Sociedade civil de artistas e literatos de São Gonçalo
terça-feira, 11 de março de 2014
segunda-feira, 10 de março de 2014
Por Que Toda Leitura é Necessária?
A
falta de atenção na carreira literária é grande e frequente. Quem nunca se
distraiu
e se perdeu em uma pesquisa ao analisar uma bobagem na internet? Isso acontece
com todos. Seja uma piada, ou imagem engraçada, ou curiosidade, ou cultura inútil,
entre outras coisas. As redes sociais se tornaram a maior inimiga do leitor virtual
e mais ainda do escritor.
Quando
for estudar no computador, e tiver a necessidade de fazer eventuais consultas na
internet, não deixe as páginas sociais abertas. Senão o seu desempenho pode
ficar reduzido absurdamente.
Se
você for escrever, também faça o mesmo. Se surgir algum link notável, salve-o
para consultar depois. Mas se você não resistir, aprenda a se policiar com
pequenas regras e metas para concluir seus objetivos literários.
Mas
afinal, essas bobeiras são nocivas? Depende muito, porque tudo em demasia é ruim.
Mas posso dizer que para um escritor, uma leitura ruim pode ser boa.
Todo
leitor, por mais acadêmico e refinado que seja o seu gosto, vai gostar de ler umas
inutilidades e serão exatamente essas palhaçadas que irão dar corda em suas ideias.
É igual em uma sopa, onde vamos escolhendo os melhores legumes, removendo as cascas,
folhas, sementes e partes ruins. Muitas ideias originais surgiram em momentos
ociosos. A mente humana precisa estar entretida para produzir novidades agradáveis.
Nesta
mesma linha de raciocínio, não vamos questionar, criticar e/ou oprimir quem compartilha
certas bobeiras nas redes sociais. É claro que tudo tem um certo limite, mas
vamos ter o bom senso e mensurar as coisas boas de cada um, seja como for.
Leo Vieira
Breve História da cidade de São Gonçalo
Alexandre Martins*
Em
1502 foi descoberta a Baía de Guanabara e, em decorrência, suas regiões.
A chamada Banda D'Além tinha uma sesmaria, a de São Gonçalo, parte da
Capitania de São Vicente.
Foi o
viajante francês Jean Lery quem, em 1557, fez a primeira referência
escrita que se conhece, às terras do hoje município de São Gonçalo. Em
seu livro “Viagem às terras do Brasil” ele comenta que encontrou aldeias
indígenas Tupis em torno da baía que nós hoje chamamos de Guanabara e
localizada a Ilha de Itaoca, como o ponto de uma delas. 1
A
Sesmaria de São Gonçalo compreendia o espaço o que hoje seria da Praia
de Icaraí à Praia da Luz. Seu desbravamento se deu pelos Jesuítas, que
construíram portos e fazendas. À época existiam poucos habitantes
nativos, como os índios
É,
pois, em abril de 1579 que se tem o início da história de São Gonçalo. A
paróquia data dee 10 de fevereiro de 1646, bem como a transformação da
sesmaria em Frequesia.
Gonçalo
Gonçalves, “O Velho” é considerado o primeiro donatário da Sesmaria que
deu origem à atual cidade, cuja carta de doação data de 6 de abril de
1579 de terras “com mil braças de largo e 1500 de comprido, em Suassunhã
do Porto de Birapitanga”. Fidalgo natural de Amarante, região do Minho,
em Portugal, morava no Rio de Janeiro. De posse da terra, erigiu a
igreja de São Gonçalo do Amarante, às márgens do Rio Imboaçu, aonde hoje
está a igreja matriz. O povoado surge em seguida, onde hoje é o bairro
do Zé Garoto.
Revolta
da Cachaça é o nome pelo qual passou à História do Brasil o episódio
ocorrido entre final de 1660 e começo do ano seguinte, no Rio de
Janeiro, motivado pelo aumento de impostos excessivamente cobrados aos
fabricantes de aguardente. Também é chamada de Revolta do Barbalho ou
Bernarda. Governava o Rio de Janeiro, Salvador Correia de Sá e
Benevides, no início de 1660. Produtores da região norte da Baía da
Guanabara, então Freguesia de São Gonçalo do Amarante (atuais municípios
de São Gonçalo e Niterói) rebelaram-se contra a taxa.
Durante
seis meses houve reuniões na fazenda de Jerônimo Barbalho Menezes de
Bezerra, na Ponta do Bravo (atual bairro do Gradim, em São Gonçalo).
Na
madrugada de 8 de novembro de 1660, liderados pelo fazendeiro, os
revoltosos atravessam a baía, convocando o povo da cidade pelo toque de
sinos a reunir-se diante do prédio da Câmara. Totalizavam 112 senhores
de engenho, 10 de São Gonçalo, que exigiam o fim da cobrança das taxas,
bem como a devolução daquilo já arrecadado. Tomé de Sousa Alvarenga, tio
do governador e em exercício durante sua ausência. Alvarenga foi
enviado para Portugal junto a uma lista de acusações contra sua família,
então poderosa. Salvador de Sá organizou uma tropa de paulistas. O Rio
de Janeiro foi atacado de surpresa, na madrugada de 6 de abril. As
tropas baianas vieram pela praia, enquanto Salvador de Sá invadia com os
seus pelo interior. Apanhados de surpresa, os revoltosos não opuseram
resistência.
Aprisionados
os líderes, foi montada uma corte marcial que condenou os rebeldes à
prisão. Jerônimo Barbalho, único condenado à morte, foi decapitado e sua
cabeça afixada no pelourinho.
O
Conselho Ultramarino, porém, deu razão aos rebelados. Salvador de Sá foi
afastado de suas funções e teve de responder em Portugal por seus
excessos. A família Sá, descendente do ex-governador-geral Mem de Sá e
do fundador da cidade do Rio de Janeiro, Estácio de Sá, perdeu prestígio
e a grande influência que até então conseguira manter. Os rebeldes
condenados foram libertados.
