio São Miguel das Missões (RS).


O Maracatu Nação, também conhecido como Maracatu de
Baque Virado, com a grande maioria dos grupos concentrada nas
comunidades de bairros periféricos da Região Metropolitana de Recife, é
uma forma de expressão que apresenta um conjunto musical percussivo e um
cortejo real, que sai às ruas para desfiles e apresentações durante o
carnaval.  No cortejo estão personagens que acompanham a corte real,
como o séquito do rei e da rainha do Maracatu Nação e outras figuras,
entre elas as baianas, os orixás, as calungas – bonecas negras
confeccionadas com madeira ou pano, consideradas ícone do fundamento
religioso e marco identitário dos maracatus nação. Os grupos são
compostos majoritariamente por negros e negras e carrega elementos
essenciais para a memória, a identidade e a formação da população
afro-brasileira.


O maracatu de baque solto, maracatu de orquestra, maracatu de trombone, maracatu de baque singelo ou Maracatu Rural
ocorre durante as comemorações do Carnaval e da Páscoa. É composto por
dança, música, poesia e está associado ao ciclo canavieiro da Zona da
Mata, também tem apresentações na Região Metropolitana do Recife e
outras localidades. Esta herança imaterial é revelada em gestos,
performances, nos pantins de caboclos e dos arreiamás, na dança das
baianas, nas loas dos mestres, nas indumentárias vestidas pelos
folgazões. A expressão do Maracatu Baque Solto está tanto na sua
musicalidade, um tipo de batuque ou baque solto, como por seus
movimentos coreográficos e indumentária dos personagens e pela riqueza
de seus versos de improviso. O aspecto sagrado/religioso/ritualístico é
presente no folguedo durante todo o ano, durante os ensaios e sambadas,
dando à manifestação a característica de ser o segredo do brinquedo, tão
caro a seus detentores.


O Cavalo-Marinho é uma brincadeira popular
envolvendo performances dramáticas, musicais e coreográficas é o que
caracteriza o Cavalo-Marinho, apresentado durante o ciclo natalino. Ceus
brincadores são, em geral, trabalhadores da Zona da Mata, mas também
ecoa na região metropolitana de Recife e de João Pessoa (PB), entre
outras localidades. No passado, era realizado nos engenhos de
cana-de-açúcar e seu conhecimento é transmitido de forma oral. Durante a
apresentação são representadas as cenas do cotidiano e do mundo do
trabalho rural, com variado repertório musical, poesia, rituais, danças,
linguagem corporal, personagens mascarados e bichos, como o boi e o
cavalo (que dá nome à brincadeira). Contém ainda louvação ao Divino
santo Rei do Oriente e possui momentos em que há culto à Jurema Sagrada.


A Tava, Lugar de Referência para o Povo Guarani se
localiza no Sítio São Miguel das Missões (RS). Para o povo Guarani, a
Tava é de suma importância por ser o local onde viveram seus
antepassados. É também um lugar de referência por ser um espaço vivo que
articula concepções relativas ao bem-viver, integra narrativas sobre a
trajetória deste povo e é diariamente vivenciada como lugar de
atividades diversas e de aprendizado para os jovens. Estar na Tava
aciona dimensões estruturantes e afetivas na vida social e na memória
dos Guarani-Mbyá, promovendo sentimentos de pertencimento e identidade.
Enquanto patrimônio cultural, a Tava converge significados e sentidos
atribuídos pelo povo indígena Guarani-Mbyá ao sítio histórico que abriga
os remanescentes da antiga Redução Jesuítico-Guarani de São Miguel
Arcanjo. O sítio histórico foi tombado pelo Iphan em 1938 e declarado
patrimônio da humanidade, pela Unesco, em 1983.


Pautas
A 77ª reunião do Conselho Consultivo do Patrimônio também analisará, no dia 04 de dezembro, a proposta de tombamento da Coleção Geyer, do Museu Imperial de Petrópolis (RJ), do Acervo do Museu de Artes e Ofícios de Belo Horizonte (MG) e do Terreiro Zogbodo Male Bogun Seja,
de Cachoeira (BA). O Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural é
formado por especialistas de diversas áreas, como cultura, turismo,
arquitetura e arqueologia. Ao todo, são 23 conselheiros que representam
instituições como o Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB), o Conselho
Internacional de Monumentos e Sítios (Icomos), a Sociedade de
Arqueologia Brasileira (SAB), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e
dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o Ministério da Educação, o
Ministério das Cidades, o Ministério do Turismo, o Instituto Brasileiro
dos Museus (Ibram), a Associação Brasileira de Antropologia (ABA) e mais
13 representantes da sociedade civil, com conhecimento nos campos de
atuação do Iphan.


