No dia 18 de setembro, foi comemorado no ICBEU os 40 anos da Academia Gonçalense de Letras, Artes e Ciências (AGLAC). A cerimônia contou com a presença dos acadêmicos e personalidades ilustres da cidade. Tivemos apresentações, novidades, declamações de poemas com fundo musical, além do buffet especial no encerramento.
Leo Vieira, secretário da SAL e Acadêmico Patrono da Cadeira 26 esteve presente.
Para coroar a cerimônia com bons momentos, o evento contou com novidades, onde o vereador Diego Sampaio, filho do fundador e primeiro presidente da AGLAC, o Acadêmico Oton Sampaio, anumciou que foram aprovadas três leis de incentivo aos escritores gonçalenses. As escolas da cidade deverão adotar literatura escrita por gonçalenses; as livrarias gonçalenses deverão expor as obras gonçalenses de forma especial (vitrine e display próprios); e a cidade custeará a semana do autor gonçalense, onde os escritores deverão fazer circuito de apresentações nas escolas com o apoio da Prefeitura.
Sempre
falo que escrever é coisa séria. Não importa que seja uma ficção ou um estudo
acadêmico, mas o escritor precisa fazer o leitor viajar nas palavras. As obras
bem trabalhadas são marcantes e permanecem na imaginação dos leitores.
Para
isso, o escritor precisa ter uma rotinha de pesquisas, análises, comparações, até
ter estrutura para realizar uma boa história e contá-la da melhor forma possível.
Tudo
funciona como uma receita de bolo. Tudo é baseado com ingredientes, porém
alguns deles são melhores e a combinação podem resultar em uma iguaria
apetitosa.
Uma
história bem preparada vai provocar "apetite literário". Desenvolva a
personalidade dos personagens, faça boas descrições dos cenários, revele
curiosidades sobre o local, enfim, faça a obra se tornar uma verdadeira viagem.
E
quando for se aventurar em um novo texto, procure tornar o romance o mais
distinto possível. Os leitores gostam de surpresas.
Todos
nós já passamos por isso, principalmente na época escolar. Quantas vezes não
tivemos que ler um livro chato, enfadonho e indigesto somente por se tratar de
uma imposição de tarefa? Nem sempre estamos preparados para isso.
Acontece
também que nós precisamos desenvolver o nosso senso crítico e também de
interpretação. E isso se aprende somente em literaturas mais difíceis, como as
que nos são recomendadas desde a época da escola. E o aprendizado é uma
verdadeira pinça para desatar os nós do aprendizado obscuro.
A
partir do momento em que nos entregamos a um livro chato, temos dois dilemas:
um é tentar decifrar o que o autor quer nos contar com aquilo. O outro é como
que iremos conhecer o autor.
Cada
autor tem a sua forma de contar a sua história. É desta forma que um autor se
consagra, seja qual obra for. Isso faz uma grande diferença. As histórias
complexas nos estimulam no senso crítico e de aprendizado, e desta forma,
aprendemos a andar junto com o raciocínio do escritor.
Eu
já comentei certa vez de que não existe piada ruim e sim piada mal contada. No
caso dos livros também. Existem livros difíceis, mas se você se desenvolver,
irá descobrir coisas preciosas que jamais poderia imaginar que encontraria em
uma leitura cansativa.
Tudo
funciona como uma arte de escavar um terreno acidentado em busca de joias
brutas, porém preciosas com a devida lapidação. Então prepare a mente e
decifre. É hora de turbinar a sua imaginação.
Muitos
apreciam essa prática, mas honestamente não recomendo. O cérebro precisa estar
mais atento para absorver as informações, além de digerir o conteúdo, fazendo a
montagem e esboços do ambiente em que a leitura está lhe conduzindo. Uma mente
ocupada em diversas tarefas nem sempre vai lhe proporcionar uma boa viagem
literária. É claro que tudo isso é uma opinião pessoal.
Já
notou que muitas vezes o motorista diminui ou desliga o som enquanto está
querendo ler as placas na estrada durante a viagem? Sem contar também que
ficamos mais dispersos em conversar em uma festa com o som ligado.
Nem
sempre eu tenho o luxo de escrever com silêncio ambiente. Às vezes surgem
ideias e eu tenho que desenvolvê-las com som alto dos vizinhos, ou então com a
barulheira rotineira de casa ou do trabalho. Mas ainda assim, há uma grande
diferença do que quando estou trabalhando pela madrugada.