Em
1749 foi criada a Estrada Real (atual rua Moreira César) ligando Niterói
a Alcântara. À época o trajeto era feito por embarcações do Porto de
Niterói para os portos de São Gonçalo (Ponte, Luz, Neves, Bandeira e
Lira) e a ligação com o Rio de Janeiro se dava tembém por esses portos.
Com a
criação, em 21 de junho de 1769, da Freguesia de Paquetá, esta é
anexada a São Gonçalo, sendo anexada finalmente pelo Rio de Janeiro
somente em 1833.
Em 1779, São Gonçalo contava com 23 engenhos de açúcar, com 952 escravos numa população de mais de seis mil habitantes.
Em
1780 recebeu as primeiras mudas de café, oriundas de Belém, no Pará.De
São Gonçalo, expandiu-se para todo o Estado do Rio e para o Vale do
Paraíba.
Em
1819 é criada a Vila Real de Praia Grande e São Gonçalo é anexada junto
com outras freguesias. Em 1834 é denominada Cidade de Niterói e, em
1835, é elevada a capital do Estado do Rio de Janeiro.
Em
1847, o Imperador D. Pedro II visita São Gonçalo pela primeira vez,
hospedando-se na sede da Fazenda do Jacaré (atual bairro do Patronato).
Em
1860, possuía São Gonçalo 30 engenhos de cana e 10 fornos de cerâmica,
exportando seus produtos pelos portos de Gradim, da Pedra, Maruí, Neves,
Guaxindiba, da Madama, da Ponte, da Luz, do Rosa e Boa Vista.
Em
1890, foi São Gonçalo a sede da primeira Região Policial do Estado do
Rio, conseguindo ainda, aos 22 de outubro, seu desmembramento de
Niterói. Em 1899 é inaugurado o primeiro prédio da Prefeitura, no mesmo
local atual, embora seu primeiro prefeito, Cel. Ernesto Francisco
Ribeiro, tenha somente sido nomeado em 1904. Em 1922, São Gonçalo é
reconhecida oficialmente como cidade.
Em
1943, o distrito de Itaipú é cedido para o município de Niterói e São
Gonçalo deixa de ter sua ligação com a Costa brasileira.
Não
somente o Imperador e a Princesa Isabel, mas Presidentes do Brasil
visitaram São Gonçalo, como Getúlio Vargas em 1943 e Juscelino
Kubitschek em 1956.
Os
primeiros bairros de São Gonçalo tiveram origem das fazendas de cana de
açúcar que foram loteadas no início do século XX, daí muitos terem seus
nomes, como Trindade, Itaúna, Colubandê, etc. Outros, pelos portos que
existiam no local, como Porto Novo, Porto da Madama e outros.
Muitos
brasileiros importantes nasceram em São Gonçalo, como o Conde
Baurepaire Rohan, construtor do primeiro Plano Diretor da cidade do Rio
de Janeiro; Orlando Rangel, introdutor da Indústria Farmacêutica no
Brasil; dentre outros.
* * *
(*) empresário cultural, Presidente-fundador da SAL.
1- O termo tamoios
se refere a uma aliança de povos indígenas do tronco lingüístico tupi
que habitavam a costa dos atuais estados de São Paulo (litoral norte) e
Rio de Janeiro (Vale do Paraíba fluminense). Esta aliança, liderada
pela nação tupinambá, congregava também os guaianazes e aimorés.
Portanto "tamoio" não se trata de um etnônimo, ou seja, de uma tribo
ou nação indígena específica. O termo "tamoio" vem "tamuya" que em
língua tupi significa "os anciãos". A aliança de tribos, conhecida como
Confederação dos Tamoios, foi motivada pelos ataques dos portugueses e
mestiços que procuravam capturar escravos entre os indígenas para
trabalhar nas primeiras plantações de cana-de-açúcar. Por décadas, os
Tamoios foram a única resistência organizada contra a colonização
portuguesa.
terça-feira, 4 de março de 2014
Compondo
Até
onde vai o limite de um escritor? Você poderia responder? Você poderia se
classificar?
Será que você poderia se definir até onde pode ir na escrita? Se você ainda
está pensando, desista! Um escritor não pode se reter no processo criativo.
Escrever
é uma aventura cansativa, porém gratificante. É um momento em que você define
um mundo ainda bruto e desconhecido, onde através de suas palavras e
criatividade, irá dar forma e transformar o enredo, com beleza e graça. A suavidade
e sabedoria na escolha do momento certo de usar as palavras farão que você se
torne um bom guia de mais uma esplendorosa experiência literária, seja ela um
texto curto ou um romance.
O
experimento é o primeiro passo para a construção do enredo e argumento. A
partir daí, você passará a tecer o caminho da aventura. Você precisa sentir a
obra que irá apresentar.
E o
processo criativo para uma música? Será que você se sente capaz para compor?
Não
titubeie na resposta! Todo escritor compõe. A música está por toda a parte e tudo
é um processo criativo que precisa ser desenvolvido através do treino e da prática.
As
músicas, assim como qualquer outro texto precisam de motivo e conteúdo para existirem.
Não crie música somente pela rima, ou a mesma poderá ter vida vaga e curta.
É
preciso saber algum instrumento musical para compor? Se souber, melhor. Um
violão ou piano ajudam bastante. Se souber cifrar (desenhar notas musicais
junto à letra), melhor ainda. Mas isso se desenvolve com o tempo e interesse.
Prepare
o gravador (do celular ou do PC), o papel, lápis, borracha, o violão (se
preferir)
e mãos à obra!
MELODIA:
Se
não quiser fazer com nenhum instrumento (o que eu particularmente, até acho
mais prático), se concentre nas notas musicais. Escreva os sons no papel e
toque com o lápis, fazendo a leitura das notas. Não tenha pressa. A melodia irá
começar a nascer disformemente. Daí você vai observando até que o som vai começar
a ficar mais "digerível". O trecho que você mais gostar, selecione e
grave. A partir dele, você poderá desenvolver o refrão. E nele você esticará a
introdução, a harmonia, o ritmo, o andamento, o refrão e o desfecho.
