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Opinião: Sim, é possível viver como escritor no Brasil

RAPHAEL DRACCON* Meu pai foi a primeira pessoa a quem revelei que seria escritor e a primeira que disse que eu morreria de fome. Ele viu meu primeiro livro ser publicado, mas morreu sem saber que eu ganharia com livros mais do que ele juntou a vida inteira como corretor de imóveis. Faz sete anos que ele morreu, mas o mantra ainda é repetido a qualquer um que queira viver da escrita. É positivo se revisar esse discurso para não restar apenas a impressão de que o autor brasileiro está destinado a viver um fardo. Para isso, é preciso concordar, antes de mais nada, que escrever é uma profissão. Outro ponto é que na literatura ainda existe o mito de que um escritor deveria ter receio do sucesso comercial. Encontraremos autores que preferem "ser lidos", mas "não vender muito" ou "ganhar dinheiro". É um relato curioso. Quanto mais lido um autor for, mais livros venderá, mais dinheiro ganhará e mais tranquilidade terá para viver da es

Como ser um escritor de ‘literatura séria’

    Antes de tudo, seja homem, branco, heterossexual, acima dos quarenta, professor universitário ou jornalista. Caso seja mulher, escreva sobre a questão da mulher. Caso seja negro, sobre a questão do negro. Caso seja gay, sobre a questão do gay. Enfim, você entendeu a ideia. Quando perguntarem “por que você virou escritor?”, tenha um bom passado. Passados medíocres são brochantes. Há somente duas opções: (i) você veio de uma família muito culta, cresceu lendo Balzac, Pessoa e Proust; expressar suas ideias e aflições foi uma necessidade de toda sua bagagem cultural ou (ii) você tem origem humilde, pais analfabetos; a literatura era seu refúgio em uma infância difícil e solitária. Esta segunda funciona melhor. Quando perguntarem suas referências, esqueça nomes como Agatha Christie, Stephen King, Sidney Sheldon e qualquer outro escritor que tenha feito sucesso ou que esteja na lista de mais vendidos do momento. Diga o que tem que ser dito: seu

Leo Vieira: Montando Biografia

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Isso é muito importante para qualquer atividade futura do escritor. Biografia do autor é como um curriculum, só que ele é mais exibicionista. Isso mesmo; um escritor precisa aparecer. Não basta apenas o livro do autor. Escritor não tem a vida literária resumida apenas a livros. Escritor também precisa ter blog, precisa ter e manter páginas em redes sociais; precisa também interagir com todos, precisa ter filiações acadêmicas, precisa fazer colaborações sociais e culturais em eventos de sua cidade e fora dela; precisa responder entrevistas, precisa participar de antologias, precisa assinar em colunas literárias, precisa organizar eventos culturais literários, como feiras de livros; entre outras coisas. E claro, precisa ressaltar tudo isso em sua biografia, que deve passar por uma constante atualização. Não adianta focar o que ainda não está no seu alcance. Explore territórios próximos que os investidores editoriais de longe chegarão até você. Leo Vieira Acompanhe a campa

A burrice reinante na música brasileira realmente popular é mais perigosa do que você imagina

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Por r-tadeu *       Infelizmente, a constatação é óbvia: nunca vivemos em uma época em que a música popular brasileira realmente popular apresentasse um grau de burrice tão grande como nos dias atuais. A impressão generalizada é que há algum tipo de pacto de estupidez entre gente que se diz “artista” e uma imensa manada de pessoas que transformaram a palavra “plateia” em sinônimo de agrupamento de retardados. A falta de capacidade cognitiva da grande maioria de brasileiros que consome música no Brasil gera uma total incompreensão sobre o significado poético de canções que ainda insistem em trazer letras que necessitem de uma capacidade cerebral superior a de um peixe para que possam ser apreciadas. Para esta geração, as canções de caras como Lenine, Ney Matogrosso e Gilberto Gil soam como tratados de Física Quântica musicados. Hoje, é cada vez maior a dificuldade de prender a atenção destes milhões de verdadeiros “bagres”. Isso explica porque o sertanejo chamado de “uni

Leo Vieira: Criar um Jornal

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Você já pensou nisso? Um jornal não precisa ser exatamente literário. Ele também pode explorar outros temas culturais e artísticos e ainda assim, ganhar um bom destaque. Para tal realização, você também não precisa exatamente ser um jornalista ou expert. Você pode criar jornal sobre literatura, sobre pinturas, sobre poesia, sobre histórias em quadrinhos, sobre religiões, entre outros temas. O conteúdo precisa ser diversificado, sem sair do rumo do jornal. Voce começa com um editorial (boas-vindas do editor e um pequeno comentário sobre o que espera passar com a edição), depois vai para as colunas, que podem ser com textos didáticos, entrevistas, curiosidades, lançamentos, etc. Fotos e ilustrações também são importantes, sempre mencionando o autor e procurando não sair da temática. Faça a distribuição pela sua rede de contatos e procure monitorar o andamento das edições. Caso evolua, comece a pensar na captação e também na possível versão impressa. Leo Vieira Acompan

Hino tocando: voltar à bandeira ou só ficar em pé?

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Vem se popularizando uma inexistente e equivocada exigência de que durante a execução do Hino Nacional o público deve obrigatoriamente voltar o corpo ou o olhar para a direção em que se encontra a Bandeira Nacional no recinto. Relatos existem de agitações, atitudes desengonçadas de pessoas que procuram pelo pavilhão nacional e ficam desconfortáveis, caem ou tropeçam, são cada vez mais comuns. Para as solenidades civis, a lei não impõe regras: apenas exige a postura seja " em pé em “ posição de respeito ” (art 30, Lei 5.700/71 – vide texto em SIMBOLOS NACIONAIS ) Clique aqui Para solenidades militares o regramento aplicável é o do respectivo Regimento Interno, sempre muito rigoroso mas mesmo assim, salvo melhor juízo, sem obrigar a tal atitude. Na esfera civil, quando ocorre a execução do Hino (instrumental ou vocal) os cerimonialistas recomendam que o público volte para o regente, orquestra ou cantor. E isso é simples de entender: o Hino Nacional, tal como a B

Mostra Cultural Instituto Êxodo e Prêmio Imperial 2015 em Petrópolis

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A Mostra Cultural Instituto Êxodo e Prêmio Imperial 2015 está fantástica. Parabéns às curadoras, Tânia Leal e Lilian Rojas e a todos os participantes. Com muita honra e felicidade eu, Mauricio Duarte , participo como expositor com a obra Organismo. A exposição se realiza no Centro de Cultura Raul de Leoni na Praça Visconde de Mauá, 305 . Tel.: (24) 2233-1202