Se
ainda assim você não resiste em ter que escrever ou ler com música, experimente
então com músicas mais suaves e/ou instrumentais. Evite músicas altas e/ou
cantadas porque irão tirar a sua atenção.
No dia 9 de agosto de 2014, a SAL - Sociedade de Artes e Letras de São Gonçalo - participou e apoiou o Circuito Literário 2014 do grupo Recicla Leitores, realizado no Colégio Azevedo Lima, no bairro Paraíso, em São Gonçalo (RJ).
O evento teve participação de membros da SAL e uma banca de livros foi montada pela nossa Sociedade para a venda de obras de nossos autores associados.
A produção esteve nas mãos de Aline Lucas (Recicla Leitores) e Leo Vieira (SAL).
Esse
popular sistema que flagra as ações duvidosas de jogadores de futebol e também
dos cavalos na corrida também se aplica na literatura. Isso porque quando
escrevemos, nem sempre vamos acompanhar o andamento da história somente pela
ótica do narrador. Existem diversos personagens que estão em ação contínua
paralela com o protagonista. Neste caso, o autor deve ter atenção para não
deixar um determinado personagem no vácuo. Existem situações em que um
personagem simplesmente "dorme no ponto" e depois no momento decisivo
ele aparece do nada. Isso é incoerência literária.
Quando
for tirar o personagem de cena, o autor deve deixar subentendido o que ocorreu
fora de cena, seja como for. Os personagens inseridos devem estar em harmonia
como se fossem uma engrenagem. Isso deixa a história tão interessante e
sustentável quanto um enredo paralelo.
Como
treino, antes de escrever, desenvolva os enredos paralelos separadamente.
Depois, organize os argumentos, frisando em alguns personagens. E nunca deixe
de revisar.
Depois
de fazer o argumento e desenvolver pontos onde a trama se desenvolve, temos que
nos atentar nos detalhes dos cenários, para que possamos escrever sem nos
prender em uma provável pegadinha literária. Tome sempre muito cuidado para não
se emaranhar em um deslize na descrição dos locais. Muitos leitores fazem
"tira-teima" literário para detectar incoerências. E se eles forem
críticos literários, podem avaliar negativamente isso.
Não
se deixe levar no "vamos ver no que dá". Escrever um livro é coisa
séria. E o mapa faz parte do enredo.
Se
você ainda não escolheu o mapa definido para onde irá acontecer a sua história,
você então irá precisar desenvolvê-lo. A primeira forma é o rascunho, que seria
simplesmente o desenho.
Depois,
com os pontos soltos do mapa (norte, sul, leste, oeste) você agora precisa
preencher essas áreas vagas, assim como um colono irá desbravar uma terra
virgem.
Observe
o que você está fazendo. Uma história de sucesso dependeu de um grande esforço
acadêmico. Você está escrevendo para atrair bons leitores.
Rotas
também são muito importantes, principalmente se você for usá-las. Não faça um
personagem fugir para um local do nada. Já pensou você descrever uma rota e
futuramente o personagem passar por ela? É algo fantástico fazer o leitor ser
cúmplice disso.
Tudo
isso deve estar em constante ação na trama, como se fosse um compasso. Não
perca o ritmo quando começar a narrar por ela.
As
rotas de fuga são necessárias para cenas de confronto. Se o enredo pedir isso,
desenvolva antes no mapa.
Se
você usar pelo menos uma parte do que está ressaltado neste texto, o embalo de
sua história está garantido. Mãos à obra.
No dia 13 de março de 2014 o Conselho Nacional de Direitos da Criança e
do Adolescente aprovou, de forma unânime, a resolução nº 163 que
considera abusiva toda e qualquer publicidade e comunicação
mercadológica dirigidas às crianças.
A resolução é apoiada por muitos como uma forma de proteger as crianças
contra os abusos, mas, se for colocada na prática, vai ter resultados
muito mais amplos.
Legislações restritivas à publicidade infantil existem em outros países
do mundo. Na Suécia, por exemplo, estão proibidos os comerciais na TV
aberta. Países como Chile e Peru proíbem anúncios de determinados
alimentos e bebidas. Na Grécia, anúncios de brinquedos só podem ser
anunciados na TV aberta em horário adulto. No Irã, bonecos dos Simpsons e
da Barbie não podem ser comercializados ou anunciados. Mas esse é o
primeiro caso de proibição total e absoluta de qualquer tipo de
comunicação comercial voltada ao público infantil.