Com
a melodia pré-definida, você já tem uma base para inserir a letra.
LETRA:
A
composição geralmente é um conto ou crônica. Nem sempre é um poema, porque ele
não pode ser muito limado nas estrofes. Compor uma letra musical é o momento de
por melodia em uma história com conteúdo e rimas.
Geralmente
terá duas estrofes, cada uma com quatro versos (linhas). A primeira estrofe é a
introdução, com uma boa apresentação da história. A segunda é um gancho para
conduzir a melodia para o refrão, que também pode ser uma estrofe com quatro linhas
ou até mesmo três, com a última com um verso mais longo (sugestão).
O
refrão é muito importante porque é o momento em que a energia musical será mais
potente. É o momento do ápice da apresentação. Também é com a melodia do refrão
que se esboça a introdução musical e até mesmo se escolhe os instrumentos mais compatíveis.
Depois, é só fazer a segunda parte da letra (que geralmente tem o mesmo
refrão).
E
não é só isso. Revise, treine, cante, reescreva, grave e ouça o resultado.
Depois é só levar a melodia cifrada (se não souber, encomende o serviço a um
profissional) para registro. Grave em estúdio também (com banda), se preferir.
Já
imaginou compor uma música para cada livro? Ou quem sabe para cada capítulo
e/ou personagem? O que acha de lançar o CD oficial do livro?
Tudo
é válido para uma mente criativa bem desenvolvida. O processo para aprimoramento
é o mesmo de um romancista: muita leitura, pesquisa, treino e amor pela arte.
Leo Vieira
sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014
A família Conceição e a história de uma Ferrovia
Alex Wölbert*
A relação de amor entre o senhor Antenor da Conceição e a Estrada de Ferro Maricá (EFM) começou cedo. Com apenas 22 anos, foi trabalhar como conservador de via permanente, contou com orgulho e nostalgia para nossa reportagem – os olhos marejados de lágrimas – sobre os bons tempos na ferrovia.
Antenor da Conceição nos revela a história do menino que não tinha grandes aspirações de ser um médico ou engenheiro. Porém, seu maior sonho era de ser coveiro no funcionalismo público. A vida do jovem Antenor despontava em Saquarema, no ano de 1936, enquanto a da EFM já estava a pleno vapor: era responsável pelo transporte de grande quantidade de sal vindo da região dos lagos e, principalmente, da grande quantidade de laranja que fez do município de São Gonçalo um dos principais exportadores da fruta. A rede ferroviária também foi responsável pelo crescimento do núcleo urbano de Maricá, pois era o mais eficiente meio de transporte. Como consequência, ruas surgiram em torno da estação, resultando no aparecimento de diversos estabelecimentos comerciais. Eduardo Rodrigues de Figueiredo relata no Anuário Geográfico do Rio de Janeiro, de 1952, a dificuldade demográfica de Maricá: “Não há no Estado do Rio de Janeiro município que, devido ao seu sistema orográfico, esteja mais isolado do restante de seu território do que Maricá”. Financiada em 1888, principalmente por proprietários rurais como José Antônio Soares Ribeiro, o Barão de Inohan, sem nenhum ônus para os cofres públicos, o primeiro trecho da estrada foi iniciado ligando Alcântara a Rio do Ouro, passando por Sacramento e Santa Isabel.
Antenor nos recebeu nessa mesma estação de Santa Isabel, sua residência, onde desde 1970 vive com sua esposa, Maria Inês, e seus 3 filhos: Regina, Ronildo e Raquel – todos criados graças ao seu salário de ferroviário. Mesmo acamado devido uma enfermidade, um sorriso jovial ainda enfeita seu rosto e – com a alegria do menino sonhador de Saquarema – nos contou sobre seu trabalho na estrada de ferro. Sempre preocupado em manter a história, preservando as características do lugar, quando questionado do motivo de sua luta para manter a arquitetura da época, explicou: “Esse lugar não é meu e devo mantê-lo. Estou aqui justamente para preservá-lo e não acabarem com esse patrimônio que guarda muitas memórias de nosso Município”.
O destino sempre amarrou a história de Sr. Antenor à estrada de ferro Maricá. Mesmo noivo e nos preparativos de casamento, os olhos de Antenor cruzaram com os da menina Maria Inês, filha do feitor a quem era subordinado. Essa historia de amor perdura até hoje. Fomos testemunhas do carinho e atenção daquela menina, hoje uma senhora de fala mansa e passos calmos, mas uma guerreira para defender sua família.
Quando indagado pela nossa reportagem sobre o que mais o marcou em sua carreira como ferroviário, o Sr. Antenor, sem falsa modéstia, diz que era sua agilidade no serviço. Por causa dessa qualidade, sempre era chamado para trabalhos de emergência. Contou que às vezes, três funcionários não davam conta do serviço e ele era chamado pelo encarregado para dar uma “forcinha”. Ao chegar, os outros funcionários desapareciam e ele desenrolava o serviço com a maior facilidade. Sr. Antenor era, como se diz popularmente, “pau pra toda obra”. Quando a linha enchia de capim alto, dificultando a visibilidade do maquinista, quase sempre resultando no atropelamento de gados pastando, ele era chamado pelo supervisor para capinar.
Num momento da entrevista notamos uma tristeza no olhar do Sr. Antenor. Foi exatamente quando fala do fim da estrada de ferro pela justificativa de não dar lucro. Ele informa que, além de ter bastante volume de carga e passageiros, muitas pessoas precisavam do trem. O senhor Antenor lamenta o não aproveitamento de nenhum trem que circulava na linha. Todos foram enviados para a siderúrgica em Volta Redonda.
