Chiclete é um cãozinho de pelúcia mágico que ganha habilidades especiais quando está junto de crianças que tenham imaginação. O personagens e seus amiguinhos foram publicados pela primeira vez em 2009 pelo gonçalense Edson D'Car e ganhou muita popularidade na internet e nas escolas. Os personagens já ilustraram tiras, jornais e até revistas em quadrinhos, sendo uma delas para campanha contra o mosquito da dengue.
Sempre visionário e fazendo um trabalho persistente e incansável, o seu criador, Edson D'Car agora investe em uma produção animada. A série segue com produção totalmente gonçalense, onde é desenhada, animada e gravada na cidade de São Gonçalo, no Estúdio João Caetano.
O desenho também conta com elenco da região, onde terão crianças de verdade nas vozes dos personagens infantis, para garantir mais naturalidade e identificação com o público infantil.
As Aventuras de Chiclete
Autor, produtor e diretor: Edson D'Car
Técnico de som: Ricardo Fortuna
Elenco:
Leo Vieira: Chiclete
João Victor Sanches: Dudu
Amanda Sanches: Duda
Paulo Martare: vozes adicionais
Aline Sanches: Narração, Mãe e Vendedora.
Leo Vieira
Sociedade civil de artistas e literatos de São Gonçalo
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sábado, 17 de maio de 2014
segunda-feira, 10 de março de 2014
Breve História da cidade de São Gonçalo
Alexandre Martins*
Em
1502 foi descoberta a Baía de Guanabara e, em decorrência, suas regiões.
A chamada Banda D'Além tinha uma sesmaria, a de São Gonçalo, parte da
Capitania de São Vicente.
Foi o
viajante francês Jean Lery quem, em 1557, fez a primeira referência
escrita que se conhece, às terras do hoje município de São Gonçalo. Em
seu livro “Viagem às terras do Brasil” ele comenta que encontrou aldeias
indígenas Tupis em torno da baía que nós hoje chamamos de Guanabara e
localizada a Ilha de Itaoca, como o ponto de uma delas. 1
A
Sesmaria de São Gonçalo compreendia o espaço o que hoje seria da Praia
de Icaraí à Praia da Luz. Seu desbravamento se deu pelos Jesuítas, que
construíram portos e fazendas. À época existiam poucos habitantes
nativos, como os índios
É,
pois, em abril de 1579 que se tem o início da história de São Gonçalo. A
paróquia data dee 10 de fevereiro de 1646, bem como a transformação da
sesmaria em Frequesia.
Gonçalo
Gonçalves, “O Velho” é considerado o primeiro donatário da Sesmaria que
deu origem à atual cidade, cuja carta de doação data de 6 de abril de
1579 de terras “com mil braças de largo e 1500 de comprido, em Suassunhã
do Porto de Birapitanga”. Fidalgo natural de Amarante, região do Minho,
em Portugal, morava no Rio de Janeiro. De posse da terra, erigiu a
igreja de São Gonçalo do Amarante, às márgens do Rio Imboaçu, aonde hoje
está a igreja matriz. O povoado surge em seguida, onde hoje é o bairro
do Zé Garoto.
Revolta
da Cachaça é o nome pelo qual passou à História do Brasil o episódio
ocorrido entre final de 1660 e começo do ano seguinte, no Rio de
Janeiro, motivado pelo aumento de impostos excessivamente cobrados aos
fabricantes de aguardente. Também é chamada de Revolta do Barbalho ou
Bernarda. Governava o Rio de Janeiro, Salvador Correia de Sá e
Benevides, no início de 1660. Produtores da região norte da Baía da
Guanabara, então Freguesia de São Gonçalo do Amarante (atuais municípios
de São Gonçalo e Niterói) rebelaram-se contra a taxa.
Durante
seis meses houve reuniões na fazenda de Jerônimo Barbalho Menezes de
Bezerra, na Ponta do Bravo (atual bairro do Gradim, em São Gonçalo).
Na
madrugada de 8 de novembro de 1660, liderados pelo fazendeiro, os
revoltosos atravessam a baía, convocando o povo da cidade pelo toque de
sinos a reunir-se diante do prédio da Câmara. Totalizavam 112 senhores
de engenho, 10 de São Gonçalo, que exigiam o fim da cobrança das taxas,
bem como a devolução daquilo já arrecadado. Tomé de Sousa Alvarenga, tio
do governador e em exercício durante sua ausência. Alvarenga foi
enviado para Portugal junto a uma lista de acusações contra sua família,
então poderosa. Salvador de Sá organizou uma tropa de paulistas. O Rio
de Janeiro foi atacado de surpresa, na madrugada de 6 de abril. As
tropas baianas vieram pela praia, enquanto Salvador de Sá invadia com os
seus pelo interior. Apanhados de surpresa, os revoltosos não opuseram
resistência.
Aprisionados
os líderes, foi montada uma corte marcial que condenou os rebeldes à
prisão. Jerônimo Barbalho, único condenado à morte, foi decapitado e sua
cabeça afixada no pelourinho.
O
Conselho Ultramarino, porém, deu razão aos rebelados. Salvador de Sá foi
afastado de suas funções e teve de responder em Portugal por seus
excessos. A família Sá, descendente do ex-governador-geral Mem de Sá e
do fundador da cidade do Rio de Janeiro, Estácio de Sá, perdeu prestígio
e a grande influência que até então conseguira manter. Os rebeldes
condenados foram libertados.
Em
1749 foi criada a Estrada Real (atual rua Moreira César) ligando Niterói
a Alcântara. À época o trajeto era feito por embarcações do Porto de
Niterói para os portos de São Gonçalo (Ponte, Luz, Neves, Bandeira e
Lira) e a ligação com o Rio de Janeiro se dava tembém por esses portos.
Com a
criação, em 21 de junho de 1769, da Freguesia de Paquetá, esta é
anexada a São Gonçalo, sendo anexada finalmente pelo Rio de Janeiro
somente em 1833.
Em 1779, São Gonçalo contava com 23 engenhos de açúcar, com 952 escravos numa população de mais de seis mil habitantes.
