segunda-feira, 11 de agosto de 2014

SAL no Circuito Literário



No dia 9 de agosto de 2014, a SAL - Sociedade de Artes e Letras de São Gonçalo - participou e apoiou o Circuito Literário 2014 do grupo Recicla Leitores, realizado no Colégio Azevedo Lima, no bairro Paraíso, em São Gonçalo (RJ).

O evento teve participação de membros da SAL e uma banca de livros foi montada pela nossa Sociedade para a venda de obras de nossos autores associados.

A produção esteve nas mãos de Aline Lucas (Recicla Leitores) e Leo Vieira (SAL).

Um sucesso segundo os produtores!

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Tira Teima Literário



Esse popular sistema que flagra as ações duvidosas de jogadores de futebol e também dos cavalos na corrida também se aplica na literatura. Isso porque quando escrevemos, nem sempre vamos acompanhar o andamento da história somente pela ótica do narrador. Existem diversos personagens que estão em ação contínua paralela com o protagonista. Neste caso, o autor deve ter atenção para não deixar um determinado personagem no vácuo. Existem situações em que um personagem simplesmente "dorme no ponto" e depois no momento decisivo ele aparece do nada. Isso é incoerência literária.
Quando for tirar o personagem de cena, o autor deve deixar subentendido o que ocorreu fora de cena, seja como for. Os personagens inseridos devem estar em harmonia como se fossem uma engrenagem. Isso deixa a história tão interessante e sustentável quanto um enredo paralelo.
Como treino, antes de escrever, desenvolva os enredos paralelos separadamente. Depois, organize os argumentos, frisando em alguns personagens. E nunca deixe de revisar.


quarta-feira, 30 de julho de 2014

Mapas


Depois de fazer o argumento e desenvolver pontos onde a trama se desenvolve, temos que nos atentar nos detalhes dos cenários, para que possamos escrever sem nos prender em uma provável pegadinha literária. Tome sempre muito cuidado para não se emaranhar em um deslize na descrição dos locais. Muitos leitores fazem "tira-teima" literário para detectar incoerências. E se eles forem críticos literários, podem avaliar negativamente isso.
Não se deixe levar no "vamos ver no que dá". Escrever um livro é coisa séria. E o mapa faz parte do enredo.
Se você ainda não escolheu o mapa definido para onde irá acontecer a sua história, você então irá precisar desenvolvê-lo. A primeira forma é o rascunho, que seria simplesmente o desenho.
Depois, com os pontos soltos do mapa (norte, sul, leste, oeste) você agora precisa preencher essas áreas vagas, assim como um colono irá desbravar uma terra virgem.
Observe o que você está fazendo. Uma história de sucesso dependeu de um grande esforço acadêmico. Você está escrevendo para atrair bons leitores.
Rotas também são muito importantes, principalmente se você for usá-las. Não faça um personagem fugir para um local do nada. Já pensou você descrever uma rota e futuramente o personagem passar por ela? É algo fantástico fazer o leitor ser cúmplice disso.
Tudo isso deve estar em constante ação na trama, como se fosse um compasso. Não perca o ritmo quando começar a narrar por ela.
As rotas de fuga são necessárias para cenas de confronto. Se o enredo pedir isso, desenvolva antes no mapa.
Se você usar pelo menos uma parte do que está ressaltado neste texto, o embalo de sua história está garantido. Mãos à obra.


sexta-feira, 25 de julho de 2014

Uma norma para acabar com os quadrinhos nacionais


Gian Danton


No dia 13 de março de 2014 o Conselho Nacional de Direitos da Criança e do Adolescente aprovou, de forma unânime, a resolução nº 163 que considera abusiva toda e qualquer publicidade e comunicação mercadológica dirigidas às crianças.

A resolução é apoiada por muitos como uma forma de proteger as crianças contra os abusos, mas, se for colocada na prática, vai ter resultados muito mais amplos.

Legislações restritivas à publicidade infantil existem em outros países do mundo. Na Suécia, por exemplo, estão proibidos os comerciais na TV aberta. Países como Chile e Peru proíbem anúncios de determinados alimentos e bebidas. Na Grécia, anúncios de brinquedos só podem ser anunciados na TV aberta em horário adulto. No Irã, bonecos dos Simpsons e da Barbie não podem ser comercializados ou anunciados. Mas esse é o primeiro caso de proibição total e absoluta de qualquer tipo de comunicação comercial voltada ao público infantil.