A toda hora vivemos a história. Algumas delas se entrelaçam no meio do caminho, como a da família do Sr. Antenor e a EFM. Preservar as memórias da história de São Gonçalo é valorizar nosso passado e compreender nosso presente para a construção de um futuro melhor.
(*)Nascido
lá do outro lado da poça no bairro da Penha. Criança começou a se
interessar por tecnologia e quando não dava curto na casa dos pais,
ajudava a vizinhança e familiares consertando um rádio aqui uma TV ali.
Formou-se em tecnologia pela UERJ, casou-se com a guerreira niteroiense
Aline Lucas e mudou-se de mala e cuia para São Gonçalo com a sua filha
Victoria. Apaixonado por história, ação social e principalmente pela
cidade de São Gonçalo, começou a escrever crônicas para diversas mídias.
Hoje divide seu tempo entre empresário de Tecnologia da Informação e o
Projeto Recicla Leitores (www.reciclaleitores.com.br), um projeto de
incentivo a leitura que toca junto com a sua família.
Alex Wölbert também é membro do Rotary Club São Gonçalo.
quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014
Por que é Bom Escrever de Madrugada?
É
muito comum na vida de um leitor e/ou escritor ocorrer as conhecida insônias
por conta do texto que está lendo, revisando ou escrevendo. Um escritor sempre
perderá a noção do tempo durante as suas imersões literárias.
Mas
por que será que a madrugada é um período tão apreciado? Muito simples: a madrugada
é praticamente o ápice para que o cérebro possa trabalhar e desenvolver o senso
criativo. É nesse momento que temos os sonhos mais absurdos e inimagináveis.
Mas
nem sempre nos lembramos deles quando acordamos, exatamente pelo fato da madrugada
ser o momento de relaxamento total das ideias. Outro fator que torna a
madrugada especial é o silêncio. Quando estamos sem barulho por perto, temos
mais capacidade para raciocinar e também nos distraímos muito menos.
Durante
o dia, armazenamos informações, imagens, vozes, fisionomias, momentos notáveis,
melodias, entre outras preciosidades sem muita importância no momento. De madrugada,
quando o corpo começa a se desligar da realidade para o merecido descanso, a
mente começa a se agitar e trazer à tona todas essas informações de forma
intensiva e até descontrolada. A situação chega a ser incômoda, como um peso de
consciência. O momento especial em que você se torna cúmplice de suas ideias apresentadas
no papel. Aprecie esse momento porque a noite será longa, coroando mais um dia
que valeu a pena.
Só
pra ressaltar; esse texto também foi escrito em uma madrugada.
Leo Vieira
segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014
Jurubaíba é gonçalense?
Alexandre Martins*
Em
grande “sacada” editorial, o jornal Extra descobriu o filão do
município de São Gonçalo e criou um tablóide anexo a sua edição das
quintas-feiras, o Extra São Gonçalo. À guisa da outra boa sacada dos
jornais de bairro criados pelo seu irmão rico, o jornal O Globo (o Extra
pertence às Organizações Globo) o “jornal das classes D e E” se
surpreendeu com o esgote da tiragem inicial que continha o suplemento.
Ponto
para o jornalismo do Recôncavo da Guanabara que percebe que “São
Gonçalo não é Niterói”. Mas o que poderia ser um golaço, teve pênalti:
uma matéria elegia a Ilha de Jurubaíba como pertencente a São Gonçalo.
Vou explicar a confusão.
O
nome do arquipélago das Jurubaíbas - contração do tupi yurú (boca,
trago, bocado); bá, alt. de mbae (coisa, objeto) e ahyba (má, ruim, que
não presta - ibá é "árvore") - seria algo como "boca da coisa má". Na
gíria popular, "coisa-má" é o demônio, o capeta. Literalmente, "Boca da
Coisa-má", isto é, "Boca do Demônio, do diabo". Por tradução, deu nome à
Ponta da Coisa-má, situada ao Sul da ilha do Governador. Suponha-se que
este nome é originado pela formação do arquipélago das Jurubaíbas,
talvez perigoso para a navegação. Duas são as ilhas deste nome:
Jurubaíba de Cima e Jurubaíba de Baixo. Situado no extremo Leste do
município do Rio de Janeiro. (1)
Em
2004, em esforço da Secretaria de Turismo de São Gonçalo, foi feito um
relatório da oferta turística da cidade, tendo em vista uma possível
propaganda perante os órgãos de turismo do Brasil e do exterior. Veja o
texto introdutório:
“O
presente relatório apresenta o Inventário da Oferta Turística do
Município de São Gonçalo, realizado pela Secretaria Municipal de
Esporte, Lazer e Turismo do Município em parceria com o Curso de Turismo
das Faculdades Paraíso.
A
iniciativa partiu do então secretário, José Antônio Ferreira Machado,
visando adquirir informações da oferta turística local, condição
necessária para que os membros do Conselho Municipal de Turismo possam
definir os aspectos positivos e negativos do turismo local e desenvolver
estratégias que proporcionem o desenvolvimento sustentável do turismo
municipal.
A
metodologia adotada para a realização do trabalho baseou-se na proposta
elaborada pelo Empresa Brasileira de Turismo - EMBRATUR, com as devidas
atualizações e adaptações à realidade da região. O trabalho foi
desenvolvido no decorrer de quatro meses (julho a novembro) dividindo-se
em duas etapas: a primeira refere-se à pesquisa de gabinete; e a
segunda a estudos de campo. Ressaltamos que as informações aqui contidas
referem-se ao período corrente e devem ser atualizadas na medida em que
a realidade da oferta turística local sofrer alterações. Cabe
esclarecer que, em alguns casos, a pesquisa foi prejudicada pela
ausência de pessoas responsáveis nos locais, capazes de dar informações
completas sobre o item em avaliação.”
A
pesquisa foi assinada por Luciana Alves, Shana Daniela e Priscila
Morela, do Curso de Turismo das Faculdades Paraíso em novembro de 2004.