Serviço
77ª Reunião do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural
Dias:
  03 e 04 de dezembro de 2014
Horário: 9h às 18h
Local: Sede do IPHAN
           SEPS 713/913 Bloco D – Ed IPHAN – Asa Sul - Brasília – DF




fonte:.:: IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional ::.

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

HQs: da internet para os livros


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Por Gabriela Colicigno - El País – Observatório da Imprensa

O mundo das histórias em quadrinhos viu na internet uma ferramenta
para se reerguer. Com as redes sociais e a facilidade de criar um blog,
muitos desenhistas e roteiristas investiram em tirinhas para a internet,
para se tornarem conhecidos e divulgar seu trabalho. “Antes, tirinha
era coisa de jornal, dominada pela mídia impressa. Com a internet, novos
autores ganharam espaço”, coloca Carlos Ruas, autor dos quadrinhos doUm Sábado Qualquer, que retrata os deuses de várias mitologias de uma forma divertida.




Para Maurício Muniz, editor da Mundo Nerd, das linhas de quadrinhos
da Gal Editora e da Editora Peirópolis, “a internet tanto ajuda o autor a
ficar conhecido com um custo mínimo, quanto ajuda a divulgar o
trabalho”. E é assim que muitos autores que depois vão para o mundo dos
impressos começam: com tirinhas publicadas na internet. Esse é o caso de
Ruas, Pedro Balboni (Joãos e Joanas, que traz a conversa entre duas joaninhas) e de Paulo Kielwagen (Blue e os gatos,
tirinhas sobre a vida de um grupo de gatos). “Comecei a fazer tirinhas
sobre o cotidiano dos meus gatos, porque era um tema fácil e que rendia
bastante”, explica Kielwagen. O ilustrador e roteirista já havia
publicado alguns livros de quadrinhos antes, mas nenhum sozinho. Depois
de um ano de tirinhas, resolveu lançar o primeiro livro, canecas e
camisetas. “As pessoas gostam do seu personagem e querem comprar coisas
dele”, explica. Suas tirinhas contam as histórias de vários gatos,
protagonizando cenas do cotidiano de forma engraçada, inclusive de sua
vida real, como o nascimento de sua filha e a relação dos gatos com a
criança.




Já Pedro Balboni tem uma história diferente: ele também começou na
internet, mas conta que não sabe desenhar. “Eu só sou roteirista. Para
resolver isso, criei duas joaninhas que sempre são iguais e escrevo os
diálogos”, diz ele. Esses diálogos entre as joaninhas abordam vários
temas, desde pensamentos filosóficos à discussões cômicas sobre a vida.
Na hora de lançar uma compilação das tirinhas em forma de livro, Balboni
chamou vários outros quadrinistas brasileiros para redesenhar suas
histórias, e assim nasceu o livroFulanos e Fulanas, publicado
de forma independente. As histórias são as mesmas publicadas na
internet, mas com os traços de outros desenhistas, que dão às joaninhas
novas personalidades. O autor já conta com cinco livros publicados desde
2009, e diz que o que ganhou com os primeiros serviu para financiar o
lançamento dos outros.




A maneira mais simples de publicar tirinhas atualmente, segundo os
desenhistas, é de modo independente. “Ainda há muita desconfiança por
parte das editoras tradicionais”, afirma Ruas. Ele, que lançou já vários
livros por meio destas, explica que o mercado ainda é relutante em
publicar no impresso algo que está disponível gratuitamente na internet.
“Mas não funciona assim. Quem gosta, vai comprar o livro também, tive
bastante retorno e mostrei que é possível ganhar dinheiro com isso”.
Além dos livros, ele vende almofadas, cadernos e bichos de pelúcia de
seus personagens.




