Peritos brasileiros rechaçaram campanha       de frases ateístas nos ônibus às vésperas do Natal
               SÃO PAULO, 16 Dez. 10 / 02:58 pm (ACI).- Peritos brasileiros advertiram     recentemente que a “campanha dos ônibus ateus” seria desmoralizante     para a fé e contrária à constituição, além de assinalar que não     existe descriminação aos ateus no Brasil. A Associação Brasileira de     Ateus e Agnósticos (Atea) pretendeu lançar a iniciativa, na qual se     colocaria nos veículos públicos frases como: "A fé não dá respostas.     Só impede perguntas" ou "Somos todos ateus com os deuses dos     outros", além de 
imagens     ofensivas à fé em Deus. A iniciativa era parte da campanha "Diga não     ao preconceito contra ateus". A propaganda não chegou a ser     realizada porque as empresas de mídia acabaram desistindo alegando     impedimentos da legislação.        
     Segundo a informação fornecida pelo portal Canção Nova Notícias, as     peças publicitárias contêm insinuações polêmicas e preconceituosas     que são inconstitucionais, de acordo com o renomado jurista Ives     Gandra Martins. Segundo ele, o inciso 4º do artigo 3º da     Constituição – que proíbe qualquer tipo de discriminação – seria     ferido por essa iniciativa que teria lugar nas cidades de Salvador,     Porto Alegre e São Paulo.     
     "Não pode ser permitida e, se for, deve ser retirada, pois é     inconstitucional. Além do mais, não busca fazer qualquer tipo de     defesa do ateísmo ou agnosticismo, mas agredir abertamente os     valores religiosos, desmoralizando e descaracterizando a fé como     caminho de valores", afirma Granda.     
     De acordo com a Atea, a campanha seria "mais um passo dado pela     entidade para o reconhecimento dos descrentes na sociedade como     cidadãos plenos e dignos", conforme indica em seu website.     
     Segundo o Prof. Felipe Aquino, apresentador e blogger da Canção     Nova, “a mensagem da campanha que traz Hitler como crente e Charles     Chapin como ateu, e dizendo que “religião não imprime caráter”, não     é verdadeira. A fé católica imprime caráter. Hitler estava a anos     luz de distância de ser cristão como querem alguns. O nazismo matou     cerca de 2000 padres. O ditador nazista queria assassinar o papa Pio     XII. Portanto, usar Hitler como exemplo de “crente” não é coerente.     Por outro lado Stalin, Lenin, e outros comunistas russos ateus     condenaram cerca de cem milhões à morte. A fé católica imprime     caráter, seriedade, honradez, honestidade, pureza e santidade, mesmo     que nem todos os católicos dêem prova disso”.     
     “Por isso, e por outras coisas, nos parece vazia a argumentação da     campanha. Além do mais, Deus não é um mito, e nem um “delírio” como     quer o Dr. Richard Dawkins. O 
Natal     não é um mito. Deus é uma realidade. Sem Ele não existiria o     universo e cada um de nós. O ateísmo jamais poderá explicar isso. O     senhor “Acaso” não existe. Tudo o que existe fora do nada é parte de     um plano”, sustentou o Prof. Aquino.     
     Para o Arcebispo de São Paulo (SP), Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer     – cidade originalmente incluída no projeto –, é sempre necessário     ressaltar o respeito pelo outro, sem agressões.
     "Não existe situação de discriminação e perseguição contra esse     grupo na sociedade. Parece-me que se está buscando criar um problema     que objetivamente não existe, importando idéias de outros lugares",     disse o cardeal em declaração reunidas pelo Canção Nova Notícias.