sábado, 3 de março de 2018

Melancolia e saudade, tristeza profunda e saudosismo


Melancolia e saudade, tristeza profunda e saudosismo


Tristeza profunda não combina com espiritualidade.  Melancolia também não.  Há que se ter a diferença entre esses dois estados de ânimo, em geral negativos, e a pura e simples saudade ou o inofensivo, em grande parte das vezes, saudosismo.
O abatimento físico e mental característico da melancolia não permite o desenvolvimento de atividades meditativas e/ou de oração.  Não permite uma interiorização maior nem uma contemplação produtiva.  Também a agitação psicomotora não permite estas atividades de espiritualidade necessárias a qualquer ser humano.  Os prazeres da vida não podem ser apreciados devidamente pelo melancólico porque perdeu a ponte entre o relacionamento social e o gozo emocional, intelectual ou físico.
A tristeza profunda ou depressão também é impedidora da experiência espiritual plena e, às vezes, até de qualquer experiência espiritual...  Mas não quer dizer que seja impossível; sendo esta matéria para os psicólogos.  O que pretendo pontuar é que a experiência de espiritualidade efetiva não deixa brecha para a melancolia ou a tristeza profunda, invertendo a questão...  Orar ou meditar, praticar mantras ou ler textos religiosos edificantes em lectio divina pode trazer mais do que benefícios para a alma ou o espírito, mas também para o ânimo ou o estado de espírito – o próprio nome já diz.  Não é à toa que as psicoterapias atuais caminham par e passo com a física quântica, filosofias espirituais e religiões.  Nada vem por acaso ou separado no organismo humano...
A saudade, essa falta de algo que ocorreu no passado de alguém que lhe deixou impressões fortes, duradouras e trouxe prazer de algum modo, a ponto de ser lembrado e desejado novamente, não é impedidor de nenhuma atividade espiritual.  Assim como o saudosismo também não.  A falta de algo que nunca se vivenciou realmente na vida, não mostra nem demonstra nenhum problema com a espiritualidade e nem com a possível evolução da espiritualidade na vida de alguém.
Apenas devemos salientar que o satori deve ser ignorado para quem foca sua espiritualidade na obtenção da iluminação.  O satori é um vislumbre, um flash momentâneo da experiência iluminadora, mas não é efetivamente isto, e pode criar um impedimento futuro a essa iluminação verdadeira.  Não devemos nos contentar com nada menos do que a transcendência completa, o Todo.
Sendo assim, tristeza e melancolia são negativos e a saudade e o saudosismo são indiferentes para o trabalho espiritual até onde posso ver.  Gerar um terreno apto à evolução humana e divina concomitantemente é observar o que pode e o que não pode ocorrer no nosso cotidiano, o cotidiano do buscador.  Paz e luz.

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)



Leia mais: https://www.divulgaescritor.com/products/melancolia-e-saudade-tristeza-profunda-e-saudosismo-por-mauricio-duarte/

sexta-feira, 2 de março de 2018

Antologia Mundo das Poesias

Agradeço ao amigo poeta Adriano Ferris Antologias a organização de tão prestigiada publicação: Antologia No Mundo das Poesias que eu, Mauricio Duarte, participo como poeta.






Alguns poemas que estão no livro:


Seis da tarde
Bateram os sinos na hora
da Ave-Maria e os meus
dentes rangeram porque os
tempos são de morte e não
porque nalgum canto obscuro
da minha alma eu me tenha
ressentido, não, esse perigo
não existe mais, mas às seis
da tarde, os tempos são de
morte; minha cabeça dói.
Só esses loucos é que sabem...
Bateram os sinos naquela
hora dos culpados e dos
que culpam e a minha voz
era rouca, a lágrima caía,
meus olhos, inundando os
mares do meu rosto; sem que
eu pudesse dizer nem ao
menos: deixe-me, deixe-me.
Em si, fora da morte, sangue,
carne; minha cabeça dói.
Só esses loucos é que sabem...
Bateram os sinos no fim
daquela tarde e o sol
purgava os sons da tristeza,
que vinham ao encontro da
nossa santidade ou do
que de diabólico temos.
Não faz diferença, por mim,
por ti, por todos nós e almas
do purgatório, clamam, enfim,
assim; minha cabeça dói.
Só esses loucos é que sabem...
Mauricio Duarte