A resolução considera abusiva "a prática do direcionamento de publicidade e comunicação mercadológica à criança com a intenção de persuadi-la para o consumo de qualquer produto ou serviço". Estão proibidos linguagem infantil, efeitos especiais e excesso de cores; trilhas sonoras de músicas infantis ou cantadas por vozes de criança; representação de criança; pessoas ou celebridades com apelo ao público infantil; personagens ou apresentadores infantis; desenho animado ou de animação; bonecos ou similares; promoção com distribuição de prêmios ou de brindes colecionáveis ou com apelos ao público infantil; e promoção com competições ou jogos com apelo ao público infantil.

A resolução define a 'comunicação mercadológica' como toda e qualquer atividade de comunicação comercial, inclusive publicidade, para a divulgação de produtos, serviços, marcas e empresas realizada, dentre outros meios e lugares, em eventos, espaços públicos, páginas de internet, canais televisivos, em qualquer horário, por meio de qualquer suporte ou mídia, no interior de creches e das instituições escolares da educação infantil e fundamental, inclusive em seus uniformes escolares ou materiais didáticos, seja de produtos ou serviços relacionados à infância ou relacionados ao público adolescente e adulto.

Ou seja: a legislação, na prática, proíbe qualquer comunicação voltada às crianças. O maior prejudicado com a norma é, claro, Maurício de Sousa. Muitos têm comemorado o fato de que ele não pode mais colocar seus personagens em produtos infantis, como pacotes de maçãs.


Mas a legislação é tão ampla que afeta quase toda a produção nacional destinada às crianças. As revistas em quadrinhos infantis, por exemplo, dificilmente se sustentam sem publicidade. Produzir um gibi infantil é um processo caro que quase nunca se paga apenas com as vendas de revistas (até porque essas vendas se reduzem a cada ano). Da mesma forma, os desenhos animados só são exibidos por causa da publicidade. Não por acaso, as TVs abertas estão tirando desenhos animados de sua programação. Há de se perguntar como ficarão os canais infantis da TV por assinatura, até porque eles não poderão mais ser anunciados e também não poderão mais exibir publicidade.

Na prática, a resolução joga uma pá de cal no mercado de desenhos animados infantis, que vinha apresentando um crescimento invejável, com personagens como Peixonauta e Turma da Mônica, e coloca em situação difícil as revistas infantis nacionais, já que não é permitida nem mesmo a publicidade das próprias publicações. Ou seja: a revista do Cebolinha não pode mais anunciar o conteúdo da revista do Cascão. Pior ainda para autores que queiram lançar gibis com personagens novos, que não poderão ser divulgados. Nem mesmo a distribuição de brindes para as crianças são mais permitidos. Na prática, Maurício de Sousa ainda está em uma situação melhor do que outros quadrinistas que queiram lançar outras publicações infantis. Nunca mais veremos o lançamento de outros gibis.

Mas essa é uma visão otimista. A legislação é tão ampla que, na prática, pode proibir até mesmo as capas dos gibis infantis. Veja-se: a legislação considera "'comunicação mercadológica' como toda e qualquer atividade de comunicação comercial, inclusive publicidade, para a divulgação de produtos, serviços, marcas e empresas realizada, dentre outros meios e lugares, em eventos, espaços públicos, páginas de internet, canais televisivos".

Todo manual de marketing explica que um dos elementos essenciais da comunicação mercadológica é o merchandising, ou apelo no ponto de venda. No caso das bancas de revista, o apelo comercial é feito através das capas das revistas. Ou seja, sob qualquer aspecto, a capa de um gibi é uma comunicação mercadológica. Se a norma realmente for seguida, os editores de revistas infantis terão que se adaptar, uma vez que não poderão mais exibir personagens nas capas de suas revistas. Uma solução talvez seja vender as revistas lacradas, com tarjas escondendo os personagens da mesma forma como hoje se faz com as revistas pornográficas. Num mercado em que gibis vendem cada vez menos, a resolução pode ser a pá de cal no mercado de quadrinhos nacionais.