Segundo Muniz, as editoras, aos poucos, estão notando o crescimento
do mercado de quadrinhos nacionais. “Há bastante gente querendo
publicar, então elas precisam ser seletivas”, conta. Com certa
relutância dos meios mais tradicionais, os autores independentes têm
buscado outros meios de lançar seu trabalho em papel. Um dos mais
importantes é o Catarse, um site de crownfounding,
em que eles anunciam um projeto e as outras pessoas podem investir se
gostarem. Muitas vezes, investindo um certo valor, elas recebem um
exemplar do livro de quadrinhos. Isso permite que os mais variados
projetos tomem forma. O segundo livro de Paulo Kielwagen, por exemplo,
foi lançado assim, depois de ele ter financiado o primeiro por conta
própria. Com tiragem de 1.000 exemplares, ele atingiu o financiamento de
17.915 reais, quase 3.000 a mais d que a meta. Essa é uma saída para
quem tem a ideia de lançar um livro, mas não tem dinheiro para começar.




Em 2013, segundo relatório do próprio Catarse, dos 71 projetos de
quadrinhos lançados no site, 41 deles obtiveram investimento suficiente
para sair do plano das ideias, sendo o quarto segmento com maior taxa de
sucesso do site. Atualmente existem 21 projetos de quadrinhos em
andamento e outras dezenas com metas atingidas. A exemplo de comparação,
há dois anos o número total de projetos beirava os 20.




De qualquer forma, todos os autores são otimistas: há bastante espaço
no mercado brasileiro para quem estiver disposto a criar. “A produção
puxa o mercado”, afirma Balboni. Ele, assim como os outros, também
concordam que há mais espaço para divulgar os quadrinhos fora da
internet, nos diversos eventos voltados para esse nicho que ocorrem no
Brasil, como a GibiCon, em Curitiba, a Brasil Comic Con e a Comic Con
Experience, ambas em São Paulo. Sem contar os eventos menores, que
reúnem fãs de quadrinhos como o Festival Guia dos Quadrinhos, que
aconteceu em São Paulo no mês passado. De acordo com Carlos Ruas, quem
quiser entrar nesse mercado deve “começar a desenhar, criar um blog e
estar em todas as redes sociais. E procurar fazer um bom trabalho”.





fonte: HQs: da internet para os livros | revistapontocom

Escritor Atemporal

Perdemos um grande artista e também escritor, que nos deixa uma grande lição e conteúdo cultural artístico.
Escrever é um grande dom, uma arte para poucos. São muito poucos os que realmente conquistam tamanha notoriedade.
Qual seria o segredo do texto que conserva a graça e genialidade ao longo do tempo? São muitos.
Pode-se dizer que um texto pode durar na sua graça se for simples. O humor textual deve ser rápido e prático, onde todos podem captar e achar graça. E sempre que for lê-lo, vai continuar se divertindo.
É o exemplo das fábulas. Tantos clássicos que continuam entretendo crianças e adultos e outras gerações de crianças. Uma boa história pode ser contada e recontada várias e várias vezes e continuará sendo especial.
O caráter também fica expresso nas obras do artista. Portanto, seja também humilde e as suas obras lhe engradecerão.

Leo Vieira

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Tenha Tudo Pronto


Este é o modesto conselho que a maioria dos grandes empresários deixam para quem quer se aventurar no mercado cultural, artístico e/ou literário. Muitas vezes podemos ser pegos de surpresa e não ter um material suficiente para o momento de um possível contrato.
Quando um livro é muito bom, a tendência é que o leitor adquira o máximo possível.
Muitos atendentes de livrarias revelam que há clientes que entram para comprar uma lista de livros de um mesmo autor somente pelo fato de ter gostado de uma das obras. Nesta mesma linha, o repertório musical de um artista também passa a ser pesquisado e o fã de um filme passa a colecionar uma série de produtos relacionada a série.
A intenção não é despertar uma megalomania desenfreada ao escritor, mas sim abrir a mente para uma ótica mais comercial e abrangente onde esse alvo cultural possibilita. A arte pode ser transmutada para muitas outras plataformas.
Não adianta você criar um personagem e somente ter uma dúzia de tiras e ilustrações. Ou então um livro inacabado, ou uma música somente incubada pela melodia ou refrão. Personagens de quadrinhos devem ter centenas de tiras prontas, um escritor deve ter dezenas de livros preparados, um músico deve ter um repertório imenso reservado, etc.

Os clientes não vão querer ouvir desculpas e sim soluções. Quando for assinar o seu primeiro contrato, leia todas as cláusulas e tenha certeza de que é capaz de cumpri-las antes do prazo.