Em
1780 recebeu as primeiras mudas de café, oriundas de Belém, no Pará.De
São Gonçalo, expandiu-se para todo o Estado do Rio e para o Vale do
Paraíba.
Em
1819 é criada a Vila Real de Praia Grande e São Gonçalo é anexada junto
com outras freguesias. Em 1834 é denominada Cidade de Niterói e, em
1835, é elevada a capital do Estado do Rio de Janeiro.
Em
1847, o Imperador D. Pedro II visita São Gonçalo pela primeira vez,
hospedando-se na sede da Fazenda do Jacaré (atual bairro do Patronato).
Em
1860, possuía São Gonçalo 30 engenhos de cana e 10 fornos de cerâmica,
exportando seus produtos pelos portos de Gradim, da Pedra, Maruí, Neves,
Guaxindiba, da Madama, da Ponte, da Luz, do Rosa e Boa Vista.
Em
1890, foi São Gonçalo a sede da primeira Região Policial do Estado do
Rio, conseguindo ainda, aos 22 de outubro, seu desmembramento de
Niterói. Em 1899 é inaugurado o primeiro prédio da Prefeitura, no mesmo
local atual, embora seu primeiro prefeito, Cel. Ernesto Francisco
Ribeiro, tenha somente sido nomeado em 1904. Em 1922, São Gonçalo é
reconhecida oficialmente como cidade.
Em
1943, o distrito de Itaipú é cedido para o município de Niterói e São
Gonçalo deixa de ter sua ligação com a Costa brasileira.
Não
somente o Imperador e a Princesa Isabel, mas Presidentes do Brasil
visitaram São Gonçalo, como Getúlio Vargas em 1943 e Juscelino
Kubitschek em 1956.
Os
primeiros bairros de São Gonçalo tiveram origem das fazendas de cana de
açúcar que foram loteadas no início do século XX, daí muitos terem seus
nomes, como Trindade, Itaúna, Colubandê, etc. Outros, pelos portos que
existiam no local, como Porto Novo, Porto da Madama e outros.
Muitos
brasileiros importantes nasceram em São Gonçalo, como o Conde
Baurepaire Rohan, construtor do primeiro Plano Diretor da cidade do Rio
de Janeiro; Orlando Rangel, introdutor da Indústria Farmacêutica no
Brasil; dentre outros.
* * *
(*) empresário cultural, Presidente-fundador da SAL.
1- O termo tamoios
se refere a uma aliança de povos indígenas do tronco lingüístico tupi
que habitavam a costa dos atuais estados de São Paulo (litoral norte) e
Rio de Janeiro (Vale do Paraíba fluminense). Esta aliança, liderada
pela nação tupinambá, congregava também os guaianazes e aimorés.
Portanto "tamoio" não se trata de um etnônimo, ou seja, de uma tribo
ou nação indígena específica. O termo "tamoio" vem "tamuya" que em
língua tupi significa "os anciãos". A aliança de tribos, conhecida como
Confederação dos Tamoios, foi motivada pelos ataques dos portugueses e
mestiços que procuravam capturar escravos entre os indígenas para
trabalhar nas primeiras plantações de cana-de-açúcar. Por décadas, os
Tamoios foram a única resistência organizada contra a colonização
portuguesa.
segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014
Invasões Britânicas na Educação e Cultura Gonçalenses
Zeca
Pinheiro
Muito
depois do futebol se tornar o esporte mais popular do mundo e a
língua inglesa a mais falada no planeta, bem depois das teorias de
Newton e Charles Darwin e pouco depois da televisão, do telefone, da
penicilina, do motor elétrico, da locomotiva a vapor e do trem
invadirem nosso dia a dia, mudando radicalmente nossos hábitos e
costumes.
Tornou-se
comum a invasão de escolas de origem estrangeiras no final do século
XIX e inicio do século XX em todo o território brasileiro
Certamente devido à enxurrada de imigrantes de diversas
nacionalidades em nosso país, São Gonçalo não podia ficar imune a
esta presença, a primeira invasão no bom sentido é claro foi em
1908, na Chácara Paraiso numa área de 150.000 (cento e cinquenta
mil metros quadrados) localizado na Venda da Cruz, onde há pouco
tempo funcionou o 3º BI, foi instalado uma sucursal do Gymnasio
Anglo-Brazileiro ou The Anglo-Brazilian School uma vez que a matriz
havia sido criada em 1899 em São Paulo em plena Avenida Paulista.
D.O.U.
Com as diretrizes da nova escola
Seu
fundador Charles W. Armstrong oriundo de Nottingham - Inglaterra era
adepto da celebre citação em Latim do poeta grego Juvenal: Men
Sana, incorpore Sano (somente um corpo são pode produzir ou
sustentar uma mente sã. Seu uso mais generalizado expressa o
conceito de um equilíbrio saudável no modo de vida de uma pessoa).
Gostava de trabalhar tanto o lado intelectual do aluno, como também
o corpo através de exercícios, as belas instalações da Chácara
Paraiso proporcionava as condições ideais para tal, amplas
acomodações, salas de aula, dormitórios, local para recreação e
principalmente muito verde, jardins arborizados, diversos tipos de
árvores inclusive frutíferas e espaço para os exercícios da
petizada, caminhadas, corridas e recreações diversas.
Convidou
para Vice-Diretor e seu braço direito o Mr. Alfred Robinson Aldridge
devido a sua larga experiência na direção de grandes colégios
estrangeiros desde 1898 aqui no Brasil, em São Paulo.
O
colégio funcionava como internato e semi-internato, sua grade
curricular era bem rica e diversificada, havia prova classificatória
para entrar para o ginásio, como também cursos preparatório para
crianças de 2 a 4 anos, funcionava com regime de internato para
crianças a partir tenra idade, a escola era essencialmente
masculina, tipo clube do bolinha, menina não entrava. A intenção
que os estudantes saíssem dali direto para uma faculdade, mais
também tivessem uma educação com moral e civismo.
