Protesto mudo



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Protesto mudo

Toda vez que se sentir ultrajado, vilipendiado ou tolhido nos seus direitos como cidadão é justo protestar. Os direitos humanos existem para serem respeitados.  Mas há quem proteste contra os céus e contra Deus. Seria esse o melhor caminho para reencontrar o bom destino?
Afastar-se de toda espécie de espiritualidade, religião ou aspecto transcendente na sua vida também é um direito, reconhecido pela Constituição – como está tão na moda falar de Constituição, faço aqui esse adendo – e garantido pelo Estado.  Porém pode criar barreiras para a benção divina, acreditando ou não em Deus.  A benção divina, a bem-aventurança ou o desenvolvimento da consciência, como queiramos chamar a nossa sintonia fina com o Todo trazem inúmeros benefícios à nossa vida, independente de crermos ou não no Divino Espírito Santo, em Jesus Cristo ou em Deus Pai.  Porque estarmos abençoados é muito maior e muito mais amplo do que qualquer sacramento feito por um sacerdote, mesmo tendo esse sacerdote todas as benesses do celeste.
Cada pessoa, cada ser humano abriga dentro de si uma fagulha divina e por esse mínimo e pequeno brilho tem a capacidade de encontrar harmonia com o Universo e com o silêncio interior próprio de seu guardião do Céu.  O guia interior leva cada um a seu bom caminho de modo carinhoso, misericordioso e atento.  Sendo algo intrínseco à pessoa humana, o amor é nossa natureza e estamos nessa Terra para potencializar esse desígnio.
Não pense que protestar, afastando-se da espiritualidade irá afastar esse coração divino de si.  Antes terá mais chances para dizer que quer voltar ao convívio do Todo, porque as graças são abundantes e são abundantes para todos.  Inclusive abençoar é prerrogativa de qualquer ser humano.  Como nos tempos antigos, falava-se muito em versos e cantos naturalmente, também os agricultores abençoavam seus campos naturalmente.  Alguns resquícios dessa realidade, vemos nos poetas e cantadores populares e nos pais que abençoam seus filhos quando saem de casa ou quando vão dormir, por exemplo.
Além de tudo isso, perceba que ainda que não passe pela sua cabeça pedir, louvar ou conversar com um Ser superior, lembre-se que você mesmo é um deus, em última análise.  Em muitas culturas e tradições orientais, diz-se a palavra Namastê, significando: “O deus que habita em mim, saúda o deus que habita em você.”  Por fim, se não for possível deixar de protestar, pratique um protesto mudo e fique em silêncio.  Certamente ganhará muito em sobriedade, sabedoria e harmonia interior.  Paz e luz.

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)

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