Lendo a legislação lembrei do amigo desenhista Antonio Eder, que, mesmo depois de adulto, ainda tinha o álbum de figurinhas do Palhaço Zequinha, lançado pelo governo do Paraná no final dos anos 1970. O álbum era gratuito e as figurinhas eram trocadas por notas fiscais. Um incentivo para que a população exigisse notas fiscais que fez a alegria de muitas crianças curitibanas. Pela nova legislação, a iniciativa seria ilegal, uma vez que a norma proíbe a "promoção com distribuição de prêmios ou de brindes colecionáveis".

Engana-se quem acha que o problema se restringe apenas aos quadrinhos infantis. Como maioria das pessoas acha que todo gibi é para crianças, toda a produção nacional pode ser afetada. Um exemplo: quando lancei o meu livro "Grafipar, a editora que saiu do eixo", perguntei porque o livro era vendido lacrado e com uma tarja avisando que se tratava de um livro para adultos. No meu entender, o livro era obviamente para adultos, até pela referência no subtítulo à produção erótica. "Tente explicar isso a um juiz", respondeu um editor. "Se tem desenho na capa e é quadrinhos, um pai pode achar que é para criança e nos processar. Já aconteceu com outros livros semelhantes". Ou seja: provavelmente para os "especialistas" do conselho, todo quadrinho é para criança e se encaixa na norma, até porque uma das definições para isso é o uso de cores chamativas.

No pior dos cenários, até mesmo as coleções de miniaturas de personagens de quadrinhos (como os da Marvel e DC, que temos visto nas bancas) ficam comprometidas. Explica-se: a legislação atual já proíbe vender em banca de revista algo que não seja revista. Assim, quando se pretende lançar algo do gênero, coloca-se uma revista junto, e diz-se que o boneco é brinde para quem comprou a revista. Como agora brindes são proibidos e como a maioria das pessoas vê quadrinhos como coisa exclusivamente de crianças...

Uma legislação que coíba abusos na publicidade infantil seria bem vinda. Mas a proibição total, com uma lei tão ampla que pode afetar até as capas dos gibis nacionais interessaria a quem? Em tempo, as citações entre aspas foram retiradas diretamente do site do Conselho Nacional de Direitos da Criança e do Adolescente.


fonte: Digestivo Cultural
 

quinta-feira, 24 de julho de 2014

‘Até a maçã não teremos mais, não pode personagem na embalagem’


Em entrevista, Mônica de Sousa pede um debate mais racional sobre publicidade dirigida a crianças

por
Monica de Sousa, filha do cartunista Mauricio de Sousa, que inspirou a personagem dos quadrinhos. Com ela, seus ‘amigos’ Cascão e Magali - Marcos Alves


SÃO PAULO - A resolução do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente que considera abusiva publicidade infantil é alvo de elogios de alguns e críticas de outros, entre estes a filha de Mauricio de Sousa.

O GLOBO: Qual é a relação da Turma da Mônica com a questão da infância?

MÔNICA DE SOUSA: Nossa meta sempre foi trabalhar para o bem-estar da criança. Passamos valores como amizade, respeito aos pais, aos mais velhos, uma sociedade mais ou menos equiparada, onde todo mundo tenha pai e mãe cuidando com carinho.

No que a resolução impacta o negócio de vocês?

A resolução quer, de alguma maneira, sumir com todos os personagens infantis. Estende-se a embalagens, que não podem ser coloridas, bonecos, que não podem ter som... É muito radical. Podemos trabalhar em conjunto com as instituições para chegar a um denominador comum. A sociedade está consumindo mais, a doença do século é a obesidade, mas isso tem que ser trabalhado com educação, não proibição.

Proibir não é o melhor para proteger a criança?

Se você proíbe uma criança de ver alguma coisa, a está deixando mais alienada. Ela tem que crescer e saber discernir entre certo e errado. A família tem que passar isso. É simplista proibir comerciais de televisão e personagens. Isso vem de uma sociedade que está com problema emocional. Pais e mães estão substituindo o convívio por dar presentes. Isso não é culpa da publicidade, e sim dessa sociedade, que está carente dessa relação.

A resolução ajuda a lidar com o consumismo exagerado?

Empresas deixaram de anunciar para crianças. Qual foi a consequência? Deixou de existir o espaço infantil nas TVs abertas. quando se proíbe uma publicidade dirigida à criança, esta não deixará de ver televisão e vitrines, vai começar a consumir um produto que não é para ela, mas para um adulto. Produtos voltados para crianças são mais bem preparados para elas. Tiraram todo horário infantil da criança da TV, agora os canais passam receitas.