Leo Vieira

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Argumento


Cada escritor ou roteirista tem a sua forma especial para desenvolver as suas
criações. Não existe regras específicas para isso. Porém é sempre importante
aceitar e comparar técnicas conhecidas de quem já trabalha com isso. Uma das habilidades indispensáveis para quem escreve muitos romances e roteiros é o argumento.
O argumento é o esqueleto do roteiro. Ele serve para dizer o que acontecerá durante toda a trama. É como contar uma história sem nenhuma narração ou diálogo. É um texto repleto de "o personagem X fará isso, o personagem Y fará aquilo enquanto na cidade A acontece isso". O argumento é uma forma do roteirista preparar a história antes de escrevê-la para valer.
Muitas vezes o autor não tem tempo para escrever, por estar atarefado com múltiplos projetos e também estar focado em diversas obras. Neste caso, ele desenvolve os argumentos e os deixam reservados para que os mesmos não se percam nas suas ideias.
O roteirista quando é contratado para desenvolver o texto para um filme ou uma peça, costuma receber instruções do cliente do que será necessário e essencial para a obra. Daí ele pautua e elabora primeiramente o argumento, conferindo e desenvolvendo depois até finalizar o roteiro.
Se você já tem a sua ideia de história, mas não tenha a mínima ideia de como irá movimentá-la para a transformar em roteiro, então é necessário antes aprender a fazer argumento.

Para não se perder na elaboração e concentração, faça o argumento com frases. Oito laudas já são suficientes para um livro comum. Se houver enredos paralelos, coloque a frase em outra cor ou em negrito. Isso o ajudará a se manter concentrado e não se perder na estrutura.


Leo Vieira

terça-feira, 11 de novembro de 2014

O que é a "Lei Rouanet"?

Alexandre Martins

 
Muitos falam dela, outros se utilizam dela para suas produções culturais, mas o que é a famosa Lei Rouanet?

A Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei nº 8.313 de 23 de dezembro de 1991) é a lei que institui politicas públicas para a cultura nacional, como o PRONAC - Programa Nacional de Apoio à Cultura. Essa lei é conhecida também por Lei Rouanet (em homenagem a Sérgio Paulo Rouanet, Secretário de Cultura de quando a lei foi criada no governo de Fernando Color de Mello).

Veja abaixo o que é e como colocar seu projeto nela.

 

Lei Rouanet - Lei Federal de Incentivo à Cultura - Nº 8.313/91

Objetivo

Produção e difusão cultural

Regulador

Ministério da Cultura

Quem Incentiva

Pessoa Jurídica e Pessoa Física

Como funciona?

Abatimento de 100% do valor incentivado até o limite de 4% do Imposto de Renda (IR) devido pela Pessoa Jurídica e 6% pela Pessoa Física.
Exemplo: Se uma empresa paga R$ 10 milhões de IR ao governo, poderá destinar, portanto, R$ 400 mil para incentivar e patrocinar um projeto cultural, obtendo as contrapartidas de exposição de um patrocínio normal. Esse valor virá como forma de dedução ou abatimento no IR do ano seguinte.

A Lei

Veja o documento da lei na integra: Lei Rouanet

 

Quem pode solicitar o apoio?

• Pessoas físicas que atuam na área cultural, como artistas, produtores e técnicos.
• Pessoas jurídicas de natureza cultural como autarquias e fundações.
• Pessoas jurídicas privadas e de natureza cultural, com ou sem fins lucrativos, como cooperativas e organizações não governamentais.

A proposta cultural pode ser em diversos segmentos, como teatro, dança, circo, música, literatura, artes plásticas e gráficas, gravuras, artesanato, patrimônio cultural (museu e acervo, por exemplo) e audiovisual (como programas de rádio e TV, sítios e festivais nacionais).

A proposta deve ser aprovada pelo MinC e, se isso ocorrer, seu titular pode buscar recursos com cidadãos ou empresas. Estes últimos são chamados de incentivadores e têm parte ou o total do valor do apoio deduzido no Imposto de Renda devido.

 

Como o incentivo pode ser feito?

O incentivo a iniciativas culturais pode ser feito por meio de doação ou patrocínio. Somente pessoas físicas ou pessoas jurídicas sem fins lucrativos podem receber doações e, nessa modalidade, qualquer tipo de promoção do doador é proibido.