O
Inventário da ilha é bem coordenado e dá detalhes sobre Jurubaíba:
perto da Ilha Redonda, distante 2 milhas náuticas do bairro do Gradim
(3,704 Km), é propriedade pública, administrada pelo Ministério da
Marinha, visitada por turistas munícipes vizinhos ao Estado do Rio,
possui uma área de aproximadamente 20 Km2. A ilha possui uma vegetação
de plantas: epidentro, cacto, palmeiras imperiais, bromélia,
orelha-de-onça, Maria-mulata, anêmona, carrapatinho, rabo-de-rato e
bailarina; e com uma fauna de animais invertebrados: ouriço-do-mar,
ostras e sucuri-coral. Não há população insular. (2)
Em
lamentável falha da equipe, não foi consultada a Lei Orgânica do
Município do Rio de Janeiro na qual a Ilha de Jurubaíba - ou melhor,
todo o Arquipélago das Jurubaíbas - é parte do território municipal da
capital do Estado. (3)
Esta pequena falha deve ter dado origem à grande propaganda deste “ponto turístico gonçalense”. Não se sabe como.
Mas
a cidade ainda possui nove ilhas, como Pontal, Carvalho, Flores,
Itaoquinha... algumas muito importantes na história local. Por exemplo,
Itaóca (a grande) é um local quase inexplorado, com Mata Atlântica
original e espécies nativas que conseguiram sobreviver a loteamentos
desordenados. Foi nessa ilha que a famosa Maria Graham desembarcou para
hospedar-se na Casa Grande da Fazenda da Luz. É nessa ilha que existiam
(?) sambaquis – restos de conchas e materiais arqueológicos.
Mas
a ilha de Jurubaíba é importante para os cinéfilos, pois foi uma das
locações do filme “Onde a terra acaba” (1933), produzido pela Cinédia,
dirigido por Octávio Mendes (4).
Pena
que a cidade de São Gonçalo não possua documentação adequada a sua
história e que seja disponível a interessados no assunto. Sem estas
referências, tais equívocos irão sempre se repetir e causando confusão
no povo, envolvendo profissionais e instituições.
Cabe
a cada um de nós, que possamos ter algo de contribuinte para este
mosaico gonçalense, que façamos a nossa parte divulgando aquilo que
saibamos. Só então ocorrerá a melhoria do lugar aonde vivemos. Todos
sairemos ganhando...
Saudações papagoiabas !
(*) empresário cultural, presidente da SAL. Artigo de 20/9/2010
______________________________________________
(1) – Disponível em http://www.cibg.rj.gov.br/detalhenoticias.asp?codnot=134&codman=28 Acesso em 31/10/2007
(2) – Disponível em http://www.semeltur.com.br/inventarioturistico/html/index.htm acesso em 31/10/2007
(3)
– Lei Orgânica do Município do Rio de Janeiro. SEÇÃO I - Dos Limites e
da Divisão Administrativa - SUBSEÇÃO I Da Localização e Linhas
Divisórias § 1º - Incluem-se no território do Município as ilhas
oceânicas, costeiras e lacustres sob seu domínio na data da promulgação
desta Lei Orgânica e especialmente as Ilhas (...) de Jurubaíba (...)em
frente à Ilha do Mestre Rodrigues; ©2002 - Câmara Municipal do Rio de
Janeiro.
Disponível em http://cmrj3.cmrj.gov.br/ofc/mrj/opi/lomrj/tit02.htm acesso em 31/10/2007
(4)
– Cinemateca Brasileira. Disponível em
http://www.cinemateca.gov.br/cgi-bin/wxis.exe/iah/?IsisScript=iah/iah.xis&base=FILMOGRAFIA?=p&nextAction=lnk&exprSearch=001997.
acesso em 31/10/2007
terça-feira, 18 de fevereiro de 2014
Não Deixe Ninguém Decidir Por Você
Todo
escritor tem o seu rumo traçado e seu alvo destacado. Não importa para onde e
como será isso, isso não o torna diferente dos demais. Muitos apenas querem
publicar para um grupo pequeno e para isso, somente precisa de um pequeno e
reduzido lote. Outros esperam se aventurar agressivamente, com metas cada vez
mais ambiciosas.
Seja
como for, o importante é saber exatamente onde quer chegar e como irá chegar,
da mesma forma que um capitão traça o seu caminho marítimo. E para isso é
essencial a DECISÃO.
Quando
decidimos, ficamos mais firmes em nossas ações. É algo como que se abrissem as
alas com as palavras. Isso é extremamente importante não só na caminhada
literária, como também em qualquer outra etapa e rumo de sua vida.
Se
você ficar meio disperso, xoxo ou dando qualquer brecha de indecisão, pode
acabar se tornando um marionete nas mãos dos espertos.
Vou
explicar como isso acontece. Infelizmente isso não se exemplifica somente no
eixo literário, mas em todo o campo profissional. O nosso mundo comercial é tomado e imperado
pelos "espertos" que sobrevivem dos "bobinhos" que se
demonstram perdidos em suas decisões. Esses "espertos" procuram os
"bobinhos" para darem partidas em seus projetos particulares, sempre
com a história de que "será bom para a sua carreira também".
E no
fim, o seu projeto fica "engolido" por ele e quando você notar,
apenas colaborou para o projeto alheio, sem conquistar nenhum reconhecimento.
Eu
tenho visto muito disso por aí, em especial com atores e autores.
Antes
de escolher qualquer rumo profissional, tenha decisão e imponha valor (preço
mesmo) em sua atividade, que é profissional.
Leo Vieira
segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014
Invasões Britânicas na Educação e Cultura Gonçalenses
Zeca
Pinheiro
Muito
depois do futebol se tornar o esporte mais popular do mundo e a
língua inglesa a mais falada no planeta, bem depois das teorias de
Newton e Charles Darwin e pouco depois da televisão, do telefone, da
penicilina, do motor elétrico, da locomotiva a vapor e do trem
invadirem nosso dia a dia, mudando radicalmente nossos hábitos e
costumes.