É a publicidade infantil que garante programas infantis na TV?

Sim. Refrigerante não anuncia mais para criança. Mas os comerciais dele são vistos por elas. Esse tipo de resolução é tapar o sol com a peneira. Não vai melhorar o que está acontecendo, o fato, que é a obesidade. Três fatores fazem a criança comer demais: genético, emocional e exemplo da família. Colocar o governo para proibir qualquer publicidade é muito fácil. Educar é que é mais difícil.

As regras que já existem vão no caminho da resolução?

Existem alguns abusos. Merchandising em programa infantil é absurdo. De alguma maneira, você está colocando um ídolo ali dizendo que usa aquele produto. Mas a Maurício de Sousa tem suas regras. A gente não tem licenciamento de refrigerante e bala, porque mudou a sociedade. Faz 16 anos que trabalhamos com frutas no licenciamento. De alguma maneira, estamos fazendo com que a mãe tenha a força do personagem para incentivar a criança a experimentar frutas e verduras.

A resolução inviabiliza isso?

Tudo. Até a maçã não teremos mais, não pode ter personagem na embalagem.

Algo que promove a boa alimentação não estaria preservado?

Não, porque não pode estar associado ao produto. Miram em uma caixa de marimbondo e pegam todos os passarinhos em volta. Que empresa vai licenciar produto para crianças, se vai ter que se defender o tempo inteiro?

Qual é hoje a ética interna da Mauricio de Sousa Produções?

Os personagens ilustram a embalagem, mas não testemunham sobre o produto. A Mônica não fala “essa minha força vem em função disso!”, nunca fizemos isso.

Por quê?

O Maurício proíbe falta de ética, de maneira que desqualifique a criança. Meu pai, por exemplo, não aceita nem ser júri de desenhos, porque não consegue dizer para uma criança que o desenho dela não está bom. Meu pai é um artista. E quer que a arte dele sobreviva a tudo isso.

Quando um personagem aparece em uma embalagem, ele apoia a compra do produto?

Ele não está fazendo com que (a criança) consuma, mas com que escolha aquele produto entre outros.

Isso não é usar uma relação que ela estabeleceu com o personagem em outro lugar, fora do mercado, para sugerir uma compra?

Não é só isso. Tem o aval do Mauricio, que toma cuidado com quem fabrica o produto dele. A gente se pergunta: você daria esse produto para seu filho? Todo mundo quer licenciar, negamos a maioria. E com propostas boas financeiramente.

O uso de personagens infantis em produtos para adultos é uma forma de se aproveitar da influência da criança na família?

A criança já manda na família, está com força fenomenal. Eu não concordo com isso, no meu tempo quem decidia eram a mãe e o pai. Não tem a ver com o personagem, é o poder que a criança está tendo.

Anunciante se aproveita da vulnerabilidade da criança?

É o contrário, a criança está percebendo a vulnerabilidade dos pais, sabe o que quer vestir ou com o que quer brincar. Não vai deixar de consumir, pois a família está consumindo.

O bombardeio mercadológico não contribui para este problema?

Com certeza.

Mas não é contra isso que a resolução quer atuar?

Nas classes A e B há diminuição de obesidade e de consumo, porque se tem mais informação. Por que não se faz a mesma coisa com o personagem? O personagem promovendo educação familiar, educação de consumo, isso é interessante. Vamos pegar essa força para isso também. Não destruindo os personagens.


fonte: O Globo

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Endereço Especial



Na escrita, o que deixa a obra especial é a verossimilhança. O autor precisa
convencer o leitor na hora de contar a sua história. Para isso, ele precisa
ilustrar as características do local, seja ele real ou fictício. Isso tudo depende
da disposição do autor e com o foco que ele pretende ter. Exemplo: se a obra for de aspecto mais jornalístico, como um suspense de detetives, uma boa alternativa é focar em um ambiente verídico, como um ponto turístico. Mas o que fazer se o autor não conhece? Simples; pesquisa. Um autor precisa ler e estudar muito. Tudo dependerá de sua força de vontade e criatividade. E nesses momentos vale de acordo com seu interesse. Inclusive, pesquisar com guias turísticos as mais preciosas curiosidades.
Agora, se o seu enredo beira mais na literatura fantástica ou então livro infantil,
é sempre bom criar algo. Pense no tipo de bairro e cidade ideal para fazer morada aos seus personagens. Pense, desenvolva, desenhe, crie, sonhe e depois vá acrescentando as características. Aos poucos, a história vai toda fluindo junto.
Serão esses endereços especiais que darão toda profundidade e sustento para todas as suas obras.  