Contexto
Colhi a fruta do desespero
e sorvi seu néctar amargo,
que pareceu doce naquele
tempo porque era do contexto...
Dormi o sono do esquecimento
e sonhei o sonho desses livres
que nunca foram; se contentam
com o futuro por não terem
presente nenhum, nada resta...
Esperei a chegada da vida
e não vi quando o tempo passou
e a vida se esvaiu nos meus
dedos como areia da praia num
instante deste sol, céu e mar...
Desci aos porões das catacumbas
dos presos políticos e
muitos outros, muitos, deveras,
que quase me fizeram crer
na injustiça como verdade...
Colhi a fruta do desespero
e sorvi seu néctar amargo,
que pareceu doce naquele
tempo porque era do contexto...
Mauricio Duarte

domingo, 25 de fevereiro de 2018

Gil de Siloe

Gil de Siloe     
Morto em cerca de 1505



Um escultor que trabalhou em mármore e alabastro com grande delicadeza

Todos os tipos de mistérios cercam as origens, datas e a vida do escultor gil de Siloe, que não foi apenas um dos maiores artistas da última meia era na Espanha, mas foi também o pai de Diego de Siloe.  Este último iniciou uma época notável no período da Renascença, dentro da história da arte espanhola.
É quase certo que o estilo de Siloe estava completamente formado quando em 1475 ele apareceu rapidamente em Burgos, então uma cidade de considerável vigor.  Supostamente foi por essa época que o escultor começou a sepultura do bispo Dom Alonso de Cartagena na catedral, um trabalho importante, mas não tão expressivo do seu estilo como os últimos trabalhos.  Em 1486 ele trabalhava na sepultura de João II e Isabel de Portugal, e de 1489 a 1493 na sepultura do Infante Dom Alfonso, ambas comissões, tendo sido executadas no Monastério Cartuxo de Miraflores,  próximo de Burgos.  De 1500 a 1503 ele foi empregado na sepultura do Pajem Dom Juan de Padilla para o Monastério de Fres de Val.  A data exata da sua morte é desconhecida, mas foi provavelmente em Burgos, cerca de 1505.
De Siloe possuía uma técnica espantosa.  Ele se deliciava em devotamente representar a joalheria, o bordado e outros ornamentos no vestuário das pessoas que ele imortalizava.  Seus minuciosos detalhamentos contrastavam com a suavidade e a tensão das faces e a elegância das mãos.

(Livre tradução do livro The Book of Art . German and Spanish . Art to 1900 . Enciclopédia ilustrada de pintura, desenho e escultura . Editado por Dr. Horst Vey e Dr. Xavier de Salas . 1967)

Imagem:
Dom Juan de Padilla . da sua sepultura
Gil de Siloe
1500 -1503
Alabastro
25 ¼ X 13 ¼ polegadas
Burgos, Museu Arqueológico


Minha participação no Apogeu Poético Festivo da AVL

Minha participação no Apogeu Poético Festivo da AVL em homenagem ao Patrono poeta António Aleixo . 



Academia Virtual de Letras
Patrono: Paulo Coelho
Acadêmico: Mauricio Duarte
Cadeira: 18

Apogeu Poético em Homenagem ao Patrono da AVL António Aleixo

Expropriação ou roubo?

Não é justo
o que vivemos
todo dia...
Estado que não é nação,
crianças passando fome,
drogadição em massa,
ilusão capitalista,
valores corrompidos,
doenças e epidemias,
balbúrdia, enfim.

Mas nunca.
Nunca será correto
roubar...
Tenha o nome que tiver.

Não é justo
o que vivemos
todo dia...
Corrupção,
despreparo policial,
crimes, assassinatos,
falta de serviços,
má utilização
da gestão pública...
desordem, enfim.

Mas nunca.
Nunca será correto
roubar...
Tenha o nome que tiver.

Não é justo
o que vivemos
todo dia...
Desigualdade social,
opulência de falsas elites,
descaso com o
dinheiro público,
estelionato social,
insegurança institucional,
caos, enfim.

Mas nunca.
Nunca será correto
roubar...
Tenha o nome que tiver.

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)