Professor
fazendo explicação in loco, na sala de aula
O colégio funcionou na
Chácara Paraiso até 1911 sendo transferido para Chácara Vidigal no
caminho Niemeyer - Rio de Janeiro – numa área deslumbrante, veja a
descrição no
livro Impressões
do Brazil no Século Vinte,
editado na Inglaterra em 1913, assim descreve o local:
“Magnificamente situado,
300 pés acima do nível do mar, o edifício tem uma soberba vista
sobre o oceano. O cenário é grandioso, havendo aos lados a floresta
virgem e atrás a majestosa montanha dos Dois Irmãos”.
Onde permaneceu ate 1937.
A segunda invasão foi de
forma mais tranquila, pois o Vice-Diretor Mr. Alfred Robinson
Aldridge, usando toda sua experiência adquirida na direção do
Mackenzie College e Hydecroft College, ambos em São Paulo, como
também Anglo-Brazileiro aqui em nossa cidade, resolve fundar o seu
próprio colégio em 1912, intitulando-o de Aldridge College,
aproveitando o nome de família, utilizando seu filho Walter Leonard
Aldridge como parceiro de direção e revezando nas salas de aulas
com a outra filha Mrs. Doris e a esposa de Walter Leonard e mais
alguns professores. Os preceitos continuavam os mesmos, sendo o nível
de educação de excelência, muito mais que preparar os alunos
apenas para uma vida acadêmica em alguma faculdade qualquer,
preparava-os para a vida, ensinando-os preceitos de moralidade,
responsabilidade, disciplina, e trabalho, eu lema era: "Labore
Et Honore" - Com trabalho e dignidade - A educação no Aldridge
era comparada com os melhores colégios do Brasil.
Vista
do prédio principal, alunos cumprimentam o corpo docente e Mr. A. R.
Aldridge na sacada do segundo andar.
Mr.
Alfred Robinson não precisou fazer grandes investimento uma vez que
aproveitou toda a estrutura deixada pelo Anglo, como também alguns
alunos do semi-internato que ficaram no meio do curso e não foram
transferidos para o Rio.
No
seu livro, Luiz Simões Lopes que estudou no Aldridge College, na
pagina 46 - Primeiros Estudos destaca:
“...em 1913, portanto aos 9 para 10 anos, fui matriculado no Aldridge College, com meu irmão Fonsequinha. Era um excelente entro educacional e lá aprendi enormemente, sob todos os pontos de vista, Seu Fundador Alfred Aldridge, trazia grande experiência da Inglaterra. Era homem de boa cultura de elevada moral e espirito de justiça. Enérgico, a ponto de dar vara nos meninos, a moda inglesa, era boníssima e gozava de raro prestigio entre seus alunos.O Aldridge College - cuja divisa era Labore et Honore - era situado numa bela chácara - a Chácara do Paraiso - Em São Gonçalo, Niteroi¹, com árvores frondosas, algumas frutas tropicais, como mangas, jacas e muitas outras. La vivia nosso diretor Alfred Aldridge com sua bonita filha, Miss Doris - minha primeira professora de primeiras letras em inglês -, e seu filho Leonard, vice-diretor, com sua simpática e excelente senhora para nos Mme Aldridge (Elvira Bertha Duchen)".
Naquela altura o colégio estava
indo de vento em polpa os anúncios nas revistas e jornais de
circulação nacional surtiam efeito e a escola seguia com sua
capacidade máxima de matriculas, ajudado por um sistema de
transporte eficiente os alunos e familiares não encontravam
dificuldade em chegar a seu destino dispondo de transporte de barcas
do Rio a Niterói e de bondes do centro ate a Chácara Paraiso. Os
bondes elétricos foram implantados em 1910.
(da
esq.) Mr. Alfred Robinson Aldridge, Walter Leonard Aldridge e sua
esposa Elvira Bertha Duchen.
Um
acidente fatal com as barcas na travessia da Baia de Guanabara muda
radicalmente os planos e metas do Mr. Alfred Aldridge, que sofreu um
grande impacto com o acontecido, levando-o a transferir o Aldridge
College de São Gonçalo para Botafogo no Rio de Janeiro em 1917, já
naquela época o bairro de Botafogo era promissor concentrando a
maioria da elite educacional carioca, ostentava uma beleza natural e
recebia bons investimentos em infra-estrutura da prefeitura, tendo
como consequência moradores de ótimo nível cultural e financeiro.
A nova edificação pertencera ao barão de Alegre Praia de Botafogo,
374. Era um prédio imponente e muito belo de arquitetura sem igual.
A mudança para o Rio trouxe novos ares e a direção resolveu
aceitar também meninas em suas acomodações, passando então as
turmas a serem mistas.
A
Revista Ilustração Brasileira, de 1925, dizia: "muito há do
que se ufanar, tais os louros colhidos por seus alunos, (...) se
impôs a todos pela retidão, pela disciplina e pela moralidade
observada nesta casa de educação, sob a direção dos professores
ingleses Alfred R. Aldridge e Walter Leonard Aldridge".
O
Aldridge funciona neste endereço ate 1927, porem uma tristeza abate
os mestres e alunos, seu fundador Mr. Alfred Aldridge falece em 1925,
aos 71 anos de idade, tendo nascido na Inglaterra em 1854 por mais de
meio século dedicou-se ao sacerdócio de educador com rara
competência, merecia um mínimo de homenagem das autoridades
conchalenses, como uma placa singela em uma escola pela sua brilhante
trajetória usando seus princípios éticos e morais na educação da
juventude brasileira.
O
Aldridge College continua sob a direção do filho mais velho Walter
Leonard Aldridge, mudando novamente de endereço, mais desta vez para
uma sede própria na Praia de Botafogo, 184. Ampliando posteriormente
suas instalações com a compra dos terrenos e prédios de nº 186,
188, 190 e 192 - esta área é hoje da Fundação Getúlio Vargas,
vendida em 1945, quando o Aldridge College deixou de existir devido a
Nacionalização do ensino promovido por Getúlio Vargas.