Tornou-se
comum a invasão de escolas de origem estrangeiras no final do século
XIX e inicio do século XX em todo o território brasileiro
Certamente devido à enxurrada de imigrantes de diversas
nacionalidades em nosso país, São Gonçalo não podia ficar imune a
esta presença, a primeira invasão no bom sentido é claro foi em
1908, na Chácara Paraiso numa área de 150.000 (cento e cinquenta
mil metros quadrados) localizado na Venda da Cruz, onde há pouco
tempo funcionou o 3º BI, foi instalado uma sucursal do Gymnasio
Anglo-Brazileiro ou The Anglo-Brazilian School uma vez que a matriz
havia sido criada em 1899 em São Paulo em plena Avenida Paulista.
D.O.U.
Com as diretrizes da nova escola
Seu
fundador Charles W. Armstrong oriundo de Nottingham - Inglaterra era
adepto da celebre citação em Latim do poeta grego Juvenal: Men
Sana, incorpore Sano (somente um corpo são pode produzir ou
sustentar uma mente sã. Seu uso mais generalizado expressa o
conceito de um equilíbrio saudável no modo de vida de uma pessoa).
Gostava de trabalhar tanto o lado intelectual do aluno, como também
o corpo através de exercícios, as belas instalações da Chácara
Paraiso proporcionava as condições ideais para tal, amplas
acomodações, salas de aula, dormitórios, local para recreação e
principalmente muito verde, jardins arborizados, diversos tipos de
árvores inclusive frutíferas e espaço para os exercícios da
petizada, caminhadas, corridas e recreações diversas.
Convidou
para Vice-Diretor e seu braço direito o Mr. Alfred Robinson Aldridge
devido a sua larga experiência na direção de grandes colégios
estrangeiros desde 1898 aqui no Brasil, em São Paulo.
O
colégio funcionava como internato e semi-internato, sua grade
curricular era bem rica e diversificada, havia prova classificatória
para entrar para o ginásio, como também cursos preparatório para
crianças de 2 a 4 anos, funcionava com regime de internato para
crianças a partir tenra idade, a escola era essencialmente
masculina, tipo clube do bolinha, menina não entrava. A intenção
que os estudantes saíssem dali direto para uma faculdade, mais
também tivessem uma educação com moral e civismo.
Professor
fazendo explicação in loco, na sala de aula
O colégio funcionou na
Chácara Paraiso até 1911 sendo transferido para Chácara Vidigal no
caminho Niemeyer - Rio de Janeiro – numa área deslumbrante, veja a
descrição no
livro Impressões
do Brazil no Século Vinte,
editado na Inglaterra em 1913, assim descreve o local:
“Magnificamente situado,
300 pés acima do nível do mar, o edifício tem uma soberba vista
sobre o oceano. O cenário é grandioso, havendo aos lados a floresta
virgem e atrás a majestosa montanha dos Dois Irmãos”.
Onde permaneceu ate 1937.
A segunda invasão foi de
forma mais tranquila, pois o Vice-Diretor Mr. Alfred Robinson
Aldridge, usando toda sua experiência adquirida na direção do
Mackenzie College e Hydecroft College, ambos em São Paulo, como
também Anglo-Brazileiro aqui em nossa cidade, resolve fundar o seu
próprio colégio em 1912, intitulando-o de Aldridge College,
aproveitando o nome de família, utilizando seu filho Walter Leonard
Aldridge como parceiro de direção e revezando nas salas de aulas
com a outra filha Mrs. Doris e a esposa de Walter Leonard e mais
alguns professores. Os preceitos continuavam os mesmos, sendo o nível
de educação de excelência, muito mais que preparar os alunos
apenas para uma vida acadêmica em alguma faculdade qualquer,
preparava-os para a vida, ensinando-os preceitos de moralidade,
responsabilidade, disciplina, e trabalho, eu lema era: "Labore
Et Honore" - Com trabalho e dignidade - A educação no Aldridge
era comparada com os melhores colégios do Brasil.
Vista
do prédio principal, alunos cumprimentam o corpo docente e Mr. A. R.
Aldridge na sacada do segundo andar.
Mr.
Alfred Robinson não precisou fazer grandes investimento uma vez que
aproveitou toda a estrutura deixada pelo Anglo, como também alguns
alunos do semi-internato que ficaram no meio do curso e não foram
transferidos para o Rio.
No
seu livro, Luiz Simões Lopes que estudou no Aldridge College, na
pagina 46 - Primeiros Estudos destaca:
“...em 1913, portanto aos 9 para 10 anos, fui matriculado no Aldridge College, com meu irmão Fonsequinha. Era um excelente entro educacional e lá aprendi enormemente, sob todos os pontos de vista, Seu Fundador Alfred Aldridge, trazia grande experiência da Inglaterra. Era homem de boa cultura de elevada moral e espirito de justiça. Enérgico, a ponto de dar vara nos meninos, a moda inglesa, era boníssima e gozava de raro prestigio entre seus alunos.O Aldridge College - cuja divisa era Labore et Honore - era situado numa bela chácara - a Chácara do Paraiso - Em São Gonçalo, Niteroi¹, com árvores frondosas, algumas frutas tropicais, como mangas, jacas e muitas outras. La vivia nosso diretor Alfred Aldridge com sua bonita filha, Miss Doris - minha primeira professora de primeiras letras em inglês -, e seu filho Leonard, vice-diretor, com sua simpática e excelente senhora para nos Mme Aldridge (Elvira Bertha Duchen)".
Naquela altura o colégio estava
indo de vento em polpa os anúncios nas revistas e jornais de
circulação nacional surtiam efeito e a escola seguia com sua
capacidade máxima de matriculas, ajudado por um sistema de
transporte eficiente os alunos e familiares não encontravam
dificuldade em chegar a seu destino dispondo de transporte de barcas
do Rio a Niterói e de bondes do centro ate a Chácara Paraiso. Os
bondes elétricos foram implantados em 1910.