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Contratos Internacionais



Todos sabemos que o mercado editorial vem crescendo progressivamente, com altos índices de vendas no país. Porém sabemos que isso em nada vem afetando positivamente para o lado dos escritores. O que vem crescendo junto com as vendas são o número de publicações e também de editoras. Somos um país que possui mais editoras do que livrarias.
Nesse ritmo, as editoras por demanda surgiram aos montes. São centenas delas que estão pela internet com o anúncio em letras garrafais "Publique o seu livro". É uma ótima oportunidade para quem é leigo no assunto, mas o cliente tem que tomar cuidado para não ter prejuízo em seu investimento literário.
Indo nesse embalo mercadológico, agora tenho notado editoras "estrangeiras" por demanda oferecendo serviços editoriais e demonstrando pseudo-interesse nas obras dos clientes. Isso eu já venho notado há alguns anos, e está preocupando tanto quanto a pertinência em escrever sobre o assunto.
O registro do livro só é válido no país em que é feito. Você precisa registrar o livro lá fora também para que tenha os direitos reservados. Se fosse assim, a Disney, o Mauricio de Sousa, a Marvel e outras produtoras não teriam esse engajamento através de seus escritórios multinacionais.  
Entregar livro para editora estrangeira é o mesmo que entregar a chave do banco para o Al Capone.
É ingenuidade acreditar que um país estrangeiro irá se interessar por um livro
desconhecido. Lembre-se que o "Aventuras de Pi" é um plágio descarado de um livro nacional.
Continuem espertos e não queiram dar um passo maior que a perna na trilha editorial. Tenham paciência que no momento certo, a oportunidade vai chegar.


quarta-feira, 9 de julho de 2014

A Montanha de Letras



Continuando sobre as dicas sobre encomenda de livro com uma editora por demanda,  cuidado para não cair no conto do vigário de comprar um lote de 300 ou 500 exemplares somente por fazer você economizar duas ou três vezes menos.
Quando você encomenda um lote (pensando no provável lucro que terá com as vendas) você acaba adquirindo mais 3 problemas: o dinheiro que você não tinha pra gastar, o montante de vendas que você terá que fazer e o volume inútil de livros  na sua casa que você precisa se livrar, antes que o mofo e as traças façam a festa.
É muito difícil alguém vender um lote de livros de uma vez. Daí, no embalo do desespero para que você se livre dele rápido, acaba vendendo a preço de banana ou então distribuindo pra um monte de gente que você nem mesmo conhece.
Encomende sempre uma quantidade menor (até 30 livros) e venda em lançamentos programados ou feirinhas culturais de sua cidade. Se você sentir confiança, vá aumentando as encomendas e investindo em novos títulos.


Leo Vieira

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Morando em São Gonçalo você sabe como é

Matheus Graciano

Sim São Gonçalo

Há dois anos atrás, a agência de propaganda DM9 aportou no Rio. Para se lançar, traduziu e aplicou uma campanha que já acontecia em outros lugares do mundo: “Sim, eu sou.” Uma sentença afirmativa e poderosa pela sua simplicidade. No caso, as frases eram sobre o estilo de vida “carioca zona sul”. Traduzida para “Sim, eu sou carioca”, a campanha estourou no Facebook. Dias depois, uma usuária lançou o “Sim, eu sou niteroiense”, que também impactou os moradores da ex-capital fluminense. Olhando as duas páginas, não foi muito difícil chegar à conclusão óbvia: e por que não, São Gonçalo?

Se você mora na cidade do Rio, sabe que nos últimos anos ficou muito mais fácil ser (ou dizer que é) carioca. As olimpíadas deram um gás nesse sentimento que vinha perecendo desde a inauguração de Brasília. Niterói também não ficou para trás. Depois do bom trabalho de marketing dos últimos governos, somado à sua inserção nas 10 cidades com melhor IDH do Brasil, teve reascendido seu orgulho, ferido desde 1975, com a transferência da capital fluminense para a cidade do Rio.