Vejamos o que diz a dona da foto acima ex-aluna do Aldridge com 84 anos hoje, sobre sua experiência nesta nova instalação:
"- Eu entrei para o Aldridge em 1940, no antigo admissão, que era o preparatório para o ginásio. Fui recebida pelo Sr. Felix, um idoso bedel (era assim que se chamavam os inspetores de disciplina) Meu irmão Luiz Osório de Brito Aghina (que se tornou um importante engenheiro nuclear conhecido mais fora do Brasil do que na sua terra) era 2 anos mais moço que eu, fomos, os dois apavorados, saindo de um coleginho pequeno na Urca para aquele eeennnooorrnnmmee prédio na Praia de Botafogo, onde hoje é a Fundação Getúlio Vargas. Eram 2 prédios, um bem antigo, com escadarias de Ferro, um pátio muito grande onde ficávamos em forma, esperando a subida para as salas de aula. No outro prédio, mais moderno, subíamos em escadas de mármore. O chão era de cerâmica vermelha São Caetano e no último andar um grande salão para o recreio. das meninas. O dos meninos era no térreo. Nós almoçávamos lá e como bom diretor inglês, Mr. Leonard Aldridge, cuja esposa era , Mme. Bertha Duchen, o almoço era todo falado em inglês e francês., Até as orações antes das refeições eram, uma semana em inglês e outra em francês. Eu me lembro que uma das filhas do Mr. Aldridge se chamava Violeta e dava aulas de taquigrafia. Era um dos poucos colégios mistos, por isso meu pai nos colocou lá, eu e meu irmão". - Depoimento por e-mail de Cely Brito Canetti - Aluna do Aldridge College em Botafogo.
O
Aldridge funcionou neste endereço até que um decreto na Lei
nacionalista de Getúlio Vargas, proibindo que as instituições de
ensino ficassem na mão de estrangeiros, ou seja, que fossem donos ou
dirigentes de qualquer escola no Brasil, Walter Leonard Aldridge
ficou perplexo com tal atitude inclusive os filhos do Presidente
estudara naquela escola, não aceitou as imposições ditatórias do
presidente preferiu fechar o colégio em 1945 a repassar para um
brasileiro, no mesmo ano vendeu os prédios para a Fundação Getúlio
Vargas, para nada mais nada menos do que Luiz Simões Lopes aluno do
colégio aqui em São Gonçalo que apos vários cargos no governo
federal, dentre eles o de presidente do DASP, foi o idealizador e
criador da Fundação Getúlio Vargas.
Vários
alunos do Aldridge College tiveram destaque na vida publica e
privada, aqui em São Gonçalo consegui descobrir dois deles o
próprio Luiz Simões Lopes e o Arthur Bernardes Filho, Já no Rio de
Janeiro foram diversos, vários deles são citados no depoimento da
Cely Canetti cujo link se encontra abaixo.
Houve
com o decorrer dos anos, novas invasões britânicas que também
mudaram hábitos e comportamentos em todo o mundo, novamente não
ficamos imunes a tais influências culturais, desde o chá das cinco
da tarde, o Horário rígido britânico que é uma marca deste povo,
a cabine telefônica única, o ônibus de dois andares, e na música
a maior de todas: O surgimento dos meninos de Liverpool, Lennon,
Paul, Harrison e Ringo que provocaram uma histeria coletiva sem fim
em todo o planeta. Os Beatles foram sem dúvida a maior das invasões
que contagiou, encantou e fez dançar multidões mundo afora ao som
frenético do rock and. roll, e outros vieram na onde The Rolling
Stones, Led Zeppelin, Pink Floyd, Sex Pistols, Genesis,
Supertramp, Yes, Duran Duran, , Eurythmics, Culture Club, Spandau
Balle, Tears for Fears, Pet Shop Boys, The Cure, The Police, Soft
Cell, The Pretenders, Oasis. Coldplay, Space Girls, James Blunt,
Robbie Williams e McFLY, Adele, Amy Winehouse entre outros, mais
para a história da nossa cidade o melhor das invasões britânicas,
sem dúvida esta na existência destas duas escolas no meu ponto de
vista, Claro!
Leia na integra:
Depoimento emocionante da Aluna: Cely Canetti - Aldridge College Botafogo.Link: http://issuu.com/zecapinheiro/docs/depoimento_d._cely_canetti
Luiz Simões Lopes - "Primeiros Estudos" (trecho do livro Fragmentos de Memoria)
Link: http://issuu.com/zecapinheiro/docs/capitulo_do_livro_fraguimentos_de_mEducação à Antiga - Antiga – Reportagem da Revista dos Municípios
Link: http://issuu.com/zecapinheiro/docs/educa____o____antiga_-_revista_dos_Livreto propaganda "Aldridge College - Chácara do Paraíso" publicado pela Leuzinger em 1913 - Link: http://issuu.com/zecapinheiro/docs/livreto_propaganda_leuzinger_-_ano_
Galeria de fotos :
https://www.facebook.com/media/set/?set=oa.687756787934856&type=1Sobre o Autor
Zeca Pinheiro - Turismólogo, pesquisador amador, responsável pelo Grupo São Gonçalo Memoria Viva - https://www.facebook.com/groups/Saogoncalodasantigas/ - e a pagina Redescobrindo São Gonçalo: https://www.facebook.com/pages/Redescobrindo-S%C3%A3o-Gon%C3%A7alo/136682933104250BIBLIOGRAFIA
Acervo
da Revista Fon Fon:
http://objdigital.bn.br/acervo_digital/div_periodicos/fonfon/fonfon_anos.htm
Facebook
Amigos de S.G e sua Historia:
https://www.facebook.com/pages/Amigos-de-S%C3%A3o-Gon%C3%A7alo-e-Sua-Hist%C3%B3ria/615981855084359?fref=ts
Invasões
Britânicas na Música:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Invas%C3%A3o_Brit%C3%A2nica
Acervo
particular da família Aldridge
Revista
Municípios do Brasil - Setembro/89- J.E.F. Editora Cultural
Ltda.
