Postagens

As artes em 1963 no Greenwich Village

Imagem
As artes em 1963 no Greenwich Village Freqüentemente pergunta-se o que é arte, desde que o impressionismo surgiu e detonou uma centena de transformações, remodelações e reformulações artísticas tais como as da arte moderna e pós-moderna.  Nessas constantes reconstruções que arte sofreu e sofre, até hoje, uma coisa é, mais ou menos, clara: a cada nova reinvenção, os artistas que encabeçam a linha de frente, a avant-garde dos movimentos ou é, em grande medida, incompreendida ou é, apenas, parcialmente aceita. Não foi diferente com os artistas nos anos 1960 no Greenwich Village, em Nova York, EUA.  Esses artistas forjaram o berço da pós-modernidade artística, como a entendemos hoje.  Os movimentos artísticos do início do século 20 desdobraram-se em muitas vertentes, sendo uma delas a arte underground e beatnik dos anos 1950.  Porém, o que se via em 1963 era diferente. Se os beats  contestavam o consumismo e o otimismo do pós-guerra americano, a falta de pensamento c

Parcerias que Devem Ser Evitadas

Imagem
Isso é um assunto que com certeza já aconteceu e ainda acontece com a maioria dos profissionais da arte e das letras. Da mesma forma, também merece uma resenha: As propostas de trabalho sem retorno financeiro. Volta e meia sou convidado para fazer pesquisa, desenvolver textos, organizar projetos e até esboçar trâmites empresariais sem nenhum tipo de contrato ou comissionamento. Em alguns deles, eu procuro recusar gentilmente e em outros eu nem mesmo me preocupo em responder. Há algum tempo, fui convidado por um colega produtor teatral para pesquisar e escrever um livro que seria baseado em uma peça dele. Ele havia dado muita recomendação sobre como queria a obra; com aprofundamento com dados jornalísticos, narrativa mais verossímil, entre outras coisas. Recebi o material e fui deixando ele falar enquanto analisava tudo e nada dele falar em pagamento. O colega do teatro estava entusiasmado, mas não me deixava nada animado na questão salarial, até que ele soltou: "s

Artigo: Liderança equivocada

Imagem
Por  Heitor Pitombo Artigo  publicado originalmente na revista Mundo dos Super-Heróis 65 (março/2015) e reproduzido com autorização do autor e da publicação. Em 30 de janeiro, enquanto se comemorava o Dia do Quadrinho  Nacional , foi lançada no Rio de Janeiro a autointitulada Academia Brasileira de Histórias em Quadrinhos (ABRA-HQ). A cerimônia teve direito a hino nacional (ver vídeo abaixo), entrega de medalhas e tudo o mais. Na ocasião, foram anunciados os nomes de 20 artistas que nomeiam as cadeiras da instituição – incluindo o mestre norte-americano Alex Raymond -, assim como os de 20 “imortais” que as ocupam. Entre eles, alguns colecionadores. Se não bastasse o fato desses nomes não terem passado por nenhuma votação entre a classe de quadrinhistas brasileiros, a presidente e porta-voz da Academia, a atriz e roteirista Agata Desmond, vem usando habilmente a mídia não especializada para divulgar propostas inócuas e espalhar inverdades sobre o mercado brasileiro, como disse

Halleymania: 30 anos depois

Imagem
Por Marcus Ramone Como um brasileiro transformou um corpo celeste no maior fenômeno comercial da história da astronomia e despertou o interesse da Marvel . O publicitário mineiro Marcelo Diniz sofre de bipolaridade. Em seu último livro, Crônicas de um bipolar ( Record , 2010), ele revelou algumas situações inusitadas que protagonizou como consequência do transtorno. Foi assim em 1980, do alto de seus 32 anos, quando trabalhava em um gigante da indústria de cigarros e teve um insight , “de acordo com uma característica da bipolaridade, que é ter a cabeça sempre a mil, procurando novas ideias”, como disse ao Universo HQ . Naquela época, as primeiras reportagens sobre a nova visita do cometa Halley às proximidades da Terra começavam a surgir em jornais e TVs. Mas o assunto ainda não despertava o interesse que viria a ter mais tarde. A Era dos Halley “Eu pens

O marketing literário

Imagem
O ofício do escritor é uma missão. Algo que você pratica durante a vida toda. Você não brinca de escrever e nem mesmo deve passar essa impressão. Uma coisa muito incômoda é quando você diz que é escritor e o outro dá um sorrisinho e pergunta: "Ah ta; mas você trabalha com o quê"? Infelizmente isso acontece. O escritor vive escrevendo, mas nem tudo se resume a apenas livros. Você escreve artigos, atualiza blogs, colabora em colunas, responde a e-mails, participa com comentários, entre outras coisas. Tudo isso de certa forma, contribui para uma biografia, mesmo que informalmente. O escritor deve viver e praticar o marketing. Isso acontece porque também um escritor é descoberto e reconhecido através de sua obra cultural literária. Vai chegar o momento em que alguém importante e formador de opinião reconhecerá e ficará admirado com o seu trabalho; e o que acontecerá? Ele pesquisará tudo o que você já escreveu, seja na linha virtual como na editorial. Nessa questão, nunca a

Ferreira Gullar falando de arte

Ferreira Gullar, um dos mais importantes críticos de arte da atualidade, além de poeta, concedeu esta entrevista abaixo em 2007 ao Jornal de Brasília, que transcrevo, pela sua atualidade e importantes observações sobre o mundo das artes plásticas hoje. É importante lembrar que Ferreira Gullar e Hélio Oiticica, artista plástico brasileiro, participaram juntos da criação do Neoconcretismo, no final dos anos 50. Em 1959, Gullar escreveu o Manifesto Neoconcreto, que influenciou decisivamente o desenvolvimento da obra de Oiticica. Em seguida, Gullar formulou sua Teoria do Não-objeto, a partir da observação do processo criativo de Lygia Clark. Depois, ele fez autocrítica dessas posições anteriores. Jornal de Brasília - No que consiste e o que induziu a esta situação de mistificação no território das artes? Ferreira Gullar - A questão é que as tendências mais radicais da arte contemporânea levaram a uma destruição das linguagens artísticas. Por falta de co

A arte contemporânea segundo Ferreira Gullar

Imagem
 por Marcelo Vinicius Interessante matéria do jornalista Ivan Cláudio na "Isto É", que toma como pretexto exposições para levantar questões sobre os rumos da arte contemporânea. Onde discute a dominação cultural e a alienação das vanguardas. Ultimamente o poeta Ferreira Gullar andou despertando polêmicas. Uma das suas obras, "A arte contemporânea brasileira" aborda o problema da crise da Arte, relacionando-o com a sempre complicada relação entre Arte e Mercado. Como houve dois posts sobre Arte Conceitual e similares, exponho aqui uma outra observação sobre a Arte Conceitual e a Contemporânea em geral, agora na visão de Ferreira Gullar. Há tempos, revista Isto É publicou uma matéria do repórter Ivan Claudio sobre duas exposições, na qual ele ouvia as artistas e o crítico Ferreira Gullar. Esta entrevista foi complementada também pelo jornalista Fábio Palácio. Segue a entrevista com o Gullar: O senhor diz que a arte tem que emocionar, caso co