Leo Vieira: As pérolas do "Contrato Editorial"

Leitura essencial para autores iniciantes:
Volta e meia tenho acompanhado nas postagens dos colegas literários sobre suas "conquistas" editoriais. Colocam textos carregados de entusiasmo ou então a foto assinando um papel, alegando ser o tal contrato. Isso pode até funcionar para leigos, mas para quem está mais informado sobre as tramitações literárias, pode demonstrar uma grande incoerência, além de ingenuidade.
Quando isso acontece, eu faço questão de saber qual editora que o colega está "assinando" um contrato. Se é uma editora por demanda, acabou de pagar mico.
Já comentei sobre isso, mas sempre preciso ressaltar: ninguém assina contrato
editorial com editora por demanda. Com editora por demanda, o autor assina um contrato de prestação de serviços.
No contrato editorial, a editora banca tudo, inclusive registros, revisão, arte,
impressão e distribuição, prestando contas da venda depois. No contrato de prestação de serviços, o autor/cliente paga pelos serviços, onde a editora não tem nenhuma responsabilidade pelo desenvolvimento comercial da obra. Inclusive, na maioria das vezes, as editoras por demanda não avaliam a qualidade literária da obra, podendo publicar algo bom ou ruim (desde que paguem por isso).
Isso não significa que impressão por demanda é algo pejorativo (o meu livro também é por editora por demanda). Muitos autores iniciantes começam desta forma, ou até mesmo de forma independente.

Postar foto de um contrato de editora por demanda é o mesmo que postar foto de um carnê de um sofá comprado à prestação.

Leo Vieira

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® Leo Vieira- Direitos Reservados 

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