Já falei sobre o tal “Cinturão Fluminense” num outro post. Um “Rio paralelo” que existe dentro do estado, mas sem aquele status que gera algum tipo de orgulho. Tirando o bordão “Uhul, Nova Iguaçu”, popularizado pela participante Fani no longínquo Big Brother 2007, qual o outro momento que você viu alguma cidade da região metropolitana festejada dessa forma? Talvez nunca. Salvo na boca de um ou outro político.

Quando pensei em fazer a página, já imaginava todas as piadas prontas. Conheço meu povo. Muitas com razão. Sempre achei a palavra “gonçalense” sonoramente estranha. Coisa minha? Sei lá. No passado, por conta da qualidade dos hospitais, muita gente, como eu, nasceu em Niterói. Fato que não ajuda na hora de falar “sou gonçalense”. A música do Seu Jorge popularizou o apelido “São Gonça”, apesar de não ser comum falar assim na cidade. Com tantos vieses, a frase da campanha foi “Sim, eu sou de São Gonçalo”. Deu certo. Em uma semana, alguns mil já participavam da página.

Sim São Gonçalo
De lá pra cá, o SIM foi, parou, serviu de inspiração para outras páginas, voltou e aos poucos encontrou a sua real função. Hoje, a página tornou-se um bom caminho para os estudos do que se pode chamar de “marketing de cidade”, realçando o laço entre cidade e cidadão. Com a ajuda da população, já fizemos pesquisas de comportamento; construímos o Alagamaps, um mapa com os alagamentos georreferenciados; fizemos ações de valorização dos bairros, com marcas conhecidas trocadas pelos nomes dos bairros; informativos sobre o que acontece no território; e um Instagram, com os melhores filtros e ângulos que deixam a cidade com outro olhar. Tudo isso de forma colaborativa, como todos os livrinhos de marketing sempre dizem que dá certo. Por fim, no último mês de 2013,  lançamos o site simsaogoncalo.com.br, que pretende ser um meio de propor soluções para a cidade. E quantos reais custou? Quase nada, comparado à motivação e disposição empregada.

Sem cartões postais, nem pontos turísticos, ficou claro que o importante na 16ª maior cidade do Brasil é aquilo que ela tem pra mais de 1 milhão: gente. E nesses dois anos, foi essa gente que me ajudou a descobrir a real vocação da cidade: o entretenimento, fruto da alegria das pessoas. 

Curiosamente, diante de tantas dificuldades, é a mesma alegria que permeia as favelas, a baixada, entre outros vários pontos desse território cortado pelo Paraíba do Sul. O objetivo é transformar o “Sim São Gonçalo” num piloto que resgate a boa vontade e a participação do cidadão nas cidades fluminenses e, porquê não, nos “bairros-cidade” como Campo Grande, Méier, Santa Cruz e Santíssimo. Afinal, o cliente precisa estar satisfeito até mesmo quando o pagamento é compulsório, como são os impostos.

Estou longe de ser um apaixonado pela cidade. Não tenho aquele sentimento de pertencimento forte nem por Niterói, minha cidade natal, nem por São Gonçalo, minha morada, e nem pelo Rio, ambiente de estudos e trabalho. Na verdade, tenho aversão ao bairrismo que assola o ser humano. Meu coração bate mesmo é pelo estado do Rio de Janeiro, pois sei que as cidades são completamente dependentes entre si.

Contrariando as aspas da matéria, minha intenção está longe de atrair turistas. Entretanto, deixar a cidade atraente é especialidade da casa. Se esse processo vai dar certo ou não, eu não sei. Só sei que a cada ano tem mais gente com um celular na mão. E assim está ficando difícil contar historinha feliz em cima do palanque. Aliás, não esqueça: esse ano é ano par.

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Orçamento de Livro


Uma dica prática para fazer bonito na encomenda de livro com uma editora por demanda: quando solicitarem um orçamento, peçam sempre que esbocem também o valor de custo e o de venda. Já vi muita situação em que um livro de 100 páginas ficou no site por R$38 reais (!).
O que vai acontecer? O livro vai ficar no site somente como mostruário, porque ninguém vai querer comprar.
Daí, pra baratear, você terá que comprar um lote, mas isso é assunto para a próxima postagem.


Leo Vieira