(da
esq.) Mr. Alfred Robinson Aldridge, Walter Leonard Aldridge e sua
esposa Elvira Bertha Duchen.
Um
acidente fatal com as barcas na travessia da Baia de Guanabara muda
radicalmente os planos e metas do Mr. Alfred Aldridge, que sofreu um
grande impacto com o acontecido, levando-o a transferir o Aldridge
College de São Gonçalo para Botafogo no Rio de Janeiro em 1917, já
naquela época o bairro de Botafogo era promissor concentrando a
maioria da elite educacional carioca, ostentava uma beleza natural e
recebia bons investimentos em infra-estrutura da prefeitura, tendo
como consequência moradores de ótimo nível cultural e financeiro.
A nova edificação pertencera ao barão de Alegre Praia de Botafogo,
374. Era um prédio imponente e muito belo de arquitetura sem igual.
A mudança para o Rio trouxe novos ares e a direção resolveu
aceitar também meninas em suas acomodações, passando então as
turmas a serem mistas.
A
Revista Ilustração Brasileira, de 1925, dizia: "muito há do
que se ufanar, tais os louros colhidos por seus alunos, (...) se
impôs a todos pela retidão, pela disciplina e pela moralidade
observada nesta casa de educação, sob a direção dos professores
ingleses Alfred R. Aldridge e Walter Leonard Aldridge".
O
Aldridge funciona neste endereço ate 1927, porem uma tristeza abate
os mestres e alunos, seu fundador Mr. Alfred Aldridge falece em 1925,
aos 71 anos de idade, tendo nascido na Inglaterra em 1854 por mais de
meio século dedicou-se ao sacerdócio de educador com rara
competência, merecia um mínimo de homenagem das autoridades
conchalenses, como uma placa singela em uma escola pela sua brilhante
trajetória usando seus princípios éticos e morais na educação da
juventude brasileira.
O
Aldridge College continua sob a direção do filho mais velho Walter
Leonard Aldridge, mudando novamente de endereço, mais desta vez para
uma sede própria na Praia de Botafogo, 184. Ampliando posteriormente
suas instalações com a compra dos terrenos e prédios de nº 186,
188, 190 e 192 - esta área é hoje da Fundação Getúlio Vargas,
vendida em 1945, quando o Aldridge College deixou de existir devido a
Nacionalização do ensino promovido por Getúlio Vargas.
Vejamos o que diz a dona da foto acima ex-aluna do Aldridge com 84 anos hoje, sobre sua experiência nesta nova instalação:
"- Eu entrei para o Aldridge em 1940, no antigo admissão, que era o preparatório para o ginásio. Fui recebida pelo Sr. Felix, um idoso bedel (era assim que se chamavam os inspetores de disciplina) Meu irmão Luiz Osório de Brito Aghina (que se tornou um importante engenheiro nuclear conhecido mais fora do Brasil do que na sua terra) era 2 anos mais moço que eu, fomos, os dois apavorados, saindo de um coleginho pequeno na Urca para aquele eeennnooorrnnmmee prédio na Praia de Botafogo, onde hoje é a Fundação Getúlio Vargas. Eram 2 prédios, um bem antigo, com escadarias de Ferro, um pátio muito grande onde ficávamos em forma, esperando a subida para as salas de aula. No outro prédio, mais moderno, subíamos em escadas de mármore. O chão era de cerâmica vermelha São Caetano e no último andar um grande salão para o recreio. das meninas. O dos meninos era no térreo. Nós almoçávamos lá e como bom diretor inglês, Mr. Leonard Aldridge, cuja esposa era , Mme. Bertha Duchen, o almoço era todo falado em inglês e francês., Até as orações antes das refeições eram, uma semana em inglês e outra em francês. Eu me lembro que uma das filhas do Mr. Aldridge se chamava Violeta e dava aulas de taquigrafia. Era um dos poucos colégios mistos, por isso meu pai nos colocou lá, eu e meu irmão". - Depoimento por e-mail de Cely Brito Canetti - Aluna do Aldridge College em Botafogo.
O
Aldridge funcionou neste endereço até que um decreto na Lei
nacionalista de Getúlio Vargas, proibindo que as instituições de
ensino ficassem na mão de estrangeiros, ou seja, que fossem donos ou
dirigentes de qualquer escola no Brasil, Walter Leonard Aldridge
ficou perplexo com tal atitude inclusive os filhos do Presidente
estudara naquela escola, não aceitou as imposições ditatórias do
presidente preferiu fechar o colégio em 1945 a repassar para um
brasileiro, no mesmo ano vendeu os prédios para a Fundação Getúlio
Vargas, para nada mais nada menos do que Luiz Simões Lopes aluno do
colégio aqui em São Gonçalo que apos vários cargos no governo
federal, dentre eles o de presidente do DASP, foi o idealizador e
criador da Fundação Getúlio Vargas.
Vários
alunos do Aldridge College tiveram destaque na vida publica e
privada, aqui em São Gonçalo consegui descobrir dois deles o
próprio Luiz Simões Lopes e o Arthur Bernardes Filho, Já no Rio de
Janeiro foram diversos, vários deles são citados no depoimento da
Cely Canetti cujo link se encontra abaixo.