A resolução considera abusiva "a prática do direcionamento de
publicidade e comunicação mercadológica à criança com a intenção de
persuadi-la para o consumo de qualquer produto ou serviço".
Estão proibidos linguagem infantil, efeitos especiais e excesso de
cores; trilhas sonoras de músicas infantis ou cantadas por vozes de
criança; representação de criança; pessoas ou celebridades com apelo ao
público infantil; personagens ou apresentadores infantis; desenho
animado ou de animação; bonecos ou similares; promoção com distribuição
de prêmios ou de brindes colecionáveis ou com apelos ao público
infantil; e promoção com competições ou jogos com apelo ao público
infantil.
A resolução define a 'comunicação mercadológica' como toda e qualquer
atividade de comunicação comercial, inclusive publicidade, para a
divulgação de produtos, serviços, marcas e empresas realizada, dentre
outros meios e lugares, em eventos, espaços públicos, páginas de
internet, canais televisivos, em qualquer horário, por meio de qualquer
suporte ou mídia, no interior de creches e das instituições escolares da
educação infantil e fundamental, inclusive em seus uniformes escolares
ou materiais didáticos, seja de produtos ou serviços relacionados à
infância ou relacionados ao público adolescente e adulto.
Ou seja: a legislação, na prática, proíbe qualquer comunicação voltada
às crianças. O maior prejudicado com a norma é, claro, Maurício de
Sousa. Muitos têm comemorado o fato de que ele não pode mais colocar
seus personagens em produtos infantis, como pacotes de maçãs.
Mas a legislação é tão ampla que afeta quase toda a produção nacional
destinada às crianças. As revistas em quadrinhos infantis, por exemplo,
dificilmente se sustentam sem publicidade. Produzir um gibi infantil é
um processo caro que quase nunca se paga apenas com as vendas de
revistas (até porque essas vendas se reduzem a cada ano). Da mesma
forma, os desenhos animados só são exibidos por causa da publicidade.
Não por acaso, as TVs abertas estão tirando desenhos animados de sua
programação. Há de se perguntar como ficarão os canais infantis da TV
por assinatura, até porque eles não poderão mais ser anunciados e também
não poderão mais exibir publicidade.
Na prática, a resolução joga uma pá de cal no mercado de desenhos
animados infantis, que vinha apresentando um crescimento invejável, com
personagens como Peixonauta e Turma da Mônica, e coloca em situação
difícil as revistas infantis nacionais, já que não é permitida nem mesmo
a publicidade das próprias publicações. Ou seja: a revista do Cebolinha
não pode mais anunciar o conteúdo da revista do Cascão. Pior ainda para
autores que queiram lançar gibis com personagens novos, que não poderão
ser divulgados. Nem mesmo a distribuição de brindes para as crianças
são mais permitidos. Na prática, Maurício de Sousa ainda está em uma
situação melhor do que outros quadrinistas que queiram lançar outras
publicações infantis. Nunca mais veremos o lançamento de outros gibis.
Mas essa é uma visão otimista. A legislação é tão ampla que, na prática,
pode proibir até mesmo as capas dos gibis infantis. Veja-se: a
legislação considera "'comunicação mercadológica' como toda e qualquer
atividade de comunicação comercial, inclusive publicidade, para a
divulgação de produtos, serviços, marcas e empresas realizada, dentre
outros meios e lugares, em eventos, espaços públicos, páginas de
internet, canais televisivos".
Todo manual de marketing explica que um dos elementos essenciais da
comunicação mercadológica é o merchandising, ou apelo no ponto de venda.
No caso das bancas de revista, o apelo comercial é feito através das
capas das revistas. Ou seja, sob qualquer aspecto, a capa de um gibi é
uma comunicação mercadológica. Se a norma realmente for seguida, os
editores de revistas infantis terão que se adaptar, uma vez que não
poderão mais exibir personagens nas capas de suas revistas. Uma solução
talvez seja vender as revistas lacradas, com tarjas escondendo os
personagens da mesma forma como hoje se faz com as revistas
pornográficas. Num mercado em que gibis vendem cada vez menos, a
resolução pode ser a pá de cal no mercado de quadrinhos nacionais.
Lendo a legislação lembrei do amigo desenhista Antonio Eder, que, mesmo
depois de adulto, ainda tinha o álbum de figurinhas do Palhaço Zequinha,
lançado pelo governo do Paraná no final dos anos 1970. O álbum era
gratuito e as figurinhas eram trocadas por notas fiscais. Um incentivo
para que a população exigisse notas fiscais que fez a alegria de muitas
crianças curitibanas. Pela nova legislação, a iniciativa seria ilegal,
uma vez que a norma proíbe a "promoção com distribuição de prêmios ou de
brindes colecionáveis".