No patrocínio, do qual qualquer proposta pode se beneficiar, é permitida a publicidade do apoio, com identificação do patrocinador, que também pode receber um percentual do produto resultante do projeto, como CDs, ingressos e revistas, para distribuição gratuita.

 

Fundo Nacional de Cultura

Outro mecanismo da Lei Rouanet é o Fundo Nacional de Cultura (FNC), constituído de recursos destinados exclusivamente à execução de programas, projetos ou ações culturais. 

Com os recursos do fundo, o MinC pode conceder prêmios, apoiar a realização de intercâmbios culturais e propostas que não se enquadram em programas específicos, mas que têm afinidade com as políticas da área cultural e são relevantes para o contexto em que irão se realizar (essas iniciativas são chamadas de propostas culturais de demanda espontânea).

Para receber apoio do FNC, as propostas de demanda espontânea são escolhidas por processos seletivos realizados pela Secretaria de Incentivo e Fomento à Cultura (Sefic). As iniciativas aprovadas celebram um convênio ou um contrato de repasse de verbas com o FNC.

 

Histórico

Os incentivos fiscais e o Fundo Nacional de Cultura são mecanismos do Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac), instituído pela Lei de Incentivo à Cultura (Lei nº 8.313) aprovada pelo Congresso Nacional em 1991.

O Pronac tem como objetivos facilitar os meios de acesso à cultura, estimular a regionalização da produção artístico-cultural brasileira, proteger as manifestações para garantir sua diversidade, priorizar o produto cultural originário do Brasil e desenvolver o respeito aos valores culturais de outros povos e nações.

Acompanhe as ações e as novidades da Lei Rouanet.

 

Como incentivar um projeto com esta Lei

 

Para empresas

Passo 1

Podem investir em projetos culturais aprovados pelo MinC (Ministério da Cultura) na Lei Rouanet empresas tributadas em lucro real, deduzindo até 4% do IR devido.

Passo 2

O investidor deve depositar o valor desejado para o patrocínio na conta bancária do projeto (aberta e supervisionada pelo MinC) até o último dia útil do ano corrente. Após o depósito, a entidade ou pessoa que propôs o projeto irá emitir um recibo e enviar ao patrocinador, sendo que este servirá como comprovante para que a renúncia fiscal se efetue.

Passo 3

O ressarcimento do patrocínio feito virá no ano seguinte, na forma de restituição ou abatendo do valor do IR a pagar.

Para pessoa física

Passo 1

Podem investir em projetos culturais aprovados pelo MinC (Ministério da Cultura) na Lei Rouanet, pessoas físicas contribuintes do Imposto de Renda, deduzindo até 6% do IR devido.

Passo 2

O investidor deve depositar o valor desejado para o patrocínio na conta bancária do projeto (aberta e supervisionada pelo MinC) até o último dia útil do ano corrente. Após o depósito, a entidade ou pessoa que propôs o projeto irá emitir um recibo e enviar ao patrocinador, sendo que este servirá como comprovante para que a renúncia fiscal se efetue.

Passo 3

O ressarcimento do patrocínio feito virá no ano seguinte, na forma de restituição ou abatendo do valor do IR a pagar.




Fonte: MinC

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Roteirizando Gibis, Tiras e Histórias em Quadrinhos