Livro
Fragmentos de Memória – Luiz Simões Lopes (ex-aluno do Aldridge
College).
segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014
Morando em São Gonçalo você sabe como é
Matheus Graciano
(em 14/1/ 2014)
Há dois anos atrás, a agência de propaganda DM9 aportou no Rio. Para se lançar, traduziu e aplicou uma campanha que já acontecia em outros lugares do mundo: “Sim, eu sou.” Uma sentença afirmativa e poderosa pela sua simplicidade. No caso, as frases eram sobre o estilo de vida “carioca zona sul”. Traduzida para “Sim, eu sou carioca”, a campanha estourou no Facebook. Dias depois, uma usuária lançou o “Sim, eu sou niteroiense”, que também impactou os moradores da ex-capital fluminense. Olhando as duas páginas, não foi muito difícil chegar à conclusão óbvia: e por que não, São Gonçalo?
Se você mora na cidade do Rio, sabe que nos últimos anos ficou muito mais fácil ser (ou dizer que é) carioca. As olimpíadas deram um gás nesse sentimento que vinha perecendo desde a inauguração de Brasília. Niterói também não ficou para trás. Depois do bom trabalho de marketing dos últimos governos, somado à sua inserção nas 10 cidades com melhor IDH do Brasil, teve reascendido seu orgulho, ferido desde 1975, com a transferência da capital fluminense para a cidade do Rio.
Já falei sobre o tal “Cinturão Fluminense” num outro post. Um “Rio paralelo” que existe dentro do estado, mas sem aquele status que gera algum tipo de orgulho. Tirando o bordão “Uhul, Nova Iguaçu”, popularizado pela participante Fani no longínquo Big Brother 2007, qual o outro momento que você viu alguma cidade da região metropolitana festejada dessa forma? Talvez nunca. Salvo na boca de um ou outro político.
Quando pensei em fazer a página, já imaginava todas as piadas prontas. Conheço meu povo. Muitas com razão. Sempre achei a palavra “gonçalense” sonoramente estranha. Coisa minha? Sei lá. No passado, por conta da qualidade dos hospitais, muita gente, como eu, nasceu em Niterói. Fato que não ajuda na hora de falar “sou gonçalense”. A música do Seu Jorge popularizou o apelido “São Gonça”, apesar de não ser comum falar assim na cidade. Com tantos vieses, a frase da campanha foi “Sim, eu sou de São Gonçalo”. Deu certo. Em uma semana, alguns mil já participavam da página.
De lá pra cá, o SIM foi, parou, serviu de inspiração para outras páginas, voltou e aos poucos encontrou a sua real função. Hoje, a página tornou-se um bom caminho para os estudos do que se pode chamar de “marketing de cidade”, realçando o laço entre cidade e cidadão. Com a ajuda da população, já fizemos pesquisas de comportamento; construímos o Alagamaps, um mapa com os alagamentos georreferenciados; fizemos ações de valorização dos bairros, com marcas conhecidas trocadas pelos nomes dos bairros; informativos sobre o que acontece no território; e um Instagram, com os melhores filtros e ângulos que deixam a cidade com outro olhar. Tudo isso de forma colaborativa, como todos os livrinhos de marketing sempre dizem que dá certo. Por fim, no último mês de 2013, lançamos o site simsaogoncalo.com.br, que pretende ser um meio de propor soluções para a cidade. E quantos reais custou? Quase nada, comparado à motivação e disposição empregada.
Sem cartões postais, nem pontos turísticos, ficou claro que o importante na 16ª maior cidade do Brasil é aquilo que ela tem pra mais de 1 milhão: gente. E nesses dois anos, foi essa gente que me ajudou a descobrir a real vocação da cidade: o entretenimento, fruto da alegria das pessoas.
Curiosamente, diante de tantas dificuldades, é a mesma alegria que permeia as favelas, a baixada, entre outros vários pontos desse território cortado pelo Paraíba do Sul. O objetivo é transformar o “Sim São Gonçalo” num piloto que resgate a boa vontade e a participação do cidadão nas cidades fluminenses e, porquê não, nos “bairros-cidade” como Campo Grande, Méier, Santa Cruz e Santíssimo. Afinal, o cliente precisa estar satisfeito até mesmo quando o pagamento é compulsório, como são os impostos.
Estou longe de ser um apaixonado pela cidade. Não tenho aquele sentimento de pertencimento forte nem por Niterói, minha cidade natal, nem por São Gonçalo, minha morada, e nem pelo Rio, ambiente de estudos e trabalho. Na verdade, tenho aversão ao bairrismo que assola o ser humano. Meu coração bate mesmo é pelo estado do Rio de Janeiro, pois sei que as cidades são completamente dependentes entre si.
Contrariando as aspas da matéria, minha intenção está longe de atrair turistas. Entretanto, deixar a cidade atraente é especialidade da casa. Se esse processo vai dar certo ou não, eu não sei. Só sei que a cada ano tem mais gente com um celular na mão. E assim está ficando difícil contar historinha feliz em cima do palanque. Aliás, não esqueça: esse ano é ano par.
quarta-feira, 18 de setembro de 2013
terça-feira, 20 de agosto de 2013
Prorrogação do Salão de Desenho
Novas datas prorrogadas do Salão Gonçalense de Desenho:
leia aqui o Regulamento do Salão.
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Inscrição e envio: 12 de junho a 7 de setembro.
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Classificação para o Salão: 15 de setembro
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Adaptação para a Exposição (colocação de molduras): 16 a 19 de setembro
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Premiação: 21 de setembro
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Exposição: Setembro e Outubro
leia aqui o Regulamento do Salão.
segunda-feira, 29 de julho de 2013
Gonçalense com Trabalho Internacional
Irineu Mayerhofer é artista plástico autodidata e tem mais de 60 anos de carreira. Desde criança, ele já pintava e ilustrava, sempre se ambientando em temas regionais e ciganos. O artista nasceu em Campos e vive em São Gonçalo. Suas obras já foram vendidas para vários estrangeiros. Atualmente, você pode encontrá-lo e conhecer muito de suas pinturas e seus conhecimentos no Campo de São Bento, em Niterói.
Contato do artista: (21)3707-8967 e (21) 8419-4837.
quinta-feira, 25 de julho de 2013
Dia do Escritor
No Dia do Escritor, a Sociedade de Artes e Letras de São Gonçalo quer parabenizar a todos os autores e que Deus continue dando luz, discernimento e sabedoria nessa caminhada tão gratificante.