Houve
com o decorrer dos anos, novas invasões britânicas que também
mudaram hábitos e comportamentos em todo o mundo, novamente não
ficamos imunes a tais influências culturais, desde o chá das cinco
da tarde, o Horário rígido britânico que é uma marca deste povo,
a cabine telefônica única, o ônibus de dois andares, e na música
a maior de todas: O surgimento dos meninos de Liverpool, Lennon,
Paul, Harrison e Ringo que provocaram uma histeria coletiva sem fim
em todo o planeta. Os Beatles foram sem dúvida a maior das invasões
que contagiou, encantou e fez dançar multidões mundo afora ao som
frenético do rock and. roll, e outros vieram na onde The Rolling
Stones, Led Zeppelin, Pink Floyd, Sex Pistols, Genesis,
Supertramp, Yes, Duran Duran, , Eurythmics, Culture Club, Spandau
Balle, Tears for Fears, Pet Shop Boys, The Cure, The Police, Soft
Cell, The Pretenders, Oasis. Coldplay, Space Girls, James Blunt,
Robbie Williams e McFLY, Adele, Amy Winehouse entre outros, mais
para a história da nossa cidade o melhor das invasões britânicas,
sem dúvida esta na existência destas duas escolas no meu ponto de
vista, Claro!
Leia na integra:
Depoimento emocionante da Aluna: Cely Canetti - Aldridge College Botafogo.Link: http://issuu.com/zecapinheiro/docs/depoimento_d._cely_canetti
Luiz Simões Lopes - "Primeiros Estudos" (trecho do livro Fragmentos de Memoria)
Link: http://issuu.com/zecapinheiro/docs/capitulo_do_livro_fraguimentos_de_mEducação à Antiga - Antiga – Reportagem da Revista dos Municípios
Link: http://issuu.com/zecapinheiro/docs/educa____o____antiga_-_revista_dos_Livreto propaganda "Aldridge College - Chácara do Paraíso" publicado pela Leuzinger em 1913 - Link: http://issuu.com/zecapinheiro/docs/livreto_propaganda_leuzinger_-_ano_
Galeria de fotos :
https://www.facebook.com/media/set/?set=oa.687756787934856&type=1Sobre o Autor
Zeca Pinheiro - Turismólogo, pesquisador amador, responsável pelo Grupo São Gonçalo Memoria Viva - https://www.facebook.com/groups/Saogoncalodasantigas/ - e a pagina Redescobrindo São Gonçalo: https://www.facebook.com/pages/Redescobrindo-S%C3%A3o-Gon%C3%A7alo/136682933104250BIBLIOGRAFIA
Acervo
da Revista Fon Fon:
http://objdigital.bn.br/acervo_digital/div_periodicos/fonfon/fonfon_anos.htm
Facebook
Amigos de S.G e sua Historia:
https://www.facebook.com/pages/Amigos-de-S%C3%A3o-Gon%C3%A7alo-e-Sua-Hist%C3%B3ria/615981855084359?fref=ts
Invasões
Britânicas na Música:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Invas%C3%A3o_Brit%C3%A2nica
Acervo
particular da família Aldridge
Revista
Municípios do Brasil - Setembro/89- J.E.F. Editora Cultural
Ltda.
Livro
Fragmentos de Memória – Luiz Simões Lopes (ex-aluno do Aldridge
College).
terça-feira, 11 de fevereiro de 2014
Por Que um Livro é Recusado?
Todos
nós já tivemos nossos textos recusados por uma editora tradicional. É muito bom
saber das alternativas práticas oferecidas por uma editora por demanda, mas é
claro que todos nós também queríamos que uma grande editora acolhesse nossas
obras para enfim podermos contar com uma ampla estratégia de marketing,
publicação e distribuição, mesmo com os direitos autorais tão reduzidos.
Eu
mesmo tive muitas cartas de recusa. Algumas nem se preocuparam em me responder.
Eu até entendo, pelo fato do escritório receber diariamente dezenas de encadernações
por correio, além de uma infinidade de arquivos virtuais.
Vamos
listar alguns motivos notáveis da editora recusar uma obra. Talvez você se
identifique com alguns desses itens:
1- A Editora não pediu nada
Isso
acontece constantemente. Existe uma época em que a editora "abre a
porteira" para um número limitado de obras e depois se fecha. É o período
de análise e filtragem do que recebeu. Fique esperto no momento em que eles
pedirem.
2- A Editora não Publica obras de
Autores Iniciantes
Observe
a linha editorial da sua futura aliada literária. Existem editoras que publicam
mais da metade da lista só de publicações estrangeiras. Cuidado também para não
mandar um romance para uma editora que somente publica livros técnicos ou
religiosos. Além de gafe, demonstra total desconhecimento.
3- O Autor não Obedeceu as Normas da
Editora
Se a
Editora pedir impresso, mande-o impresso. Se a Editora pedir em arquivo digital
em Word, fonte Arial, tamanho 12, numerado, em letras pretas sem negrito, nem
itálico, mande-o dessa forma exigida. É nesse momento que a obra passa pela
primeira filtragem. E eles descartam sem dó.
4- O Gênero é Chato
Raramente
uma editora irá publicar e distribuir um livro de poesias, ou trovas, ou
crônicas, ou qualquer texto de ótica mais pessoal do autor. Não que elas sejam
ruins, só que elas não têm apelo comercial e são mais adequadas para um lote
limitado em um determinado evento restrito.
5- Péssima Apresentação
É o
pouco momento que o autor tem para se apresentar junto com o seu texto. Muitos
não são práticos nem claros o suficiente no decorrer das linhas, fazendo o
editor nem mesmo terminar de ler a carta.
Seja
franco e objetivo na sua apresentação e na sinopse da obra. Se ficar fazendo
firula de que "a obra vai revolucionar o mercado literário", a carta
será picotada.
6- Erros Ortográficos
Isso
é terrível, inadmissível e imperdoável! Um escritor é um profissional que
trabalha com as palavras. É claro que erros todos nós podemos cometer, assim
como um cantor pode desafinar, um desenhista errar um traço ou um músico errar
uma nota. Mas preste atenção: Na medida que lemos e escrevemos, ganhamos
intimidade com as palavras e com isso, nossos errinhos são quase nulos com o
passar da prática.
Muito
cuidado para não errar feio na sua primeira impressão.
É
claro que não é só isso. Mas esses são os mais destacados. O resto você vai
desenvolvendo e também descobrindo nas demais postagens anteriores. Boa sorte!
Leo Vieira
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