O roteiro empregado em gibis e tiras é menos textual e mais visual. Por esse motivo que a ação e o humor devem ser mais desenvolvidos, porque a narração passa a ser um pouco desnecessária, dependendo do enredo.
O roteiro de tira funciona como uma piada. A piada deve ser rápida e prática, sem rodeios, porque fará algo que conhecemos no teatro como "golpe cênico", que é quando uma cena não precisa ser esmiuçada. A plateia capta e reage na hora (com risos, surpresa ou emoção), demonstrando entendimento.
Exemplo: qualquer cena engraçada, trocadilho ou pensamento filosófico pode ser transformada e adaptada para uma tira. Tudo dependerá da praticidade e criatividade.
Já o roteiro para quadrinhos exige enredo. Precisa-se pensar no que você quer focar ao elaborar a aventura de humor ou de ação para o seu personagem e os seus coadjuvantes.
Uma dica para se ter muita criatividade e desenvolvimento para os seus personagens é desenvolver a biografia dos personagens e a trama em volta. Há mais de 80 anos que a Família Disney se estende e por centenas de milhares de histórias em quadrinhos. Isso porque todos nós conhecemos o que acontece em sua "civilização". O Mickey, apesar de ser um camundongo antropomórfico, é o típico jovem adulto americano, com seus problemas pessoais como um emprego modesto, pouco dinheiro, um noivado atrasado, os sobrinhos para tomar conta, entre outros eventuais problemas. Junto com isso, ele também tem bons amigos e alguns inimigos que são necessários para que ele tome decisões inteligentes. Esse arquétipo também é empregado no Donald, na Minnie e na Margarida (os três também são jovens adultos com noivado, emprego simples, pouco dinheiro e sobrinhos sob suas responsabilidades).
Outro exemplo são os super-heróis dos quadrinhos. Se você perceber pelo menos 98% deles são órfãos. O impacto da tragédia e da perda que os motivam a tomar uma atitude punitiva a favor da sociedade, sempre com um apelo extravagante. O vilão que transforma o herói. Quanto mais o herói ficar atrelado à problemas pessoais, como a família, emprego e relacionamentos, mais humanizado ele se tornará, ganhando identificação e caindo no gosto dos leitores. E para dar mais construção e desenvolvimento, é só investir na biografia dos personagens coadjuvantes, com drama e humor na medida certa.

Quando for desenvolver roteiros para uma série de personagens, seja infantil com humor ou jovem com ação ou até mesmo adulto com drama, primeiramente elabore toda a biografia do grupo de personagens, além da história do local. Desta forma, qualquer temática fluirá naturalmente para desenvolver qualquer tipo de história.


Leo Vieira

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

O site Arca Literária entrevistou nosso associado

Mauricio Duarte



1. Maurício, para nós é um grande prazer entrevista-lo. Conte-nos quem é Mauricio Duarte??

O prazer é meu, Ceiça. Uma iniciativa como a sua, da Arca Literária, é fundamental para todos, sejam profissionais do meio literário ou não.
Eu sou um meditador. Medito sempre, tanto na ampla acepção da palavra que para nós, ocidentais, significa ficar sentado na posição de lótus entoando AUMMM ou alguma coisa do tipo no estereótipo do oriental, quanto refletir a respeito de um assunto, traçando conjecturas como entende-se a palavra no mundo erudito das nossas terras do Ocidente. Sou um neosanyasin e católico, ao mesmo tempo, fazendo o caminho do Tratado de São Dionísio segundo o OSHO. Dedico meu tempo, exclusivamente, a escrever e fazer arte desde 2008 mais ou menos. Já tinha escrito dois mini-romances durante o colégio, (inclusive tirando o 2o. Lugar num concurso de literatura do Colégio Alcântara, época em que eu era aficionado das histórias em quadrinhos de super-heróis) mas depois que entrei na faculdade parei de escrever. Me formei em desenho industrial, programação visual e passei dez anos atuando na área como designer e ilustrador. Retomei meus escritos em 2003 mais ou menos. Não estando satisfeito com a minha carreira, embora eu tivesse realizado bons projetos em design, parti para a carreira artística e literária. Esporadicamente eu atuo como ilustrador também, hoje em dia.

 2. Qual seu estilo literário?

Meu estilo literário é bastante eclético. Eu tenho a tendência para uma poesia de desassossego e, às vezes, mística, como costumo dizer e uma prosa de especulação psicológica e, até certo ponto, filosófica com pitadas místicas também. Meus romances e contos seguem essa linha, como por exemplo, o conto Apartamento 606 . questionamentos e o romance Os Arcanos que ainda está sendo escrito. Meus poemas passaram por uma fase bastante ácida e crítica e agora estou retornando a um estilo mais harmonioso, mais melódico, por assim dizer.

3. Qual seu público alvo?

Meu público-alvo é o mais amplo possível. Já escrevi para crianças como, por exemplo, O menino xadrez e Joana, a filha do Universo. Mas escrevo, mais frequentemente, para o universo adulto mesmo, tanto em prosa quanto em poesia. Quem gosta de literatura que faça pensar, refletir e questionar o mundo à sua volta é meu público-alvo. Quem apenas aprecia uma boa história ou gosta de poesia bem elaborada, também.