Na foto: os escritores e membros da SAL (esquerda pra direita) Décio Machado, Alexandre Martins e Leo Vieira.
Na foto: os escritores e membros da SAL (esquerda pra direita) Décio Machado, Alexandre Martins e Leo Vieira.
segunda-feira, 15 de julho de 2013
Gonçalense ganha premiação em Festival de Contos.
Saiu hoje (15/7) matéria no Jornal São Gonçalo sobre a premiação que o escritor e poeta Rogério Araújo (Rofa) recebeu no Festival de Contos do Rio de Janeiro com o 3º lugar com o conto "Belezas do Brasil X Violência na Sociedade".
sábado, 6 de julho de 2013
SAL na 5ª Conferência das Cidades
A Sociedade de Artes e Letras de São Gonçalo esteve presente na 5ª Conferência das Cidades - Etapa Municipal / São Gonçalo, na posição de Sociedade Civil.
Na ocasião jovens de movimentos sociais pela preservação da cultura e memória gonçalense fizeram contato conosco e estableceram parcerias para trabalhos futuros.
Na foto Tafulhar/SG e Memória de São Gonçalo.
terça-feira, 11 de junho de 2013
SAL Entrevista
Alexandre Martins, é brasileiro, nascido em São Gonçalo, estado do Rio de Janeiro.
Graduado pela Escola de Belas Artes da UFRJ, é, desde 1992, proprietário do Estúdio Alexandre Martins, produzindo desenhos-animados para o Brasil e Exterior.
Animador, escritor, designer, especialista em Arte Sacra, programador visual, consultor de Leis de Incentivo, webdesigner (Joomla), cineclubista e quadrinista.
Membro da ASIFA – Associação Internacional de Cineastas de Animação.
Fundador e presidente da SAL – Sociedade de Artes e Letras de São Gonçalo.
Graduado pela Escola de Belas Artes da UFRJ, é, desde 1992, proprietário do Estúdio Alexandre Martins, produzindo desenhos-animados para o Brasil e Exterior.
Animador, escritor, designer, especialista em Arte Sacra, programador visual, consultor de Leis de Incentivo, webdesigner (Joomla), cineclubista e quadrinista.
Membro da ASIFA – Associação Internacional de Cineastas de Animação.
Fundador e presidente da SAL – Sociedade de Artes e Letras de São Gonçalo.
1- Obrigado pela
oportunidade cedida, Alexandre. Onde você nasceu e onde mora atualmente?
Agradeço a você, Leo, a oportunidade de mostrar um
pouco de minha vida para nossos amigos e fãs de nosso trabalho. Nasci e ainda
moro na mesma casa, em São Gonçalo, RJ. Sou "gonçalense da gema"!
2- Qual sua formação, Alexandre?
Leo, sou bacharel em Artes pela Escola de Belas
Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Meu curso, de Gravura, foi
criado por decreto do Rei D. João VI no século XIX. É o mais antigo curso de
Nível Superior do Brasil, junto com Pintura e Escultura. Além disso, tenho
alguns Cursos de Extensão Acadêmica e participei de vários outros para
aprimorar e atualizar minha formação. Fui ainda frequentador das aulas de
Mestrado em Artes Visuais na minha Escola.
3- Como surgiu o gosto pelo desenho?
Quando nasci (risos). Minha mãe dizia que eu já
rabiscava as paredes de casa quando usava fraldas! Só sei que era o melhor da
minha turma nas aulas de desenho artístico na escola, aos 4 anos de idade...
4- Quem são os seus ídolos (autores) no desenho?
Ih! São vários! Mas posso elencar alguns, como
Frank Frazetta, Alphonse Mucha, John Buscema, Moebius... Nos quadrinhos há Carl
Barks que desenhou o Pato Donald por vários anos (os Anos de Ouro), sou fã de
carteirinha do Super-Pato...
5- Como foi a sua infância? Do que mais gostava de
brincar?
Desenho, claro! Não era uma criança reclusa, mas
preferia desenhar a tarde toda a jogar bola todo o dia (a mesa de mármore
ficava manchada de tinta). Além disso, o conteúdo da televisão da época era
muito melhor do que temos hoje e os filmes eram muitas vezes inspiração para
meus personagens e suas histórias.
6- Quem eram os seus personagens e heróis
preferidos?
O Topo Gigio (famoso nos anos 1960 e 1970) o
Super-Pato (alter-ego do Pato Donald), as séries animadas de Herculóides,
Johnny Quest, Space Ghost... Havia os seriados de ficção científica
"Espaço 1999" (que revi atualmente) e os programas do Capitão Aza,
bem como o programa Clube do Mickey (uma das poucas vezes que viamos os
desenhos clássicos da Disney no Brasil). Até hoje sou fã do Pelezinho, do Maurício
de Souza...
7- Qual fábula infantil mais se identifica?
Para quem, como eu, leu toda a obra do "Sítio
do Picapau Amarelo" de Monteiro Lobato, essa é uma pergunta difícil.
Monteiro Lobato me mostrou um Brasil sertanejo bem de acordo com minha infância
em São Gonçalo. A identificação foi imediata. Não sei para as crianças que
moram em apartamentos, mas para minha infância Lobato falava a nossa língua.
Quando foi transmitida a série pela televisão nos anos 1970 foi ótimo para
todos nós. A partir de Lobato comecei a ler toda a literatura fantástica
brasileira, os contos, lendas, mitos, etc. Sugiro isso para todos: deixem as
telas e procurem os livros.
8- Fale um pouco pra gente sobre o Samuca e também
sobre os coadjuvantes Samuela, Saíra, Guiga e professor Tibaldo.
Mas não é Samuela, é Samira! (risos) É a
amiga-namorada-vizinha do Samuca. Eles vivem em Brejo Alegre e são praticamente
vizinhos de todos. As semelhanças entre os dois são tantas que dizem que
parecem irmãos. O Saíra é um pássaro brasileiro, com vocação de
esportista-marombador-radical. Esporte é com ele. O Guiga é um gorila
tranquilão, pacato, que se torna bom amigo quando precisamos de uma força. o
Professor Tibaldo é outro pássaro (um "papa-mosca real") que é
formado em várias áreas do conhecimento. Dizem que ele coleciona diplomas. Mas
é o cérebro da cidade. Vocação nata para o ensino e pedagogia.