Engana-se quem acha que o problema se restringe apenas aos quadrinhos
infantis. Como maioria das pessoas acha que todo gibi é para crianças,
toda a produção nacional pode ser afetada. Um exemplo: quando lancei o
meu livro "Grafipar, a editora que saiu do eixo", perguntei porque o
livro era vendido lacrado e com uma tarja avisando que se tratava de um
livro para adultos. No meu entender, o livro era obviamente para
adultos, até pela referência no subtítulo à produção erótica. "Tente
explicar isso a um juiz", respondeu um editor. "Se tem desenho na capa e
é quadrinhos, um pai pode achar que é para criança e nos processar. Já
aconteceu com outros livros semelhantes". Ou seja: provavelmente para os
"especialistas" do conselho, todo quadrinho é para criança e se encaixa
na norma, até porque uma das definições para isso é o uso de cores
chamativas.
No pior dos cenários, até mesmo as coleções de miniaturas de personagens
de quadrinhos (como os da Marvel e DC, que temos visto nas bancas)
ficam comprometidas. Explica-se: a legislação atual já proíbe vender em
banca de revista algo que não seja revista. Assim, quando se pretende
lançar algo do gênero, coloca-se uma revista junto, e diz-se que o
boneco é brinde para quem comprou a revista. Como agora brindes são
proibidos e como a maioria das pessoas vê quadrinhos como coisa
exclusivamente de crianças...
Uma legislação que coíba abusos na publicidade infantil seria bem vinda.
Mas a proibição total, com uma lei tão ampla que pode afetar até as
capas dos gibis nacionais interessaria a quem?
Em tempo, as citações entre aspas foram retiradas diretamente do site do
Conselho Nacional de Direitos da Criança e do Adolescente.
Em entrevista, Mônica de Sousa pede um debate mais racional sobre publicidade dirigida a crianças
por Thiago Herdy
Monica de Sousa, filha do cartunista Mauricio de Sousa, que
inspirou a personagem dos quadrinhos. Com ela, seus ‘amigos’ Cascão e
Magali - Marcos Alves
SÃO PAULO - A resolução do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e
do Adolescente que considera abusiva publicidade infantil é alvo de
elogios de alguns e críticas de outros, entre estes a filha de Mauricio
de Sousa.
O GLOBO: Qual é a relação da Turma da Mônica com a questão da infância?
MÔNICA
DE SOUSA: Nossa meta sempre foi trabalhar para o bem-estar da criança.
Passamos valores como amizade, respeito aos pais, aos mais velhos, uma
sociedade mais ou menos equiparada, onde todo mundo tenha pai e mãe
cuidando com carinho.
No que a resolução impacta o negócio de vocês?
A
resolução quer, de alguma maneira, sumir com todos os personagens
infantis. Estende-se a embalagens, que não podem ser coloridas, bonecos,
que não podem ter som... É muito radical. Podemos trabalhar em conjunto
com as instituições para chegar a um denominador comum. A sociedade
está consumindo mais, a doença do século é a obesidade, mas isso tem que
ser trabalhado com educação, não proibição.
Proibir não é o melhor para proteger a criança?
Se
você proíbe uma criança de ver alguma coisa, a está deixando mais
alienada. Ela tem que crescer e saber discernir entre certo e errado. A
família tem que passar isso. É simplista proibir comerciais de televisão
e personagens. Isso vem de uma sociedade que está com problema
emocional. Pais e mães estão substituindo o convívio por dar presentes.
Isso não é culpa da publicidade, e sim dessa sociedade, que está carente
dessa relação.
A resolução ajuda a lidar com o consumismo exagerado?
Empresas
deixaram de anunciar para crianças. Qual foi a consequência? Deixou de
existir o espaço infantil nas TVs abertas. quando se proíbe uma
publicidade dirigida à criança, esta não deixará de ver televisão e
vitrines, vai começar a consumir um produto que não é para ela, mas para
um adulto. Produtos voltados para crianças são mais bem preparados para
elas. Tiraram todo horário infantil da criança da TV, agora os canais
passam receitas.
É a publicidade infantil que garante programas infantis na TV?
Sim.