 4. Quais seus autores e estilo favoritos?

Gosto muito do estilo do Paulo Coelho. Acho injustas as críticas que atribuem a ele, mas enfim, não se pode agradar a todos. A questão mística me prende bastante, mas os livros de F. Scoot Fitzgerald, como O Grande Gatsby e Suave é a noite são muito bons, até por isso, gostei bastante do livro O vencedor está só, do Paulo Coelho, que foge um pouco da espiritualidade e adentra as relações do mundo do show bussiness e universos similares, como dos milionários. Também adoro Umberto Eco (O nome da rosa e Baudolino, por exemplo) embora eu mesmo não faça nada parecido com o que ele faz. Em poesia, gosto de Carlos Drummond de Andrade e Cecília Meirelles, bem como Maria Regina Moura, que foi minha professora. Estou descobrindo a poesia de Carlos Nejar e Paulo Leminski, lindíssimas as duas.

 5. O que te motivou a escrever.

Tudo começou para mim com as histórias-em-quadrinhos de super-heróis. Foi através delas que tomei gosto pela leitura desde cedo, antes até da alfabetização no colégio. Depois descobri os livros quando estava na biblioteca do externato ou quando era passado um livro de literatura para a matéria de literatura. Machado de Assis foi uma descoberta, bem como Ana Maria Machado e Stella Carr. Quando já estava no colégio Alcântara li George Orwell em Revolução dos bichos e aquilo mexeu comigo até os ossos. Hoje, o que mais me motiva é a esperança de purgar as minhas dores e as minhas ansiedades (da vida, dos miseráveis, da morte, de tudo que me cerca, internamente e exteriormente, enfim) num texto literário. Embora eu ore todo dia e medite quase sempre, não vejo a religião como algo eficiente para dar sentido à vida nesse século 21. A literatura e as artes estão tomando esse lugar que foi da religião. O cotidiano das pessoas é dessacralizado há muito tempo e isso afeta a todos. Apesar de eu ter me tornado neossanyasin, isso também me afeta. Embora eu, eventualmente, faça contribuições para associações e rádios católicas, ouça e leia essa mídia católica, faço isso a título de desencargo de consciência com minhas origens católicas e não considero mais eficaz nenhuma instituição religiosa nem organização mística, posição aliás que tomo a partir da própria atitude de mestres espirituais como Krishnamurti e Osho, por exemplo. Onde declaram que não possuem nenhuma organização em torno deles e que a verdade é território inexplorado.

 6. Fale-nos um pouco sobre seus livros.

Em Conspiração Literária . antologia de contos neoístas, os personagens são jogados nas “pequenas conspirações dos seus próprios cotidianos” nas quais, um dos focos abordados pela narrativa é a literariedade de certas expressões idiomáticas ou expressões universais ou, ainda, expressões próprias de um grupo particular, que é trazido à tona, pelo autor. Nos contos, os personagens são instados a descobrir conceitos antiquíssimos como o tempo, como o de Hermes Trimegisto, “O que é acima é como o que é abaixo.” nas suas jornadas pela identidade individual que são levados a fazer.
Ao final de cada conto, temos a nítida impressão de que teorias da conspiração não existem, ou que, se existem, são parte dos nossos fantasmas de todo dia, das nossas conspirações de todo dia, inclusive a conspiração das letras. Afinal como diz o próprio Luther Blisset, ou um deles (muitos são o mesmo Luther Blisset):
“Os escravos do século XXI não precisam ser caçados, transportados e leiloados…através de complexas e problemáticas redes comerciais de corpos humanos. Existe um monte deles formando filas e implorando por uma oportunidade de trocar suas vidas por um salário de miséria. O “desenvolvimento” capitalista alcançou um tal nível de sofisticação e crueldade que a maioria das pessoas no mundo tem de competir para serem exploradas, prostituídas ou escravizadas.”
O livro O teu silêncio gritou . antologia de poesia divide-se em Descobrindo o místico: Descobertas literárias através de poemas com um lado místico e espiritual. Descobrindo o inusitado: Uma volta ao mundano para pegar fôlego. Poemas que tem como fio condutor um mergulho no mundo. E Descobrindo o infinito: O retorno à transcendência; agora em aceitação tanto do seu lado material como do espiritual em poemas de cunho universalista.