9- Alexandre, você já teve alguma experiência
pessoal com sapos? Em quem se inspirou? Qual o seu personagem sapo preferido?
O Samuca foi inspirado não num sapo real mas num
sapo de pano e areia. Ninguém sabia disso até agora, mas era um sapinho que eu
tinha quando criança que seria utilizado como peso-de-papel mas se tornou meu
mascote. Os personagens-sapos que gosto são os da antiga série animada
"Cobra Azul" dos Estúdios Depatie-Freleng. O Sapo Kako do antigo
programa "Vila Sésamo" ("Sesame Street", nos EUA) era muito
legal também. Dos sapos atuais prefiro o Samuca! (risos)
10- Por que o nome Samuel/Samuca? Há alguma
característica nele em que você se identifica?
Inicialmente chamava-se Samuel, mas por sugestão
de Dona Lourdes (fundadora da Intercontinental Press - representante do
Garfield e do Snoopy no Brasil) ficou Samuca. Até ficou melhor, pois muitos
perguntavam se ele era judeu, pelo nome. Sabe, gosto do seu tino por aventura:
ele topa tudo, não tem medo de nada. Não quer dizer que não se dê mal, mas ele
"dá a volta por cima" e acho isso uma lição para todos.
11- Mesmo existindo outros personagens sapos
(Caco/Kermit [Muppets, de Jim Henson], Froggy (games), Naveen (A Princesa e o
Sapo [Disney]), Sapo Xulé [Tec Toy], além dos casais sapos de pelúcia, também
muito carismáticos, você acha que sempre vai existir repulsa aos sapos pelas
mulheres?
Acho que as mulheres hoje em dia nem sabem o que é
um sapo! (risos) Vejo a sociedade de hoje muito urbana. Se entrar um sapo em
uma casa, acho que elas colocam num vidro e tentam admirá-lo, pois não veem
natureza por perto...(risos) Mas nada disso: a arte é fazer de um animal um
bichinho fofo que possamos te-lo como mascote, como amigo. É fantasia.
12- O que você acha do quadrinho nacional?
Vejo o pessoal de minha idade um tanto atônito com
as novas tecnologias (nem tão novas assim, pois nem se usam mais disquetes) e
ainda procurando um local entre o clássico, o papel-e-lápis e as "nuvens
de informação e dados". Quanto aos novos desenhistas nada sabem do
clássico e querem fazer uma pichação na Internet. É como os pichadores que
sujam os muros porque não sabem grafitar mas querem fazer presença. Se os jovens
aprendessem as técnicas clássicas do desenho e fizessem divulgação na
"nuvem" seria ótimo para todos. Mas há grandes desenhistas que
entenderam isso, "coroas" e "guris", que fazem do quadrinho
nacional uma arte mundial.
13- As tiras do Samuca são publicadas e divulgadas
virtualmente e ele também já estrelou algumas de suas produções autorais. Há
algum novo projeto para inserção dos seus personagens no mercado de quadrinhos?
Pensamos em livros ilustrados com histórias do
Samuca para deleite dos seus fãs. Já houve pedidos nesse sentido. Dependendo da
história será ou uma história com ilustrações ou quadrinhos mesmo. Este ano
ainda teremos novidades do Sapo.
14- Alexandre, sabemos que você também é animador.
Quantos curtas metragens autorais já produziu? Quais os que mais gostou de
participar?
Ih, deixei de contar! Mas nossos fãs merecem uma
retrospectiva. Está em nossos planos para breve um DVD com a produção do
Estúdio Martins nestes últimos anos. Gostei muito de um trabalho que fizemos
para uma campanha do Canal Futura (canal 18, UHF, são Gonçalo e região) que se
entitulava "São Gonçalo Pra Frente". Consistia de animações de curta
duração dando lições de cidadania tendo ao fundo cenários de nossa cidade. Foi
a primeira produção audiovisual da região a usar cenários gonçalenses. Foi bem
divertido.
15- Você faz alguma pesquisa para compor os
movimentos e trejeitos de seus personagens?
Leo, o verdadeiro artista é na verdade um grande
observador. Os atores observam o mundo e as pessoas a sua volta e guardam em
suas memórias. Daí para fazer uma caracterização de personagem é um pulo. O
animador é o mesmo: em todo seu personagem tem algo que ele viu ou vivenciou em
sua vida cotidiana. Não precisa fazer pesquisa: a nossa vida já é um grande
referencial. Quem não viu alguém correndo atrasado para o ônibus e pensou que
fosse uma gazela? (risos)
16- O que você acha do mercado de animação no Brasil?
Você pensa em uma série animada para o Samuca?
O mercado brasileiro é imenso. É do tamanho de
nosso Brasil: continental. Com a transmissão via rede, mais e mais pessoas
buscam conteúdo. Hoje temos uma grande falta de conteúdo. Mas conteúdo
"com conteúdo", perdoe-me a redundância. Sei de muitos humoristas que
"fugiram" para a Internet pois não tinham espaço nas redes de TV. Há
canais populares no Youtube de humoristas brasileiros que tem mais
visualizações que muitos programas da televisão, aberta ou fechada. E tudo ao
alcance até de celulares. O problema está na falta de mão-de-obra qualificada.
Imagine isso: antigamente o problema era falta de dinheiro e excesso de
profissionais e e hoje em dia há dinheiro mas falta gente. Um paradoxo. O
Samuca por enquanto tem somente filmes autorais, mas a diversidade de canais de
mídia em locais de visualização como o Youtube, Vimeo e outros facilita a
produção de pequenos esquetes. Assinem o canal do Estúdio no Youtube e fiquem
antenados!
17- Você pretende ver seus personagens em produtos
licenciados, assim como a Disney e Turma da Mônica?