Refrigerante não anuncia mais para criança. Mas os comerciais dele são
vistos por elas. Esse tipo de resolução é tapar o sol com a peneira. Não
vai melhorar o que está acontecendo, o fato, que é a obesidade. Três
fatores fazem a criança comer demais: genético, emocional e exemplo da
família. Colocar o governo para proibir qualquer publicidade é muito
fácil. Educar é que é mais difícil.
As regras que já existem vão no caminho da resolução?
Existem
alguns abusos. Merchandising em programa infantil é absurdo. De alguma
maneira, você está colocando um ídolo ali dizendo que usa aquele
produto. Mas a Maurício de Sousa tem suas regras. A gente não tem
licenciamento de refrigerante e bala, porque mudou a sociedade. Faz 16
anos que trabalhamos com frutas no licenciamento. De alguma maneira,
estamos fazendo com que a mãe tenha a força do personagem para
incentivar a criança a experimentar frutas e verduras.
A resolução inviabiliza isso?
Tudo. Até a maçã não teremos mais, não pode ter personagem na embalagem.
Algo que promove a boa alimentação não estaria preservado?
Não,
porque não pode estar associado ao produto. Miram em uma caixa de
marimbondo e pegam todos os passarinhos em volta. Que empresa vai
licenciar produto para crianças, se vai ter que se defender o tempo
inteiro?
Qual é hoje a ética interna da Mauricio de Sousa Produções?
Os
personagens ilustram a embalagem, mas não testemunham sobre o produto. A
Mônica não fala “essa minha força vem em função disso!”, nunca fizemos
isso.
Por quê?
O Maurício proíbe falta de
ética, de maneira que desqualifique a criança. Meu pai, por exemplo, não
aceita nem ser júri de desenhos, porque não consegue dizer para uma
criança que o desenho dela não está bom. Meu pai é um artista. E quer
que a arte dele sobreviva a tudo isso.
Quando um personagem aparece em uma embalagem, ele apoia a compra do produto?
Ele não está fazendo com que (a criança) consuma, mas com que escolha aquele produto entre outros.
Isso não é usar uma relação que ela estabeleceu com o personagem em outro lugar, fora do mercado, para sugerir uma compra?
Não
é só isso. Tem o aval do Mauricio, que toma cuidado com quem fabrica o
produto dele. A gente se pergunta: você daria esse produto para seu
filho? Todo mundo quer licenciar, negamos a maioria. E com propostas
boas financeiramente.
O uso de personagens infantis em produtos para adultos é uma forma de se aproveitar da influência da criança na família?
A
criança já manda na família, está com força fenomenal. Eu não concordo
com isso, no meu tempo quem decidia eram a mãe e o pai. Não tem a ver
com o personagem, é o poder que a criança está tendo.
Anunciante se aproveita da vulnerabilidade da criança?
É
o contrário, a criança está percebendo a vulnerabilidade dos pais, sabe
o que quer vestir ou com o que quer brincar. Não vai deixar de
consumir, pois a família está consumindo.
O bombardeio mercadológico não contribui para este problema?
Com certeza.
Mas não é contra isso que a resolução quer atuar?
Nas
classes A e B há diminuição de obesidade e de consumo, porque se tem
mais informação. Por que não se faz a mesma coisa com o personagem? O
personagem promovendo educação familiar, educação de consumo, isso é
interessante. Vamos pegar essa força para isso também. Não destruindo os
personagens.
Na
escrita, o que deixa a obra especial é a verossimilhança. O autor precisa
convencer
o leitor na hora de contar a sua história. Para isso, ele precisa
ilustrar
as características do local, seja ele real ou fictício. Isso tudo depende
da
disposição do autor e com o foco que ele pretende ter. Exemplo: se a obra for
de aspecto mais jornalístico, como um suspense de detetives, uma boa
alternativa é focar em um ambiente verídico, como um ponto turístico. Mas o que
fazer se o autor não conhece? Simples; pesquisa. Um autor precisa ler e estudar
muito. Tudo dependerá de sua força de vontade e criatividade. E nesses momentos
vale de acordo com seu interesse. Inclusive, pesquisar com guias turísticos as
mais preciosas curiosidades.
Agora,
se o seu enredo beira mais na literatura fantástica ou então livro infantil,
é
sempre bom criar algo. Pense no tipo de bairro e cidade ideal para fazer morada
aos seus personagens. Pense, desenvolva, desenhe, crie, sonhe e depois vá
acrescentando as características. Aos poucos, a história vai toda fluindo
junto.
Serão
esses endereços especiais que darão toda profundidade e sustento para todas as
suas obras.