 7. Mauricio o que mais lhe inspira a escrever?

Como eu disse, a literatura tem a finalidade (se é que tem alguma finalidade) de dar sentido à vida ou de contar uma boa história. Esse fim pode ser alcançado de muitas maneiras, dentre elas, estabelecendo contrastes com a realidade ou sendo um espelho da realidade. Eu adoro fazer as duas coisas, porque percebo que as pessoas, hoje em dia, buscam mais do que uma simples história nos livros, elas buscam concatenar suas próprias realidades com uma realidade universal, se posso dizer, mística, através da literatura.

8. Fale-nos sobre o atual momento literário do Brasil. quais as principais dificuldades que você encontra, hoje, para publicação de livros?

Atualmente há muita oportunidade para publicações de novatos, embora essas oportunidades sejam, em sua maioria, sendo realizadas com financiamento do próprio bolso do autor. Isso não é justo, porque escrever é um trabalho, como outro qualquer e não uma vaidade, como querem alguns. Depois do sucesso dos Harry Potter e dos Cinquenta tons de cinza, que a meu ver, não são negativos como conteúdo, mas também não acrescentam nada de positivo – apenas cobrem uma lacuna, uma necessidade do mercado – as livrarias inundaram-se de títulos do exterior e isso tira muita oportunidade dos nacionais, mas em geral, há espaço para todos.

 9. Quais são seus projetos literários? teremos novidades para 2014? Quais?

Estou atualmente participando do Desafios dos escritores, programa do Núcleo de Literatura da Câmara dos Deputados de Brasília com organização do professor Marco Antunes. O desafio é escrever um romance que se passa num só dia (Para mim basta um dia) em alguma cidade do Brasil. A minha cidade é Juazeiro do Norte e o romance chama-se Os arcanos. A história gira em torno de um romeiro caminhante de nome Nonato que abandona a família para viver a sua fé em plenitude e chega a Juazeiro do Norte. O viajante vai viver, nesse dia, uma experiência mística com Nossa Senhora e vai estar com pessoas que o levarão a um êxtase espiritual. Encontrar-se-á com um padre atrelado aos rituais e às aparências mais do que ao verdadeiro sacerdócio. Com uma prostituta que está devendo ao cafetão uma quantia que não pode pagar. Com um negro umbandista descendente de escravos. Ao fim do dia estará frente a frente com a sua própria verdade e na procissão de Nossa Senhora das Candeias tornar-se-á alguém muito além de um simples devoto.

 10. Quais os maiores problemas encontrados pelo autor na publicação de seu livro?

Hoje em dia eu publico através do Clube de Autores, sob demanda. As dificuldades são muitas, porque o valor do frete é muito alto. Além disso, as pessoas raramente compra autores novatos, querem sempre os medalhões, mas vamos trabalhando que, no fim, tudo dá certo.

 11. Dê uma dica para os jovens escritores nacionais que querem ter seus livros publicados.

 A minha dica é: Não tenha pressa em publicar. Não sinto vergonha por nenhum de meus primeiros textos, mas se, hoje, fosse os reescrever, faria bem diferente do que estão. Enfim, trabalhe muito, leia muito e quando for a sua vez de publicar por uma grande editora – sem ter financiar do seu próprio bolso, pequenas tiragens, por exemplo – agarre a oportunidade.

 Mauricio Duarte

fonte: http://www.arcaliteraria.com.br/mauricio-duarte-2/

Roteirista

Um escritor pode trabalhar em diversas atividades envolvendo a escrita e uma delas é com algo em que ele está muito habituado a fazer que é o roteiro. Mas o que afinal o roteiro profissional tem de diferente para o roteiro de um romance? O lado profissional.
O escritor quando é roteirista tem o ofício de escrever seguindo regras
terceirizadas, seguindo o rumo determinado pelo cliente, no caso, o produtor ou
diretor da peça ou do filme. O argumento fica estabelecido e o roteirista segue a sua parte, com a questão do enredo já programado, se atentando no tempo e limites da produção.
O escritor que trabalha como roteirista tem uma ótima lição de disciplina e
controle, podendo desenvolver e construir bons textos e diálogos na extensão que quiser.
Exercício: use uma sinopse alheia e faça um roteiro, sem descrições de ambiente.
Somente falas. Faça 4 laudas e depois meça o tempo na leitura. O tempo depende muito das linhas de cada diálogo.