Licenciar seu personagem é o sonho de todo
animador ou desenhista desde que Walt Disney fez Mickeys de pelúcia nos anos
1930. Maurício de Souza construiu seu império a partir do licenciamento do
elefante Jotalhão para uma massa de tomate. Nossos personagens estão
disponíveis para um licenciamento. Nada há de mal nisso. A arte é feita para
embelezar ainda mais o Mundo.
18- Você tem algum ritual para se inspirar? Segue
alguma disciplina para cumprir seus projetos pessoais artísticos?
Minha inspiração vem até dormindo! (risos) Faz-me
falta um caderno de desenho ao lado todo o tempo. Anoto tudo e desenho tudo que
posso e penso. Já levei para casa toalhas de papel de restaurante com desenhos
de idéias minhas que fiz enquanto jantava. A minha disciplina é a máxima "nem
um dia sem uma linha", frase do escritor romano Plínio, que por sua
vez dizia que era a disciplina do pintor Apeles.
19- Você já teve algum momento de
"vazio"? Como faz para superar?
Já, sim. Foi nos primeiros tempos do Estúdio.
Nenhuma idéia vinha! Nada mesmo! Superei com a ajuda de Deus mesmo. Foi uma
graça divina: de repente voltei a desenhar qualquer coisa, as imagens vinham,
as idéias começaram a brotar de todo o lado e continua até hoje, graças a Deus.
20- Há alguma novidade que possa compartilhar
sobre o Samuca?
Uai! Já falei tantas! (risos) mas recomendo que
acompanhem nosso Twitter, nossas páginas (no Facebook e nossa oficial) e
assinem nosso boletim, o "Casa de Sapo". Assim não tem como não estar
atento à novidades...
21- Alexandre, você também é professor de desenho
e também já discipulou muitos animadores em suas produções animadas. Qual
conselho você daria para um ilustrador que pretende seguir na mesma carreira
artística?
Humildade e trabalho. Humildade para saber que sempre há os que sabem
mais do que ele e outros que tem mais experiência. Devemos sempre aprender,
mesmo com os erros dos outros. Humildade significa saber quem somos e qual
nosso lugar no mundo. Trabalho porque, segundo o inventor Tomas
Edison, "um gênio se faz com 1% de inspiração e 99% de transpiração".
Obrigado, Leo, pela oportunidade de falar com todos os amantes do desenho e da
arte. O Sapo Samuca manda um abraço!
Quer conhecer mais sobre o trabalho artístico de Alexandre Martins? Entre em contato com ele:
Facebook: Estúdio Alexandre Martins
Entrevista por Leo Vieira
terça-feira, 4 de junho de 2013
Um Gonçalense em Harvard
Seis estudantes de diferentes partes do país foram aceitos para as turmas que iniciam as aulas em agosto deste ano e terminam em 2017.
Para garantir uma cadeira em Harvard é preciso muito mais do que ser bom aluno. Nos Estados Unidos não existe vestibular, o processo ("application") reúne provas, cartas de recomendação, entrevista, redações e avaliação das atividades extracurriculares. Neste último quesito não faltou aos brasileiros boas histórias para contar e agradar o comitê de admissão.
Neste ano a Universidade de Harvard admitiu 2.029 estudantes de todo o mundo, o equivalente a 5,8% dos candidatos, ou seja, 35.023. Mais de 27% pretendem seguir na área de ciências sociais, 23% nas ciências biológicas, quase 18% nas humanidades, 15% em engenharia e ciência da computação, 9% nas ciências físicas, 7% em matemática, e o restante está indeciso, segundo a instituição.
A admissão não significa que os alunos estarão isentos das mensalidades. Por ano, o custo chega a ser de US$ 60 mil, cerca de R$ 120 mil. Paralelo ao processo de disputa da vaga, os candidatos precisam solicitar bolsas de estudo que podem até ser de 100%, mas é concedida segundo a condição socieconômica da família, e não por mérito do aluno. Harvard estima que cerca de 60% dos novos estudantes necessitem de alguma ajuda financeira para manter os estudos.
Renan Ferreirinha foi eleito coronel-aluno do
Colégio Militar do Rio de Janeiro (Foto:Arquivo pessoal)
Colégio Militar do Rio de Janeiro (Foto:Arquivo pessoal)
Renan Ferreirinha Carneiro nasceu em São Gonçalo e estudou por sete anos no Colégio Militar do Rio de Janeiro. Lá, quando concluiu o ensino médio no ano passado, assumiu o posto de coronel-aluno cuja missão era de comandar o batalhão escolar composto por 2.000 estudantes. O cargo foi resultado de um histórico escolar impecável, entre outros critérios.
Renan não é filho de militares, a mãe é professora de matemática da rede municipal de São Gonçalo e o pai contador, mas entrou na escola em 2006 após ser aprovado em um concurso que fez incentivado por um tio que é militar. Para o estudante, as atividades de liderança no colégio o ajudaram a conquistar a tão sonhada vaga em Harvard. Ele também foi aceito em outras sete universidades importantes, como Brown, Columbia, Princeton e Yale.

Estudei sete anos em uma escola de ponta, me sinto na obrigação de retribuir isso para outros jovens para que tenham oportunidades similares ou até melhores"Renan Ferreirinha, de 19 anos
Outro ponto positivo da candidatura de Renan foi o trabalho voluntário no Complexo Lins, Zona Norte do Rio. Na comunidade, ainda não pacificada, ele, o primo e uma amiga canadense dão aulas gratuitas de inglês para as crianças todos os sábados. A atividade está ligada ao grupo Solidariedade em Marcha (Somar) onde atua há mais de dois anos.
No futuro, Renan quer trabalhar com gestão pública e educação no Brasil. Para isso pretende estudar economia e ciências políticas. “Estudei sete anos em uma escola de ponta, me sinto na obrigação de retribuir isso para outros jovens para que tenham oportunidades similares ou até melhores. Acredito muito na minha geração, gosto de uma frase que diz ‘nada deve parecer impossível de mudar’”.
fonte: http://g1.globo.com/educacao/noticia/2013/04/harvard-admite-numero-recorde-de-estudantes-brasileiros-para-graduacao.html
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